Diário De Um Nerd escrita por KelBumBi


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hello peoples! Eu sei que demorei um pouquinho, mas, como minha justificativa, afirmo que foi por uma boa causa... ou assim espero ;P
Só pude terminar a fic hj de tarde, então perdoem se não for o esperado... A falta de criatividade atacou o.O
Queria agradecer a todos os reviews e a Mi, que deu a minha 1 recomendação. Adorei tudo! ♥



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Espontaneamente, olhei para cima e meus olhos colidiram com os seus. Os olhos grandes e marrons estavam aborrecidos, deixando-me sem reação nehuma, ponderei o quanto podia estar encrencada.

 

— Freddie... — falei seu nome, procurando explicações na minha mente bloqueada.

 

— Isso é pessoal... Você não tinha o direito! — a cada palavra que ele dizia, era um passo carregado na minha direção. Assim que ficou a minha frente, arrancou o diário das minhas mãos bruscamente.

 

— Se não quisesse que eu lesse, deveria escondê-lo melhor, e não deixar escancarado na minha cara. — falei na defensiva, incomodada com sua atitude.

 

— Não estava escancarado! — ele gritou irritado, apontando o diário na minha cara. — Ele estava muito bem escondido de pessoas como você, Puckett!

 

— Olha, debaixo da cama não é um esconderijo que se possa orgulhar, Freddie. — gritei em resposta, sarcástica. Ele arregalou os olhos, surpreso.

 

Logo o silêncio reinou entre nós, um evitando olhar para o outro, constrangidos.

 

— Ah, bem... — sua voz saiu rouca, ele pausou para pigarrear. — Não era ali que eu o escondia... — terminou com a voz habitual.

 

— Você sabe que diários são para garotas, né?! — comentei nervosa e as palavras saíram debochadas.

 

Estava evidente que eu não tinha a situação sob o meu controle, e isso era muito ruim porque sempre que eu agia por impulso dava merda. Foi assim no nosso primeiro beijo, look in, e no dia em que deixei esse Nerd, que tanto amo, por os pés para fora do elevador, levando junto consigo os dias mais agradáveis da minha vida.

 

Freddie fechou os olhos, inspirando lentamente. Ele se esforçava para não estourar de novo.

 

— Eu só tinha 12 anos quando ganhei. — disse em tom de súplica. — Tornou-se um hábito escrever... E o que você está fazendo aqui? — ele perguntou mais calmo.

 

— A gente tinha marcado as quinze horas, esqueceu? — ele continuou sério, esperando uma explicação melhor da que havia acabado de dar. — Você não apareceu na Carly. Eu vim ver porque ainda não havia aparecido. — levantei da cama, ficando frente a ele.

 

— Se preocupando comigo, Puckett? — brincou, levantando os cantos da boca em um sorriso torto.

 

Senti minhas bochechas esquentarem, eu sempre me derretia com esse sorriso.

 

— Nem! Mas bem que queria, não é, Benson? — provoquei convicta do que dizia.

 

Ele me fitou, confuso. Sorri maliciosa e meio segundo depois ele olhou para o diário e para mim de novo.

 

— O que tanto você leu? — perguntou, voltando a ficar sério. Freddie cruzou os braços sobre o peito e posso dizer que foi uma péssima ideia, já que seu peitoral se estufou e valorizou seus muques fortes, sendo isto a culpa da minha distração na conversa.

 

O idiota notou o efeito que seus músculos causaram, pois quando voltei a encará-lo, o sorriso havia retornado para o seu rosto bonito.

 

— Nada importante. — hesitei na minha própria mentira.

 

Okay. Eu sabia que tinha a carta certa para ganhar o jogo, afinal, estava mais que óbvio que ele gostava de mim e eu gostava dele, nossos sentimentos era recíprocos uhu – nota-se sarcasmo.

 

Porém, apesar de saber de tudo isso, não me sentia ousada e segura o bastante de jogar a carta á mesa. Havíamos concordado que não era certo ficarmos juntos. Éramos muito diferentes para formar um casal. Sam, a garota imprudente e implacável, com Freddie, um nerd mimado e sensato.

 

Somos como água e óleo que não se misturam. Nós tentamos uma vez e não deu certo, era arriscado demais para mais uma chance. Se tentássemos de novo, poderíamos perder o pouco que nos sobrara.

 

A nossa amizade distorcida era tudo o que eu tinha, e não queria correr o risco de perde-lá também.

 

— E o que “importante” significa para você?

 

— É melhor irmos para o apartamento da Carls. Ela está esperando pela gente.

 

Comecei a caminhar em direção a porta enquanto ele permanecia imóvel, com os braços ainda presos no seu peito, reprovando-me com o olhar. E aqueles olhos abriram feridas que nunca haviam sido cicatrizadas. A minha vontade era de pular no seu pescoço e dizer que estava tudo bem, a gente podia superar tudo e ficar juntos uma outra vez. Contudo, eu acreditava que o sacrifício agora era o melhor para nosso relacionamento futuramente.

 

— Eu não acredito que você vai desistir assim de novo. — ele condenou decepcionado, rindo secamente. Passei ao seu lado com a cabeça baixa, digerindo sua acusação e engolindo minha justificativa. — Sam... — ele agarrou meu braço, virando meu corpo subitamente para encarar seu rosto. — Fica... Vamos conversar, nós precisamos disso. — pediu com dificuldade. Seus olhos fixos nos meus me queimavam intensamente.

