Annabeth, Lucy e Rachel nos olharam surpresas. Mas de repente, os olhos de Lucy começaram a brilhar de um tom de roxo.

– Precisamos ir! – disse Lucy, com cara de que acabou de ver um monstro. – Tem algo muito perigoso se aproximando.

– Ir? para onde? – perguntou Lyan.

– Para o único lugar seguro para vocês. – disse meu pai. – O Acampamento Meio-Sangue.

Não fazia idéia do que estava acontecendo. Tudo para mim era um furacão de pensamentos.

– Vamos explicar tudo a vocês no caminho. – disse Annabeth. – Agora temos que ir!

Olhamos para nosso pai. 

– Não podemos ir de pijama. – disse eu – precisamos nos trocar!

– Não precisa! – disse Lucy

Lucy fechou os olhos. E começou a falar algo em uma língua muito estranha, mas que de alguma forma, eu entendi. Grego Antigo. Então, uma luz roxa cercou a mim e a meu irmão. 

– Pronto! – disse ela. – Agora vamos!

Olhei para minhas roupas. Que se tornou uma blusa laranja, escrito Acampamento Meio-Sangue, e uma calça jeans. Para meu irmão, foi o mesmo.

– Até mais. – disse meu pai – isso não é um adeus.

Antes que pudesse dizer algo, Rachel me puxou pelo braço.

– Temos que ir agora. – disse ela. – a criatura, seja o que for, está se aproximando, e rápido.

Não queria nem saber o que seria essa criatura. Então saímos

– Até, pai. – dissemos eu e Lyan.

Saímos em disparada ao longo da rua. Era de madrugada, mas não sentia sono. Acho que tudo aquilo era o bastante pra deixar alguém acordado por um bom tempo.

– Corram! – disse Lucy. – Está cada vez mais perto!

Corríamos feito loucos pela rua.

– Percy deve estar nos esperando com os pégasos perto de Oakville. – disse Annabeth.

– Quem? – Perguntou Lyan. – Espera. Você disse pégasos?

– Sim... – respondeu ela – Calavos com asas. Eu entendo como vocês se sentem. Tive a mesma reação quando descobri que era uma semideusa.

– Semideusa? – perguntei a ela enquanto corríamos pela rua Orlando, chegando em Oakville.

– Semideusa. – Concordou Annabeth – Minha mãe, é uma Deusa. Atena. Deusa da sabedoria.

– Sabe todas as histórias sobre os deuses gregos? – Perguntou Rachel.

– Sei! – disse eu e Lyan no mesmo momento.

– Pois é – disse ela – é TUDO verdade. Zeus, Poseidon, Hades, Atena, Apolo, etc. Eles existem, e vivem aqui nos Estados Unidos.

– Do mesmo jeito que os monstros, Titãs do mal existem também – completou Annabeth.

Isso me agradou de uma forma inexplicável.

– Do mesmo jeito que nossos pais ou mães são Deuses – disse Lucy – Sua mãe também é uma deusa.

– Uma das forças aladas de Zeus – disse Annabeth – Os Deuses menores que lutavam por Zeus nas guerras. Existem apenas duas deusas nas forças aladas, Bia ou...

De repente, antes que Annabeth pudesse terminar de falar, algo pulou do meio das árvores para a nossa frente. Era uma mulher, com roupas pretas, com rosto assustadoramente assustador. Sua “saia” era estranha, se você olhasse para ela, parecia uma cauda de serpente. Mas haviam pernas lá.

– Lâmia! – disse Lucy – Bem que eu senti que algo horripilante estava por vir.

– Não diga isso querida. – disse Lâmia. sua voz era atraente, senti vontade de ir ao encontro dela – Venham crianças. Vamos dar uma voltinha.

Dei um passo a frente. Lâmia olhou para mim.

– Hummmm, vejo que temos um passarinho aqui. – arquejou ela. Não achei que aquilo era um elogio. – Venha minha criança.

– NÃO! – gritou Annabeth – Ela é Lâmia, o demônio devorador de crianças!

Isso não me agradou. Lâmia olhou para Rachel.

– Uma mortal – disse ela. – Mas sinto algo diferente em você, querida. O espírito de Delfos.

Não entendi o que ela disse.

– Sim. – respondeu Rachel – fique longe Lâmia.

– Ah minha querida – disse Lâmia, enquanto eu e meu irmão estávamos parados como estátuas. – Não resisti quando senti esse cheiro de semideuses alados. Parecem tão apetitosos.

– Temos cara de fast-food? – perguntou Lyan.

– Que corajoso – disse Lâmia enfurecida. – Ninguém brinca com Lâmia!

Ela investiu contra nós. Os olhos de Lucy brilharam no mesmo tom de roxo, e de suas mãos saíram raios azuis, que se chocaram contra Lâmia e a jogou para trás.

– Filha de Hécate. – praguejou Lâmia. – você não é capaz de me derrotar.

Lucy foi repetindo o gesto várias e várias vezes, enquanto Annabeth investia contra ela com uma faca. Lâmia não parecia se machucar.

Então algo surpreendente aconteceu. Quatro falcões apareceram e começaram a rodear Lâmia.

– Meus Deuses! – disse Annabeth maravilhada – Não é possivel!

Os falcões começaram a atacar Lâmia. Rodopiando acima dela, bicando-a. De repente, algo mais inesperado aconteceu. Os falcões começaram a se transformar em... pessoas.

O falcão maior, se transformou em um homem alto, robusto e de cabelos negros. O segundo falcão, tornou-se uma mulher, cabelos também negros, e corpo atlético. A outra mulher era dos mesmos cabelos negros, e roupas brancas. E o ultimo, se tornou um homem, com uma feição no rosto de poder. Pareciam irmãos. Todos com um aspecto que me chamou a atenção. Tinham asas.

Lâmia não resistiu e do nada, se desintegrou em areia. Eles olharam para nós.

– Zelo, a grandeza. Bia, a força. Nice, a vitória e Cratos, o poder. – disse Annabeth – As forças aladas de Zeus

Ela se curvou diante deles. Fizemos o mesmo. Mas não sabia por que. A mulher de vestes brancas deu um passo à frente.

– Levantem-se meus filhos – disse ela, olhando para mim e para meu irmão – Eu sou Nice, a Deusa da Vitória e do triunfo. Sua mãe.