Show De Vizinha escrita por Luana Rocha


Capítulo 16
She is leaving home


Notas iniciais do capítulo

*Obrigado pelas reviews galera.
*Espero que gostem desse novo capítulo, que apesar de tudo eu tentei colocar um pouco de comédia nele.



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“Precisamos conversar.” Foi a ordem de Simon, mas a movimentação nos bastidores cresceu assustadoramente e o narrador passou por eles e falou:

“Depressa, vamos anunciar os grandes vencedores.”

Simon voltou a olhar para Santana.

“Conversamos em casa.” Ele falou baixo e os três seguiram o homem que iria anunciar os vencedores. “Onde estão Fernando e Eileen?”

“Não faço idéia.” Angélica respondeu assim que eles entraram no palco. Cohen Chang estava com sua família completa. Julian não estava com os Pierce. Não demorou muito para que Fernando aparecesse ali, com uma expressão de nenhum amigo.

“Onde está a sua namorada?” Simon perguntou baixo.

“Eu não tenho mais namorada.” Ele respondeu com a voz trêmula, quase chorando. Simon e Angélica se entreolharam assustados, aquela notícia os pegara de surpresa.  Definitivamente não era um bom dia para os Lopez.

Julian passou apressado por eles, e evitou olhar para Fernando que o acompanhou com os olhos, que destilavam ódio.

“Prontos para saberem o resultado de mais uma olimpíada do McKinley?” O narrador perguntou com animação e o público gritava no mesmo ritmo. “Foi uma competição emocionante e como todos pudemos sentir que o amor estava no ar nessa competição musical, não é mesmo? Bom, vamos aos resultados finais, em terceiro lugar ficaram...conquistando a medalha de bronze , família Lopez!” Simon abaixou os olhos e chacoalhou a cabeça. Os Pierce comemoraram como se fossem anunciados como vencedores.

“Ganhamos, ganhamos! Essa já é nossa, e os Lopez em último? Nada poderia ser melhor.” Gregory falou para a sua família, e em seguida olhou para os Lopez e gargalhou alto, chamando a atenção de Simon, que o olhou com desprezo.

“Eu sabia que íamos perder, desde que você mudou os nossos planos nos condenou a derrota! Até mesmo os vira-latas dos olhos puxados ficaram na nossa frente dessa vez!” Ele falou para Santana, que nem sequer a olhar para o pai. Ela só esperava uma vitória de sua família, porque assim as coisas ficariam mais fáceis de serem levadas, agora ela estava ferrada.

“E agora vamos anunciar os grandes campeões, que foram brilhantes em praticamente toda a competição e não podia ser diferente nessa parte musical, suas escolhas musicais agradaram aos jurados e suas apresentações derreteram os corações deles.” Gregory olhou para a família e sorriu.

“Somos nós obviamente.” Ele sussurrou.

“Os grandes campeões da décima primeira edição das olimpíadas do McKinley são os Cohen Chang, pela primeira vez na história!” A expressão de Gregory congelou naquele momento, e Simon não conseguiu evitar o riso.

“Alegria de pobre dura pouco mesmo.” Ele falou e olhou para os Pierce, que só não estavam mais paralisados que os próprios vencedores.

“Nós vencemos?” Tina perguntou baixinho, ainda não acreditando. Ela achou que esse dia nunca aconteceria, ou que ela fosse morrer antes, mas eles venceram, eles eram os campeões pela primeira vez. “É nós vencemos!” Ela abraçou Mike começou a comemorar enquanto começou a tocar ‘We are the champions’ do Queen.

Brittany sorriu, porque apesar de não gostar de perder ela ficou feliz por Tina e os Cohen Chang terem ganhado, porque eles sempre eram tratados como inferiores incompetentes por sua família e pelos Lopez, quem sabe agora aquilo mudaria pelo menos um pouquinho.

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Todos os Lopez estavam na sala. Era a hora da verdade. Santana sentada no sofá, braços cruzados e cabeça baixa, Fernando ao lado dela, Angélica na poltrona com os olhos de choro e Simon estava em pé. Ainda não acreditando que aquilo podia estar acontecendo.

