Even Now escrita por maknaee


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Wow, finalmente está pronta! Eu tive tantos problemas com essa One que sinceramente achei que nunca fosse terminá-la lol
Mas enfim... Essa One tem uma história muito longa que não me convém contar aqui agora, mas ela é toda e completamente dedicada a minha linda Carol, que eu tenho certeza que não faz nem IDEIA do quanto me ajudou, não só com essa One mas com tudo. Carol, obrigada! Não é muito, mas essa One é sua ♥
De qualquer forma, boa leitura a quem se aventurar a ler essa história :**
P.S: Essa One está betada apenas por mim, o que significa nada, então por favor, me avisem qualquer erro que eu venho correndo arrumar.



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– Hey, abra a porta.

Os nós de seus dedos encontraram-se insistentemente com a superfície lisa e fria de madeira, o som de suas batidas ecoavam redundantes pelo corredor vazio. No entanto seu esforço foi em vão. A porta não se abriu, não deu lugar á um HyukJae sorridente e de braços abertos loucos para recebê-lo, não houveram sorrisos de reconhecimento ou abraços saudosos. Não houve nada. Aquilo acontecia a muito tempo atrás, mas não agora. Aquele tempo já não os pertencia mais.

Bateu de novo, não houve resposta. Não desistiu, bateu de novo, e então novamente. HyukJae estava lá e ele sabia disso. E Lee DongHae não desistiria até forçá-lo a falar consigo, nem que para isso tivesse que dormir á sua porta, no chão frio do corredor de seu apartamento.

– Sabe que não vou sair daqui até você vir falar comigo - comentou, quase casualmente, como se pudesse vê-lo encarando a porta do outro lado, impassível, com a respiração descompassada e os olhos inquietos.

– Vá embora - e ainda que as palavras tenham lhe alcançado num sopro quase inaudível de voz, pode ouvi-lo dizendo. Porque o conhecia bem demais, e era isso que ele diria.

Sentiu o sangue ferver e subir-lhe a cabeça, estava tão cansado de HyukJae e sua tão suposta maturidade e superioridade. Como ele ousava decidir de uma hora para outra que aquela relação não tinha nenhum futuro e portanto era inútil? Como ousava evitá-lo, e afastá-lo quando – com muito esforço- conseguia se aproximar? E acima de tudo, quem aquele desgraçado pensava que era para privá-lo de seus carinhos, de seus abraços, seus beijos e principalmente de sua amizade?

– Abra logo essa droga dessa porta - gritou, substituindo os nós dos dedos pelo seu punho, que esmurrava a porta com tanta força que a fazia tremer violentamente. - Abra, abra agora! Eu não vou sair daqui enquanto você não deixar de agir como um covarde, Lee HyukJae!

Nada.

– AAH, EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ VAI FAZER ISSO COMIGO, EU VOU MATAR VOCÊ, EU VOU DERRUBAR ESSA PORTA, E ENTÃO EU VOU MATAR VOCÊ, E DEPOIS EU VOU TE RESSUSSITAR PRA TE MATAR DE NOVO - deixou que se auto-controle escorresse pelo ralo, enquanto ainda esmurrava a porta com força. Porque o HyukJae era assim, era tudo tão intenso que nunca havia tempo para pensar ou sequer se arrepender - COMO VOCÊ PODE? COMO VOCÊ PODE DORMIR COMIGO E ENTÃO SIMPLESMENTE ME DAR AS COSTAS? VOCÊ ME ILUDIU, VOCÊ ME FEZ PROMESSAS, EU FUI INOCENTE NESSA HISTÓRIA, EU VOU CHAMAR A POLÍCIA PRA VOCÊ. EU VOU TE PROCESSAR LEE HYUKJAE. ACHO BOM VOCÊ ABRIR ESSA DROGA DESSA PORTA PORQUE SE NÃO...

E então, milagrosamente, a porta se abriu. Dando lugar, não á um HyukJae sorridente como o das suas lembranças, mas sim á um completamente lívido e irritado.

– Você está maluco? O que diabos deu em você? - ele indagou furioso, puxando o moreno para dentro pelo braço.

– Se esse era o único jeito de você abrir a porta... - deu de ombros, sorridente por finalmente ver HyukJae tão de perto de novo, tirou o cachecol que protegia seu pescoço do frio lá fora o jogou-o em cima do sofá, andando pela sala tão bem conhecida.

– Só pode estar louco, onde foi parar a sua vergonha na cara? O que os vizinhos vão pensar de mim...

