Sério, eu não sei o que está acontecendo comigo. O Pedro é muito legal comigo, faz tudo pra mim, sempre está do meu lado quando eu preciso e quando não preciso também, me ama... E eu aqui pensando no Artur! Um garoto que sempre me amou palavras dele , mas nunca teve um pouco de atitude pra me convidar pra sair, ou pra sei lá, me beijar logo né.

Eu estava tendo meus momentos reflexivos de novo, olhando pro nada, quando algo me tira do transe.

Meu celular tocando. Era uma mensagem do Pedro.

Oi amor! Quer sair mais tarde?

Oi Pê. Estou meio ocupada baby, pode ser outro dia?

Lara, agora é sério.

O que?

Estou indo aí, quero falar contigo

Ih, já tinha ouvido essas palavras antes. E não terminou em uma boa coisa.

Logo a campainha tocou.

Oi Pedro.

Oi Lara. Olha Lara, eu já vou logo falando, porque eu sou menino que fala as coisas na lata mesmo. Eu já tentei te compreender. Eu já esperei você superar o Artur. Eu te dei uma chance para ser feliz ao meu lado. E você nem sequer aproveitou ela. Lara, eu te dei o meu amor. E você o jogou fora como se fosse um papel de bombom (ou bala, tanto faz).

E agora você está terminando comigo?

Isso mesmo, Lara! Estou terminando com você Ele quase gritava Porque eu já perdi minha paciência! Olha, eu te amo, mas eu não agüento mais!

É, ele disse isso e saiu.

Nossa, que legal. Agora eu estava sem namorado e sem Artur. A vida é muito justa comigo, hein? Agora só há eu meus demônios. (QUE DRAMA LARA, QUE DRAMA!)

Chamei as meninas para sair, ir no shopping, ou em qualquer outro canto.

Quando as meninas chegaram aqui em casa eu contei tudo a elas e elas pareceram ficar mais tristes do que eu.

Nós decidimos ir a sorveteria. E olha, a vida não é justa comigo mesmo (mesmo, mesmo, mesmo, mesmo) não, viu?! Ô destino, que putaria é essa?

Chegamos lá e a primeira pessoa que vemos? Artur! MAS O QUE QUE TÁ ACONTECENDO NA MINHA VIDA, MINHA GENTE? EU COMETI ALGUM PECADO IMPERDOÁVEL? PORQUE SE TEM UMA PESSOA QUE TEM O MAIOR AZAR DO MUNDO ESSA PESSOA SOU EU!

Agarrado com uma puta menina.

A Natália deu alok e saiu correndo me puxando pelo braço como se não houvesse amanhã. E as outras doidas meninas saíram correndo atrás gritando:

ESPEEEEEEREM! ESPEEEEEEEEREM!

Quando finalmente nos sentamos e eu tive tempo pra processar eu não sabia se sentia mais raiva, ciúmes, inveja ou vontade de rir. Raiva pelo Artur dizer que sempre me amou e depois já estar agarrado com outra. Ciúmes porque não era pra aquela puta menina estar nem respirando perto dele, imagina beijando. Inveja porque eu queria ser ela. E vontade de rir pela cena que eu tinha presenciado e participado dois minutos antes.

Até que ele passa de mãos dadas com ela e eu decido o sentimento. Raiva. Eu estava muito puta. Ele me fez sofrer, chorar, passar noites acordada, fez toda aquela despedida, disse que me ama, etc. Pra alguns dias depois aparecer com uma puta na sorveteria.

O pior: Ele olhou pra gente e continuou andando. Como se nós fossemos invisíveis, nem existíssemos. Ah, que vontade de correr atrás e dar uma tapa na cara dele!

Mas meu dia já estava ruim demais. Não precisava piorar.

Cada uma foi pra sua casa. Cheguei em casa, deitei na cama e entrei no meu momento de reflexão de novo. Foi aí que eu tive uma idéia. Decidi fazer uma coisa.