Remember escrita por wookbear


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo *-* Desculpa a demora pra postar, mas andei viajando bastante e não pude escrever ): Então, espero que se divirtam, e continuem lendo ^^



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– Não acha que devia descansar um pouco, Baro? - indagou Gongchan, estudando o rosto do amigo - Você precisa estar bem disposto amanhã, não?

O garoto afastou a grossa camada de cabelos negros e brilhantes de seus olhos, e encarou o colega por alguns segundos, abrindo um sorriso animado e deixando seus dentes grandes à mostra.

– Agradeço a preocupação, hyung. Só estou um pouco nervoso, com todas essas coisas do MV, sabe? Preciso esvaziar um pouco a cabeça antes de dormir - suspirou, correndo os olhos pela sala enquanto vestia um grosso casaco de pêlos - Não vou demorar, só vou tomar um ar. Prometo, tabom?

– Certo. Devemos te esperar, ou...

– Não, não - apressou-se o garoto, sentindo seu rosto corar de repente - Acho melhor você ir descansar também.

Podiam ouvir a respiração ressonante de Sandeul, que dormia já profundamente envolvido em seu casulo de cobertores, e os pesados passos de Jinyoung, que acabara de sair do banho, com uma toalha enrolada sobre a cintura e outra sobre a cabeça, secando os cabelos enquanto caminhava pelo corredor.

– Vai sair também, Baro? CNU saiu faz um tempo já, não disse onde ia... - murmurou Jinyoung, observando o amigo pelo canto dos olhos, e uma expressão de extrema curiosidade jazia em seu rosto.

– Bem, é... preciso tomar um ar, pensar um pouco.

– Entendo...

– Boa noite - despediu-se Baro, fechando a porta rapidamente na esperança de evitar mais perguntas. Consultou o relógio de pulso e notou que restavam-lhe apenas 15 minutos para encontrar-se com CNU na loja. Ao deixar o edifício, sentiu uma brisa gélida acariciar-lhe o rosto e seus cabelos esvoaçarem no ar. Sua respiração produzia caprichosas nuvens de fumaça que se desfaziam logo em seguida, e o céu estava muito escuro, quase preto. Os postes de luz tingiam as ruas de branco prateado e eram refletidos nas poucas poças no chão, desviadas pelas pessoas que caminhavam pela rua naquele momento, todas envolvidas em grossos casacos e cachecóis.

Lembrou-se de súbito que não sabia exatamente como chegar na loja, e procurou seu celular nos bolsos do casaco. Poderia ligar pra CNU, que com certeza sabia como chegar ao local e poderia guiá-lo, porém, seus bolsos estavam completamente vazios, a não ser por um ou outro papel de bala amassado. Faltavam apenas 10 minutos agora. Sentiu o estômago embrulhar por um instante, e correu os olhos por todos os lados, na esperança de lembrar o caminho para a loja, quando reparou em um menino alto e magro, do outro lado da rua. Seus cabelos compridos esvoaçavam com o vento, destacando seu rosto redondo e angelical, e dois pequenos olhos negros piscavam com rapidez por trás das lentes dos grandes óculos de hastes arredondadas. Caminhava apressadamente, olhando para os próprios pés, com as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta de couro marrom.

– Shinwoo? -berrou Baro, com os olhos fixos no rapaz, que se virou bruscamente, procurando com os olhos a origem do chamado. Percebendo o amigo plantado ali, do outro lado da rua, abriu um enorme sorriso e acenou com uma das mãos, chamando-o para se juntar à ele.

Baro suspirou aliviado, e retribuindo o sorriso de CNU, correu ao seu encontro.

– Que sorte te encontrar, eu não sei como chegar na loja, e esqueci meu celular, estava começando a me desesperar -disse, ofegante, passando o braço pela nuca do amigo.

– Mas você está na frente de casa, por que não foi buscar? -perguntou CNU, fitando o rosto do colega por alguns segundos.

– Bem, Jinyoung parece desconfiar de alguma coisa, achei melhor não voltar -murmurou Baro, dando de ombros.

CNU acenou com a cabeça em um gesto de aprovação e prosseguiu a caminhada, com Baro agarrado ao seu pescoço como um coala. Após alguns minutos que mais pareciam horas, Baro resolveu quebrar o silêncio que os envolvia, e sem encarar o amigo, perguntou hesitante:

– Por que você saiu tão cedo? Por que não me esperou para irmos juntos?

