Sociedade Carmim escrita por Nynna Days


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Muitas pessoas me pediram e aqui estou eu, postando mais um capítulo andiantado. Não se acostumem, hem. Até porque eu ainda não terminei o próximo capítulo. Mas, está em andamento. Por enquanto, aproveitem. Ah, e não me matem no final.



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Capítulo 15

No shopping, Christina parecia tão empenhada em realmente ajudar Megan, que nem percebeu que aquilo era um pretexto para nos desconcentrar da conversa inicial sobre anjos e demônios. Megan me lançava olhares culpados, por sabe que eu estava vendo as suas intenções. Ela sempre me mandava desculpas mentais que eu preferia ignorar, mas ao longo do passeio, ela realmente se apegou as espírito de comprar de Christina.

Ao final do dia, estava com os pés doloridos em cima do sofá escutando aquelas duas loiras conversando sobre algumas roupas que haviam comprado. Não sabia o que era pior. O assunto delas ou seus pensamentos. Fechei meus olhos com força e passei a mão pela ponte do meu nariz, com dor de cabeça.

“Tudo bem com você, Jô?”, Megan perguntou notando o meu estado.

“Sim, sim”, eu mexi minha mão em sinal de desinteresse. “Estou cansada. Apenas isso.”

“Melhor ir se deitar, Jordan.”, Christina aconselhou e olhou para o seu relógio, arregalando os olhos por causa das horas. “Nossa, Ethan deve estar preocupado comigo. Melhor eu ir indo.”, ela caminhou até mim e me deu um beijo na bochecha. “Espero que melhore.”

Ela deu um tchau para Megan e saiu. Antes que Megan pudesse dizer alguma palavra sobre o meu assunto com Christina de mais cedo, me levantei correndo para o meu quarto. Ela balançou a cabeça e suspirou, olhando para as suas compras. Enquanto eu me jogava na cama e fechava os olhos, tentando dormir.

Mas, quando fiz isso, um par de olhos verdes florescentes vinha a minha mente, junto com seus lábios macios. Me peguei sorrindo sozinha e tocando os meus lábios. Me repreendi e revirei na cama, tentando dormir. Será que eu tinha mesmo mexido com ele? Só com um beijo de uma inexperiente? Muito pouco provável.

Em um momento em que eu e Christina ficamos sozinhas, ela comentou comigo que tinha uma reunião importante com os Carmim hoje e ela não poderia se atrasar. Tinha alguma coisa a ver com o filho da Rainha. Quando encontrassem esse garoto, acho que fariam uma semana de festas sem parar. Ele seria bem amado.

Senti meus olhos se fechando contra a minha vontade e caí em um sono profundo. Para acordar horas depois, alerta. Olhei para a minha janela e a luz da lua deixava evidente as horas. Ethan nem havia se dado ao trabalho de ver como eu estava depois do nosso beijo. E Christina ainda disse que ele estava balançado comigo. Minha vontade era de rir histericamente.

Encarei a janela, entreaberta e algo em meu peito coçou. Não poderia ser tão alto até o chão. Se Ethan podia subir e descer sem problemas, eu também. Afinal de contas, eu tinha tanto sangue Carmim quanto Dark. Cheguei a beirada da janela e olhei para baixo. Quando o vento tardio tocou o meu cabelo, arrepiou até a minha coluna. Era sim, um pouco alto demais.

Recuei um pouco, pensando o quanto poderia ser maluca. Ampliei minha mente e pude ver que os pensamentos de Megan estava desacordados e confusos, indicando o seu estado sonolento. Andando na ponta dos pés, entrei no banheiro e troquei de roupa por algo mais confortável.

Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo alto, pus um casaco preto de capuz e calças escuras. Enquanto amarrava meus tênis, pensava que só faltava uma maquiagem escura e me confundiriam com um ladrão. Cheguei a beirada e olhei novamente para a escuridão que me aguardava. Antes de ir para borda da janela, corri até a porta e a tranquei. Caso Megan tivesse a louca ideia de ver como eu estava, pensaria que eu queria ficar sozinha.

Me arrastei até a borda da janela e me sentei, olhando para baixo. Fechei os olhos, balançando as pernas ao ar livre e rezando. Se eu saísse viva dali, pediria a Megan para dormir no andar de baixo. Aquilo era quase que um suicídio. Respirei fundo. Se Ethan não tivesse brincando naquele dia, esse negócio de ser uma mestiça, me daria algum tipo de vantagem. Ou uma noção de mortalidade melhor do que para os outros. Engoli a seco e contei mentalmente até três.

Empurrei meu corpo para frente, sem coragem de abrir os olhos. Foram os cinco segundos mais longos da minha vida. O vendo bateu em meu cabelo vorazmente, me fazendo tremer. Só tive o instinto de que acabou quando meus pés pousaram quase que elegantemente no chão gramado do fundo da minha casa. Fiquei com um pouco de medo de abrir os olhos. E se eu tivesse caído errado e morrido. Meu Deus, Megan iria me matar.

Opa! Isso não seria possível. Toquei meu corpo, parte por parte para ter certeza de que não estava faltando nada e suspirei, aliviada. Abri os olhos, dando de cara com a escuridão que enxia a minha rua. Então, parei para pensar. Onde, diabos eu iria, uma hora dessas? Eu sabia o que queria.

