Sociedade Carmim escrita por Nynna Days


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo. Aqui vamos ver Jordan em conflitos com seus sentimentos.



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Capítulo 9

Engoli a seco e me forcei a continuar dura, mesmo que em minha mente suja, outras expectativas tivesse surgido. O sorriso de Ethan aumentou como se ele pudesse ler a minha mente e ele se ajeitou na cama. Me concentrei mais na minha surpresa do que em sua pose sexy, mas era difícil. Ele estava meio de lado , levantado pelo cotovelo e com o rosto pousado na mão. Os cabelos loiros um pouco jogados em seu rosto e seus olhos verdes brilhantes.

“Eu só quis ver se você estava bem”, ele disse e e seu sorriso sumiu. “Os Dark são perigosos e poderiam te seguir”

“É, eu sei”, eu disse distraída. Quando percebi as palavras que tinham saído da minha boca, me xinguei internamente e rezei para Ethan não tivesse escutado.

“O que você disse? Como você sabe?”, ele perguntou se sentando na cama.

Valeu, Deus!

“Você me disse, Ethan”, eu disse me sentindo um pouco culpada por esconder algo dele. Ele continuou alarmado. “Ethan, como você subiu aqui?”, tentei desviar o assunto principal de mim.

Mesmo estando um pouco escuro, consegui ver seu rosto corando. Um pequeno sorriso brincou em seus lábios. Ele ficava tão bonito envergonhado. Balancei a cabeça e voltei a minha pose de durona, cruzando os braços e ficando séria.

“Bem,” , ele começou hesitante. Levantei minha sobrancelha. “Vamos dizer que, esse negócio de ser um Carmim me dá mais flexibilidade.”, fiz uma careta e bati meu pá no chão. Não precisava ler a mente dele para saber que estava mentindo. Seu rosto pegou fogo. “Tudo bem, eu usei o carro.”

“Pelo menos está sendo sincero, Ramirez.”, eu disse. Dei um passo para frente. Meus braços ainda estavam cruzados, mas , dessa vez, não querendo que ele escutasse meu coração.

Ethan jogou a cabeça para trás e riu. Uma parte de mim achou o riso super sensual e fofo. Mas, outra parte, uma parte que eu não conseguia entender, odiava aquilo e queria arrancar sua boca fora. Resolvi seguir o lado irritado.

“Quer dizer que agora tem um bando de Darks me seguindo por aí?”, eu perguntei, realmente assustada.

Ethan fiou em silêncio por alguns segundos, me estudando. Então, ainda sem dizer uma palavra, se sentou na cama e bateu no espaço do lado dele. Eu levantei uma sobrancelha, me recusando a me aproximar mais. Ele cruzou os braços, em um protesto silencioso. Se alguém não cedesse, ninguém teria a informação que queria. E quando eu dizia ninguém, eu queria dizer EU.

Soltei o ar em um suspiro e arrastei meus pés até a cama. Um sorriso cresceu nos lábios de Ethan. Me forcei a ficar séria e me sentei ao lado de Ethan na cama. Ele colocou as mãos em meus ombros e eu recuei, quase que automaticamente.

“Calma”, ele disse me puxando de volta para perto dele. “Eu não vou te atacar.”

Eu não sabia qual era o motivo, mas jurava que tinha um AINDA implícito na frase dele. O riso dele meio que ajudou também. Mas eu voltei e deixei que ele me tocasse e tentasse me acalmar. Mesmo que, a cada toque da mão dele em minha pele, mandasse choques elétricos por todo o meu corpo.

“Então, os Darks vão me seguir?”, eu perguntei de novo.

“Não. Eu acho que não”, Ethan disse, mas essa insegurança dele não me ajudou muito. Muito menos sentir seu cheiro de menta tão perto. O sua respiração batendo em meu pescoço. Tive que me segurar para não tremer. “Na verdade, eu nem sabia o motivo deles estarem naquele parque.”, ele pareceu indagar com ele mesmo. “Eu devo estar chamando bastante atenção.”

