Aquilo doía, só queria que ela parasse...

“Você é patético! Onde está sua agilidade?”, disse a garota rindo de mim.

Fiquei prestando atenção nos movimentos do chicote. Um... Dois... Três... Parecia um ritmo... Se ela cometesse um erro...

O chicote então bate no chão ao meu lado. Rapidamente, segurei-o, puxando-o, fazendo a garota cair. Levantei-me rapidamente e tomei o chicote de suas mãos.

“Aqui está ela”, respondi, dando sorrindo vitorioso.

A vi me fuzilar com os olhos. Agora ela que recebia risos. Eu recebia aplausos. Pois se era para eu ficar naquele circo, não deixaria tão fácil eles me fazerem de ridículo.

“Você vai se arrepender novato...”, ela falou baixo enquanto se levantava, “Venha, nossa vez acabou”

A garota me pegou violentamente pelos cabelos e me arrastou para fora do grande picadeiro.

“Argh”, reclamei por causa da dor, “Me larga! Eu quero ir embora”

“Você? Embora?”, ela riu, “Te manter preso aqui será um bem para a humanidade”

Quando me dei conta, já estávamos em frente a jaula da qual eu estava antes trancado. Ela me jogou lá dentro com violência e fechou a porta com grades de ferro, trancando-a com a fechadura.

“Veremos quanto tempo você consegue sobreviver...”

“Ortina! Vá logo para seus aposentos”, ouvi uma voz ao longe chamar a garota, que seguiu em direção ao interior do circo.

“Boa sorte pra mim...”, sussurrei para mim mesmo, enquanto observava a lua por um buraco na lona do circo.

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Apoiei minha pistola cuidadosamente em meu joelho, não perdendo de vista meu alvo. Comecei a puxar calmamente o gatilho...

“Lupus!”, ao ouvir o grito, o grande cervo percebeu minha presença e correu mata adentro, “Lupus! Não me faça ir até ai”

Revirei os olhos e me levantei calmamente, virando-me para poder olhar para a asmodiana de longos cabelos castanho-claros que tinha me chamado.

“Mãe, eu já pedi mil vezes para não interromper meu treinos”, disse, dando um suspiro irritado.

“Desculpe filho, é que eu ouvi um boato...”

“Onde? Quando? Quem...”, ela fez um sinal para que eu ficasse quieto.

“Tem certeza de que quer procurá-lo? Você não sabe seu nome, e ele é apenas seu meio-irmão, não é tão importante...”

“Mãe! Eu preciso encontrá-lo, sinto que preciso”, falei, encarando-a com um olhar firme.

“Na cidade central de Elyos, um circo de horrores que tem como atração principal um mestiço...”, ela suspirou cansada, “Boa sorte”

“Obrigado”, abracei-a e corri em direção ao meu grifo negro.

“Sabe que a viagem demorará semanas, certo?”, minha mãe perguntou em um tom preocupado.

Virei-me para ela e assenti com um sorriso.

“Espero que dessa vez seja a pista certo...”, disse baixinho, e então montei em meu grifo.