Calaleão O Mundo Perdido

Cap. 16. Apertos

O vento balançava seus cabelos róseos e a obrigava a manter suas esmeraldas fechadas a maior parte do tempo, não só o frio a tomava naquele momento como também uma forte vertigem visto que o moreno fazia questão de ficar o mais alto possível.

– Sasuke... - Chamou depois de vários minutos de silencio entre eles, o rapaz que mantinha os dentes cerrados desde a ultima parada apenas sinalizou que estava ouvindo. - Onde exatamente fica a fenda entre o mundo humano e Calaleão?

– Ela não tem um lugar fixo, dependendo da situação no nosso mundo, muda - se para lugares mais remotos para evitar que entremos em contato com os humanos... quando a guerra começou oficialmente ela fechou - se e desde então esta assim.

– Fechou? Mais então como nós...

– O poder da minha linhagem é capaz de abri - lá por alguns segundos, esse foi o principal motivo para ter sido escolhido como seu guarda - costas. - Resmungou e a rosada pode perceber que aquilo o incomodava. - De qualquer modo segure firme, estamos quase chegando.

– Hai! - Concordou ainda meio temerosa, alguma coisa dentro dela estava dizendo que não escapariam de Kimimaru tão facilmente.

Seu pensamento se confirmou quando em meio a um dos super pulos de Sasuke algo deu errado, do nada a luz azulada dos pés do rapaz desapareceu e sem nada mais para mante - los impulsionados começaram a cair em uma queda livre de mais de 50 metros.

– Segure - se em mim! - O moreno mandou quando sentiu que devido ao vento estavam se separando. - Haja o que houver não solte!

A jovem princesa apesar de cheia de medo obedeceu agarrou - se na cintura dele e fechou os olhos quando pressentiu o impacto com o chão, surpreendentemente não sentiu dor nenhuma apesar de ter ouvido um grande estrondo.

Temerosa abriu os olhos e se viu por cima de Sasuke que mantinha uma mão estendida ao lado de seu rosto demonstrando (Apesar do fino filete de sangue saindo pelo canto da sua boca) concentração em manter uma espécie de bolha protetora em volta deles e seu queixo caiu ao ver o tamanho da cratera que aquele escudo havia feito na calçada.

– Sasuke... - Chamou preocupada tanto pelo ferimento dele quanto pelo cansaço quase insuportável que ele parecia estar sentindo, enquanto se esforçava para manter a proteção. - Sasuke pare com isso! Já estamos a salvo se continuar se esforçando assim...

Teve sua frase cortada quando o outro braço do moreno ocupou - se de traze - lá para mais perto de seu corpo e ele virou os olhos negros para si ainda sem desfazer o feitiço que usara para salva - los.

– Eles estão... perto... Shiiii! - Foi tudo que disse, mas bastou isso para que ela se aquieta - se ou talvez o que a tenha feito estacar daquele jeito foi o fato de estar tão próxima de seu guarda costas de modo que podia até ouvir o bater do coração dele.

Saiu de seus devaneio e praguejou internamente havia prometido a si mesma que não voltaria a se apaixonar, tendo essa promessa em mente conseguiu evitar seu rubor e voltou a mover - se, dessa vez procurando uma posição menos 'comprometedora', mas de algum modo mantendo - se dentro dos limites estabelecidos pela bolha que a cada minuto parecia sugar mais a energia do moreno.

– Mestre Kimimaru... – Ouviu de repente um voz próxima dali e os passos apressados não estavam muito distantes também.

"Droga... eles... estão aqui?"

– Fale. – A voz fria e sem emoção que chegou aos seus ouvidos fez Sakura tremer e lentamente virar a cabeça na direção dela o que viu a fez segurar uma exclamação de medo.

Dezenas, havia dezenas de soldado medievais postados vários metros a sua frente, alguns montados em cavalos revestidos com armaduras prateadas, outros a pé segurando lanças tão afiadas que faziam as facas da sua casa parecerem meros palitos de dentes frágeis e inúteis. A frente deles estava um soldado ajoelhado perante um homem armado de uma espada enorme o que lhe dava um ar ainda mais perigoso do que aquela expressão arrogante e altiva lhe empregava.

"Kimimaru..." Pensou não precisando de apresentações para reconhecer o perverso homem que a estava caçando, só de estar próxima a ele seu corpo parecia petrificar de medo.

– Não os encontramos meu senhor. – O servo que estava ajoelhado informou com a voz tremula.

Ele tinha toda razão em teme – lo, pelo jeito o perverso líder não costumava perdoar erros, lentamente ele levantou a espada e tocou a ponta no pescoço do homem que estremeceu ainda de joelhos. Sakura engoliu em seco e segurou - se para não gritar de pavor.

– Não olhe. – Sussurrou o moreno ainda se esforçando para manter aquela bolha que de algum modo os mantinha escondidos dos olhos dos inimigos visto que eles pareciam não enxerga - los ali tão próximos.

A princesa obedeceu, abaixando a cabeça bem no instante em que um grito de dor cortou o ar e o som de metal cortando carne se fez presente seguido de dois baques surdos um da cabeça do servo caindo outra de seu corpo.

Kimimaru o decapitara sem nenhum remorso, agora aquele corpo que a apenas poucos segundos atrás estava ali vivo inteiro, jazia no chão frio criando uma poça de seu próprio sangue.

