P.O.V.  Hanna

Chego em casa arrasada e intrigada, o que será que aquele menino estava fazendo lá na festa, nunca tinha o visto antes, mas isso não importa mais, afinal nunca mais vou ver ele. Vou lavar a mão para apagar esse telefone e esquecer o estranho. Botei o pijama e tratei logo de ir dormir, pois quanto mais cedo esse dia acabasse melhor.

Eram 7h quando meu despertador tocou, me arrumei , tomei café e fui em direção ao ponto do ônibus, lá estavam os meus melhores amigos, Lacey e o Dan, que ao me olharem já sabiam que provavelmente eu tinha descoberto tudo, eles tentaram me avisar, mas infelizmente a paixão me cegou. Os abracei forte e me segurei para não chorar.

- Vocês estavam certos, ontem eu o vi me traindo, o mais estranho foi o garoto... – Lacey abriu um sorriso e levantou uma sobrancelha.

- Que menino? Ele era bonito? – Tive que rir, só eles mesmo para me fazerem sentir melhor. Eu abri a boca para responder a pergunta quando o ônibus chegou, fazendo ela se esquecer do assunto, mas só eles se esqueceram, porque por mais que eu tentasse o esquecer eu não conseguia.

Na escola eu não consegui olhar para a cara de ninguém, sabia que falavam de mim, afinal todo mundo adora uma fofoca. Meus amigos estavam ao meu lado dizendo para eu ser forte, mas é muito difícil, vem tudo de uma vez só, é dor, humilhação, raiva...

Cheguei ao meu armário, peguei o material da próxima aula, respirei fundo e caminhei até a sala, me jogo em qualquer cadeira, ponho os fones de ouvido e me perco no mundo da musica até o professor da terceira aula reclamar e me mandar tirar o fone, mas em vez de fazer isso, prefiro ir para a diretoria (nunca me imaginei fazendo isso, sou considerada como uma garota certinha).

Estou prestes a entrar na sala da diretora, quando esta sai com um aluno, provavelmente novato, da sala.

- Oi Hanna, o que a trás aqui? Você não deveria estar na aula? – Lhe mostro os fones e ela entendi. – Vamos conversar depois, mas agora quero que acompanhe o aluno novo, Justin, pela escola. – Eu ouvi bem?! Ela falou Justin! Levanto o meu olhar e encaro mais uma vez seus lindos olhos, ele apenas sorri meio envergonhado, mas fofo.

- Oi, que coincidência hein?

- Pois, é. – A diretora fica surpresa pelo fato de já nos conhecermos, então ela entra na sala e volta um minuto depois com um bilhete na mão e me entrega.

- Quero ver você aqui amanhã depois da aula, O que aconteceu com você? Não é de o seu feitio fazer isso. – Minhas bochechas coram porque eu sei que é verdade. Eu e o Justin nos despedimos da diretora e vamos para o refeitório, já que é hora do recreio. Está silencio, ele é que o quebra primeiro.

- Então, você sabe meu nome, mas eu não sei o seu, na realidade eu sei, a diretora te chamou de Hanna, então é esse o nome da menina que eu encontrei ontem chorando e que não falava coisa com coisa. – Esqueci totalmente, eu estava tão triste ontem que eu nem me apresentei.

- Pois é, ontem foi um desastre, mas esquece isso ou pelo menos tente.

No refeitório vou direto para a mesa onde Lacey e Dan estam sentados. De longe consigo ver a cara dos dois de curiosidade, devem estar se perguntando o que eu estou fazendo com o novato.

- Pessoal este é o... – Antes que eu possa terminar vejo o Jason vindo em nossa direção.

- Quem diria,você, a menina certinha, com o menino novo, você até que é bem rapidinha! – eu não preciso encarar isso, não depois da traição. Eu sei que eu tenho opções, mas estou sem paciência, então apenas me levanto, dou um sorriso irônico e lhe dou um tapa na cara, viro as costas e saio andando.

O resto do dia passa normal. Na hora de ir pra casa Justin me convida para sair e acabo aceitando.

- Então a onde vamos? – Ele sorriu, acho que nem ele sabe, uma raiva cresce dentro de mim e acabo explodindo. – Podia ter pensado em algum lugar antes de ter me convidado!

- Calma! – Agora é que percebo o que fiz, mas estou muito sentimental esses dias, não vou me desculpar, meu orgulho não deixa. Ficamos em silencio por um tempo, mas ele pareceu entender, então resolve quebrar o silencio.

- Já sei aonde nós vamos, não conheço muitos lugares, mas esse foi o primeiro lugar que meu pai me mostrou quando nos mudamos para cá. – estava escutando atentamente o que ele falava, o carro para e ele tapa os meus olhos, saímos do carro. – Esse era o lugar preferido da minha mãe, antes dela morrer, então para afastar  as lembranças nos mudamos para o Brasil, o que não adiantou muito pois apesar de ser um lugar lindo, meu pai não se acostumou e voltamos. – Essa parte saiu quase como um sussurro em meus ouvidos. Lentamente ele tira as mãos dos meus olhos e eu vejo um lindo parque cheio de flores e com um lago.

- É... É lindo! Parece uma cena de filme. – Gaguejo um pouco, é tão fantástico.

- Sabia que você ia gostar.

Nos sentamos perto do lago, e ficamos conversando por horas, paramos um pouco só para observar o por do sol, Justin levanta e depois me estende a mão, a aceito e me levanto, ele me puxa para mais perto e me abraça de lado, vamos assim até o carro. Eu não quero deixar aquele local, mas está tarde e meus pais vão reclamar se demorar mais um pouco.

No caminho para casa fico encarando o Justin, isso o deixou corado e meio bobo, pois ficava sorrindo o tempo todo. Ele era lindo, fofo, legal e simplesmente me faz sorri a cada gesto, ele é perfeito demais para ser verdade. Chegamos a minha casa dou um beijo em sua bochecha e quando estou prestes a abrir a porta do carro ele me abraça carinhosamente e me beija primeiramente doce e calmo e depois o aprofunda, virando um beijo intenso.