“Viu o que o seu ato de rebeldia nos causou? Fomos humilhados e perdemos de forma vergonhosa, você manchou o nome da nossa família!” Ele começou, de costas para a menina. “Isso é culpa sua Santana, tudo culpa sua!” Simon frisou e em seguida ele olhou para ela. “Olha para mim, Santana.” A garota levantou os olhos. “Agora fala porque você fez isso.” Ela engoliu seco. “Fala Santana, quem tem coragem de cantar uma música daquelas tem coragem de falar na cara do pai porque fez aquilo.” Fernando olhou para Santana, ela continuou a olhar fixamente para o pai. “Vamos, fale agora!”

“Ora pai, pare com isso...” Fernando começou, tentando evitar maiores conflitos.

“Fique quieto! A conversa é com a sua irmã.” O homem o cortou. Santana respirou fundo. “Vamos Santana.”

“Você sabe porquê, eu tenho certeza.” Ela respondeu, e o seu pai sorriu com grande ironia.

“Fale com todas as letras, em alto e bom som.” Ele exigiu então Santana respirou fundo.

“Eu estou apaixonada por Brittany Pierce.” Ela falou calma e claramente. Simon fechou os olhos e Angélica começou a soluçar. “Está satisfeito agora?”

“Eu sou quem pergunto aqui, mocinha, você está satisfeita agora?” Ele falou e a aplaudiu ironicamente. “Por sua causa perdemos de forma vexatória, se o seu objetivo era nos humilhar, parabéns, você conseguiu completamente.”

“Eu nunca quis humilhar ninguém.” Ela respondeu quase em lágrimas. “Esse nunca foi meu objetivo, tudo bem?” Simon chacoalhou a cabeça.

“Uma Pierce?” Ele falou baixo. “E seu objetivo nunca foi humilhar nossa família?” Simon deu uma risada irônica e triste ao mesmo tempo. “Tu eres loca!” Santana abaixou a cabeça e começou a chorar levando as mãos ao rosto.

“Santana, eu não consigo acreditar, uma garota?” Sua mãe falou baixo, com muita decepção em sua voz. “O que está acontecendo com você? Você está passando por uma crise de identidade, precisa ir a um psicólogo ou algo assim?” Santana sacudiu a cabeça e olhou incrédula para a mãe, sem acreditar que ela estava lhe dizendo aquilo. “Eu quero a minha antiga filha de volta!”

“Eu sou a mesma pessoa, tudo bem?” Santana respondeu. “Eu sempre fui assim mãe, mas não admitia para mim, escondia o meu verdadeiro eu...”

“Verdadeiro eu?” Simon ironizou. “Já começou a falar como aqueles hippies nojentos, aqueles pervertidos sexuais que aposto que foram bem capazes de mandar aquela menina lésbica te seduzir, usando toda aquela baixaria que a família dela está acostumada a fazer...”

“Ela não é assim!” Santana agora perdeu a paciência e acabou alterando sua voz. “Você acha que é melhor do que ela só porque tem dinheiro e roupas legais? Não, você não é você não a conhece e não tem o direito de ficar falando essas coisas baixas, a família dela também não sabia sobre a gente, pare de ficar dizendo essas coisas dela.” Simon fechou os olhos e engoliu o choro.

“Eu não quero mais você nessa casa, pegue suas coisas e vai embora.” A voz de Simon foi baixa, mas Santana sentiu como se ele tivesse berrado o mais forte possível. “Se os Pierce são tão bons assim, vá viver com eles, eu tenho certeza que o papai hippie vai te receber na casa dele de braços abertos.” Ele ironizou, antes de sair da sala.

“Eu vou falar com ele.” Fernando falou. “Ele não pode fazer isso.” Ele olhou para a mãe. “Mãe, vai lá e fala com ele.” Mas a mulher sacudiu a cabeça.