DongHae registrou vagamente que HyukJae continuava falando, mas não estava mais prestando atenção. Seus olhos vagavam pela sala e pelas várias caixas que se encontravam espalhadas por todos os lugares. Olhou em volta e sentiu falta dos mangás e CDs que lotavam a estante, das roupas que costumavam ficar jogadas pelos cantos, da bagunça usual que costumava tornar o apartamento de HyukJae um lugar tão conhecido e aconchegante.

“Então é verdade” pensou, sentindo todo o corpo tremer. Não que não soubesse, mas duvidava. Sempre duvidara, achava que no fim aquele sentimento torto e estranho entre os dois o manteria ali pra sempre.

Encarou HyukJae que continuava com um discurso sem fim, palavras quais ele não conseguia e não queria entender, deu-lhe as costas então, se dirigindo ao resto da casa, confirmando em cada cômodo a falta de todas as coisas que ele costumava conhecer e gostar. Coisas essas que ele mesmo tinha ajudado a por no lugar á quase quatro anos atrás, quando HyukJae se mudara para aquele apartamento.

No lugar dessas coisas haviam apenas caixas e então mais e mais caixas. Algumas ainda vazias jogadas para todos os lados, algumas lacradas empilhadas nos cantos. Mas a maior parte das coisas já pareciam estar empacotadas e prontas para seguirem viagem, DongHae se surpreendeu ao ver que ali haviam quatro anos de sua própria vida empacotados, e que logo o deixariam sem ele nem ao menos se desse conta.

Percebeu HyukJae em seus calcanhares enquanto continuava a vagar pelo apartamento olhando cada cômodo. Ele falava, mas ainda sentia-se incapaz de ouvi-lo. Foi apenas ao chegar ao quarto que voltou ao ouvi-lo, apesar de só conseguir dar meia atenção ao que ele dizia.

– Você pode por favor, parar e me ouvir? – ele dizia, mas não se deu o trabalho de responder. Se agora ele queria conversar teria de esperar DongHae estar disposto a ouvi-lo.

Seus olhos pregaram-se no guarda roupa aberto, metade do seu conteúdo parecia já ter sido esvaziado e era obvio que HyukJae estivera trabalhando em desocupar a parte que ainda não tinha sido. Talvez fosse isso que ele estava fazendo antes de DongHae bater em sua porta.

Aproximou-se da cama para examinar o conteúdo da caixa mais próxima e qual foi sua surpresa quando, dentro dela, encontrou nada menos que suas roupas. E como se não fosse o bastante, ao revirar o conteúdo encontrou um velho par de chinelos, a escova de dentes que costumava usar quando ali dormia e – e não pode conter um lamento tristonho quando viu – todos os presentes que já tinha dado a HyukJae na vida.

– Então é assim que vai ser? – indagou mais para si mesmo do que para o outro, enquanto examinava carinhosamente um pequeno macaquinho de pelúcia com o qual tinha presenteado o amigo em seu ultimo aniversário – Nem mesmo um aviso, um bilhete... Nada?

– DongHae... – ouviu-o murmurar baixinho, e sentiu seu sangue ferver. Como ele ousava parecer tão frágil e triste? Não era ele que tinha tomado aquela decisão estúpida? Não fora ele que decidira tudo sozinho? Não era ele afinal, que estava indo embora? Abandonando tudo, pulando fora do barco sem nem ao menos considerar seus sentimentos? Então ele não tinha o mínimo direito de se mostrar triste. Se fosse para ir embora, que fosse de uma vez, que o deixasse logo.

Não era justo que HyukJae parecesse tão deprimido por deixá-lo, porque então pareceria que ele não queria realmente fazê-lo. E então DongHae não se sentiria capaz de odiá-lo como deveria. E Deus, como queria odiá-lo, como queria colocar em sua cabeça – e em seu coração – razões para que pudesse esquecê-lo.

– Era isso que você ia fazer? – voltou a perguntar – Me mandar essa droga dessa caixa pelo correio e então fugiria pra longe como o covarde que você é? Não iria nem ao menos me procurar para por um fim em tudo? Ia me deixar assim? Eu não acredito que estive tão errado sobre você durante todos esses anos! Eu pensei... Pensei que você fosse um homem, não um garoto idiota e imaturo que foge de seus problemas ao invés de resolvê-los. Deus, eu nunca pensei que pudesse te odiar tanto.

