O Nosso Amor Corre Perigo escrita por momsenwestwick


Capítulo 11
Epílogo




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– Rose?

Ergui meu olhar do livro policial que eu estava lendo. Craig estava parado diante minha porta com o telefone residencial na mão. Coloquei o marcador de páginas no livro e deixei-o de lado na cama. Me levantei e peguei o telefone de sua mão.

– Quem é? – fiz com os lábios.

– Lucinda. – ele respondeu, se virando para voltar à cozinha e terminar o almoço.

– Oi, Luce.

– Oi. – a voz dela estava meio rouca. Perguntei-me se era só no telefone. – Eu não te vi na escola esses últimos dias. O que houve?

– Ah, eu estive... Doente. – menti, dizendo a primeira coisa que me veio à cabeça. Dizer que eu estava numa cerimônia para ser promovida à espiã oficial não era muito bom. A general já fora boa demais me permitindo terminar o ano escolar e partir para outra missão. De volta à velha rotina.

– Kyle me disse que estava viajando.

– Foi o que eu disse para ele. – acrescentei rapidamente, praguejando mentalmente por Kyle também ter inventado uma desculpa. Mas eu não podia culpá-lo, é claro.

– Acho que vou acreditar em você, mas só por falta de opções melhores. – ela pigarreou e tossiu. – Enfim, eu não te liguei por isso. Eu só queria pedir desculpas pelo modo como agi. Eu fui cruel demais, Rose.

– Luce, na verdade, eu é quem fui cruel ao dizer tudo aquilo.

– Deixe-me terminar. Eu só disse aquilo porque estava com raiva. Eu pensei muito sobre isso ultimamente e decidi que te perdôo. Você não tem culpa de se apaixonar por Kyle, ele é irresistível. E você estava certa. Eu sempre fui caída por ele. Pronto, agora pode falar o que queria.

– Você também estava certa. Eu sabia que você estava louca por ele e mesmo assim agi. Mas eu me senti muito mal com tudo isso. Sinto muito, Luce.

– Eu sei que sentiu. Kyle me contou. E quer saber? Acho que ele não me merecia mesmo. – ela riu. – Podemos ser amigas de novo?

– Claro! Achei que jamais ia pedir.

– Desculpe a demora então. Rose, eu preciso desligar. Meu irmão quer ligar para a namorada e está gritando comigo para usar logo o telefone. Te vejo na escola?

– É isso aí.

Desliguei o telefone e saí da cama para levá-lo à base, na cozinha. Craig estava de costas para mim, fazendo seu famoso picadinho de carne. Ele tinha evitado conversas desde que fomos resgatados e eu fui promovida. Perguntei-me por quanto tempo ele permaneceria assim e concluí que eu teria que iniciar a conversa.

– Craig. Já pode parar com isso.

– Parar com o que? – ele sorriu, fingindo não saber. Seus sorrisos profissionais e forçados me davam nos nervos ultimamente.

– Com tudo isso. Já pode falar comigo de igual pra igual, lembra?

– Lembro. – ele suspirou e desligou o fogo, virando-se para mim. – Como quiser, agente Holmes. – ele sorriu e dessa vez foi sincero.

– Ótimo. Agora pode me dizer por que tem evitado falar comigo todo esse tempo?

– Você me assustou. Eu achei que perderia você. Eu jurei à seus pais que jamais te iria te expor ao perigo e olhe o que eu fiz! Rose, Carter podia ter te matado lá. E Kyle também. Quando você se colocou na frente dele para protegê-lo, eu vi o calor em seus olhos. Você sabia que não podia se apaixonar pelos alvos, mas você não se importou. Você morreria por ele, tomaria um tiro que atravessasse seu cérebro, mas não estava nem aí. Isso foi tão profissional quanto emocional. Você não precisa de mim! Olhe para você, uma agente aos dezesseis anos!

– Isso nunca importou para você.

– Eu nunca te expus ao perigo assim. Só foram testes de sobrevivência, mas era emocional. Eles testavam sua capacidade, mas nunca te colocaram uma arma na cabeça. Mas você sobreviveu. Seu pai ficaria orgulhoso.

– Você está orgulhoso?

– Sinceramente? Estou. Saber que eu treinei você então? É demais!

– Convencido. – fiz uma careta. – Eu vou terminar de ler meu romance policial.

– Acho que gostaria de saber que seu namorado ligou. – ele falou enquanto eu me virava para voltar para o quarto. – Assim como você não gosta que eu te evite, ele não gosta de ser evitado por você.

– Será melhor para ele que se afaste. Quando nós formos embora... – deixei a frase no ar, balançando a cabeça e voltando para o quarto.

Mas acabei encontrando Kyle enquanto andava por aí. Na verdade, parece que sempre esbarro nele. Talvez seja maior que nós dois. Enfim, eu tinha ido comprar pão para Craig, porque ele queria fazer um almoço especial para os agentes – o almoço era cachorro-quente e cheesebúrgueres – e adivinha? Ele trabalhava na padaria.

– E aí, Rose? Quanto tempo. – ironizou, sorrindo para mim. Meu coração se apertou. Seria muito mais difícil do que eu pensava.

– Oi. Vou querer dez pães. – pigarreei, tentando não olhar para ele.

– Desculpe, eu não entendo quando você não olha diretamente para mim.

– Engraçadinho. Me dê logo os pães. Estou com pressa.

Ele continuou sorrindo enquanto colocava os pães num saco de papel e pesava, me entregando logo em seguida. Paguei-lhe a mais, esperando que assim ele ficasse satisfeito e me deixasse ir embora. Mas, conhecendo Kyle como eu conheço, ele jamais me deixaria ir embora sem algumas explicações.

– Eu acompanho você até sua casa.

– Não está trabalhando?

– Meu pai comprou a padaria. Agora vamos.

Evitei segurar sua mão enquanto andávamos, mas acabei segurando-a. Não precisei olhar para saber que ele estava sorrindo. Kyle era tão previsível quanto Craig.

– Kyle, sobre nós dois...

– Eu já sei: não podemos ficar juntos.

– Exato. – suspirei, sentindo um aperto no coração. – Não é que eu não queira, pois eu quero muito, mas é que não depende só de mim. Tem o meu trabalho e eu não posso abandonar tudo assim. Eu queria arrumar outro jeito, mas vou me mudar sempre que surgirem complicações e não posso tirar sua juventude de você.

– E se eu quiser que você tire?

– E seus pais? Não pode deixá-los.

– Em dois anos, eu irei para a faculdade e terei de abandoná-los. Posso ir com você.

– É arriscado demais. Você não teve o treinamento que eu tive.

– Não posso convencer você, não é?

– Uma coisa que aprendi com Craig é ser persistente. – sorri, tentando ignorar a dor que deixá-lo me causava. – Sinto muito.

– Quando você parte?

– Na primavera. Temos um tempo ainda.

– Qualquer tempo com você para mim é suficiente. – ele pegou meu rosto com as mãos e roçou os lábios nos meus. – Eu amo você, Rose.

– Eu também amo você. Sinto muito por acabar assim.

– O mundo é pequeno. Pode ter certeza de que vou esbarrar em você qualquer dia desses. – ele sorriu, roçando os dedos em minha bochecha.

– Do jeito que você atrai o perigo, isso é bastante provável.

Ele deu um último sorriso antes de abaixar o rosto para me beijar de novo. Apesar de saber que nunca poderíamos ficar juntos para sempre, não pude deixar de me sentir inteiramente feliz.

FIM


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Notas finais do capítulo

e esse é o fim 'o'
espero que tenham gostado :)



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