Chrono Crusade - After Heaven escrita por Mirytie


Capítulo 13
Capítulo 13 - As Intenções de Tyler


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa pela demora mas estava em fase de exames então foi só estudar, estudar, estudar e não tive muito tempo para escrever.
Espero que este capitulo compense pela espera.
Enjoy ^-^



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Depois de saber o que tinha acontecido a Azmaria, Chrno sabia que estava a comportar-se de uma maneira estranha e também sabia que Rosette percebia que algo estava errado. Por isso, para tentar acabar com aquilo, na manhã seguinte, Chrno decidiu visitar o hospital onde o Padre disse que ela estava.

Nem teve de entrar no quarto para ouvir as máquinas que mantinham Azmaria a respirar e a que monitorizava o seu coração com um “bip bip” irritante. Chrno deu o papel que o autorizava a entrar aos dois guardas e esperou que eles se afastassem para entrar.

Ao ver Azmaria deitada naquela cama, com um tubo pela garganta abaixo e agulhas a perfurarem-lhe a sua delicada pele. Quase parecia estar a sofrer…

O que não percebia era o facto de Azmaria ter voltado como uma menina de 14 anos. Já que tinha morrido com 22, Chrno imaginava que ela renascesse com a mesma idade. Por outro lado, Joshua também não tinha morrido com 16 anos e era a idade que ele tinha agora.

Chrno sentou-se na cadeira de madeira que se encontrava ao lado da cama onde Azmaria estava deitada, e tirou da mala o aparelho que tinha trazido. O mesmo aparelho que Rosette tinha usado para livrar Azmaria do Mind Eater que a tinha possuído há muito tempo atrás. Tinha tido sorte em encontrar aquela máquina na arrecadação. Tinha de agradecer a Elder por isso.

É claro que aquele aparelho nunca tinha sido usado por demónios, apenas por exorcistas mas não podia contar com Rosette para o usar e ela era a única exorcista presentemente treinada. Por isso teria de tentar por conta própria. Queria ver o que é que ela tinha na cabeça.

Depois de ter a certeza que ninguém estava a monitorizá-lo, Chrno colou os fios ao peito de Azmaria e o restante mecanismo na própria cabeça, recebendo imediatamente choques, por causa da tecnologia sagrada.

Aguentou o melhor que pôde e ligou a máquina, entrando imediatamente na mente dela, pelo meio de pequenos raios que o lembravam de que ele era um ser impuro e que não devia estar ali.

Mesmo assim, conseguiu entrar e encontrou-se num lugar inteiramente branco, sem nada à vista. A neblina densa também impedi-lo-ia de ver o que quer que fosse. Queria sair dali o mais depressa possível; sentia-se desconfortável e tinha dificuldade em andar.

Quase não a viu porque ela também estava vestida inteiramente de branco, mas ali estava ela, acocorada no chão, a balançar-se para a frente e para trás, com os braços em voltas das pernas e a cabeça encostada aos joelhos.

Dirigiu-se a ela e baixou-se para ficar do mesmo tamanho. O vestido que ela tinha era obviamente demasiado comprido para ela e espalhava-se no chão à volta de Azmaria. Ela estava com os olhos abertos mas estes pareciam sem vida, apagados. Talvez tivessem sido os danos cerebrais a causar aquilo.

Chrno tentou chamá-la, murmurando para que não corresse o perigo de danificar mais o que já estava estragado. Mas ela não se mexeu da posição em que estava.

Tentou tocar-lhe mas tirou imediatamente a mão do ombro dela quando ela parou de baloiçar e ergueu a cabeça.

Mesmo agora, que olhava para ele, não havia brilho nos olhos de Azmaria, como se estivesse a olhar para o infinito.

– Rosette…? – murmurou Azmaria, surpreendendo Chrno – Rosette…

As lágrimas transbordaram dos olhos dela e escorreram pela cara abaixo. No mesmo momento, uma chuva fortíssima começou a cair naquele lugar, desfazendo a névoa e assim revelando um lugar negro e sombrio, quase comparado ao Pandemonium.

Chrno tinha quase a certeza que tinha sido um demónio a aprisiona-la no seu próprio corpo, já que Azmaria era bastante indefesa quando se tratava de forças malignas.

Pouco depois percebeu que a sua presença ali estava a desaparecer, como se o sistema de defesa de Azmaria o estivesse a culpar por ela estar a chorar.

– A Rosette está viva! – exclamou Chrno antes de ser obrigado a deixar aquele lugar – Eu prometo que ela vem buscar-te! Espera por ela!

Segundos depois, abriu os olhos no quarto de hospital. Era um quarto privado com uma janela virada para o jardim do hospital. Uma brisa de primavera entrava e o calor indicava que o verão estava a chegar.

Rammington não se tinha poupado a luxos para Azmaria.

Chrno suspirou quando uma lágrima que tinha escapado da adormecida Azmaria, refletindo o que lhe ia dentro da mente.