 

— Larga, Freddie! — disse entre dentes, olhando para o meu braço preso, ameaçando-o com uma raiva que não existia.

 

— Essa talvez seja a nossa última chance...

 

— Não tem mais nós, Freddie. — respondi, puxando meu braço. — Lembra, tomamos uma decisão!

 

Freddie continuou a me encarar por um tempo. Depois, como um louco, correu para a porta, indo tranca-lá com a chave. Uma atitude infantil e desesperada. Assim que eu percebi o que ele estava fazendo corri até ele e a porta. Outra atitude infantil e desesperada.

 

— Freddie, para com isso! — gritei tentando impedi-lo de girar a chave.

 

— Não, Sam... Não. Sai... Sam... — começamos a nos estapear. Freddie conseguiu me empurrar para longe derrubando-me de bunda no chão, depois girou a chave guardando-a na sua cueca.

 

— Por quê fez isso? — perguntei, magoada por ele ter me empurrado.

 

— Porque eu não queria que você saísse sem a gente conversar. — ele respondeu, ajudando a me levantar. — Sam... Você leu tudo que estava escrito?

 

—...

 

— Por favor, é importante saber. — implorou com carinha de pidão.

 

— Não...

 

— Até onde você leu?

 

— Até a parte em que te beijei... No look in...

 

— Então você não leu a data de quando terminamos?

 

— Tá surdo? O que acabei de falar? Não, né! — respondi agressivamente.

 

—Hey, hey! Calminha. Só estava conferindo. — Freddie deu alguns passos para trás, com medo de atacá-lo a qualquer hora.

 

— Vai, fala. O que tem essa data? — continuei com o tratamento esquivo. Ele parou com as mãos nos bolsos, pensativo. — Tô esperando Nerd! — gritei impaciente.

 

Freddie voltou a porta, pegando o diário que estava no chão.

 

— Toma. — ele entregou o diário a mim, eu só o encarei. — Leia. Vamos Sam, até parece que não estava gostando de ler meu diário. — insistiu, esboçando um maldito sorriso.

 

Balanceada, resolvi pegar o diário e procurar a data.

 

“Diário,
Depois de todos esses anos descobri que todo o ódio que uma pessoa vem sentindo por outra pode virar um sentimento maior. Mas descobri, também, e da pior maneira, que pode não ser o suficiente.
Se um dia falei do meu medo em perdê-la, hoje conheço a dor. — olhei para o Nerd e ele me observava apreensivo — Como fazer essa dor passar? E o vazio no meu coração, como superar? Não é meio injusto perceber que eu a amo de verdade se não posso ficar com ela? Não seria mais fácil nunca ter percebido meus sentimentos? Tudo seria melhor se fosse assim.
Mas no coração ninguém manda, não é esse o ditado? Quando dei por mim já estava envolvido de um jeito bastante sério para ignorar. Esqueci-me das consequências que isso poderia causar e sai mais machucado do que esperava. Eu amo Samantha Puckett. Eu a amo muito.”

 

Lágrimas escapavam dos meus olhos, e mesmo com todo o esforço do mundo para não chorar na frente do Freddie, eu não consegui contorná-las. Eu precisava disso para lavar minha alma.

 

— Sam eu... — ele começou a falar, mas o interrompi.

 

— Não Freddie! — solucei, limpando em vão as lágrimas que caiam no meu rosto já vermelho e inchado. — Foi melhor assim. Nós vivemos em mundos diferentes... Você concordou no elevador, lembra? Por que está fazendo isso?!

 

— Isso foi há três meses, Sam! Eu concordei porque ainda não sabia o que era te ver e não poder beijar, ter você perto e não poder abraçar... Isso está me matando! Eu não posso fingir que nada aconteceu, não quando o que eu sinto por você é puro e lindo. — disse ele, segurando minhas bochechas possessivamente. — Você quer mesmo que eu continue fingindo te odiar quando, na verdade, o que eu sinto por você é amor?

 

— Freddie não complica as coisas, por fav... — e ele me interrompeu como fez no hospício, com um beijo.

 

E assim que sua boca pressionou a minha, rendi-me totalmente a ele. Tudo aquilo que me dizia que era errado, esvaeceu. A única certeza que eu tinha nesse momento era que me sentia como ele se sentia.

 

O beijo cessou.

 

— Podemos dar certo Sam. Não precisamos gostar das mesmas coisas, apenas aceita-lás e respita-las. Afinal, nós nunca fomos um casal comum mesmo. — ele dizia tudo muito rápido, tentando convencer-me da sua lógica. — Além disso, eu sou anormal quando estou com você.

 

— Freddie... — chamei, mas ele não escutou e continuou a falar.

 

— Acredita, eu nunca iria numa prisão se não fosse por você. Ainda mais com presunto no meio das minhas calças...

 

— Freddie... — dessa vez gritei, obtendo sua atenção finalmente. — Cala a boca! — mandei sorrindo, ele deu mais um daqueles sorrisos que me faziam ver o paraíso e fechou o espaço que faltava para nossas bocas se unirem mais uma vez, como deveria ser para sempre.

 

Eu o amava, ele me amava, e isso bastava pra gente.


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Notas finais do capítulo

É isso...
Bem, até a próxima...
E obrigada meninas... Por tudo
Bjus*