Bem, três dias se passaram e eles ainda estavam da mesma maneira. Será que a aparição de Luna havia feito essa diferença? Ou será que Atsuya finalmente assumira seu amor por seu irmão?! Bem... Iremos descobrir... Mas, sinto que estamos deixando um assunto bem importante de lado...

                Ah... Lembram que Shirou pediu um prazo de cinco dias para Shindou, seu tutor? Pois é... Três já se passaram... Veremos o que vai acontecer agora...

                Mais um dia começa e a vida entre Shirou e Atsuya desta vez está sem brigas, por enquanto...

                Shirou é o primeiro a levantar. Ele sai cuidadosamente do quarto para não acordar Atsuya, e vai para a cozinha preparar o café. Shirou estava feliz. Não só pelo fato de estar junto com Atsuya mais unido do que no normal, mas também pelo fato de eles não estarem brigando, e estarem em sincronia.

- Isso realmente me deixa muito feliz... – pega as coisas e começa a arrumar o café-da-manhã

                A felicidade de Shirou era tanta que ele nem se lembrou do que Shindou tinha lhe mandado fazer; apagar as memórias de seu irmão.

- Ora, ora, ora... Parece que tem alguém feliz aqui...

                Shirou apenas olha para trás e vê Shindou.

- Olá Shirou

- O que você quer aqui? – encara

- Isso é jeito de tratar seu tutor? – fita-o por um instante.

“Claro que é, senão não o faria dããr...” – Sei lá...

- Ai Shirou, você nunca aprende...

- Nem falo nada Shindou...

                Atsuya ainda estava dormindo, mas Luna estava no quarto. Luna se aproximara de Atsuya e começou a incomodá-lo com sua pata, cutucando seu ombro.

“Atsuya, Atsuya...” – sussurrando – “acorda...”

- Ãn, o quê? – olha para o lado – ah, é você Luna? Me deixa dormir...

“Shirou tá conversando com alguém na cozinha...”

- Tem certeza Luna? – boceja

“Sim, vai lá ver...”

                Atsuya então com muito sacrifício, levanta e sai do quarto. Passando pelos cômodos ele ouve Shirou falando.

Ao chegar perto da cozinha Atsuya para e começa a ver seu irmão.

- Já disse, não vou fazer isso... – diz Shirou – vai tirá-los de mim?! Ótimo, aproveita e faz outra pessoa de trouxa...

Não é assim o caramba! Já tô de saco cheio dessas suas ordens ridículas! Eu cansei, cansei! E não adianta esconder, que eu sei que tem alguém importante na sua vida, seu grande amor. Passado, ah tá...

- Com quem ele tá falando? – diz Atsuya.

Luna aparece.

“Sinto a presença de um espírito aqui...”

- Como é que é Luna?!

“Um espírito, aqui...”

- Você quer que eu te dê um bom motivo? – grita Shirou – quer? Ótimo vou dizer então; Eu o amo, só isso basta?

É isso mesmo, e é por isso que eu não irei apagar as memórias de Atsuya, pois eu o amo. Eu, Shirou Fubuki me apaixonei por meu irmão, e não vai ser você, Shindou, que vai me obrigar a apagar as memórias dele.

“S - Shindou?!” – disse Luna

Com isso Shindou ficou estático, ele não sabia o que fazer.

“Se apaixonou pelo próprio irmão?!” – pensa Shindou

“E – Ele me ama?!” – pensa Atsuya.

- Bom Shirou – fala Shindou – Se você ama tanto seu irmão assim, como diz, não vou obrigá-lo a fazer nada. Deixarei você com seus poderes e não precisa apagar as memórias de Atsuya.

- É sério?! – pergunta Shirou.

Shindou apenas acena positivamente com a cabeça.

- Mas e você, não quer ajuda para reencontrar quem você tanto ama? É Luna o nome, não é?

- É sim, mas tudo bem, eu me viro, afinal eu tenho as...

                Antes mesmo de Shindou terminar de falar, ele apenas viu algo branco, e quando ele reparou um pouco mais era quem ele sempre amara, Luna.

                Luna se aproximava lentamente de Shindou, e Shirou a viu. Uma loba, Shindou se apaixonara por uma loba. Era estranho, mas... Era assim.

- Luna?

“Sim?”

- Nossa... Mal posso acreditar que é você...

Luna apenas fica quieta

- Precisamos resolver alguns assuntos do nosso passado, não é mesmo?

“Sim, eu acho...”

                Depois disso Luna e Shindou desapareceram. Atsuya apareceu logo depois.

- Atsuya, eu acabei de ver um lobo!

- Sim, ela é minha guardiã... – Atsuya ainda estava meio estático por causa das palavras de Shirou – Shirou vou te fazer uma pergunta, e eu quero que você seja sincero.

- Tá.

- Você disse que me ama, não é mesmo? – olha para Shirou.

                Shirou abaixa a cabeça e não diz nada.

- Me responde, idiota! – gritando – responde!

- Amo sim, e daí? – gritando. Olha para Atsuya.

                Atsuya olha para seu irmão, faz um sinal de negação com a cabeça, e sai correndo para o quarto.

- Atsuya! – grita Shirou, sai correndo atrás dele – volta, espera.

                Mas Atsuya não o ouve, e continua correndo em direção ao quarto. Ao chegar lá ele entra rápido, e tranca a porta.

Depois disso dá um passo para trás e coloca as mãos na cabeça.

- Atsuya! – bate na porta – Por favor, abre a porta irmão...

- Abrir a porta, pra você?! Dá-me um bom motivo – gritando.

Atsuya deita na cama e coloca seu rosto no travesseiro, afundando-o. Começa a chorar baixo.

Shirou escora na porta – por favor, eu só quero que você abra a porta pra mim. Precisamos conversar... – aperta as mãos com força.

- Não vou abrir, sai daqui! – gritando – sai daqui!! – levanta, pega uma garrafa de água pequena que estava por perto e joga com força na porta.

Shirou se assusta, mas logo ele percebe que seu irmão está nervoso demais para falar algo. Shirou então volta para a cozinha, e se senta à mesa.

- O que foi que eu fiz? - Se debruça na mesa e começa a chorar.

- Luna! Luna, cadê você? – chorando, chama Atsuya.

- Shindou! Aparece, por favor... – sussurrando, diz Shirou.

Mas, Luna e Shindou estavam resolvendo os problemas que não foram resolvidos há três anos atrás. Desta vez eram os meninos por conta própria. Atsuya e Shirou teriam que se resolver por conta própria.

Shirou insistia para seu irmão sair de lá, mas Atsuya não dava a mínima pra ele. E foi assim durante dois dias, Shirou insistindo, Atsuya recusando e nenhum dos dois comendo. Eles estavam tão tristes que não sentiam vontade alguma de comer.

Foi Atsuya quem saiu da toca primeiro, e ele foi para a cozinha, onde Shirou estava.

- Resolveu?! – olha para Atsuya.

Atsuya, porém, apenas pega um copo no armário – vim pegar água, só isso – pega a água e começa a andar.

Shirou levanta – Atsuya, espera a gente tem que conversar!

- A gente não tem nada pra conversar, Shirou! – olha para ele e o encara durante alguns segundos, depois recomeça a andar.

Shirou olha para o lado, fecha os olhos e aperta as suas mãos. Depois ele olha para frente e abre os olhos. Olhando para Atsuya ele fala:

- Eu te amo, porra! É tão difícil entender?

Atsuya vira-se e o encara. Com passos pequenos e sorrateiros ele volta, e fica na frente de seu irmão. Ele põe o copo sob a mesa.

- O que você disse? – pergunta Atsuya