Ou eu. Quis dizer em voz alta, mas tinha prometido a Megan que guardaria segredo. Em parte eu me sentia meio culpada por isso. E as mãos de Ethan pareia mágicas em minha pele. Eu estava relaxando, mesmo contra minha vontade. Mal sabia ele que, o verdadeiro motivo dos Darks estarem no parque era eu. Não sabia como, nem porque, mas eu sabia que era por mim. Eu fechei meus olhos, sendo levada pelas suas mãos e suspirei assentindo comigo mesma.

“Você me odeia menos, agora?”, ele perguntou de repente.

Abri meus olhos com força e me irritei. Não entendia o motivo daquela fascinação dele por minhas emoções ao seu respeito. Cada um com seu cada um, certo? Mas, parecia que para Ethan não era assim.

“Ethan...”, eu tentei dizer alguma coisa que pudesse acalmar seus sentimentos. Mas, nem eu mesma entendia os meus. Tentei dizer tudo o que vinha a minha mente. “No primeiro dia de aula, VOCÊ ME ODIOU. Eu apenas retribui o sentimento.”, escutei-o tentar dizer alguma coisa, mas levantei minha mão, o detendo. Me soltei novamente de sua mão, e virei meu corpo, para que pudesse ficar frente a frente com ele. Má ideia, já que só pude ficar fascinada por seus olhos verdes brilhantes me fitando. Pisquei com força e encarei minha mãos dobradas em minhas pernas. “Hoje, quando você me salvou, todo aquele ódio, evaporou. E quando você confiou em mim para guardar o segredo dos Darks e dos Carmim, eu comecei a ver que você não era o Mauricinho que eu pensava. Mas, tem uma coisa que ainda me deixa confusa.”, ele levantou uma sobrancelha, me encarando e esperando. “Por que minha opinião é tão importante? Tantas garotas bem mais bonitas do que eu na escola. Tem Nara, que é caidinha por você. Por que eu?”

“Porque”, ele sorriu colocando uma mão em meu rosto. Senti minha bochechas pegarem fogo. “eu sei que, atrás dessas roupas de vovó e desse óculos, tem uma mulher incrível. Que me vê além da beleza. Que conseguiu me evitar o suficiente pra me fascinar. E saber que você não me odeia me deixa feliz. Mesmo tendo uma parte de mim que ainda cultiva uma inimizade por você, tem outra parte quem não para de pensar em você e nos seus olhos cinzas.”

Eu não sabia o que pensar naquele momento. Uma parte de mim gritava: CARAMBA, ELE ACABOU DE DIZER QUE ME ACHA BONITA E QUE VIVE PENSANDO EM MIM. Enquanto outra gritava: EU DEVERIA COLOCÁ-LO DAQUI PARA FORA, ANTES QUE FIZESSE UMA COISA QUE ME ARREPENDESSE. TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS. E mesmo eu sabendo que essa afirmação não era verdade, me senti um pouco insegura em manter contato visual com Ethan.

Era horrível estar dividida em duas partes. Era como se eu tivesse meu anjinho e meu diabinho, um em cada ombro me dando um conselho diferente. E me confundindo cada vez mais. A única coisa que me deixava mais aliviada era o fato de que Ethan tinha admitido que também tinha problemas com anjos e demônios em seu ombro. Resolvi que estava na hora de mudar de assunto.

“Me conte sobre você e Nara”, eu pedi. Era o último assunto que eu gostaria de falar com Ethan, depois do que ele disse, mas era melhor para eu manter meu auto controle.

“Você quer realmente falar sobre Nara?”, ele perguntou, parecendo poder ler meus pensamentos. Ou seriam meus olhos.

Assenti. Tirei meus óculos, tendo a tristeza de poder ver menos de Ethan. Ele estava um pouco embaçado na minha visão, mas o brilho de seus olhos conseguiam me guiar. Coloquei os óculos no criado mudo e me deitei, de roupa e tudo. Ethan seguiu meus movimentos e se aconchegou em meu corpo, num abraço forte. Deitei minha cabeça no espaço entre o pescoço e o ombro dele, aspirando e respirando o seu cheiro de menta. Ele estreitou os braços a minha volta e começou a falar com uma voz melodiosa.

