O Nosso Amor Corre Perigo escrita por momsenwestwick


Capítulo 2
1 (um)


Notas iniciais do capítulo

só continuei pq tinha um coments u_u



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Começou.

Aquela multidão de corpos movimentava-se à minha frente. Paredes formadas por garotos musculosos e meninas magricelas de mãos dadas impediam minha passagem. Olhá-los era tão... Assustador. Senti que eu estava caindo, caindo no fundo de um poço bem profundo...

Até que algo me puxou – a mão de Craig.

– Relaxe, Rose. É só o colegial. Não precisa ter medo.

– Eu sei. – suspirei. Essa seria a parte final de meu treinamento.

– Vamos logo. Você precisa ir para a sala de aula.

– Se eu fizer isso, posso ser como você?

– Dificilmente será como eu. – ele deu seu sorriso arrogante de sempre. Craig sabe como ser irritante. – Mas será uma de nós.

– Me sinto uma farsa, uma traidora, uma espiã.

– Por isso você está aqui.

Craig me arrastou até a sala de aula – não faço a menor ideia de qual era minha primeira – e eu senti o coração subir pelo esôfago. Minhas mãos suavam, minha respiração estava falhando e minhas pernas tremiam. É só um teste. – talvez repetindo isso mentalmente, eu começasse a achar mais fácil.

Craig me apresentou como sua filha – uma grande ironia, já que ele era nada mais que meu tutor (não tenho nem pais) – e entrei na classe. O único lugar vago era atrás de uma loura bronzeada – o tipo de garota que sempre odiei, mas isso não importa agora. Ela pode ser quem estou procurando, afinal.

– Turma, cumprimentem a Rose. Ela veio de muito longe e merece a atenção de vocês. – a voz da professora era doce e suave. Essa voz, aprendi muito cedo, costumava ser de pessoas mais velhas ou de pessoas educadas. O caso da professora era uma mistura de ambos. Arrisquei e dei-lhe uns cinqüenta anos.

– Oi, Rose. – falaram todos, aparentemente animados.

Forcei um sorriso profissional de fingir animação e esgueirei-me para o lugar vazio atrás da bronzeada. Deslizei a mochila pelo ombro e coloquei o material na carteira. Ouvi alguns sussurros, mas fingi que não ouvira – apesar de meu treinamento para ouvir tudo, ver tudo, sentir tudo etc. – e concentrei-me em descobrir o assunto da aula.

– Oi. – uma voz tímida chegou à meus ouvidos. – Eu sou Luce.

Virei-me para o lado, procurando a dona da voz. Luce era uma garota parecida comigo – pelo menos, fisicamente. Cabelos escuros, olhos grandes e castanhos, lábios voluptuosos – isso eu não tenho – e um corpo atlético. Mas a diferença era que ela era mais magrela e esguia que eu, enquanto eu tinha um corpo perfeito para meu trabalho – afinal, uma vida de treinamento tem suas vantagens.

– Olá, Luce. Não quero parecer uma chata, mas acho melhor deixarmos as apresentações para depois.

Luce arregalou os olhos e virou o rosto para a parede. Aparentemente, eu a assustara – talvez ninguém fazia isso com freqüência (tipo, recusar uma conversa durante a aula) com ela ou com o resto da sala (pelo menos, não alguém normal. Mas eu nunca fora de seguir os padrões mesmo!)

– Como foi a escola? – perguntou Craig, assim que entrei em nossa casa-escritório/esconderijo-secreto.

– Legal. – joguei a mochila no sofá e subi para meu quarto, fechando a porta em seguida (o que era proibido para Craig e eu, por causa do trabalho) e ligando o notebook. Troquei o suéter e calça esporte para os trajes do meu trabalho. O logotipo de nossa agência apareceu na tela assim que liguei.

– Já está pronta para o trabalho? – Craig abriu a porta, entrando no quarto com uma bandeja de biscoitos e leite.

– Sempre estou. Preciso contar a general que concluí minha missão diária.

– Oh, é mesmo? – ele deu seu sorriso irônico de sempre. – Descobriu quem é o alvo?

– Não, mas concluí a tarefa de tentar achá-lo.

– Rose, isso não é uma brincadeira.

– Eu sei. Me contou isso há doze anos. Eu tinha quatro e você estava me dizendo que papai e mamãe morreram e agora eu iria viver com você, então iria aprender a me defender e servir meu país.

– Esqueceu-se de que eu disse que seus pais te amavam e adorariam que esse fosse seu destino. – ele pousou a bandeja na escrivaninha e sentou-se na minha cama. – Rose, por que não me conta sobre seu dia na escola nova?

– Porque eu não estou com vontade. Olha, foi legal, sério. Fiz amigos. Tá, colegas. Tem uns caras bonitinhos e umas meninas metidas, mas isso tem em todo lugar. Por que você quer saber, afinal?

– Sua missão é importante e quero saber se tem alguma pista.

Ok, eu sabia que ele diria isso, mas algo dentro de mim esperava que ele dissesse que era porque se importava comigo e coisas que um pai diria a uma filha. Mas ele não era meu pai então não diria isso nunca.

– Claro. Se não se importa, eu gostaria de descansar um pouco, tá? Tive um dia cansativo.

– Imagino. Eu vou deixar os biscoitos aqui, caso você queira mais tarde.

Quando Craig saiu do quarto, tranquei a porta e conectei a webcam. A imagem da general Simon apareceu na tela. Me ajeitei na cadeira, querendo causar uma boa impressão de postura, e saudei-a com um cumprimento de cabeça.

– Agente Holmes.

– General Simon.

– Onde está o seu parceiro?

– Lá em baixo. – limpei a garganta. – Vim lhe relatar meu dia.

– Ótimo. Comece.

– Tem uma garota, Luce, ela tem algumas características das outras vítimas. É insegura, desatenta e seu pai é dono da maior companhia de seguros da cidade. Não é grande coisa, mas é o suficiente para o Alligator se interessar por ela.

– Alligator ainda é um nome muito animalesco para o espião seqüestrador.

– Eu sei, mas Craig... Quer dizer, agente Watson se refere a ele assim. Se não for ela.

– Entendido. Continue.

– Enfim, Luce pode ter as características das outras vítimas, mas acredito que Serena também seja a vítima. Ela é tão... Atraente e rica que pode ser um bom alvo.

– Compreendo sua linha de pensamento, agente Holmes. Mas lamento informá-la que nosso alvo, dessa vez, não segue os padrões anteriores do Alligator.

– Como assim? Receberam mais informações?

– Aparentemente, o alvo é alguém de classe mais baixa, talvez alguém que tenha bolsa de estudos. Alligator não é burro; ele não seguirá o padrão dessa vez porque sabe que se o fizer será pego. – ela retirou os óculos do rosto e piscou, respirando fundo. – Agente Holmes, todos nós dependemos de seu desempenho para impedir esse assassinato ou seqüestro. Não nos decepcione.

– Entendido.

Ela encerrou a chamada de vídeo antes que eu terminasse, mas não me importei muito. Desliguei o notebook e me joguei na cama, pegando a bandeja com biscoitos e um copo de leite que Craig deixara para eu comer. Primeiro, bebi o leite e depois devorei os biscoitos. Refleti um pouco sobre minhas estratégias para o dia seguinte e concluí que Luce seria uma boa pessoa para me contar quem era bolsista ou não. Ela era fofoqueira o suficiente para me contar tudo.

E se não fosse, digamos que eu sabia como arrancar palavras da boca dos outros.


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Notas finais do capítulo

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