“Ele está certo, se prefere aqueles hippies à própria família, vá viver com eles.” Ela se levantou. “Eu não quero ter uma filha lésbica.” Fernando acariciou o cabelo da irmã.

“Eles estão de cabeça quente, Santana.” Mas a garota sacudiu os ombros, ainda chorando. Nunca, nem mesmo em seus piores pesadelos, ela conseguia se imaginar sendo expulsa de casa.

“Eu vou pegar minhas coisas.” Ela falou baixo, e levantou-se. “Eu não quero mais ficar, Fernando.”

“Mas você vai para onde?” Ele perguntou, preocupado, não conseguia acreditar que sua irmã fora expulsa de casa.

“Eu vou ficar na casa da minha madrinha, pelo menos por enquanto, depois eu me viro.” Ela respondeu enxugando as lágrimas de seu rosto e engolindo o resto do choro. No fundo ela sabia que isso era o que iria acontecer, mas era triste saber que seus pais não lhe aceitavam verdadeiramente como ela verdadeiramente era.

“Se você precisar de dinheiro, eu tenho guardado...” Ele começou.

“Não, eu tenho um pouco também, não se preocupe com isso, você já fez bastante por mim.” Ela até sorriu para ele, e viu o momento em que uma lágrima escorreu pelo rosto do rapaz. “Eu sei que nós dois temos nossas diferenças, eu já te bati um monte de vezes, te xinguei, fui rude, mas... Mas eu te amo.” Fernando sorriu.

“Eu sei que eu também fui um mala, chato, intrometido, mas eu também amo você.” Então os dois irmãos esqueceram aquelas diferenças, e se abraçaram.

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She

(Ela)

(We gave her most of our lives)

((Nós demos a ela a maior parte de nossas vidas)

Is leaving

(Está deixando)

(Sacrified most of our lives)

(Sacrificamos a maior parte de nossas vidas)

Home

(O lar)

(We gave her everything money could buy)

((Nós demos a ela tudo que o dinheiro pudesse comprar)

She´s leaving home after living along

(Ela está deixando o lar após viver conosco)

For so many years

(Por tantos anos)

Bye, bye

(Tchau, tchau)

Santana pegou uma de suas malas que ela usava para viajar e começou a colocar uma de suas roupas. Ela sabia que sempre tivera tudo o que queria roupas, brinquedos, eletrônicos, qualquer coisa, e era exatamente por isso que os seus pais não entendiam o porquê de seus atos.

Era difícil estar deixando sua casa, ela amava aquele lugar.

Angélica parou na porta e ficou olhando para a filha enquanto ela arrumava suas coisas. Ela ainda não conseguia acreditar que sua filha estivesse lhe fazendo aquilo, aqueles atos, jogando fora toda a sua vida, todos aqueles anos, e tudo o que ela lhe ensinara. Ela a perdera, e aquilo era uma dor terrível para uma mãe.

Santana percebeu a presença da mãe ali, olhou para ela mas não disse nada, voltou a arrumar suas coisas.

Standing alone at the top of the stairs

(Em pé sozinha no topo das escadas)

She breaks down and cries to her husband

(Ela se desmancha e clama para o seu marido)

"Daddy, our baby is gone"

(Papai, nosso bebê se foi)

Why would she treat us so thoughtlessly?

(Porque ela nos trataria de modo impensado?)

How could she do this to me?

(Como que ela pode fazer isto comigo?)

Simon estava fumando um charuto em frente a lareira apagada. Estava tão desapontado que seu peito ardia em dor. Ele não estava feliz por expulsar sua própria filha de casa, era uma coisa terrível e ele mal podia explicar o quanto doía, mas no fundo ele sabia que ela precisava de uma lição para que pudesse enxergar tamanha ingratidão para com ele, sua esposa e o sobrenome da família. Ele havia passado tantas dificuldades em sua vida durante sua infância e juventude e fazia o máximo para que seus filhos tivessem tudo do melhor, não precisassem passar pelas mesmas coisas que ele passou, lutando com dificuldade para se tornar um homem de sucesso, ao contrário daquele vagabundo de seu vizinho que morria de preguiça só de pensar em trabalhar e aquela não era uma boa maneira de agradecer.