Não era verdade, nunca o amara mais em toda a sua vida do que agora que se encontrava as vias de perdê-lo para sempre. Ainda sim o insultava, provocava. Queria que ele respondesse alguma coisa, que gritasse de volta e dissesse que não o amava mais, que estava sim indo embora porque não suportava mais sua presença. Queria que HyukJae o ferisse de verdade, mas ele não o fazia, ficava apenas parado ali, trêmulo e adoravelmente frágil. Tão fácil de se amar...

Será que ele não entendia que assim DongHae simplesmente não podia deixá-lo ir?

– Diga alguma coisa! – berrou, fazendo-o dar um pulinho de susto. Quase sorriu com a reação frágil dele, mas não podia se deixar levar. Não quando estava tão decidido a encontrar algo nele que pudesse odiar – Você é um covarde, Lee HyukJae! E eu odeio você, odeio!

Esperava uma reação dele, qualquer uma, afinal HyukJae não era conhecido por seu grande auto-controle. Mas não esperava a reação que recebeu.

Foram necessários apenas dois passos largos para que HyukJae cortasse a distancia entre os dois e juntasse seus corpos. Não o tocou, entretanto. Suas mãos continuaram caídas do lado de seu corpo, mas não foi necessário nem que ele o tocasse para que seu corpo inteiro estremecesse. Apenas sentir o calor daquele corpo magro junto ao seu, a respiração dele que se encontrava com a sua e seus lábios tão próximos... Sentia tanta falta dele, de seu gosto, seu corpo, seu toque.

Desejou que ele esquecesse tudo e o empurrasse naquela cama e o fizesse seu novamente. O ar parecia vibrar com aquela aura ferina que emanava do corpo de HyukJae e que impelia todos os sentidos de DongHae a desejá-lo, a ansiar por tudo nele, desde seu corpo até sua alma. Estava quente, quente como não estivera a muito tempo, desde a ultima vez...

E num momento de desespero, desejou que HyukJae o tomasse de uma vez por todas, nem que fosse uma ultima vez, como uma despedida. E seria inesquecível, assim como todas as outras vezes tinham sido.

HyukJae suspirou, e DongHae estremeceu de novo, fechou os olhos e seus lábios se entreabriram por instinto, salivando, esperando ansiosamente que HyukJae os tomassem como seus. Seus lábios se roçaram levemente, e DongHae ofegou. Tentou aprofundar o contato, mas HyukJae se esquivou. Estava torturando-o como já fizeram milhares de vezes antes e DongHae sempre caia. Sempre se deixava cair, adorava aquilo tudo, era simplesmente delicioso.

Sua calça começava a incomodar consideravelmente. Sentia a corpo queimar em desejo e saudades. Queria-o tanto... Mas quando HyukJae o tocou não foi com a malicia e desejo que DongHae desejava, e aquilo foi o pior de tudo.

Porque sentir a mão dele acariciar seu rosto levemente, com cuidado e muito devagar, quase como se ele estivesse com medo de que DongHae desaparecesse ou esfarelasse sobre seus dedos trêmulos era tão doído... E o pior de tudo era reconhecer aquele gesto que ele almejara receber tantas vezes em sua vida. Carinho. Agora, depois de tanto tempo....

E por todos os diabos, pra que fazer aquilo agora se ele estava indo embora?

– Eu te amo... - ele sussurrou, simples assim, como se estivesse desejando-lhe boa noite.

– Eu odeio você - retrucou, também aos sussurros. Por algum motivo não tinha mais nenhuma vontade de gritar. Na verdade, desejava intensamente não dizer e nem mesmo ouvir mais nada, queria que aquilo acabasse, que acabasse logo - Odeio. Odeio. Odeio você.

Ele sorriu.

– Não é verdade... Você me ama tanto quanto eu te amo - e dizendo isso HyukJae finalmente tomou-lhe os lábios num beijo lascivo e intenso.

E DongHae nem ao menos tentou esquivar-se. Sentiu os lábios ávidos sobre os seus, e quando a língua atrevida pediu-lhe passagem recebeu-a com prazer. Sentiu as mãos fortes rodearem seu corpo e irem plantarem-se na base de sua coluna, juntando seus corpos de forma possessiva. Suas próprias mãos foram parar, por puro instinto, na camisa de botões que ele vestia, segurando-a firmemente, como se tivesse medo que ele fugisse.

Separaram-se apenas quando seus pulmões imploraram por ar, e para o seu contentamento HyukJae não o soltou, mas tampouco voltou a beijá-lo. Apenas abraçou-o forte e enterrou o rosto em seu pescoço, escondendo-se ali.

– Adoro o seu cheiro - ele murmurou abafado, fazendo DongHae sorrir - Nunca vou me esquecer...

