Calaleão O Mundo Perdido

Cap. 02. Sonhos Estranhos

            E assim a princesa Haruno a ultima esperança de Calaleão foi levada para o mundo dos humanos, como ao certo o jovem Uchiha conseguiu cumprir essa parte da missão a historia só nos conta depois, mas o que importava é que ela estava viva e enquanto permanece – se assim ainda havia chance de seu tão fantástico mundo ganhar aquela guerra que já durava tempo demais...

15 anos depois...

- Sakura se apresse menina, você vai se atrasar para a aula. – Chamava uma bela mulher de olhos perolados e longos cabelos negros azulado, tinha uma personalidade tranquila e carinhosa.

            Enquanto ia até o pé da escada e gritava pela filha que já deveria estar pronta, ela preparava lanches das três meninas, Hinata era a mais velha, possuía uma personalidade semelhante a sua dificilmente perdia a calma e era muito doce com todos, Sakura a filha do meio, um ano mais nova que Hinata, possuía uma personalidade forte conseguindo ser corajosa e divertida quase sempre e Hanabi a caçula de 10 anos que vivia rondando e admirando o pai um homem sério e de poucas palavras assim como ela.

- Sakura vem logo. – Chamava Hinata subindo as escadas quando uma cabeleira rosada apareceu a sua frente. – Vamos, você demorou demais no banho.

- Desculpe Hinata, é que eu não resisti à água tava tão boa. – Defendeu – se Sakura abrindo um sorriso sonhador.

- Ta bom, agora vamos mana. – A Hyuga também sorria enquanto puxava a irmã para a saída.

- Mas eu nem me penteie ainda. – Reclamou.

- Nós arrumamos isso no caminho, vem Hanabi. – Falava Hinata pegando os lanches e puxando as duas meninas para fora de casa.

- Nem pensar eu vou sair assim na rua, pirou Hinata?

- Não tem nenhum conhecido nosso na rua há essa hora, se esqueceu eles pegam outro caminho?

- É mesmo. Se é assim eu vou. Tchau mãe. – Gritou da porta recebendo um “Tchau, se comportem, vejo vocês no almoço”.

            Já na rua as três garotas começaram a andar em direção a escola, era um pouco longe, mas andar era bom para elas assim acordavam devidamente, Hanabi ia à frente a expressão nula e os braços cruzados, logo atrás Sakura falava animadamente com Hinata enquanto a mesma arrumava seus cabelos.

- Então o Shino olhou bravo pro Kiba e...

- Sakura! – Interrompeu Hinata parecendo assustada.

- O que foi? – Perguntou alarmada.

- Ali.

            Ela apontou para um espaço entre as arvores do parquinho ali perto, seus olhos perolados revelavam assombro e isso preocupou Sakura.

- Não tem nada ali Hinata.

- Mas... eu... vi... eu posso jurar que vi.

- Viu o que?

- Tinha um garoto ali... olhando para você...

            O comentário fez rosada corar e soltar um risinho sem jeito.

- Mana tem certeza de que você não ta dormindo ainda hein?

- Mas... eu vi.

- Ta bom se você viu me descreve ele. – Pediu a garota sem ligar muito para o assunto.

            Hanabi andando a frente nem ouvia o que elas diziam e também pouco lhe importava.

- Ele... era um pouco mais alto que você...

- Ta mais isso não ajuda muito.

- Foi muito rápido nem deu para ver direito, mas... nunca o tinha visto e pelo jeito que ele estava parecia que já vem te observando há muito tempo. – Confessou baixinho.

            Sakura sorriu lindamente como sempre fazia quando estava com sua irmã mais querida e sem dar atenção ao que ela disse saiu puxando – a para alcançar Hanabi e quem sabe chegar à escola na hora certa.

“Nem sei o que pensar... alguém me vigiando... não... não é possível, ela deve estar assim por que logo vai ver o Naruto.”.

Mal sabia ela que o que Hinata vira era real...

“Essa foi por pouco.” Pensou o Uchiha observando as garotas se afastando dali, recostou – se na arvore.

            Fora tolo em baixar a guarda e se expor daquele jeito, mas é que estava tão acostumado a aquela rotina que não imaginara que uma delas podia acabar flagrando sua vigília secreta a Haruno, ou melhor, princesa Haruno.

            Espancando – se mentalmente ele suspirou e prosseguiu no encalço da rosada como o rei ordenara, já fazia isso há 15 anos e nada de realmente ruim acontecera com ela talvez fosse um dos motivos dele ter relaxado naquele ponto.

