Kiss And Bite. escrita por momsenwestwick
Cam estava no meio da multidão, escondido, tentando se adaptar. As pessoas o ignoravam, mas isso quase sempre acontecia. Ele caminhou até a fila do pastel, faminto, com as mãos nos bolsos para segurar o dinheiro. Uma mulher fez cara de nojo ao vê-lo se aproximar. Cam fingiu não ver.
Atrás deles, escondida no meio das árvores, estava Marie. Os cabelos louros esvoaçavam com o vento forte daquela manhã de domingo. Alguns fios passaram por seu rosto e grudaram nos lábios cheios de brilho labial. Marie tirou-os dali, impaciente. Ela não podia tirar os olhos do garoto de cabelos escuros.
Cam sentiu que alguém o observava, mas não quis ver quem era. Seu sexto sentido lhe dizia para agir normalmente, mas ele queria muito ver quem o observava tanto.
— Um pastel, por favor. De frango. — Cam disfarçou e olhou para trás. Não viu ninguém.
Cam pegou seu pastel e saiu, misturando-se novamente à multidão. Enquanto saboreava, sentiu novamente que alguém o observava, mas quando olhava para trás não via ninguém.
Enquanto caminhava, Cam esbarrou em alguém — uma garota. Ele tentou não sorrir ao ver como ela parecia insegura. Seu lado machista adorou isso.
— Me desculpe, eu sou mesmo desastrada. Sou Marie.
— Cam. — ele estendeu a mão para ela, mas quando Marie foi retribuir o cumprimento, Cam usou a mão para tirar uma mecha de cabelo do rosto dela.
— Olá, Cam. Você é novo por aqui? Eu nunca te vi.
— Talvez não tenha notado antes.
— Eu reconheceria um rosto como o seu, acredite.
Algo no interior de Cam reconheceu isso como um flerte e ele gostou disso.
— Você quer? — Cam ofereceu-lhe o pastel, sem saber o que fazer. Fazia tempo que ninguém flertava com ele.
Marie deu um sorriso para si mesma mentalmente. Essa será fácil, pensou.
— Na verdade, eu quero te convidar para uma volta.
Cam não sabia se aceitava ou bancava o difícil. Decidiu por aceitar, afinal uma garota bonita não é direta assim sempre.
— Vamos lá, então.
Cam e Marie caminharam por entre a multidão; ele era ignorado pelas pessoas, mas Marie era a atração principal: todos olhavam para ela, o que deixava Cam orgulhoso de estar com ela e Marie, convencida.
Cam estava cada vez mais atento ao perigo — se descobrissem onde ele estava, seu disfarce já era. Embora Cam duvidasse que fossem achá-lo no meio de tanta gente.
Mas ele não sabia que, não muito longe dali, um policial disfarçado comunicava-se pelo walk-talk com seu colega.
— Você veio do Canadá, certo?
— Como sabe? — Cam olhou para ela, espantado. Ninguém nunca adivinhara isso tão de cara.
— Palpite. – ela sorriu. Por dentro, Marie sentia-se vitoriosa.
Cam tentou ignorar quando seus olhos mudaram de verdes para escarlates.
— Você me parece acertar sempre.
— No geral, sim. As pessoas costumam ser meio óbvias e demonstram sinais que revelam sua personalidade.
— Então algo em mim me mostra canadense?
Marie abriu a boca para responder, mas nenhum som saiu; policiais cercaram o quarteirão, impedindo Marie de pensar na resposta. Ela apenas segurou a mão de Cam e puxou-o pela multidão.
— O que está fazendo? — perguntou ele, confuso.
— Você confia em mim?
Ele confiava? Se conheciam há apenas alguns minutos. Mas o medo de Cam era tanto que ele segurou firme em Marie e acompanhou-a até uma casa não muito longe dali.
— Pronto. — ela ofegou, colocando a mão no peito — Agora estamos seguros.
— Certeza? — perguntou Cam, sorrindo com a vitória. — Como sabe que estamos seguros? Talvez os policiais não sejam o perigo.
— Eles são, acredite.
— Como sabe que eu não sou perigoso?
— Digamos que eu leio mentes. — Marie sorriu, angelical. — E sei que o perigo não é você.
— É isso aí. — uma terceira voz disse, vindo das sombras. — E é por isso que ela te trouxe para mim.
Um garoto de dezessete anos no máximo saiu das sombras. Cabelos negros e olhos incrivelmente azuis... que se tornaram vermelhos. Cam olhou para Marie, confuso, que sorriu, como se fosse inocente.
— O que você...? — Cam começou, mas não conseguiu terminar.
— Marie, boa garota. Esse parece apetitoso.
— Estão procurando por ele, ninguém vai ligar se for encontrado morto.
— Essa é minha garota.
Após concluir a frase, o garoto inclinou-se rapidamente para Cam e rasgou-lhe o pescoço, sugando seu sangue e sua vida. O corpo flácido de Cam caiu nos pés do garoto, que olhou para Marie, satisfeito, lambeu os lábios e se aproximou dela.
— Minha garota. — ele passou a mão por seu rosto — Essa é a minha garota.
E se inclinou para beijá-la, com os lábios cheios de sangue.
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