“Nara e eu somos amigos desde pequeno. Nossos pais são amigos e sempre sonharam em nos ver juntos. Eu apenas quis fazer esse sonho virar realidade.”, ele suspirou. “Parece que não podemos forçar o destino contra algo que ele não quer”

“Você dois...?”, eu perguntei, já com a voz embragada. Deixei a frase em aberto, por ser um assunto bem pessoal dos dois. Se ele quisesse contar, contava. Se não, paciência.

“Sim”, ele disse, sem hesitar. “Foi um erro. Não que ela seja ruim, mas isso só serviu para fazer com que nossa separação fosse mais difícil para ela.”

“Me fale sobre a Sociedade Carmim”, eu pedi querendo mudar de assunto. Dormir com o pensamento de Ethan e Nara juntos, era a última coisa que eu queria. Ethan riu com meu pedido e começou a passar mão por meu cabelo escuro.

“Sociedade Carmim.”, ele meditou sobre o nome. “Um nome legal para onde moramos. De fato é uma sociedade. Tem castelo e tudo, sabe?”, ele perguntou. E mesmo eu sabendo que era retórico, assenti, já com os olhos fechados. “Temos uma rainha, muito boa e antiquada. Nos faz usar roupas de épocas e coisas do tipo...”

O restante do que ele falou, virou fumaça em meus ouvidos. Quando acordei no dia seguinte com o som estridente do meu despertador, me arrependi por não ter escutados as história sobre a Sociedade Carmim. Seria bom conhecer mais um pouco sobre metade de mim. Incrivelmente, acordei cedo e me vesti cedo.

Quando desci as escadas, vi Megan a mesa, lendo o jornal. Era uma imagem um pouco nova para mim, mas como ela tinha que ficar de olho no mercado, era lógico ela ler o jornal. Mas, em sua mente, aparecia outro motivo para seu novo hábito. Dean a tinha chamado de sem cultura e tinha perguntado se ela já tinha lido o jornal. Pressionei os lábios não gostando do insulto a minha madrinha. E envés de ela retruquir, como ela geralmente faria, resolver jogar na cara dele que ela tinha , sim, cultura. E muito mais do que ele. Seu pensamento passou de Dean e seus insultos, para mim. Ela abaixou o jornal e abriu a boca para me gritar, mas eu a impedi.

“Já estou aqui, Meg.”, a avisei me sentando a sua frente.

“Você está bem?”, sua voz estava preocupada repassado tudo o que tinha acontecido ontem. Assenti, com os pensamentos longe.

Nem parecia que tanta coisa tinha acontecido em tão pouco tempo. Parecia um sonho. Em parte, eu sentia que era um sonho. Talvez, se Ethan não tivesse sumido quando eu acordei, eu tivesse mais certeza da realidade. Mas, apenas seu cheiro por todo o meu quarto, foi o suficiente.

“Você não vai acreditar no que aquele cretino do Dean disse de mim”, Megan começou. O habitual era eu fingir que não tinha lido sua mente e deixá-la falar. Mas hoje era diferente. Não tinha tempo para escutar os problemas amorosos de Megan. Por isso levantei minha mão, a impedindo de continuar falando.

“Eu sei sobre o jornal”, a cortei.

Megan ficou em silêncio, me encarando por um momento, como se não me conhecesse. Então, voltou ao seu jornal. Eu até poderia ler a sua mente, mas estava sem cabeça hoje. Por isso, a bloqueie. Geralmente, o trabalho de Megan era o nosso assunto do café da manhã, já que eu não gostava de falar da escola. Então, ficamos sem assunto e comendo em silêncio.

“Você quer que eu te leve para a escola?”, Meg perguntou depois de terminar seu café da manhã e seu jornal. Levantei meus olhos para ela, pronta para responder, quando uma buzina do lado de fora me chamou atenção.

Levantei correndo da mesa até a janela da sala e puxei as cortinas. Dando de cara com Ethan e Christina de pé ao lado da BMW azul. Forcei um pouco minha visão e vi Nara sentada no bando traseiro. Os gêmeos me viram (claro que, depois de Christina cutucar Ethan e apontar para a janela em que eu estava parada) e gesticularam para que eu saísse. Estiquei minha mão e peguei minha mochila.

“Não preciso de carona, Megan”, gritei por cima do ombro enquanto fechava a porta atrás de mim. “Já vieram me buscar.”


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Notas finais do capítulo

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