Chrono Crusade - After Heaven escrita por Mirytie


Capítulo 25
Capítulo 25 - Mansão Harvenheit


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Rosette entrou no carro depois de dizer a Hector para onde é que queriam ir e que iam segui-los. Afinal, não queria perder-se outra vez em São Francisco. Depois de dizer para onde queriam ir, Zalia disse imediatamente, como se eles não soubessem, que a casa para onde eles queriam ir estava abandona há muito tempo.

- Só queremos ir ver. – dissera Chrno, antes de entrar para o carro, ao lado de Rosette – Depois, quando chegarmos lá, falamos mais sobre o assunto.

E, com isto dito, Zalia e Hector entraram num carro, enquanto Rosette, Chrno e Azmaria entraram noutro mas, quando Rosette olhou para a frente, quase teve medo de pegar no volante.

- Como é que eu conduzo… - Rosette olhou para todos aqueles botões e depois para Chrno – Como é que eu conduzo isto!?

- Não deve ser muito diferente de o que costumavas conduzir. – respondeu Chrno, vendo Rosette suspirar – Em todo o caso, nunca foste muito boa a conduzir.

- Chrno! – exclamou Rosette, para que ele não dissesse coisas desnecessárias. Começou a entrar em pânico quando o carro de Hector começou a andar – Como é que eu ligo esta coisa!

Chrno encolheu os ombros e carregou num botão que se encontrava perto do volante e o motor do carro arrancou.

- Deves dar conta do resto, agora. – disse Chrno, com um sorriso.

- Sabes, estás-me a irritar, Chrno. – disse Rosette, franzindo as sobrancelhas – Lá por agora seres mais alto do que eu…

- Se não formos agora, vamos ficar perdidos! – interrompeu Azmaria, que se encontrava nos bancos traseiros, para que eles não começassem a discutir – O Hector e a Zalia já vão longe!

Rosette olhou para a frente e viu o primeiro carro ao fundo da estrada. Suspirou e colocou o pé no acelerador com cuidado. Apesar de aquele mundo a confundir um pouco, não queria morrer, não queria que Azmaria morresse e não queria que Chrno morresse. Mesmo que o Padre dissesse que era um desperdício de tempo estar a pensar que um “final feliz” seria possível, Rosette não conseguia ver porque não seria.

No entanto, era verdade que Chrno permaneceria assim para sempre, enquanto ela envelheceria. Seria disso que o Padre estava a falar?

- Toma atenção ao que estás a fazer! – exclamou Chrno, quando Rosette estava prestes a beter contra o carro de Hector e Zalia – No que é que estás a pensar!?

Rosette corou e levou o pé ao travão. Se calhar não era mesmo possível ter um final feliz com Chrno. Mas, pelo menos, conseguiria ver o irmão a Azmaria a crescer.

Quando Hector estacionou ao lado da mansão que eles reconheceram imediatamente como sendo a mansão Harvenheit. Ao sair do carro, centenas de memórias apareceram na mente de Rosette.

- Era desta casa de que estavam a falar? – perguntou Hector, um bocado hesitante ao ver a mansão abandonada à frente deles – Parece-me assombrada.

- Não está assombrada! – exclamou Rosette, passando imediatamente por Hector e Zalia, seguida por Chrno e Azmaria.

Como Chrno previra, a casa estava coberta por pó e teias de aranhas. A primeira coisa que fizeram foi procurar algum sinal da presença de Satella. No entanto, não encontraram nada. No fim, Rosette limitou-se a olhar para o quadro que mostrava Satella a sorrir com a irmã a seu lado e os pais atrás dela.

Quando Chrno a viu, parou ao lado dela com um candelabro na mão.

- Encontrei algumas velas. – disse ele – Já que a energia foi cortada, só podemos usar isto.

- Não faz mal. – disse Rosette, virando costas ao quadro – Vamos ao festival e, depois, se não houver nenhum sinal dela, voltamos para o Convento e pedimos autorização para irmos para a Alemanhã.

- Recebi um telefonema do Padre, enquanto estava à procura de velas e parece que eles encontraram outro dos 12 apóstolos vivos. – informou Chrno, obtendo a atenção de Rosette – Parece que vai acontecer outra vez. Eles já estão a preparar as tropas.

Não se ela pudesse evita-lo, pensou Rosette, passando os dedos pela pulseira que Trugy lhe tinha dado. Mesmo que Aion conseguisse apanhar os doze apóstolos outra vez – o que não seria tão fácil, já que ela não pretendia entregar-lhe nem Azmaria nem Joshua – o objectivo dele era trazer a “santa” de volta e, mesmo com Keiko do seu lado, ele nunca teria o verdadeiro poder sem ela e ela…ela não iria permitir que o despertar acontecesse.