CNU o observou por um momento, surpreso, porém, logo em seguida retomou uma expressão impassível e desinteressada.

– Ah, resolvi jantar fora hoje, e se saíssemos juntos poderia parecer mais suspeito ainda, não é?

Baro acenou positivamente com a cabeça, e novamente o silêncio se instalou, até que finalmente chegaram ao seu destino. Se depararam com uma lojinha de pequeno porte, na qual estiveram presentes mais cedo naquele mesmo dia, quando Baro contracenou com WonHee. Não havia luz alguma em seu interior, e parecia completamente vazia.

– E como você pretende entrar, hyung? Arrombando a porta? - resmungou Baro, em voz baixa.

O amigo largou uma gargalhada ressonante, e com passos lentos se aproximou da porta. Com um barulho metálico que ecoou pela rua, o rapaz retirou de um dos bolsos da jaqueta um molho de chaves, que indicou para o colega, por cima do ombro.

– Onde você arranjou isso, CNU? -indagou Baro, com os olhos arregalados.

– O diretor me deu uma cópia para caso a gente precisasse de alguma coisa.

Ouviu-se um barulho de trava cedendo, e CNU abriu a porta com cautela, entrando no estabelecimento, com Baro em seus calcanhares tateando as paredes à procura de um interruptor. O lugar de repente se tornara bem iluminado, revelando uma grande variedade de mercadorias, desde camisetas até souvenirs.

– Então, vamos começar? -perguntou Baro hesitante, após alguns minutos, fechando a porta às suas costas.

– Vamos. Só cuidado pra não se apaixonar por mim. - caçoou CNU, sorrindo graciosamente para o amigo e lhe lançando uma piscadela por trás dos óculos.

Baro revirou os olhos em sinal de desaprovação, apesar de não poder conter um sorriso diante da fala do colega. CNU caminhou em sua direção, parando logo à sua frente. Estavam separados apenas por alguns centímetros, o que não impedia Baro de sentir a respiração quente e lenta do colega tocar seu rosto. Os dois se encararam por um momento, e Baro sorriu, desviando os olhos.

– Por que parou de olhar pra mim? - murmurou o mais alto, com certa rispidez na voz.

– Por que a gente não começa a ensaiar logo? - perguntou Baro, encarando-o novamente.

– Isso é um método, você precisa olhar nos olhos da WonHee para contracenar com ela, estou errado? - disse CNU, se aproximando ainda mais do colega, os narizes quase se tocando.

Baro, ainda se esforçando para sustentar aquele olhar penetrante do amigo, apenas bufou, contrariado. Sentiu suas bochechas corarem em poucos segundos, o que arrancou um enorme sorriso do rosto sério de CNU, que não pôde deixar de notar o quão desconcertado o amigo se encontrava naquele momento. O mais alto se afastou poucos centímetros, desviando finalmente os olhos dos de Baro para fitá-lo de cima a baixo.

– Certo, vamos começar então - sorriu CNU, dando as costas ao amigo e estudando uma grande diversidade de tiaras coloridas e apanhando uma, colocando-a sobre os cabelos longos e castanhos.

– Mas o que...

O mais alto se virou, piscando rapidamente os olhos e adotando no rosto numa expressão meiga e infantil.

– Ta-dá, sou a WonHee, que tal? - gargalhou, contorcendo os lábios em um biquinho.

Baro largou uma gargalhada sonora enquanto balançava negativamente a cabeça, em sinal de desaprovação. As risadas de CNU faziam coro com as de Baro, e o rapaz adotava diversas poses e expressões femininas conforme o amigo se contorcia com as mãos na barriga, enxugando as lágrimas dos olhos.

Depois de se recompor, Baro suspirou, e revirando os olhos murmurou para o maior:

– Você não presta mesmo.

Seguiu-se um sorriso por parte dos dois, e CNU o encarou por alguns instantes.

– Ué, não gostou?

– Não, eu não namoraria com uma garota como você - gargalhou Baro, imitando-o em uma de suas poses ridículas.

– Veremos - sorriu CNU, fitando-o pelo canto dos olhos e removendo a tiara de seus cabelos - Bem, talvez fosse melhor a gente ensaiar amanhã. Esqueci que precisamos acordar tão cedo amanhã, e estou morrendo de sono.

