- Hey, Sarah. - Disse Cler. - Que tal um joguinho? 

Não se pode confiar em Cler, uma garota popular, que tem tudo o que a vida poder dar. Seus pais a deixam levar uma vida sem regras, ela faz o que bem entende, mas nunca se da mal em suas ações, lógico, totalmente meu contrario, o que me fazia odia-la. 

- Vamos lá Sarinha, é educação física, não custa nada. 

Fomos todos para quadra, eu e meus amigos, Carol e Victor, Cler e suas "amigas",  que só andavam com ela para serem populares. 

- Queimada para hoje! - Disse a professora, com certeza estava sem vontade de dar aula de novo. 

O jogo começou, metade de uma sala de 40 alunos para cada lado, no meu time, lógico, ficaram apenas os nerds, os que não sabiam jogar e meus amigos. Isso por que eu preferia escolhe-los, nunca gostei de ve-los serem regeitados, ficando por último no banco para serem escolhidos. Antes de encontrar minha coragem, eu era assim também, ficava por último para ser escolhida, isso quando não diziam que o time estava lotado e eu teria que ficar no banco. 

- Só tentem não serem queimados, se possível, segurem a bola, deixem a parte do "queimar" para eu, Sarah e Victor. - Disse Carol para o resto do time. 

Eles eram atenciosos, por serem magros e baixos, esquivavam bem das bolas do outro time, onde estavam os melhores jogadores da sala. Victor pegava todas as bolas que a ele eram direcionadas, por esse motivo, raramente jogavam as bolas nele. Eu e Carol éramos as que queimavam. Começamos pelos meninos.  

Até que uma bola jogada por mim, acertou Cler bem no meio daquela cara de rato dela, ela ficou furiosa, pude ver labaredas saindo de seus olhos. Ela pegou uma bola, mesmo queimada, para se vingar. Cler, embora fosse uma garota cheia de "não-me-toque", tinha uma força na mão que nenhum garoto tinha. Assim que ela jogou a bola, percebi que seria queimada. A bola ja estava a um metro de mim quando coloquei as mãos na frente do rosto, e dei um grito tão alto, que a bola estourou. Mas como? Meu grito nem havia sido tão alto! Cler pegou outra bola, inconformada com o ocorrido, e jogou em mim. Fiz a mesma coisa, mas desta vez não gritei, a bola parou no ar por um tempo, e quando tirei meus braços da frente de meu rosto, a bola foi na direção de Cler com mais força do que quando ela jogou. Cler foi jogada contra a parede da quadra. Um buraco abriu em sua cabeça, e começou a sangrar. 

- O QUE VOCÊ FEZ? - Gritou a professora.  

- Eu... Eu... Eu não sei, foi um acidente. - Eu não sabia o que dizer, eu nem sabia ao certo o que havia acontecido. 

A porfessora chamou um inspetor, que me levou direto para a sala da diretora, onde ja estavam ligando para minha mãe vir a escola por que sua filha era uma assassina. 

Assim que minha mãe chegou a escola, eu lhe contei o que aconteceu, Carol me ajudando, por que eu não tinha forças para falar. A diretora acho melhor que eu fosse embora, para me acalmar, Cler foi levada para um hospital, onde passaria por uma cirurgia. 

Ao chegar em casa, fui tomar meu banho enquanto minha mãe foi para o quarto. Assim que saí do banheiro, pude ouvir minha mãe chorando em seu quarto e dizendo : 

- Por que a minha filha? POR QUE?  

O que estava acontecendo? Havia sido um acidente, eu não tinha tanta culpa, tinha?