- Estão bem? – perguntou Azmaria, assustando ambos quando apareceu com uma vela na mão por detrás deles – Parecem perturbados.

Não podiam dizer que ela estava outra vez sob a mira de Aion. Rosette queria que ela estivesse verdadeiramente feliz, mesmo que fosse apenas durante aquela viagem.

- A Rosette está um bocado assustada por estar às escuras. – mentiu Chrno, forçando um sorriso – Não é, Rosette?

- É. – confirmou Rosette, virando-se para trás quando Hector e Zalia entraram na mansão – Encontraram alguma coisa à volta da casa?

- Bem, não nos disseram muito bem o que devíamos de procurar. – admitiu Zalia – Mas não encontramos nada de especial.

- Sendo assim, o plano mantêm-se. – disse Rosette – Vamos até ao festival, passamos aqui a noite e dirigimo-nos para Nova Iorque de madrugada.

- Porque é que temos de ir ao festival!? – protestou Hector.

- Eu também não gosto muito dessas festividades. – confessou Zalia.

- Vocês não precisam de vir! – exclamou Rosette, farta daqueles dois – Só têm de nos dizer para que lado é que temos de ir!

- É no mesmo sítio todos os anos. – disse Hector – Porque é que querem ir tanto lá? Não parecem do tipo que vai a um festival.

- A Azmaria quer ir! – exclamou Rosette – Porque é que tenho de dar-vos explicações?

- Porque o nosso treinador disse para seguir-vos para todo o lado. – respondeu Hector. A verdade era que tinham recebido informações da Irmã Superior do Convento de Nova Iorque para segui-los. Apesar de não ter dito nada de mais concreto, Hector também não confiava muito neles – Bem, se vocês querem ir ao festival, nós também vamos.

Rosette revirou os olhos mas aceitou.

- Bem, primeiro vamos instalar-nos, abrir as cortinas e espalhar velas pela casa para quando anoitecer não ficarmos às escuras. – começou Rosette, olhando para Chrno – Põe as nossas coisas nos nossos quartos. Certifica-te que nenhuns daqueles dois ficam no quarto da Satella.

Chrno suspirou e começou a fazer o que ela mandava. No entanto, Azmaria sorriu.

Eles podiam já ter passado por várias coisas más nos últimos dias, mas continuavam os mesmos. Depois de Chrno e Rosette morrerem, ela continuara a ir ao lago, à quinta, a procura-los pela Ordem, no quarto da Rosette, no orfanato, até chegara a visitar São Francisco para garantir que não estava ninguém naquela…mesmo sabendo que eles estavam mortos ela continuava a procura-los porque não conseguia aceitar que eles tivessem desaparecido daquele mundo.

Quando alguém tentava mudar-se para o quarto de Rosette, Azmaria dizia que aquele quarto estava indisponível e mandava a pessoa para outro lado. Mantinha as roupas de Rosette no armário, tal como a fotografia que eles tinham tirado no festival. Quando eles voltassem, o quarto estaria exactamente igual.

- Azmaria, podes vir comigo? – perguntara o Padre, naquela altura.

Obedientemente, Azmaria seguiu Remington. Foram de carro até um sítio parecido com o lago onde os três tinham passado um dia. Azmaria lembrava-se que Chrno tinha conhecido Rosette num sítio parecido com aquele.

O orfanato não ficava muito longe do sítio onde Remington parou o carro. Saíram e ficaram em silêncio durante alguns segundos.

- Era aqui que a Rosette e o Joshua costumavam brincar com o Chrno sempre que conseguiam escapulir-se do orfanato. – começara Remington, apontando de seguida para a direita – Se fores naquela direcção, vais demorar cerca de dez a quinze minutos a encontrar a tumba de Maria Madalena, onde o Chrno tencionava morrer e onde o Joshua e a Rosette encontraram-no. – ele apontou para trás – Mais ao fundo, foi onde a Rosette e o Chrno fizeram o contracto depois de terem fugido do orfanato que estava a ser destruído pelo Joshua. – Remington começou a andar – Vem comigo.

Azmaria seguiu-o até uma árvore que abrigava uma lápide. O Padre aproximou-se e ajoelhou-se em frente dela, dando instruções a Azmaria para fazer o mesmo. Ela ajoelhou-se e olhou para os nomes encriptados na pedra e virou imediatamente a cara.