– Certo - concordou o menor, de má vontade, vestindo rapidamente o grosso casaco de pêlos e seguindo em direção à porta, atrás do amigo.

Se depararam novamente com a fria brisa que chegava a queimar suas peles. As pontas dos dedos de Baro estavam congeladas, e ele as esfregava contra o casaco numa fracassada tentativa de aquecê-las. Inesperadamente, se sentiu extremamente confortável, como se envolvido por um grosso cobertor. Ergueu os olhos e encontrou os de CNU, que o encarava por cima da jaqueta marrom. Sentia o coração do amigo bater lentamente contra o peito, ao mesmo compasso que o seu, enquanto passava os braços por suas costas, retribuindo o abraço que lhe aquecia até a alma.

– Bem, foi melhor que ontem, com certeza - sorria Jinyoung, com um tom animador e entusiasmado na voz enquanto passava um dos braços pelo ombro do amigo.

– Foi sim, Baro. E ainda temos uma semana de gravação - encorajou-o CNU, aparecendo do lado oposto de Jinyoung e passando a mão por seus cabelos negros.

Baro largou um sorriso desanimado e acenou com a cabeça, em sinal de concordância.

Ainda não se sentia confiante em relação a WonHee, e muito menos satisfeito com a cena que acabara de contracenar na loja em que CNU e ele haviam se encontrado na noite anterior.

– E o melhor de tudo é que temos o resto do dia de folga, e ainda é meio-dia! - exclamou CNU com os olhos brilhando.

– É verdade, acho que devíamos almoçar em algum lugar, dar uma volta - sugeriu Jinyoung, olhando em sua volta a procura de apoio - É sempre bom descontrair, ainda mais depois de todo o trabalho que estamos tendo.

– Concordo, estou morto de fome -murmurou Sandeul, sorridente, seguido de uma exclamação de aprovação de Gongchan.

Saíam da loja em direção à rua estreita à frente, com passos extremamente cautelosos e lentos sobre o chão úmido e repleto de poças. O dia estava um pouco mais quente que o anterior, e um pequeno pedaço do sol aparecia por entre as nuvens gordas e escuras que pairavam no céu, exatamente no meio de sua extensão, causando uma ausência de sombras que chegava a ser agradável.

Os cinco caminharam pelas ruas, olhando em todas as direções à procura de um bom lugar pra almoçar.

– Sandeul, CNU, Baro, vocês podem por favor parar de brincar e ajudar a... EI! - Jinyoung foi interrompido de súbito, quando Sandeul pulou com força, os dois pés unidos, em uma enorme poça, espalhando água por todos os lados e encharcando as calças do colega. Os três riam histéricamente, e Gongchan se afastava o máximo que podia, na tentativa de evitar ser a próxima vítima dos colegas.

Jinyoung olhou de esguelha para Sandeul, franzindo a testa em sinal de desaprovação. Suas bochechas ganharam uma cor avermelhada, e chacoalhando uma das pernas para tirar o excesso de água que lhe escorria até os calcanhares, correu atrás do menor, que largou um grito agudo de menina, seguido por uma risada abobada e correu o máximo que pode, até que sentiu dois braços fortes o envolverem. Se debateu, na tentativa de se soltar, enquanto gargalhava audivelmente, com as duas mãos sobre o estômago.

– Te peguei - sussurrou Jinyoung, sorrindo, e afrouxou o abraço, largando-o de pé no chão úmido. Antes que o menor pudesse correr, Jinyoung se adiantou e pulou com força em uma poça a poucos centímetros dele, e o encharcou por inteiro.

Sandeul ainda ria, assim como os outros três. Baro, Jinyoung e CNU estavam completamente encharcados, gargalhando e prometendo vingança, uns aos outros. Quando finalmente recuperaram o fôlego, olharam ao redor, enxugando as lágrimas. Jinyoung estudando toda a extenção da rua estreita e asfaltada, finalmente se deu conta de que algo estava faltando. O coração quase lhe saltou pela boca, sentiu-o bater contra suas costelas, e perdeu o fôlego momentaneamente, arregalando os olhos para todos os lados.

– Onde está Gongchan?


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Notas finais do capítulo

Tan tan. n
Enfim, espero que tenham gostado. Comentem, por favor, as críticas me ajudam a melhorar os erros, e os elogios me motivam a escrever ^^ ♥