Queria mais além de ser um mero “suporte”. Aquilo era doentio, uma obsessão desenfreada que o levaria a morte, mas o que poderia fazer? Conhecia os riscos de estar ao lado daquele loiro idiota. Sabia dos verdadeiros sentimentos que o movia àquelas atitudes. O que havia por trás daquela rivalidade ridícula.

Sim... Mello jamais o enganara quanto a isso, mas também nunca sequer admitiu aquilo a si mesmo.

Independentemente do que eram, do que faziam. Desde o começo ele sabia que para Mello só existia Near no mundo e que qualquer pessoa além deles, ou do falecido L, estava invariavelmente em segundo plano. Esse “aquilo” estava estampado obscenamente nas ações dele, apesar de perfeitamente disfarçado  em suas palavras e gestos.

Mas isso não importava.

Mesmo que, no fim, de nada valessem os beijos e carícias trocados entre ambos, ou mesmo as noites que passavam juntos, insones. Mesmo sendo lembranças descartáveis, que para ele poderiam ser a perfeição - o prazer e a emoção que sentia -, mas que para o outro talvez fossem apenas “mais uma noite” de sexo selvagem e só. Sempre soube que não era por ele que o outro ansiava, apesar da urgência em seus beijos ou do desespero de suas mãos. Sabia de tudo, mas não ligava, pois se era para Near que Mello vivia, era para ele que Mello corria quando só ou chateado. Era para ele que o loiro ria em meio à piadas chulas. Era a ele que requeria quando precisava de ajuda. Era seu nome que gemia entre o êxtase...

E isso era mais do que Matt merecia.

Por isso não seria um mero “suporte”. Queria ser a “base”, o sustentamento dele, para que ao menos assim um deles fosse feliz.

E isso era mais do que Matt jamais pediu.