- Viste o que diz ali, não viste? – perguntara o Padre – E também os viste com os teus próprios olhos na quinta. Porque é que estás a tentar…

- Eu sei! – gritara ela – Eu sei que já passaram dois anos! Eu sei que eles estão mortos e que nunca vão voltar! Mas ainda consigo vê-lo para onde quer que olhe!

- Queres deixar a Ordem? – perguntara o Padre – Se é demais estares no mesmo sítio onde a Rosette e o Chrno viveram…

- Não. – murmurara Azmaria – Eu vou ultrapassar isto.

- Então, aqui, em frente deles, quero dizer-te uma coisa. – quanto ela olhou para ele, viu o relógio apagado de Rosette nas mãos de Remington – Quero que faças o teste e te tornes uma mílitia como ela era.

Azmaria hesitara, mas acabara por pegar no relógio e pô-lo ao pescoço, como forma de aceitação. No fim, tinha passado o teste e visitado o lugar onde eles descansavam com um ramo de flores na mão. Mas nunca chegara a ser tão boa quanto Rosette fora e, um par de anos depois, quando descobriram que fazer selos era uma forma mais discreta e menos dispendiosa para manter os demónios longe, deixaram de treinar mais exorcistas e começaram a treinar seladores.

Azmaria tinha ficado um pouco chateada com as notícias mas começara o seu treino para se tornar seladora e tornara-se uma das melhores em todo o país. Quando isso aconteceu, já só haviam pouco mais de vinte exorcistas na Ordem enquanto os seladores já passavam de cinquenta. Mas, mesmo com a população a aumentar na Ordem, Azmaria recusava-se a deixar que alguém ficasse no quarto de Rosette.

Mais uma vez, Azmaria visitara o Rosette e Chrno mas, dessa vez, sem flores. O objectivo de Azmaria tinha sido sempre tornar-se tão boa quanto Rosette mas, no fim, não conseguira ser um membro da mílitia a quem fossem atribuídas missões difíceis. Para além disso, tornara-se numa seladora, um grupo que dizia que os exorcistas eram apenas pessoas violentas que já deviam ter sido substituídos há muito tempo. Para além disso, era a Capitã do grupo de seladores da Ordem de Madalena de Nova Iorque. Elder também tinha acabado de morrer há um par de semanas atrás por isso, em vez de levar flores, limitara-se a ajoelhar-se em frente deles e a chorar.

Nesse dia, tinha tirado o colar e posto o objecto na gaveta da mesinha-de-cabeceira no quarto de Rosette.

- Lembra-se da Santa que morreu há uns anos atrás por causa do Aion? – perguntou Azmaria à Irmã Superior que tinha substituído a Irmã Kate depois de esta se reformar – O nome dela era Rosette Christopher e aquele era o quarto dela. Por isso, deve permanecer intacto.

A Irmã Superior ficara encantada por saber que a Santa vivera na Ordem e concordara imediatamente com Azmaria.

Mas Azmaria não estava contente com o que tinha conseguido fazer com a sua vida por isso, quando soube que Aion ainda estava vivo, não se importara em dar a sua vida para selá-lo.

Mas agora estava tudo bem outra vez, pensou Azmaria enquanto olhava para Rosette que limpava o pó do quadro familiar de Satella e depois para Chrno que abria rapidamente as cortinas da entrada e espalhava velas para acender depois de voltarem do festival.

Tinha confiança de que encontrariam Satella ali, tal como tinha confiança que tudo ia acabar bem.

Desta vez tinha de acabar.

- Para onde é que estás a olhar, Azmaria? – perguntou Rosette, depois de acabar de limpar o pó do quadro – Temos de nos despachar.

Enquanto Zalia e Hector limitavam-se a assistir, Azmaria, Chrno e Rosette limpavam a entrada rapidamente e, quando iam subir as escadas, Rosette reuniu-os, para que Hector e Zalia não os ouvissem.

- Azmaria, tu ficas com o quarto à direita. Chrno, tu ficas com o quarto à esquerda. – comandou Rosette – Eu vou limpar o quarto da Satella. – com um ar aborrecido, Rosette olhou para os dois empecilhos – Vocês podem limpar o quarto do mordomo e a cozinha, por favor?

- Somos alguns empregados? – perguntou Hector, mas Zalia já estava a pegar num pano e num balde com água, por isso ele fez o mesmo – É bom que estejam agradecidos. Isto não faz parte da missão.

- Despachem-se. – pediu Rosette a toda a gente – Depois de acabarem, vamos até ao festival.


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Notas finais do capítulo

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