Ethan.

Mas eu era burra o suficiente para não pensar na possibilidade de não saber onde ele mora. Até porque, eu não sabia mesmo. Se, pelo menos , tivesse o dom de Christina, poderia ter a sorte de achar a casa deles. Ou, até mesmo, a Sociedade Carmim. Um instinto de curiosidade coçou na minha pele. Queria ver do que realmente fazia parte. Do que havia sido tirada por ser diferente.

Pus as mãos nos bolsos e comecei a andar por ai, sem destino. Quando o amanhecer desse seu primeiro indício, voltaria. Dessa vez, pela porta da frente. Minha adrenalina tinha se ido toda só com aquela descida. Não sabia como Ethan conseguia fazer aquilo tantas vezes, apenas para me ver. Minha mão foi quase que inconscientemente para o meu coração, sentindo-o se acelerar só de pensar no nome dele.

Me impedi de lembrar dos olhos verdes florescentes em contraste com a pele clara. Os cabelos loiros jogados no rosto e o seu raro e brilhante sorriso. Sua postura ereta. Os punhos fechados, como se ele estivesse pronto para dar um soco em qualquer tipo de ameaça. As mesmas mãos que me acariciaram com tanto carinho ontem. Que me fizeram alcançar as nuvens em um único tocar de lábios. Rocei meus dedos em minha boca, sonhadora.

Meu coração deu um parada brusca e acelerou com as lembranças. Surpresa , afetou a minha respiração, me fazendo parecer uma asmática maluca, andando de madrugada na rua. Adorava os exemplos que eu dava. Se Christina me visse naquele momento, iria me internar. Chutei uma pedra, sorrindo sozinha.

Christina era a melhor amiga que qualquer garota gostaria de ter. Compreensiva, brincalhona, que gosta de ajudar as pessoas. Elas querendo ou não. Quase perfeita. Adicionando ao fato de que ela vê o futuro e poderia dar um bom dinheiro na bolsa de ações. Ethan era o namorado perfeito. Lindo, romântico, beija bem...

Balancei a cabeça com raiva de mim mesma. Desde quando eu era tão melosa assim? A cupa era dessa maldita cidade. Quando pus os pés novamente em Alma, isso tudo começou. Deveria ter continuado em Oregon. Ou Virgínia. Ou Califórnia. Não, risque esse último. Não aguentava o calor que fazia ali. Pensar sozinha era tão reconfortante. Pude pensar nos segundos em que errei, ou que quase fui judiada.

Você foi zoada ou judiada?

A voz de Ethan flutuou até os meus ouvidos como se ele estivesse do meu lado. Eu até olhei para ver se ele não estava mesmo. Com essa mania de aparecer quando eu menos esperava. Era incrível como ele conseguia me entender com um simples olhar. Era como se ele enxergasse, além da garota de óculos e rabo de cavalo. Como ele tinha me chamado?

Uma garota linda, inteligente e maravilhosa. Uma pessoa com uma alma linda. E que quando sorri, faz com que os olhos brilhem.

Sorri. É. Ethan sabia levantar o ego de uma garota deslocada. Quando, na minha vida inteira, eu poderia me imaginar apaixonada por um Mauricinho? Quer dizer, não que eu esteja apaixonada. Estou? Minha mente era um turbilhão de incertezas. A única coisa que eu sabia era que Ethan, estava tomando conta de todos os meus pensamentos e isso não era muito legal.

Ficou menos legal quando percebi que tinha parado naquele maldito bosque que Christina tinha me alertado para ficar longe. Era como se tivesse um imã que me puxasse até ele. Parei olhando ao redor, dando de cara com um grande breu. Bufei, me preparando para ir embora. Congelei quando senti uma presença gelada se arrastando por minha mente. Eu sabia o que iria acontecer em seguida, mas isso não me deixou mais preparada.

Princesa Jordana.

Princesa, volte para nós.

Venha para seu verdadeiro lar, princesa.

Olhei ao redor, esperando que aquelas frias sombras aparecessem. Até que eu mandei a curiosidade para o inferno e saí correndo. A pior parte de correr no escuro? Não saber para onde está indo. Pior ainda quando se corre de sombras. O escuro era como um parque de diversão para eles. Meus pés batiam com velocidade e ardilez na grama, enquanto eu rezava para que a saída parecesse.

Princesa, não fuja.

Eu não sou uma maldita princesa.

É sim. O nosso sangue corre em suas veias.

Não, não, não.

Se me dissessem essa manhã que eu estaria correndo de sombras enquanto conversava com elas, eu riria e diria que estava louco. Mas ali estava eu. Negando com todas as forças. Eu não poderia ser o que eles procuravam. Era apenas uma garota nômade com seu primeiro amor. Será que eles não poderiam me deixar em paz?

Um impacto com um corpo me fez recuar e gritar. Me seguraram pelos ombros e me sacudiram, enquanto eu esperava pelo golpe final. Abri os olhos, que nem tinha percebido que estavam fechado e me peguei encarando os raivosos olhos escuros de Nara.

Eu sabia que tinha que correr.

Mas, para onde?


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Notas finais do capítulo

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