E é claro que ele a deixaria voltar, e é claro também que ele só a mandou embora porque sabia que ela tinha a chave da casa de sua madrinha e não iria ficar na rua. Ele jamais deixaria sangue de seu sangue na rua.

She

(Ela)

(We never thought of ourselves)

(Nunca pensamos em nós)

Is leaving

(Está deixando)

(Never a thought of ourselves)

(Jamais um pensamento para nós)

Home

(O lar)

(We struggled hard all our lives to get by)

(Nós lutamos com dificuldade para vencer)

She´s leaving home after living along

(Ela está deixando o lar após viver conosco)

For so many years

(Por tantos anos.)

Bye, bye.

(Tchau, tchau)

Angélica se juntou ao marido e o abraçou, ambos calados. Logo Santana desceu as escadas com sua mala e parou por alguns segundos olhando para os pais. Eles olharam de volta para ela, que desviou o olhar, enxugou as lágrimas que voltaram a olhar por seu rosto, deixou a chave da casa em cima da mesa e foi até a porta da forma mais silenciosa possível, e saiu de casa, fechando a porta.

Angélica começou a chorar mais desesperadamente, enquanto Simon lhe beijou na testa e acariciou o seu cabelo.

Talvez Santana sempre fora assim e eles evitavam enxergar, procuravam explicações por mais inexplicáveis que as coisas fosse, cada vez que eles sabiam de coisas que ela fazia que não eram consideradas própria para meninas. Talvez todos os pais fizessem isso, afinal era muito mais fácil lidar com a imagem projetada de um filho, do que com o verdadeiro. Não parecia errado, mas era um caminho com menos pedras e menos dolorido, mas que não evitava a dor do choque quando aquilo que fora varrido para debaixo do tapete por tanto tempo finalmente aparecesse para assombrá-los.

She

(Ela)

(What did we do that was wrong?)

(O que foi que fizemos de errado?)

Is in

(Está)

(We didn´t know it was wrong)

(Nós não sabiamos que era errado)

Love

(Apaixonada)

(Love is the one thing that money can´t buy)

(Amor é a única coisa que o dinheiro não consegue comprar)

Something inside that was always denied

(Algo por dentro que sempre foi negado)

For so many years

(Por tantos anos.)

Bye, bye

(Tchau, tchau)

She´s leaving home, bye, bye

(Ela esta deixando o lar, tchau, tchau)

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Douglas estava sentado na frente de sua casa com Lord Tubbington em seu colo quando viu a cena na casa a frente da sua. Santana saindo com uma mala nas mãos, e aparentemente chorando. Ele observou a cana calado, e intrigado, a adolescente olhou para ele por um segundo e seguiu em frente cabisbaixa. Definitivamente alguma coisa bastante séria havia acontecido entre os Lopez, e sua família precisava saber.

Ele entrou correndo em casa, e todos já estavam se preparando para jantar.

“Doug, põe o Tubbs no chão e vá lavar a mão para o jantar.” Joan falou para o filho.

“Só um minuto mamãe, vocês não sabem o que eu vi agora mesmo.” Ele falou, com os olhos meio arregalados, enquanto todos tomavam seus lugares na mesa.

“Douglas, depois você fala.” Gregory respondeu com desinteresse. Ainda estava chateado pela derrota, nunca seria melhor que os Lopez.

“É sobre os Lopez.” Ele falou, e então a atenção de seu pai se voltou para ele no mesmo instante. Joan sacudiu a cabeça, seu marido era obcecado.

“O que você viu, mini Perez Hilton?” Tammy ironizou e deu uma risadinha. O garoto lhe deu um olhar de desprezo.

“Qual é a novidade sobre os comedores de tacos?” Gregory perguntou.

“Eu não sei direito o que aconteceu, mas eu tenho quase certeza que a Santana foi embora de casa.” Brittany quase caiu da cadeira ao ouvir isso. Joan olhou para ela, provavelmente sua filha pensara o mesmo que ela.

