( Sentimentos de Sam Puckett ) 


Outro dia entediante e quente. Carly e eu, passamos o dia todo tomando sorvete e assistindo TV. Motivo? É sábado e simplesmente não temos mais nada para fazer. Spencer ficou trabalhando em uma nova escultura e daqui a pouco, vai sair com o Meião. Teremos o apartamento todo pra nós. E pra que? É...pra nada. Nem ensaio do iCarly, nós tivemos hoje. Freddie tinha que fazer sei lá o que com a mãe e o Gibby está viajando. Argh... eu não aguento mais ver as temporadas de A Vaquinha. Eu já vi todos os episódio, umas cem vezes. Até banho eu tomei, pra ver se o tempo passa mais rápido... mas óbvio que isso não adiantou muita coisa. 
Carly: Aí... o que vamos fazer agora? - Ela perguntou, interrompendo meus pensamentos.
Sam: Não sei... mas não quero mais ver TV. - Eu disse, jogando a cabeça pra trás, me espalhando pelo sofá. 
Carly: Acho que vou tomar um banho... enquanto isso, você pode pensar em algo para fazermos. 
Sam: Quer tomar vitamina? Podemos ver se o T-BO tem rosquinhas também. - Eu sugeri. 
Carly: É uma boa... 
Sam: Beleza... então eu vou lá buscar, enquanto você toma banho. 
Carly: Tá bom. - Ela sorriu, indo em direção as escadas. Observei-a subir, enquanto criava coragem para levantar do sofá. 
Peguei minha bolsa e caminhei até a porta. Assim que a abri, vi que Freddie fechava a porta de seu apartamento. Quase que instantaneamente, meu coração começou a saltar muito forte e rápido. 
Freddie: Oi... - Ele me cumprimentou sorrindo. 
Sam: Oi.. - Respondi, tentando não demonstrar o quão nervosa eu estou. É... eu sei, é ridículo eu ficar tão nervosa na frente dele, mas não consigo evitar. Desde que namoramos, eu não consigo mais tirá-lo da minha cabeça. Eu ainda o amo, e já tem 2 meses, que nós terminamos. 
Freddie: Vai pra casa? 
Sam: Não... comprar vitaminas pra Carls e pra mim. 
Freddie: Ah sim... bom, então vamos juntos.. estou indo pra lá também. 
Sam: Tá... - Eu sussurrei. Não... eu não queria sussurrar, mas a minha voz simplesmente não saía. Eu pareço uma idiota na frente dele. Até a Carly que é meio '' devagar ''  já percebeu isso, e ficou me enchendo de perguntas. 
Andamos em silêncio até o elevador. Aquele silêncio estava me matando, mas eu não tinha coragem de abrir a boca. Afinal... eu ia falar o que? Desde que terminamos, nós não ficamos mais sozinhos. Por sorte, o elevador, já estava parado no nosso andar, então não precisamos ficar esperando por ele. Se eu achava que antes estava sendo constrangedor, ficar ao lado do Freddie em silêncio... é porque não pensei o quanto esse elevador, ia piorar a situação. Lembranças da ultima vez em que ficamos sozinhos ali dentro, invadiram minha mente, me impedindo de pensar em qualquer outra coisa. Entramos e enquanto eu me encolhia no canto, Freddie apertava o botão para o térreo. Meu estômago revirava e e eu sentia como se tivesse um milhão de borboletas agitadas na minha barriga. Respirei fundo, tentando ficar calma. Freddie encostou-se na parede, ao meu lado. Ele suspirou alto e só então percebi que seus olhos estavam fixos em mim.  