A garota andava de um lado para o outro, usava um vestido roxo e por cima desse tinha um bolero branco de mangas curtas por cima, calçava uma sapatilha branca também que tinha um pequeno laço roxo, mas não no mesmo tom que o vestido. Ela queria atenção de seu namorado, que conversava animadamente com uma garota de cabelos aquamarine presos em duas marias chiquinhas juntamente com outra de cabelos roseados, esta segunda era noiva de seu irmão, e mais uma terceira garota que prendia seu grande cabelo loiro em uma única maria chiquinha do lado esquerdo do cabelo.

Você é cego? Você vai dizer nada?

Assim, em breve, você disse que eu não sou bonita? Ugh!

Eu vou chutar você para fazer o minha nova, elegante e bonita maquiagem ir para o lixo!!

      Adeus maquiagem nova, ela pensou dois dias antes após jogá-la no lixo, mas logo viu que após abandonar o local a garota de uma maria chiquinha havia pegado as maquiagens que tinha jogado no lixo e agora usava e estava sendo elogiada por todos. Lembrou-se quando seu namorado disse que ela não era fofa e tinha sido esse motivo que tinha jogado a maquiagem fora, chorou o resto da noite, aquilo tinha sido uma grande ofensa para ela, foi como se ele tivesse falado que ela era a mulher mais feia que já tinha visto em sua vida.

- Eu só percebi... - disse o loiro naquele dia que a viu chorando por algo que ele tinha feito.

- O quê? O que você demorou tanto tempo a perceber? - perguntou ela ainda com lágrimas nos olhos, seus olhos estavam cheios de tristeza e fúria naquele momento.

Não é esperar por ele para ser mencionado antes de você notar que apenas triste?!

Você está sempre assim. Estou só vale tanto assim?!

Pára com isso já!

      Ele apenas deu um pequeno sorriso e abraçou-a, dando um beijo em sua testa. Agora dois dias depois ele somente conversava com aquelas três garotas, uma que ela começou a odiar depois de receber elogios por causa de sua antiga maquiagem. O loiro percebeu que sua namorada o encavara a bastante tempo e pediu licença das garotas para poder falar com a mesma que o olhava de longe atrás de uma árvore.

      - O que foi, Rin? - perguntou ele com uma face preocupada.

      - Ah, eu sou infeliz... infeliz, eu disse! O que exatamente eu sou para você? - cantou a garota a letra da música que estava fazendo, olhando-o nos olhos.

      Len apenas arregalou os olhos, sua garganta travou, não esperaria ouvir isso nunca de sua namorada, chegava a ser triste, de partir o coração, afinal, ela não sabia os motivos de ele não falar com ela direito, estava correndo de um lugar para o outro. Já tinha se passado um ano desde que se encontraram pela primeira vez naquela boate, e já tinha um ano que estavam namorando, quase dois.

      - Coloque em palavras! Use sua voz! Sim, deixe-me ouvir a sua resposta. - continuava ela cantando, tinha uma quantidade enorme de tristeza em seus olhos, ela somente queria um pouco de carinho, era pedir muito?

      Ele deu um sorriso sem graça, não queria estragar seu plano, assim não ficava fácil de poder botá-lo em ação, pediu desculpas com uma cara embaraçada.

Você só pede desculpas com uma cara envergonhada. Esse tipo de magia adorável não pode continuar. Eu vou bater em você, entendeu?!

      - Eu não estou muito animada! - comentou a loira mimada, enchendo as bochechas de ar.

      Len deu um pequeno sorriso, era sempre o mesmo sorriso, aquele que a fazia sorrir e o abraçar, mas não seria isso que ela faria, não agora. Ela já estava enjoada daquilo.

Seu rosto sorridente que você mostra a todos...

Eu gosto disso sobre você, mas... Ugh!

Que você e isso você são igualmente suaves

Mas quando você me deixa doente, é um salto-no joelho-pontapé!

      Ela abraçou o garoto com força, como se necessitasse daquele abraço, deixando sua cabeça encostada no mesmo ombro que havia deitado quando dançaram suas primeiras valsas um com o outro.

      Se lembraria daquela hora para o resto da eternidade, ele apenas retribuiu o abraço e começou a mexer-se lentamente no ritmo da valsa que dançaram naquela vez e, de novo, não estavam com as roupas mais adequadas para isso, o que a fazia soltar uma leve risada.

      - Responda-me! Eu sou especial para você? - perguntou Rin ainda com a cabeça encostada no ombro do loiro.

      - Claro que sim. - disse o mesmo, começando a acariciar o cabelo da mesma.

      - Entre mim e as meninas, quem é mais importante?! - perguntou ela novamente com um face triste, parecia que esperava que ele respondesse a outra alternativa, não a sua.

      - Por que pergunta isso? - falou confuso parando a leve dança e a segurando pelos ombros.

      - Porque você não pode nunca dizer claramente?! - comentou Rin raivosa, era quase impossível ele responder isso normalmente? - Você não vai cortá-lo?!