“E por que você acha isso?” Julian perguntou intrigado. Todo mundo sabia que Santana não tinha emprego, e que Simon adorava os filhos apesar daquele jeito, e não admitiria sua filha sair de casa sem um futuro aparente.

“Eu vi ela saindo de casa com uma mala na mão, parecia que estava chorando, acho que ela foi expulsa.” O garoto respondeu.  “Eu fiquei até com dó.” Brittany engoliu seco, queria muito saber o que estava acontecendo. A aflição tomou conta de seu peito, e ela já se imaginou a culpada pelo o que estava acontecendo.

“Eu acho melhor nós mudarmos de assunto.” Joan sugeriu, percebendo a palidez de Brittany. Obviamente falar sobre aquilo seria uma tortura para ela.

“Mas isso é uma coisa muito interessante de se falar.” Gregory respondeu e piscou para a esposa, tentando ser engraçado, mas ela não achou graça nenhuma e continuou séria.

“Se você está tão interessado em saber das coisas por que não atravessa e pergunta para o seu amigo o que aconteceu?” Ela respondeu em um tom ríspido, fazendo todos ali estranharem, com exceção que nem ouvira, perdida em seu próprio mundo de preocupações e aflição. “E você Douglas, trate de lavar as mãos e jantar, e eu não quero saber de você ficar na rua e vir para casa fazendo fofoca!” Ela não costumava ser rude assim com seus filhos, mas aquela situação era diferente, e ninguém poderia entender. O garoto rapidamente obedeceu à mãe. “Depois falam que as mulheres são fofoqueiras.”

“Qual o seu problema Joan? Ta preocupada com os Lopez agora?” Gregory perguntou.

“Isso não é coisa de se fazer Gregory, nós não sabemos o que está acontecendo para ficarmos debochando.” Ela respondeu.

“Isso é muito óbvio, ele culpou a menina pela derrota e a expulsou de casa, ele é um péssimo pai.” Gregory falou, quando Douglas voltou para a cozinha e sentou-se a mesa, ao lado de Julian.

“Nós não podemos deixar isso acontecer...” Brittany murmurou, atraindo a atenção de toda a família.

“O que você disse Britt?” Tammy, que estava ao lado da irmã perguntou.

“Nós não podemos deixar a Santana na rua.” Ela falou com mais clareza. “Ela é importante para mim.” Gregory olhou confuso para ela.

“Como assim, importante para você?” Ele perguntou meio que sorrindo, deixando Brittany bem mais confortável para dizer o que precisava.

“Eu amo a Santana papai, nós estamos namorando escondida há algum tempo.” Ela respondeu, então todos na mesa sorriram.

“Britt, nós já sabíamos.” Julian falou carinhosamente

“Nós te entendemos e te apoiamos filha.” Gregory falou para ela e se levantou. “Vamos atrás de Santana, agora ela é uma Pierce também e pode viver conosco.” Brittany abriu o maior e mais feliz sorriso de sua vida. Ela se levantou no mesmo instante e acompanhado de seus quatro irmãos ela correu para fora de casa e alcançou Santana há poucos metros de distância.

“Santana!” Ela chamou com euforia então quando a latina virou-se e viu os cinco irmãos Pierce atrás dela, assustou-se um pouco. “Santana, você não precisa ir embora, meu pai aceitou você na nossa casa.”

“O quê?” Ela perguntou confusa, então Brittany segurou em sua mão e sorriu.

“Vem comigo.” Brittany falou, então Julian que estava com seu violão começou a tocar.

Julian:

Todos como amigos
Nós vivemos assim

Tammy e Julian:

Todos sempre unidos
Até o fim
Nós sabemos dar!
De cada um cuidar!

Brittany:

Então vem!

Irmãos Pierce:

Bem-vinda à nossa casa!
Bem-vinda à nossa festa!
Estamos muito felizes por você ter vindo
A casa é sua

Nesse momento os irmãos guiaram Santana até sua casa, onde Gregory e Joan a esperavam sorridentes na porta.