O elevador descia lentamente, tornando esse momento uma tortura agradável. É... parece estranho, mas apesar de trazer lembraças que me deixam triste, eu estou amando esse momento aqui, com o Freddie... ainda que estejamos em silêncio absoluto. Eu o amo... já tentei esquecê-lo, mas ele parece ter se apossado da minha mente e do meu coração. Todas as noites, eu deito e me recordo do nosso curto e maravilhoso namoro, até eu pegar no sono. Olhei para a porta do elevador e vi que já estávamos no 5° andar. Mais uma vez, respirei fundo, fechando os olhos e quando os abri, olhei para Freddie. Seu olhar ainda, estava sobre mim. Meu coração, acelerou ainda mais... se é que isso pode acontecer, mas acho que pode. Quando vi que estávamos no 3° andar, eu me desesperei. Rapidamente procurei o botão para parar o elevador e o apertei com força. E enquanto ele parava bruscamente, eu me virei, puxando a camisa de Freddie, colando meus lábios nos dele. Eu não sentia mais o elevador se movendo e Freddie parecia surpreso, com o meu '' ataque ''. Tentei relaxar o corpo e passei minhas mãos ao redor do pescoço dele, trazendo-o para mais perto. Finalmente ele pareceu sair do seu estado de choque, e me abraçou na cintura, aprofundando o beijo. Oh meu Deus... isso está acontecendo mesmo? Eu não acredito... senti tanta falta de estar nos braços do meu nerd. Nossas linguas dançando juntas, lenta e intensamente, me fazendo ver os famosos fogos de artifícios. Minhas mãos agora, bagunçavam seu cabelo, enquanto ele acariciava meu rosto e minhas costas com suas mãos. Por um instante, eu esqueci como foi que eu vim parar aqui...só o que me lembro, foi de ter encontrado o Freddie no meio do caminho. 

Mas é claro, que sempre tem algo para estragar o momento. Na boa, porque o ar está sempre ausente, quando mais precisamos dele? Que coisa! Paramos o beijo, aos poucos... eu não queria parar, e tentaria demorar o máximo de tempo, para que ele chegasse ao fim, completamente. Assim que nos separamos, abri os olhos devagar, com medo e muito envergonhada, por ter agarrado o Freddie dessa maneira. Ele me fitava, sorrindo. Oh Deus... e que sorriso. Um dia ele ainda acaba me matando. 
Freddie: Será que você sempre vai me atacar assim? - Ele perguntou com voz baixa e sedutora, sorrindo um pouco mais. 
Sam: Ué, alguém tem que tomar uma atitude. - Falei, retribuindo á ele o meu melhor sorriso. O que não era difícil, já que estou transbordando alegria. 
Freddie: Então...- Ele começou, mas parou. Ele olhou para o chão, mas logo, seus olhos encontraram os meus novamente. - Eu não queria terminar. - Ele disse alto. Lá vai meu coração, querer sair pela boca, novamente. Será que ele percebe as sensações que causa em mim, cada vez que ele me olha desse jeito? Eu espero que não. 
Sam: Eu também não. - Confessei baixo, mas o suficiente para ele ouvir. 
Freddie: E...e agora? - Ele perguntou, meio nervoso. 
Sam: Eu não sei...- Falei, olhando pra baixo. Não conseguia olhar pra ele, sem querer beijá-lo. - Po..porque terminamos? - A pergunta escapou da minha boca, sem querer. Freddie me encarou surpreso, mas logo suspirou, se preparando para responder.
Freddie: Não sei... talvez sejamos... um pouco bobos? - Ele perguntou, confuso. 
Sam: Pode ser... - Disse. Nossos olhares se conectaram... eu não conseguia desviar. O silêncio, invadiu o local, de repente. Não sei mais o que dizer... 
Freddie: Então... acha que pode aguentar meu jeito nerd? - Ele perguntou, pegando minhas mãos, com delicadeza. Pensei por um segundo e sorri. 
Sam: Eu aguento todos esses anos, não é? - Respondi irônica, apesar de ser verdade. - E você...aguentaria todas as minhas loucuras? - Questionei receosa. 
Freddie: É o que eu mais gosto em você. - Ele falou, dando seu melhor sorriso. -  E sabe, também não somos tão diferentes assim... quer dizer, nós gostamos de muitas coisas.. - Ele completou, dando de ombros. 