      Ele a soltou e virou de costas, disse um “Conversamos mais tarde” e seguiu na direção oposta das três garotas, ele não iria falar com elas? Era estranho, a loira de cabelo preso olhava feio para Rin, a aquamarine apenas sorria triste e sua cunhada apenas tinha uma face séria, esta sabia dos planos que o loirinho de dezoito anos tinha.

      Planos, era a palavra que Rin certamente não queria ouvir. Não era sua culpa se estava infeliz, não era sua culpa que se passou uma longa semana depois daquele incidente e seu namorado não veio falar consigo, bem, aquilo era sua culpa e ela sabia muito bem disto, mas não queria acreditar. Só queria poder ficar perto dele novamente, abraçá-lo com carinho, bagunçar o cabelo dele novamente como sempre fazia, dar um sorriso atrapalhado quando ele começava a beijar seu pescoço e ir descendo.

      Só queria que tudo voltasse a ser como era antes, será que era pedir demais? Pois parecia que era.

Ah, eu sou infeliz... infeliz, eu disse!

O que exatamente eu sou para você?!

Fique comigo! Segure minha mão! Me segure por um tempo!

Novamente com a magia desse tímido, envergonhado

Não é que o humor errado? Eu vou chutar duro! Ugh!

Eu não estou muito animada!

      Dois dias depois daqueles sete dias sem ver seu namorado, o viu em sua casa conversando com seu irmão e sua melhor amiga, era verdade que não era irmã de sangue deles e sim adotada, mas mesmo assim não tinha se acostumado direito depois de tantos anos juntos como uma família. Finalmente Rin sorriu, parecia que realmente tinha tido a pior semana do mundo quando não via seu querido amor de discoteca, assim como o chamava de vez em quando para deixá-lo constrangido.

      Os três perceberam a presença da loira por perto e os irmãos já mandaram o rapaz atrás dela, como se fosse a coisa mais lógica a se fazer. Ele foi andando até ela, já tinha saído da sala que estava em sua conversa particular, arrumando tudo para um futuro acontecimento.

      - Rin, vem cá, por favor. - pediu o loiro enquanto seguia a mesma que fugia dele na casa, subindo as escadas e se escondendo em um quarto.

      - Fica comigo. - falou a moça abraçando o mesmo, parecia ter lágrimas nos olhos, o que deixava o rapaz triste.

      - Vai passar, você vai ver. - cantarolou Len com um sorriso tímido no rosto enquanto afagava os fios loiros da moça, segurou o queixo da mesma e deu-lhe um beijo nos lábios.

      - Se você me odeia, fale isso. - comentou Rin com um sorriso triste nos lábios após o beijo - Se você está apenas me tolerando, então vamos parar.

      - Não, não é isso, nunca foi isso. - ele continuou abraçando-a, mas usava um pouco mais de força, como se fosse um abraço protetor, reconfortante.

      - Eu gosto de como você é sempre gentil por isso não me mostre sorrisos insinceros - admitiu a loira no meio do abraço, tinha poucas lágrimas nos olhos que rolavam pelo seu rosto recém corado.

      Ele apenas deu um sorriso sincera e continuou abraço na garota enquanto ela molhava sua blusa. Parecia mais feliz naquele abraço, suas poucas lágrimas cessarem com rapidez.

Ah, eu estou ansiosa... ansiosa, eu disse!

      - Você gosta de tudo em mim...? Dizê-lo! Estraga-me! Você não vai me segurar firmemente? - perguntou ela com um sorriso no rosto, parecia uma garotinha que descobriu que vai ganhar um irmãozinho.

      - Amo tudo. - sussurrou Len no ouvido dela, fazendo-a estremer, abraçando-a firmemente.

      - Você é o único mágico permitido a usar tal magia em mim. Não deixe ir, porque eu gosto de você. - admitiu Rin com um sorriso tímido, sua face estava levemente corada, o loiro apenas segurou seu queixo e novamente a beijou.

Ah, eu sou infeliz... infeliz, eu disse!

O que exatamente eu sou para você?!

Minha mão levantada é contida.

De repente você ir tão perto..!

Nossos batimentos cardíacos batendo em um apertar

      Os corações de ambos voavam a quilômetros de distância de lá, Len segurou a mão da moça com um sorriso no rosto, parecia ter acabado de ganhar na loteria. Você disse:

      - Eu sinto muito, por isso, vamos nos casar! - confirmou ele.

      - Eu não estou muito animada! - disse ela fazendo careta, logo depois rindo e dando um beijo na bochecha direita do loiro.

      Seu plano simplesmente era o casamento, todos já sabiam menos ela. Era por isso que ele andava distante dela, para não falar. Contou-lhe os motivos de andar distante e tudo mais, ela apenas ria enquanto abraça o mesmo e dava um selinho nos lábios do rapaz, com aquele sorriso pelo o qual ele tinha se apaixonado na primeira vez que viu.

      Duas semanas depois seria seu casamento, agora duvidaria se não estava muito animada para isso...