“Concentre – se Sasuke, proteger a princesa de Calaleão é a sua missão, vê se não comete essa burrada de novo, droga.”.

            A seguiu á uma distância segura, ocultando a sua aparência, agora quem olha – se para ele pensaria estar vendo apenas um simples velhinho gaga. Era chato bancar o maluco, mas era preciso afinal se Hinata o visse de novo seria o seu fim.

            O rei lhe dera ordens claras pela carta que havia dentro do embrulho de cobertores onde a bebe estava aninhada.

“Não lhe é permitido falar com a princesa ou ser visto por ela, a não ser quando chegar a hora, até lá você é só seu guarda costas haja somente se vida dela estiver em risco. Não deixe que ela ou qualquer pessoa próxima dela perceba que você esta vigiando – a.”.

- Sim majestade. – Repetiu baixinho para si mesmo, a falta de ação estava piorando o seu humor que já não era muito bom.

            As garotas correram quando ouviram o sinal da escola soar, com as mochilas sacolejando para os lados. Desanimado Sasuke transfigurou – se em uma pomba e voou para a arvore mais próxima da janela da sala da Haruno e ali pousou, observando as aulas “estranhas” para não dizer outra coisa que aquelas crianças tinham.

Enquanto isso dentro da sala de aula...

Por mais que tentasse se concentrar nas explicações da professora Sakura continuava com a cabeça lá longe, agora que não tinha a água quente do banho para lhe distrair nem Hinata pra conversar (Já que ela estudava um ano a frente dela) uma coisa a perturbava, o sonho estranho que vinha tendo há algum tempo para ser mais exata duas semanas. Eram imagens distorcidas e confusas, vozes que ela não conhecia mais lhe soavam familiares, passos ecoando pesadamente, um urro, ônix, vermelho diante de seus olhos, uma palavra em linguagem estranha...

- Então senhorita Hyuga gostaria de responder essa questão?

- Hã? – Indagou sem entender.

- A senhorita não prestou atenção em nenhum minuto da aula, então supus que já soubesse a matéria. – Devolveu venenosamente Anko, vendo que Sakura não sabia como escapar.

- Eu... eu... sinto muito... professora Anko, eu me distrai. – Desculpou – se evitando encontrar os olhares dos colegas que estavam focados nela, escondeu o rosto com as mãos, sem nem imaginar que isso pioraria ainda mais a sua situação. Ao ver um estranho símbolo desenhado na capa do caderno dela a professora não perdeu tempo em lhe mandar para diretoria.

- Mas aquele é... – Concluiu certo moreno voltando a sua forma normal sobre o galho da arvore, os olhos pela primeira vez em 15 anos revelando ansiedade. -... o símbolo de Calaleão.

Na diretoria da escola...

Duas batidas na porta foram mais do que o suficiente para ouvir um “entre Sakura Hyuga” tão particular da diretora que parecia ter um sexto sentido para saber quem batia. Resignada a garota entrou e obedecendo a um gesto sentou em frente para escrivaninha da uma mulher loira muito bonita e cobiçada pelos professores mais tarados.

- Então o que foi dessa vez?

- Eu... tava distraída... – Explicou – se ainda tentando achar um jeito de evitar que aquele símbolo fosse visto por alguém, afinal sempre que isso acontecia ela se metia em uma encrenca maior que a ultima.

- Só isso? – Insistiu Tsunade com uma sobrancelha erguida visivelmente descrente.

- Não... na verdade... – Vendo que não tinha escapatória a rosada resolveu contar. – Anko sensei só me expulsou da sala... depois que viu a capa do meu caderno...

            A outra sobrancelha da diretora se ergueu, mostrando confusão e interesse. Embora isso não fosse certo ela possuía uma simpatia muito grande pela aluna em questão, afinal Hyuga Sakura era uma garota esforçada, alegre e dificilmente se metia em encrencas.

- O que há de errado com a capa do seu caderno?

            Sakura abraçou o caderno contra o corpo, rezando para que aquele símbolo não a enrasca – se mais do que já estava, as vezes não entendia os outros aquele era apenas um símbolo que não significava nada, ela só o desenhava por que fazia duas semanas que sonhava com ele.

- Eu... não sei... – Murmurou quase como um desabafo.

- Posso ver o caderno? – Perguntou Tsunade estendendo a mão para pegar o objeto.

            Assentindo Sakura lhe entregou e a expressão que viu no rosto da diretora não foi muito diferente das outras pessoas que haviam visto o símbolo antes. Primeiro espanto depois curiosidade seguida de repulsa.

- Onde você viu essa insígnia? – Perguntou em tom muito alto a mulher.

