Chances Ao Meu Novo Mundo escrita por Hawtrey


Capítulo 9
Madrugada Irritante


Notas iniciais do capítulo

Como eu prometi! Aqui esta mais um capitulo.
Espero que gostem ^^



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Layse se remexera em sua cama a noite inteira, dormira por aproximadamente duas horas e depois não conseguiu mais. Voldemort atormentava seus sonhos enquanto dormia e seus pensamentos quando acordada. Sabia que não podia deixa-lo tomar conta de sua mente assim, mas ele estava sendo insistente demais no que queria. E agora o que Lord Voldemort queria é atormentar Layse Snape. E estava conseguindo, ela admitia seu fracasso, ainda mais com a Marca que agora queimava, incomodando, fazendo-a lembrar de quem, inevitavelmente, era.

Uma Comensal da Morte.

Desistiu do sono e empurrou as cobertas para o lado. Não queria mais lutar contra a vontade de andar por toda Hogwarts. Pegou um sobretudo qualquer e muito devagar abandonou o dormitório feminino, em seguida o Salão Comunal da Grifinória.

Nem se deu o trabalho de sacar a varinha e lançar “Lumus”, não se importava em andar no escuro. Na verdade era isso que queria. A escuridão lhe lembrava o que já tinha acontecido até aquele momento. Lembrava-se de cada palavra cuspida por Snape de forma arrogante e descrente. Ela não sabia se tudo o que ele dissera era verdade, mas a machucara como se fosse. Afinal quem era Severo Snape? Sim, ela sabia que ele era o homem corajoso, fiel, irritante, frio, possível e raramente carinhoso, mas como era Snape como pai?

Ser pai estava fora dos planos dele e elas, Layse e Lyane, entraram em sua vida sem pedir, sem saber se ele estava preparado.

E Layse sabia que ele não estava preparado para ser pai de duas adolescentes.

Mas não era isso que a preocupava, não mesmo.

Sim, ela queria ter uma relação com o seu pai. Queria poder chama-lo de pai na frente de todos sem se sentir humilhada por ele depois. No entanto, jamais poderia ter qualquer relação com ele se Voldemort estivesse no caminho.

Voldemort. A Marca recomeçara a queimar, chamando sua atenção mais uma vez. Será que dali para frente seria assim, noites mal dormidas, sonhos se tornando pesadelos, a marca sempre queimando. A dor lhe corroendo... por que Voldemort estava fazendo isso? Por que com ela?

 O que estou falando?, ela repreendeu-se mentalmente. Desde quando ele precisava de motivo para fazer algo? Nunca!

Ela precisava agir! E já! Não podia ficar esperando que Voldemort tomasse conta da sua vida, causando-lhe dor e angustia, e mesmo que isso ocorresse não deveria mostrar. Teria que ser uma legitima Snape a partir de agora. Uma Snape rebelde e ousada, mas uma Snape. Layse agora percebera que não tinha que dar explicações a ninguém, podia ser quem quisesse ali em Hogwarts sem se preocupar se apanharia ou não dos pais.

Um largo sorriso brotara em seus lábios. O que ela tanto esperava? Snape não podia lhe segurar. Por que tanto hesitava? O máximo que podia levar era detenções. Voldemort queria que ela fosse discreta e guardasse o segredo. Mas por que faria isso? Um dia todos descobririam. O que podia acontecer?  Todos odia-la? Todos já a odiavam e não precisava da Marca Negra para isso.

Mas então seu sorriso sumiu... ela ainda tinha obrigações ali. Faria tudo da maneira certa, da forma que podia.

Mas... Mas? Sempre teria um “mas”, um problema, um buraco em seu caminho! E o que faria com o...

― O que faz fora da cama a essa hora senhorita?

Snape...

― Estava apenas dando uma volta senhor, não consegui dormir ― respondeu Layse suavemente.

Ganharia uma detenção?

― Por que não deu uma volta dentro dos limites do Salão Comunal? ― ele implicou fazendo-a revirar os olhos ― Não é prudente que fique andando pelos corredores durante a madrugada. Menos cinco pontos para a Grifinória.

― E o que é prudente então? O que posso fazer nessa fria madrugada? ― teimou Layse fazendo-o fita-la novamente.

― Ficar em sua cama, obviamente ― Snape respondeu seco.

― E o que o senhor faz fora das Masmorras?

Snape arqueou uma sobrancelha, descrente.

― Isso não é da sua conta senhorita, agora volte para a sua cama antes que eu retire mais pontos da Grifinória.

― Então pode me expulsar de Hogwarts ― sentenciou a garota irritada ― Não vou ficar mais um minuto naquela cama, olhando para teto.

Snape estreitou os olhos com a audácia da garota. Afinal, qual era o problema de voltar para a cama e simplesmente tentar dormir?

― Volte para a cama senhorita ― ele repetiu de forma letal.

Layse respirou fundo mais uma vez, tentando esconder a raiva e a dor que a Marca estava lhe causando.