– Procurem – na em todos os lugares e matem esse Uchiha que esta lhe protegendo quero a cabeça dele em uma bandeja. - Ordenou aceitando um pano de um soldado para limpar a lamina da espada que gotejava o liquido carmim e a rosada tremeu ainda mais dessa vez de medo pelo jovem Uchiha, agora que ele fora colocado a premio.

– E a garota? - Indagaram o soldados já erguendo suas armas nada dispostos a ficar perto de seu senhor com aquela fúria insana que ele emanava no momento.

– Me tragam viva, vou mata - lá com as minhas próprias mãos. - Decretou e a princesa encolheu - se ainda mais, sentindo - se protegida apenas quando o braço desocupado de Sasuke passou por cima de seus ombros a acomodando em seu peito.

– Ninguém... te machucara. - Murmurou em seu ouvido a fazendo arregalar os olhos marejados e concentrar - se nas palavras dele ditas entre uma arfada de esforço e outra. - Prometi ao vosso pai que... a devolveria intacta para... Calaleão e é isso que farei...

– E - Eu con - confio em você. - Devolveu baixinho não sabendo o porque ao certo de ter gaguejado, estava com medo, mas ao mesmo tempo sentia - se segura junto do moreno ainda mais depois do que ele dissera tão seriamente.

Ouviram passos passando bem perto, porem a proteção que o moreno colocara em volta de ambos mostrou - se eficaz em encobri - los, mas a rosada ficou se perguntando se os soldados não viam a cratera causada pelo impacto do escudo no chão.

– Sakura.. - O chamado de Uchiha mais novo a tirou de suas conjecturas num estalo, olhou pra baixo percebendo pela expressão dele que não teria como manter aquela proteção por muito mais tempo. - Só aguentarei mais uns minutos...

– E o que nós faremos? - Indagou saindo de cima dele que se levantou meio de mal jeito fazendo de tudo para permanecer na pequena área de resguardo da bolha, mantendo sua mão esquerda concentrada naquela tarefa.

Ele virou as costas para a rosada que entendeu na hora, quis argumentar contra afinal o rapaz não parecia tão forte no momento para continuar a carrega - lá como vinha fazendo a algumas horas, mas ao vê - lo menear a cabeça impaciente entendeu que não havia tempo para discutir, subiu nas costas dele com alguma dificuldade e no instante em que passou os braços por seu pescoço um estalo como o de um chicote preencheu o ar e a bolha que os mantivera seguros se desfez os deixando totalmente a mercê do inimigo.

– São el... - Um soldado tentou gritar, mas não conseguiu terminar a frase visto que o moreno avançou sobre ele em uma velocidade incrível e usou seu rosto como apoio para dar um salto mais alto do que qualquer outro daquela noite. - Argh!

Ao ouvir o berro de dor do inimigo Sakura instintivamente olhou por cima do ombro para trás, podendo vê - lo estatelado no chão, aparentemente inconsciente devido a pancada que levara na nuca ao cair daquele jeito.

– Não se distraia! - A voz séria de Sasuke a fez aumentar a força nas pernas e braços. - Só mais um pouco e chegaremos a Calaleão.

– Sasuke.. - Murmurou sentindo um aperto no peito ao dar - se conta de algo, se o exercito de Kimimaru estava na cola deles significava que já haviam passado por sua casa. - Eles...

– Nos preocuparemos com isso depois! - Devolveu parecendo perceber o que a inquietava. Um tropel de passos e alguns urros foram o suficiente para faze - lo cerrar os dentes e aplicar mais magia em seus pés de modo a saltar cada vez mais alto. - Kuso!

Uma espécie de projétil de trinta centímetros envolto em luz dourada passou raspando pelos dois e o moreno precisou ficar de ponta cabeça com sua protegida no segundo seguinte para escapar do segundo disparo.

– Utsu! - Exclamou o guarda costas virando por um breve momento para trás e mirando a primeira fileira de soldados, uma descarga elétrica saiu da mão que apontava para o inimigo e a proporção da explosão que seguiu - se a aquele ataque por parte do Uchiha, só pode ser imaginada pela jovem Haruno, pois logo depois de atacar ele apressou o passo, praticamente voando entre as ruas desertas e frias. - Quase lá! Só mais um pouco... vai...

A rosada não entendia do que Sasuke estava falando mais bastou baixar um pouco o olhar para os pés dele, para perceber que aos poucos a magia ali concentrava piscava como se estivesse acabando, engoliu em seco quando o rapaz parecendo não sentir que a aura azulada se dissipara por completo lançou - se em um salto de mais de 30 metros em direção ao chão.

"Agora vamos morrer! Não tem como criar aquele escudo de novo! Minha família..." Pensou sentindo seus olhos marejarem - se diante daquela segunda queda que igual a primeira fora causada por uma falha na magia do Uchiha mais novo, mas que daquela vez não haveria salvação.

– Tsuyoi! - Ouviu o brando alto e decido de Sasuke e não pode acreditar na segurança que percebeu empregada naquela simples palavra que lhe era estranhamente familiar. Onde a ouvira mesmo?

Antes que pudesse sequer esquecer o medo de estar caindo naquela velocidade assustadora, antes que conseguisse processar o porque do moreno estar tão calmo e antes que pudesse lembrar - se de onde conhecia aquela palavra, um circulo abriu - se a sua frente mostrando em seu interior uma floresta, segurou - se no moreno que mergulhou de uma vez naquela imagem e de repente tudo a sua volta apagou e sentia como se tivesse de fato passado daquela para melhor.