- Nos... meus sonhos... – Respondeu sem entender o porquê daquilo acontecer sempre que alguém olhava seu desenho.

- Pois pare de desenha – lá.

- Mas... por que? O que ela significa de tão ruim para todos me... 

- Eu disse para parar de desenha – lá, entendeu?

- Entendi diretora Tsunade.

- Ótimo por causa desse incidente pode ir para casa e trate de colar alguma coisa em cima desse desenho.

- Sim, pode deixar.

- Já pode ir, senhorita Hyuga.

            Meio assustada ainda Sakura alevantou – se e saiu da diretoria, teria que passar na sala das irmãs para avisar que voltaria mais cedo naquele dia sua mãe não ia ficar nada satisfeita.

- Droga... o que a de errado com essa gente? Todos tratam esse desenho como se ele fosse amaldiçoado... e o pior é que eu não faço a menor ideia de onde me lembro ter visto ou o que quer dizer...

            Tão distraída que estava não notou pelo corredor uma sombra maior que a sua a vigiando de perto tanto que os passos pareciam ser um só...

Do lado de fora da escola...

“Hum... parece que o poder de Calaleão não enfraqueceu tanto assim, a princesa foi expulsa da sala só por te – lo desenhado. Posso apostar que ela não sabe o que aquela marca faz...”.

            Sasuke estava recostado na arvore próxima ao corredor que esperava avistar a sua protegida a qualquer hora não deu outra, logo ela passava apressada pelo lugar aparentando confusão na face bonita.

            O cenho do Uchiha se franziu não pela expressão dela, mas sim por uma sombra que a seguia disposta a lhe alcançar. Sem prestar atenção em nada ela nem fazia ideia do perigo que estava correndo...

- Maldição... – Praguejou o moreno puxando uma kunai enquanto pensava em um jeito de protege – lá sem ser visto por ela e por ninguém.

            A sombra se aproximava gradativamente, diminuindo a distancia até os pés da rosada que de nada desconfiava. Os olhos de Sasuke se estreitaram enquanto ele assistia tudo torturado, as ordens do rei ressoando em sua cabeça, deveria protege – lá, mas se aparece – se naquele instante ela e meio mundo de pessoas o veriam e isso ia contra uma das ordens impostas pelo rei.

“Se eu não agir rápido não terei mais uma princesa para proteger.”.

            Agilmente pulou em direção da garota com um plano em mente, era arriscado, mas ele não tinha outra solução. Seu corpo evadiu o prédio quebrando uma grande janela, cacos voaram por todos os lados, chamando a atenção de Sakura.

- Mas... – Sua pergunta foi interrompida quando sentiu uma espécie de picada no pescoço e desabou inconsciente no mesmo instante, sendo amparada desajeitadamente por Sasuke, não estavam em suas ordens mais ele sabia que não podia toca – lá.

            Depositando o corpo inerte no chão pode ouvir a movimentação nos corredores, logo aquele corredor estaria lotado de curiosos.

            Raivoso o moreno viu a sombra recuar, não lutaria, ela era só uma batedora agora que fizera seu trabalho podia ir embora, voltar para Kimimaru.

            Passos de um exercito de crianças e adultos pode ser ouvido todos corriam para aquele corredor atrás da fonte daquele barulho.

“Volte para seu mestre, mas isso ainda não acabou...” Pensou olhando o lugar que a sombra estava antes, o barulho de passos aumentava.

            Meio hesitante o guerreiro acolheu o corpo frágil da princesa em seus braços, procurando não se distrair com a maciez da pele delicada dela em contato com os músculos dele. E antes que alguém chega – se ele simplesmente se transportou de lá levando a garota consigo.

Algumas horas depois casa dos Hyuga, quarto da Sakura...

- Ai, minha cabeça. – Resmungou a rosada levando ambas as mãos até as têmporas que pareciam que estavam prestes a explodir. Mas o que acontecera afinal? Ela não lembrava... só ouviu um som de vidro quebrando antes de desmaiar no corredor do colégio e agora acordara deitada na sua cama? Isso não tinha o menor sentido...

            Lentamente por causa da dor na cabeça, ela olhou que o despertador ao seu lado marcava 10h30min da manhã, suas irmãs ainda estavam na aula, isso explicava o porquê da casa estar silenciosa, pois sua mãe deveria estar fazendo compras e seu pai devia estar no trabalho...

- Mas esperai... se não tem ninguém em casa... como eu entrei aqui? Nem tenho a chave... Quem me trouxe pra cá?

            A garota não entendeu e não viu que numa arvore próxima um moreno a observava aliviado por ela não ter se ferido.