― Será que você não entendeu? ― disse entredentes, fazendo-o olhar desconfiado ― Eu não quero e não vou voltar para a cama.

― Layse...

Ela fechou os olhos sentindo a dor aumentar,  ele a chamara pelo primeiro nome, estava percebendo que tinha algo errado...

― Layse? ― ele chamou novamente se aproximando.

― Não se aproxime! ― exigiu ela sendo mais grosseira do que queria ― Por favor, não se aproxime...

A Marca ardia ainda mais, queimava, fazendo-a arranhar o próprio braço, como em sinal de desespero.

Mate-o...

Era sua mente entrando em colapso. Era Voldemort tomando conta de novo. Testando-a. ela olhou para Snape, seu olhar implorando para que ele fosse embora. Ele apenas ignorou tudo isso e se aproximou.

Mate-o...Agora!

Quando, inconscientemente alcançou a varinha, sabia que não conseguiria se controlar por muito mais tempo. Encarou o professor e viu em seus olhos que ele não sabia o que fazer. Encostou-se na parede imaginando o quanto choraria depois de mata-lo. Mata-lo. Era isso que iria acabar fazendo se não saísse dali imediatamente.

O som da risada do Lord era tudo o que ouvia.

Lançou um ultimo olhar a Snape para logo depois sair correndo para o lado oposto. Podia ouvir Snape a seguindo, mas não ligou. Queria se afastar o máximo possível.

Correu, correu e apenas correu. O máximo que conseguiu, o suficiente para tentar esquecer a dor. Ignora-la. Mas não teve sucesso. Ofegante, parou no sétimo andar, sentindo-se esgotada, apoiou-se na parede e escorregou até o chão, tentando não demonstrar a dor que sentia. Será que alguém pode arrancar isso da minha pele?! Ela ficou ali por alguns minutos, apenas respirando fundo tentando se controlar, ouvindo a voz de Voldemort, tentando não se debater. Pensando nas consequências que poderia ter se decidisse arrancar seu braço.

Quando alguém lhe segurou pelos ombros, sua primeira ação foi se afastar o mais rápido possível. Arregalou os olhos ao ver quem era. Snape.

― Eu pedi para não se aproximar ― reforçou ela.

― Deixa de ser teimosa ― Snape bufou puxando-a para mais perto ― Agora, concentre-se.

― Mas-

― Sem desculpas. Concentre-se! ― ordenou ele novamente, dessa vez mais forte. Enquanto pegava os pulso dela e os segurava firme.

Layse já não conseguia respirar direito, não por estar fraca e sim pela raiva que sentia. A raiva não era dela, concluiu, mas estava influenciando-a de uma forma incontrolável. Fechou os olhos com força, tentando se controlar. Sentiu as mãos frias de Snape apertando seus pulsos, pedindo calma e que respirasse normalmente. Aquilo só a irritou ainda mais.

Sinta... Seja você mesma...

Voldemort voltara, sussurrando em sua mente, brincando com seus pensamentos que estavam cada vez mais desconexos. Sinta... ela já sentia. Raiva. Descontrole. Impaciência. Culpa.

Sinta a sede... Sinta o sangue!

Sangue... essa única palavra ecoou por sua mente varias vezes, fazendo-a abrir os olhos quase que imediatamente. No momento em que fitou os olhos negros e confusos de Snape, Layse sentiu sua garganta fechando, a boca seca, a inquietação, a raiva se tornando um estranho ódio.

No mesmo instante Snape percebeu o que estava acontecendo. Afastou-se com extrema rapidez, grudando seu corpo na parede oposta. Deveria sair dali o mais rápido possível, para evitar os maiores problemas que ele pressentia. Mas não conseguiu, e se odiava por isso.

Em segundos Layse já estava de pé, sorrindo maliciosamente diante da surpresa inevitável do homem a sua frente, seus olhos brilhavam, um brilho cruel, assassino.

 ― Layse... ― tentou Snape com certa esperança.

A garota apenas sorriu friamente. Snape recuou, a esperança se foi. Primeiro pensou que ela o atacaria, e ela o fez. Correu ate ele, mas foi impedida por uma barreira invisível a centímetros dele.

Ela não se importou, afastando-se.

― Tudo bem... então faremos à sua maneira ― decretou sacando a varinha.

Snape sibilou em resposta, como um alerta.

Estupore!

O feitiço o acertou em cheio, fazendo-o bater contra a parede fria e cair no chão. Snape escutou a risada fria dela se afastando, mas ele não podia deixar Layse ir.

Silenciosamente se aproximou dela e com extrema rapidez a jogou no chão, mordendo ferozmente seu pescoço logo em seguida. Layse urrou de dor enquanto tentava tira-lo de cima do seu corpo.

Então escutou um arquejo de susto e entrou em alerta.

― O que esta acontecendo aqui? ― era a voz de Alvo Dumbledore. Ao seu lado estava Minerva, horrorizada.

Sem pensar duas vezes, Layse mudou seu objetivo. Tirou Snape do seu caminho e atacou a pessoa que mais parecia assustada, Minerva. Mas o Mestre em Poções foi mais rápido e agarrou seu tornozelo, impedindo-a de completar o ato. Layse rosnou e virou-se para ele, furiosa.