Bem-vinda à nossa casa
(Seja muito bem-vindo!)
Bem-vinda à nossa família!
(É família)
Estranho aqui não tem
Não vai faltar ninguém
(É seu também)
É tudo seu também!

Douglas:

Algo nos reúne
Não dá pra explicar

Douglas e Denise:

Os amigos vamos rever
E juntos celebrar!

Brittany:

Do seu lado estou
Você do meu está também

Gregory:

Então vem!

Todos os Pierce:

Bem-vinda à nossa casa!
(Bem-vinda à nossa casa)
Bem-vinda à nossa festa!
(Nossa festa)
Estranho aqui não tem
Não vai faltar ninguém
(É seu também)
É tudo seu também!

Gregory:

Lembrando de alguém bem querido
Que saudade deixou...

Joan:

Planejar nosso futuro
Com amigos que sabem ouvir
São momentos pra nunca esquecer!

Então Santana começou a olhar para cada detalhe daquela casa, e sorriu.

Santana:

Este lugar que eu encontrei
Me traz tanta paz...
É tão bonito...
Eu nunca vi um paraíso assim...

Em seguida ela olhou na direção dos irmãos Pierce, menos para Brittany que estava ao seu lado.

Quando penso como caminhei, nem creio...
E ainda assim eu sinto no coração
Que posso ser mais um irmão...

Joan:

Então vem!

Todos os Pierce:

Bem-vinda à nossa casa!
(Seja muito bem-vindo!)
Bem-vinda  à nossa festa!
(Nossa festa!)
Estamos muito felizes por você ter vindo
(Felizes por você)
A casa é sua!
(É sua)
Bem-vinda à nossa casa!
(Seja muito bem-vindo!)
Bem-vinda à nossa família!
(Muito feliz!)
Estranho aqui não tem!
Não vai faltar ninguém!
(É tudo seu)
É tudo seu também!

Brittany abraçou sua namorada muito feliz enquanto sua família aplaudia as duas, todos sorrindo.

“Britt...” Era a voz distante de Tammy. “Britt, qual o problema?” Brittany abriu os olhos, e Santana não estava em seus braços, muito menos ali com sua família. Na verdade ela ainda sentada a mesa e todos jantavam, tudo não passou de uma fantasia e no momento todos olhavam com certo estranhamento para ela. “Brittany!” Dessa vez Tammy alterou o tom de voz, assustando a irmã mais velha.

“Tammy você me assustou.” Ela falou colocando a mão no peito e sentindo o coração disparado.

“Você parece estar dormindo aí.” A irmã se justificou. “Está tudo bem?” Ela perguntou com um pequeno sorriso.

“Sim, eu só estou sem fome.” Ela respondeu e levantou da mesa, e sem demora foi para o quarto.

“Não está tudo bem.” Gregory afirmou pensativo, Tammy e Julian concordaram com ele chacoalhando a cabeça. Joan sacudiu a cabeça preocupada.

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Santana andava sozinha pela rua. As lágrimas ainda estavam presentes, e o seu futuro incerto, quando seu celular vibrou e era uma mensagem de Brittany, perguntando o que estava acontecendo, e ela respondeu com um rápido ‘conversamos depois, não se preocupe, estou bem. ’

Ela estava distraída respondendo a mensagem, que quando notou uma sombra se aproximando quase caiu de susto. Estava escuro ela imaginou que pudesse ser um ladrão ou pior, alguém querendo se aproveitar dela, mas estava enganada.

“Santana, tudo bem?” Era Eileen, e ela não pôde deixar de estranhar.

“Eileen? Ela falou com bastante surpresa. “O que você está fazendo por aqui?”

“Eu moro por essa região.” Ela respondeu, então Santana estranhou outra vez, porque aquele não era um dos melhores bairros da cidade e Fernando lhe dissera que Eileen morava em outro bairro.

“Achei que você morasse em outro lugar.” Ela respondeu, e Eileen abriu um meio sorriso envergonhado.

