Bons Motivos para Cometer Um assassinato escrita por Sixpence Angel


Capítulo 3
Capítulo 3: Um Pequeno Pensionato




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Na manhã seguinte, saí de casa bem cedo, sem que ninguém me visse. Embora ainda estivesse sonolento (tinha pouco costume de acordar cedo e odiava fazê-lo) apreciei a vista do sol fraco batendo no alto dos edifícios e as ruas ainda vazias; nunca tinha visto como era bonita.Cochilei em alguma pilastra enquanto observava a cena; alguma coisa me assustou e acabei acordando.

Continuei meu trajeto até o meu Rolls Royce, eu tinha relmente amor por aquele carro.Comprei-o quando recebi pelo primeiro livro de sucesso que lancei.Pus nele uma maleta de coisas que ia precisar até que voltasse, me preocupei em deixar um documento que mostrasse minha real identidade dentro da mala, só tinha de tomar cuidado para que aparecesse na hora certa. Ao começar a dirigir o carro, senti a dúvida invadir-me.

"John nunca foi muito confiável, se ele abrir a boca para a imprensa e disser que o desaparecimento era uma farsa, estarei perdido." pensava enquanto a desconfiança aumentava.

Meus olhos e atenção lutavam para não se desviar da estrada, meu corpo estava tenso. Tinha medo de algo dar errado.

"John é um traidor, nunca ouvi boas coisas sobre ele; vai me enganar, vai acabar com minha carreira!" a fúria controlava-me.

Naquele momento, tive ódio de John como nunca tive de outra pessoa, o pior é que não havia nada que o incriminasse. Idéias se formavam na minha cabeça, situações. Sentia-me desesperado com a possibilidade de ir para o fundo do poço. Embora nunca houvesse sido flor que se cheirasse, admito, lutei muito para conseguir tudo o que havia conquistado até aquele momento.

"Se eu voltar agora, ainda terei de bolar um novo livro, continuarei numa situação difícil; mas se sguir em frente, posso ser desmascarado, no entanto, se der certo posso ganhar mais fama, mais dinheiro, ser mais conceituado, ganhar prêmios..." eu parecia um rato de laboratório, sendo testado a cada momento.

Quando me dei conta, estava parado em frente de um pequeno pensionato. Eram por volta de 11 horas. Meu desespero foi tão grande que não notei que já havia horas que eu dirigia.Tomei coragem e entrei no pensionato. Era pequeno, como já disse, não havia luxo ou comodidade. Ao entrar, deparei-me com um balcão com uma pequena sineta.Toquei-a e uma mulher baixinha e gorducha veio atender-me.

- Bom dia, o que deseja,senhor?

- Eu gostaria de me hospedar aqui. Há quartos diponíveis? - disse eu, imitando um sotaque francês.

- Sim, senhor, há um quartinho que posso lhe alugar - respondeu ela.

Ela me disse o preço e estendeu-me uma ficha de cadastro. Preenchi-a como Adam Vollaire, se me acusassem de falsa identidade, poderia alegar perda de memória.

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A mulher me levou até o quarto e se apresentou como Mrs. Teapie. Era um pouco desconfortável, como o resto da pensão, mas o que mais me intrigou foi...

- Um beliche?!Isso significa que eu...

- Boun giono, signor. Acho que Mrs.Teapie não disse que o quarto era dividido com outro hópede, não é mesmo? - disse uma voz às minhas costas.

À essas alturas eu já estava encolhido na parte de baixo do beliche.

" Filha-da-mãe." pensei ainda assustado.

- Meu nome é Vitor Masquerano, espero que o senhor tenha uma boa estadia aqui. - disse o grandalhão italiano.

-O meu é Ed...quer dizer, Adam Vollaire. - disse apertando a mão do grandalhão.

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Tudo ocorreu muito bem no meu primeiro dia. Pude notar durante o jantar, que ali havia personagens muito interessantes. Vitor convidou-me para sentar à mesa com outros dois hópedes americanos. Um se chamava Henry Hardcastle e o outro Scott "alguma-coisa", pelo qual o sobrenome não me recordava. Me entrosei bem com eles, mas mesmo assim não deixei nada sobre mim ou minha vida escapar. Ficamos à conversar sobre política e outros assuntos.

Ao fim do jantar, Marie Montcriff, uma jovem empregada francesa, segundo Mrs. Teapie; veio perguntar-me se queria atender um tal de Joseph Bennet. Até o momento eu não lembrava de ter conhecido algum Joseph Bennet, mas então imaginei QUEM poderia ser Joseph Bennet. Atendi a ligação e confirmei a suspeita de que era John.

O idi-, quer dizer, o John, me ligou só para dizer "Como vai, meu velho? Deu tudo certo?", respondi normalmente para não chamar atenção de ninguém, mas minha vontade erade bater o telefone na cara dele.

Voltei ao meu quarto na esperança que a estadia ali fosse bem rápida.

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Continua...

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Notas finais do capítulo

Olá pessoal, continuo dizendo que não sei muito sobre carros antigos, tive que editar essa parte porque errei na década, mas o Rolls Royce combina tanto com Ed quanto o Ford 31 ^^. Sugentões, críticas, xingamento ou qualquer coisa do tipo, review!



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