― Largue-me imediatamente seu mestiço imundo! ― ela exigiu enquanto voltava e o empurrava contra a parede.

― Controle-se Layse... você não é uma assassina! ― Snape tentou com a voz falhando.

― Não é isso que o Lord das Trevas diz! ― exclamou ela em pura fúria lançando o corpo do professor para longe.

― Não o escute ― retorquiu Snape ao se levantar.

― Você é o covarde aqui e não quero seguir seu exemplo ― Layse acusou o empurrando novamente.

Ela fitou os dois que assistiam, Minerva era, sem duvidas, a mais assustada. Dumbledore apenas a fitava com preocupação.

― Qual dos dois será o primeiro? ― perguntou maliciosamente enquanto se aproximava.

Então sentiu mãos frias em volta de seu pescoço e riu sem humor.

― O que esta esperando? Quebre meu pescoço, mate-me.

Ela o ouviu suspirar e quase pode sentir a raiva dele aumentando. Snape apertou seu braço com extrema força e a empurrou fazendo-a bater a cabeça na coluna, gemeu de dor, mas ele não importou. Acabara de perder o controle sobre si mesmo.

Ele a pegou pelo pescoço novamente e a levou para a sala mais próxima, deixando pelo chão um rastro de sangue que não sabia de onde vinha.

― Largue-me seu imbecil ― Layse xingou sem se importar quando ele aumentou a força em seu pescoço.

― Severo...pare ― tentou Dumbledore da porta da sala.

Mas Snape ignorou, jogando Layse encima da mesa do professor.

― Você quer sangue? Então é isso que terá ― decretou ele enquanto cortava o próprio punho.

A garota arregalou os olhos e virou-se, caindo da mesa, não iria beber o sangue dele.

Snape apenas desviou quando ela empurrou a mesa contra ele. Deixando varias mesas em pedaços para trás, ele se aproximou da garota novamente e forçou seu punho contra a boca dela. Ela caiu, ficando deitada no chão, mas Snape não parou, mesmo com ela se esperneando e tentando se livrar dele.

― Engula o sangue do mestiço imundo ― instigou ele ― Engula o seu sangue!

― Severo, pare! ― disse Dumbledore veementemente.

Somente assim Snape interrompeu o ato, apoiando-se no chão em seguida, sentindo-se extremamente fraco. O que ele fez?

Layse estava ao seu lado, tossindo, tendo sangue ate em suas roupas, colocando tudo para fora. Quase todo o sangue que havia ingerido.

― Meu Merlin... ― ela lamentou ao recordar tudo o que acontecera.

Snape não falou nada, queria ter apenas a culpa como companheira.

Layse prendeu sua atenção nas feridas do seu pai e tentou se aproximar, mas ele a repeliu, afastando-se a medida que ela tentava.

Ela voltou a fitar o chão. Eu piorei tudo. Estraguei tudo.

Na manha seguinte ambos foram liberados da Ala Hospitalar e seguiram até o Salão Principal em completo silêncio. As aulas de hoje foram canceladas pois alguns professores teriam que sair em um compromisso e outros se preocupariam em consertar os estragos feitos na madrugada.

Layse ainda se culpava por tudo e queria muito se desculpar com Snape, mas a vergonha e o medo a impediam. Não sabia como ele iria agir. Ele ao menos escutaria?

As lembranças ainda estavam bem vivas em sua mente, sabia o quanto foram violentos um com o outro e ela se culpava por cada gota de sangue derramada, por cada ato violento que praticamente forçara seu pai a fazer.

Afinal, por que tudo aquilo aconteceu? Por que ela perdeu o controle daquela maneira?

E tão rápido quanto as perguntas de formavam, a resposta apareceu: Voldemort.

― Professor Snape ― chamou, hesitante.

Ele parou no meio do corredor e questionou sem fita-la:

― O que foi?

― Sobre o que aconteceu... ― começou ela cautelosamente, mas foi interrompida.

― Não há nada a falar sobre o que aconteceu. Apenas esqueça isso ― respondeu ele secamente.

― Mas professor, não há como esquecer! ― replicou ela exaltada.

― É claro que há! ― explodiu Snape virando-se abruptamente para ela que recuou por instinto. Ele percebeu ― Simplesmente feche a porcaria dos olhos e finja que nada aconteceu!

― Não posso fazer isso... ― Layse insistiu baixando a voz.

― Então o problema é todo seu ― Snape disse entredentes, cuspindo cada palavra ― Apenas não me importune com esse assunto novamente, fui bem claro?

― Sim, senhor ― respondeu ela prontamente

Em resposta Snape apenas bufou e deu às costas, deixando Layse calada, apenas fitando a capa esvoaçante dele.

Definitivamente, ela estragou tudo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem ok? E caso encontrem erros, por favor, me avisem. Eu reli esse capitulo umas cem vezes, mesmo assim sempre passa algo.



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