DongHae permitiu-se curtir o carinho, deixando que seus braços rodeassem o pescoço dele e suas mãos acariciassem seu cabelos descoloridos.

– O que eu faço com você? - indagou, brincalhão - Nem sequer me deixa odiá-lo... Como vou viver depois que você for?

– Não diga isso...

– Como vou fazer pra esquecer você? – e não mais do que de repente sua voz começara a falhar, sua garganta apertara e seu coração doía – Quanto tempo vou passar esperando você voltar, mesmo sabendo que isso não vai acontecer? Quantas vezes vou me perguntar onde você está e o que está fazendo? Se está bem ou se sente minha falta? Por quanto tempo vou desejar voltar no tempo e desfazer seja lá o que fiz de errado, para que você nunca tivesse que ir embora?

Sentiu HyukJae apertar seu corpo ainda mais contra o dele, tentando confortá-lo, mas DongHae não se sentiu confortado, sentiu-se bobo por não conseguir afastá-lo, por querer que o mundo parasse e deixasse que eles pudessem ficar assim para sempre.

– Se você pudesse voltar no tempo... – HyukJae murmurou de uma maneira quase inaudível – Talvez devesse desejar nunca ter me conhecido.

DongHae sorriu, e logo seu sorriso se tornou riso, e o riso se tornou uma gargalhada, o que fez HyukJae afastar-se assustado e encará-lo com os olhos arregalados.

– O que há de errado com você? – ele perguntou.

– Você não entende nada, não é?

– Não entendo nada sobre o que? – o loiro indagou impaciente, observando abismado um DongHae que não conseguia parar de rir.

– Sobre nós, você não entende nada sobre nós, mesmo depois de todo esse tempo... – respondeu, simples.

– O que eu não entendo sobre nós?

– Nada.

– Como nada? Me explique direito, E PARE DE RIR – perdeu a paciência finalmente, indo até o moreno e agarrando-o com força pelos ombros para sacudi-lo com força.

DongHae parou de sorrir e tornou-se sério, encarando HyukJae no fundo dos olhos castanhos antes de murmurar:

– Eu amo você, mais do que tudo nessa vida. Te amo como a pessoa que é, como o meu melhor amigo e como o meu homem, amo tudo em você, desde cada ato sem propósito a cada suspiro que escapa de seus lábios. Eu amo você, e mesmo se alguém tivesse me dito no dia em que nos conhecemos que eu me apaixonaria por você, e que quatro anos depois nós terminaríamos exatamente nesse quarto, nessa mesma situação, não importa o que eu fizesse pra mudar isso... Se eu tivesse a oportunidade de escolher entre te perder um dia e nunca ter te conhecido, eu escolheria te conhecer e viver isso tudo de novo, porque você é a parte mais bonita e mais incrível da minha vida, e mesmo que eu tenha que te ver indo embora agora, você ainda vai ser a melhor coisa que eu jamais tive – disse tudo isso num fôlego só, e quando parou para respirar o silêncio reverberou pelo quarto bagunçado, a verdade daquelas palavras reboando pesadamente no silêncio, pesando na cabeça de ambos, porque algumas coisas não fazem nenhum sentido até que você as tenha dito em alto e bom som.

Então ficaram ali, encarando-se mutuamente, desejando que cada um pudesse ler aqueles milhões de sentimentos que estavam estampados nos olhos dos dois. Querendo falar mas sabendo que mais nada precisava ou sequer faria sentido se fosse dito. Encararam-se pelo que pareceram horas, lembrando o passado, sentido demais, querendo tudo e fazendo nada, nada além de encarar um ao outro, buscando soluções que ambos sabiam que não iam encontrar.

Até que por fim um deles cansou-se de encarar. DongHae desviou os olhos e suspirou, sentia-se cansado como se tivesse corrido quilômetros, sua cabeça doía e ele desejou estar sozinho. Fitou o chão por alguns instantes antes de sorrir timidamente e voltar a fitar HyukJae.

– Bem, eu acho melhor eu ir embora – murmurou infeliz.

E mais uma vez pegou-se desejando que HyukJae dissesse ou fizesse alguma coisa, que o impedisse e pedisse para ele ficar. Mas ele não o faria, e DongHae sabia bem disso. Aquilo era enfim, a despedida. Então estava na hora de ir.

Aproximou-se do loiro com um sorriso fraco no rosto, acariciou seu rosto e afastou uma mexa do cabelo que caia sobre sua testa, beijou-lhe a fronte antes de selar seus lábios uma ultima vez. Sentiu um gosto salgado misturar-se com o sabor dos lábios dele, ele estava chorando.