“Eu imaginei isso.” Ela falou. “Mas aquela casa que eu mostrei a Fernando é de uma tia minha.” Ela respondeu, e o tom de voz que ela usava naquela conversa era completamente diferente do que ela estava acostumada a usar anteriormente. “Eu não morava aqui quando começamos a sair, mas eu voltei.” Então ela olhou para a mala nas mãos de Santana. “O que aconteceu?”

“Meu pai me expulsou de casa por causa de...” Ela olhou para Eileen, porque ela sabia exatamente o por que. Eileen chacoalhou a cabeça.

“Por causa da Brittany.” Ela afirmou. “Eu sabia que isso ia acontecer.” Santana mordeu o lábio. “Eu sei que eu fui idiota, e fiz um monte de coisas que prejudicaram você e ela, mas eu só estava tentando te ajudar.”

“Agradeço, mas foi inútil, se meu pai acha que me expulsando vai me mudar, ele está muito enganado.” Santana falou com certa impaciência.

“E para onde você está indo?” Eileen perguntou cruzando os braços.

“Vou para a casa da minha madrinha.” Eileen começou a rir. “Do que você está rindo?”

“Santana você está fazendo exatamente o que o seu pai quer.” A latina levantou uma sobrancelha. “Ele com certeza tinha planejado que você iria correndo para a casa da sua madrinha se ele te mandasse embora de casa, ele sabe onde te encontrar, ele tem você nas mãos dele.” Fazia sentido. “Se você quer ser mesmo rebelde e mostrar para o seu pai que não vai desistir da Brittany, você tem que ir para outro lugar.”

“É, mas para onde?” Ela perguntou sem encontrar uma saída.

“Você pode ir para a minha casa, fica há poucas ruas daqui, você topa?” Eileen piscou para a ex-cunhada que avaliando todas as possibilidades sorriu de volta.

“Eu topo.” Ela respondeu e acompanhou a garota pelas ruas, e quando ela chegou à casa de Eileen ela mal pôde acreditar no que viu, e era algo bastante familiar. Assim que Eileen abriu a porta da frente de sua casa e ela entrou na sala teve vontade de rir.

“Pai, essa é Santana, uma amiga, ela vai passar uns dias aqui, tudo bem?” A garota falou sorrindo, então o homem estendeu a mão para Santana, e ele lhe lembrava Gregory Pierce, suas roupas, seu modo de andar, e ele estava meditando com incensos antes das garotas o interromperem.

“Fique a vontade, Santana, casa de hippie é como coração de mãe sempre cabe mais um.” Ele falou simpaticamente. Santana apenas sorriu em resposta e em seguida seguiu Eileen até seu quarto.

“Então, nada a dizer?” A garota perguntou, afinal, havia revelado seu maior segredo para Santana.

“Pensei que seu pai fosse militar.” A latina respondeu, não acreditando que Eileen era também uma hippie. “E aquela tatuagem em seu braço? Seu pai sabe sobre ela?” Eileen sacudiu a cabeça.

“Era uma tatuagem falsa.” Ela suspirou. “Meu pai não é militar, ele nunca bateu em ninguém, ele só apanhou quando protestava contra desmatamentos, poluição e capitalismo.”

“Por que você escondeu isso?” Santana estava intrigada, porque além de esconder sua verdadeira identidade, ela ainda falava que odiava seus semelhantes.

“É uma longa história Santana, mas eu vou tentar resumir para você.” Eileen suspirou fundo. “Minha mãe não era hippie, na verdade ela vem de uma família afortunada, assim como você, mas ela se apaixonou pelo meu pai, que assim como a Brittany não tinha muita coisa, e mesmo contra a família dela, eles acabaram se casando, e formaram uma família, nasceram meus irmãos, nasci eu, mas o arrependimento bateu alguns anos mais tarde, e ela simplesmente nos deixou, indo viajar pelo mundo com um homem rico, o último cartão postal que ela me mandou por coincidência foi de Porto Rico, há uns três meses atrás.” Eileen pareceu bastante machucada ao falar disso. “Então eu passei a odiar os hippies e essa cultura, e fui morar com a minha tia, irmã da minha mãe e o marido dela, e eles me tratavam como uma verdadeira filha, e eu os chamava de mãe e pai, tanto que o Fernando acha mesmo que eles são os meus pais.”