Sam: Lutas de vale tudo... - Falei. 
Freddie: Filmes de ação e terror. - Ele continuou. 
Sam: Lasanha. - Disse, me lembrando do nosso primeiro encontro. 
Freddie: Não precisamos fazer exatamente tudo que o outro gosta... basta estarmos juntos e fazermos as coisas que nós dois gostamos. - Ele sugeriu, fazendo com que eu abrisse um sorriso enorme, quase que involuntariamente.
Sam: Acho que isso pode dar certo. 
Freddie: Então.... - Ele começou mas parou, tentando dizer com o olhar. 
Sam: É Benson, nós estamos namorando novamente. - Eu confirmei sua pergunta, antes que ele pudesse terminar. Cara.... na boa, porque eu sempre tenho que tomar iniciativa pra tudo? Ele tem medo de mim, ou só está com vergonha? Freddie sorriu e me puxando para mais um beijo. Calmo, carinhoso e apaixonado. Seus lábios tão macios e quentinhos em contato com os meus, me faziam arrepiar. Eu me sinto como em um dos meus muitos sonhos, que tive com o Freddie. Mas desta vez, está realmente acontecendo.Ele acariciou meu rosto, antes de subir sua mão para meus cabelos, enquanto a outra descansava em minha cintura. Não sei por quanto tempo ficamos assim, em silêncio, nos beijando, mas outra vez, tivemos que cessar nosso beijo por culpa do ar. Ou melhor, pela falta dele, né.  
Sam: Aí... está afim de ir ao cinema?  Tem um filme de ação, que estou louca pra ver. - Eu falei, enquanto apertava o botão do elevador, para ele voltar a andar. 
Freddie: Claro... mas e a Carly? - Ele perguntou, me fazendo lembrar o motivo de ter encontrado o Freddie. Eu estava indo comprar vitaminas. Ela provavelmente deve ter terminado o banho. Acho que ficamos aqui, por pelo menos 15 minutos... sei lá. 
Sam: Ah é!! Eu mando um torpedo pra ela, avisando que não vai dar pra eu comprar vitamina. - Falei, pegando o celular que estava no bolso da calça. Eu espero que a Carly não queira me matar, por sair sem ela e ainda deixá-la sozinha. 
Freddie: Então, beleza! - Ele disse, envolvendo um dos braços na minha cintura, me puxando para perto dele. Wow... como eu estava com saudades disso. Enviei a mensagem para Carly enquanto a porta do elevador se abria. Nós saímos abraçados, passamos pela portaria, onde tivemos que escutar o Lewbert berrando conosco, mas nem ligamos. 
Freddie e eu fomos tão bobos, ao terminarmos nosso namoro, só porque somos diferentes. Afinal de contas, qual é a graça em ser igual ao outro? Acho que finalmente percebi algo... O pensamento positivo pode vir naturalmente para alguns, mas também pode ser aprendido... Acho que não deveria ter me deixado levar pela opinião dos outros.. E sim, pelo o que eu sinto..Pelo amor que sinto pelo Freddie.Como dizem por aí, se conselho fosse bom, não era dado, e sim vendido. E sinceramente, os conselhos da Carly, não me ajudaram em nada. E de agora em diante, não me interessa, se as pessoas acham que somo diferentes demais, para ficar juntos. Só o que me importa é estar ao lado da pessoa que eu amo e ser feliz com o Freddie. Carly e eu, somos muito diferentes em todos os sentidos, e mesmo assim, somos melhores amigas... e Freddie e eu, somos completamente opostos, mas isso não nos impediu que fossemos amigos por vários anos. Claro, nossa amizade, nunca foi como as outras, mas quem liga? Eu não trocaria isso por nada. E agora nós finalmente crescemos e descobrimos um sentimento mais forte do que a amizade, o amor. E nada, nem ninguém, irá nos impedir de tentar e ser felizes juntos. Não enquanto a velha Sam Puckett, estiver aqui, pronta para '' atacar '', qualquer um que tentar se meter entre nós. 

The End...