Recusou-se a chorar, já tinha feito tudo o que podia, já pisara demais em seu próprio orgulho. Chorar era uma coisa que ele não iria fazer.

– Promete que vai ser feliz – sussurrou, contra os lábios dele – Promete que vai parar de fugir do que te faz bem...

– DongHae... – HyukJae murmurou, abraçando-o.

– Não precisa dizer nada – forçou-se a rir – Eu entendo, no fim... Mas promete – e aqui sua voz falhara terrivelmente – Promete que não vai me esquecer... Promete que, mesmo depois de tudo, eu ainda vou ser importante pra você.

– Eu prometo – ele respondeu, e DongHae apenas sorriu antes de se afastar, deixando HyukJae, suas lágrimas e toda a vida dos dois juntos para trás.

Passou pelos cômodos pequenos do apartamento depressa, sem coragem de olhar para eles direito, e finalmente saiu pela porta fechando-a atrás de si. Apoiou-se na madeira fria por algum tempo, buscando coragem para sair dali de vez.

– Adeus, Hyukkie... – murmurou, por fim.

E quando se afastou da porta, sequer permitiu-se olhar para ela uma ultima vez.

Parou apenas quando se deparou com o sinal fechado no cruzamento da esquina, passava muito da meia noite a não havia mais nenhum carro que oferecesse perigo caso ele resolvesse atravessar a rua com o sinal vermelho. Ainda sim parou, com as mãos enterradas no fundo de seus bolsos, observando sua respiração entrecortada sair de sua boca contra o frio daquela noite de inverno e concentrando-se com todas as suas forças para não piscar, assim as lágrimas acumuladas em suas pálpebras não desceriam-lhe pelo rosto. Não iria chorar, prometera para si mesmo... Mas Deus, como doía.

Não soube dizer quanto tempo ficara ali antes de perceber que o sinal passara do vermelho para o verde, mas quando estava prestes a atravessar, um grito cortou a o silêncio da rua vazia, fazendo-o olhar espantado para trás.

E lá estava ele, correndo em sua direção com os cabelos ao vento e alguma coisa presa firmemente na mão direita. Limpou os olhos depressa e esperou que HyukJae lhe alcançasse, e quando ele finalmente parou a sua frente o encarou confuso, enquanto o loiro se dobrava colocando as mãos nos joelhos tentando recuperar o fôlego.

– Você... – ele disse, respirando em grandes golfadas, como se tivesse corrido uma maratona – Você...

– Eu...? – indagou DongHae, impaciente.

– Você esqueceu seu cachecol... – ele murmurou por fim, estendendo o que estivera em sua mão para DongHae.

– Ah... – suspirou decepcionado, pegando o cachecol – É, esqueci...

Mas quando puxou a peça das mãos do loiro, ele não a soltou como DongHae esperava, então ficaram os dois ali, cada um segurando uma ponta do cachecol vermelho. DongHae voltou a encarar HyukJae e notou que ele tinha os olhos marejados.

– Mas o que...? – começou o moreno.

– Me pede pra ficar – HyukJae cortou, depressa, encarando DongHae no fundo dos olhos.

– O que? – indagou, confuso.

– Me pede pra ficar - continuou o loiro, com a respiração rápida, e DongHae sabia que não era mais pela corrida – Diz que me ama de novo, diz que precisa de mim, diz que eu sou tudo pra você. Diz, é tudo o que eu preciso.

– Pra quê? – perguntou desconfiado – Eu já fiz tudo isso antes, e do que adiantou?

– Só... fala, insiste comigo, insiste que me ama, que eu sou a melhor coisa da sua vida, mesmo eu sendo assim do jeito que eu sou, luta por mim, me prova que eu estou errado em achar que você não gosta de mim. Me pede pra ficar, e eu fico, e isso provavelmente vai ser a pior escolha da sua vida porque eu sou um idiota, e vou te fazer chorar mais vezes do que você merece. Mas pede, me pede pra ficar e eu prometo que vou ser me esforçar pra me tornar a melhor coisa que sempre foi sua.

E naquele momento DongHae tinha milhões de coisas pra dizer, milhões de coisas pra sentir e falar, mas escolheu a atitude mais simples de todas. Abraçou Lee HyukJae com força e murmurou baixinho em seu ouvido:

– Então fica, fica comigo.

E HyukJae sorriu. E aquele sorriso foi o melhor, maior e mais lindo de todos.

– Fico. Eu amo você, vamos pra casa.



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Notas finais do capítulo

Reviews?? :3



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