“Eu sinto muito Eileen.” Santana murmurou, sentindo-se desconfortável.

“Vendo você e Brittany me fez automaticamente lembrar dos meus pais, e eu fiquei imaginando que talvez se vocês pudessem formar uma família algum dia os filhos de vocês poderiam ter o mesmo destino que eu e os meus irmãos.” Os olhos da garota ficaram lacrimejantes. “E isso é muito doloroso, mas eu me sinto envergonhada pelas coisas que eu fiz, de verdade, por você, Brittany e Julian, eu poderia ter machucado a irmã dele.” Santana ficou confusa, Julian? Aquele hippie de cabelo feio.

“Você terminou com o Fernando por causa do Julian?” Ela perguntou com certa confusão. “Você gosta dele? Tipo, o Fernando é meio chato, mas trocar ele por aquele hipong...” Santana calou-se diante da porcaria que iria dizer.

“É onde o meu coração pertence Santana.” Eileen explicou. “Além do mais eu tenho certeza que a Brittany não iria gostar de ouvir você chamando o irmão dela assim.” Santana sabia bem disse e sorriu. “Está com fome?”

“Um pouco.” Ela respondeu, lembrando-se que não comia há um bom tempo.

“Bom, nós somos vegetarianos, então acho que não há nada que você goste muito, mas eu acho que eu consigo batata frita.” Santana sorriu e tocou no ombro de sua nova amiga.

“Obrigada Eileen.” A latina lhe agradeceu.

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No dia seguinte Brittany levantou disposta a revelar tudo para a sua família, então ela foi conversar com a mãe.

“Mamãe, eu posso falar um minuto com você?” Ela perguntou, então Joan olhou para ela e assentiu com a cabeça. “Eu não agüento mais isso, eu vou falar tudo para o papai e para os meus irmãos, você vai me apoiar?”

“Claro Brittany, não se preocupe quanto a isso, eu vou estar ao seu lado.” A mãe lhe deu um beijo na testa. “Eu te amo.”

“Eu também te amo, mamãe.” Ela respondeu com um sorriso doce. “Você chama todo mundo para mim?”

“Sim.” A mulher respondeu, então Brittany foi até o quintal enquanto sua mãe reunia todos os membros de sua família, o que levou uns cinco minutos até que todos estivessem na cozinha, sentados à mesa, quando Joan apareceu ali, então ela soube que aquele seria o momento.

Ela acompanhou a mãe e encontrou sua família inteira na cozinha.

“Qual o problema Britt?” Seu pai lhe perguntou.

“Olhem, a Brittany quer dizer uma coisa para todos nós, então, por favor, vamos ouvi-la primeiro antes de tomarmos qualquer atitude, tudo bem?” Joan falou. “ E eu já vou avisando, se algum de vocês for rude com ela, terão problemas comigo.”

“Ai minha santa Janis, algo me diz que eu não vou gostar dessa conversa.” Gregory falou e sacudiu a cabeça.

“O que eu falei serve para você também Gregory.” Joan disse ao marido que suspirou.

“Vai, solta logo a bomba Brittany.” Ele falou para a filha e ficou olhando diretamente em seus olhos. Brittany respirou fundo, mas não conseguiu evitar o nó na garganta e as pernas trêmulas, mas ela precisava acabar com aquela aflição de uma vez. Era agora ou nunca.


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Notas finais do capítulo

*Músicas: She is leaving home (Beatles) e Bem-vindo (Irmão Urso)
* Imaginam como vai ser a reação de Gregory e sua família com a revelação de Brittany?
*Vocês acreditaram mesmo que os Pierce tinham aceitado tudo assim numa boa?
*Gostaram do segredo da Eileen?
*Obrigado por lerem a fic e não percam o próximo capítulo, bonitinho e emocionante.



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