Chrno começou a desligar a máquina e a guardá-la. Tinha-lhe dito que a Rosette ia busca-la mas, como é que isso era possível se a companheira nem sabia do estado de Azmaria.

Ele fechou os olhos e fechou a mala depois de ter guardado o equipamento lá dentro.

Se tinha feito uma promessa, teria de cumpri-la.

Rosette acordou às onze da manhã com um grande bocejo e descobriu que Chrno não estava no sofá de três lugares que pedira para colocar no seu quarto, para que ele pudesse dormir. Apesar de ter sido Chrno a carrega-lo pelas escadas acima quando ninguém estava a ver, no final de contas.

Já não dormia assim tanto há muito tempo.

Na outra vida tinha sempre que acordar cedo para comparecer à missa, ou para treinar, ou por causa de alguma missão. Quando voltara, continuara a levantar-se cedo, devido ao stress de não saber o que estava a acontecer e por causa da suposta escola.

Finalmente, depois de Chrno ter aparecido, conseguira dormir bem e, como era fim-de-semana, ninguém a tinha acordado mas…onde é que ele tinha ido?

Talvez tomar o pequeno-almoço, pensou Rosette, enquanto levantava-se e espreguiçava-se. Felizmente, o Padre tinha-a deixado trazer a roupa que guardavam no quarto dela desde a sua morte e, depois de as lavar à mão, já cheiravam como se estivessem novas. Surpreendentemente, também tinham guardado as roupas que Satella lhe tinha emprestado, por isso decidira usá-las naqueles dois dias, mesmo que lhe trouxessem algumas más memórias.

Não podia usar a roupa de convento em casa e, mesmo a roupa que tinha comprado, não era totalmente do seu agrado. Não percebia o que é que se passava com a roupa daquela geração…

Aproveitando que estava sozinha, foi à gaveta do armário onde tinha visto alguns álbuns de fotografias e tirou dois. Sentou-se na cama que já tinha feito e folheou-os. O primeiro era do tempo em que Jason e a Claire estavam no orfanato.

Nas fotografias, Claire sorria, enquanto lhe tiravam fotografias e ria enquanto brincava com o irmão nos baloiços e na feira popular onde o orfanato levava as crianças constantemente.

No entanto, o segundo álbum parecia mostrar uma criança completamente diferente. Nas primeiras fotografias, ela sorria na mesma mas era um sorriso tão falso que se conseguia ver a milhas. Algumas fotografias depois, o sorriso passara de falso a triste e, passado algum tempo, ela já nem se dava ao trabalho de sorrir.

Via-se que ela não gostava de estar naquela casa mas essa não parecia ser a única razão.

Tyler parecia saber alguma coisa o que tinha acontecido. Iria começar a investigar por aí…talvez só na segunda porque agora tinha que encontrar Chrno (que lhe devia explicações por ter saído sem lhe dizer nada) e queria aproveitar o seu primeiro fim-de-semana livre de preocupações.

Depois de guardar os álbuns no sitio, Rosette saiu, confiante de que ia encontrar Chrno a encher o estômago sem ela, mas ele não estava lá.

Ela suspirou enquanto encolhia os ombros e abanava a cabeça. Provavelmente tinha ido dar uma volta pelo pátio da casa para digerir a comida.

“E se ele voltou para o Pandemonium?” dizia uma vozinha irritante na sua cabeça.

– Porque é que ele haveria de voltar para lá. – murmurou Rosette para si mesma, aliviada quando ouviu alguém a tocar à porta. Provavelmente era ele, já que se tinha negado a levar uma cópia da chave.

Mas, quando abriu a porta, não foi Chrno que viu.

Antes de voltar para casa, Chrno decidiu passar pela escola que Claire frequentava.

Não tinha entrado, é claro, já que os portões estavam fechados ao fim-de-semana. Mas conseguia sentir que havia um selo por baixo daquele edifício, tal como também conseguia sentir que era um selo antigo por isso tinha medo que ele quebrasse a qualquer momento.

– Não acredito que tive de te seguir até aqui. – Bobby surgiu por trás de Chrno, surpreendendo-o – Quem pensaria que um demónio viria a uma escola secundária?

Chrno virou-se e encarou Bobby. – O que é que queres comigo?

– Sabes, o meu trabalho é selar demónios. – disse Bobby – E foi isso que vim aqui fazer.

– Queres-me selar? – Chrno sorriu como se Bobby tivesse acabado de dizer uma piada – Infelizmente, não posso deixar que faças isso. Porque, se eu deixar aquela rapariga sozinha, ela pode acabar por chorar outra vez.

E não queria quebrar a promessa que lhe tinha feito, novamente.

O facto de Tyler ter aparecido à sua porta, tinha que ser mais do que uma coincidência. Por isso Rosette pediu-lhe para entrar. Poucos minutos depois, já estavam confortavelmente sentados na sala destinada a receber visitas. É claro que faltava ali um sofá, mas isso não parecia perturbar o balanço da sala.

– Claire…

– Para! – interrompeu Rosette. Queria ir direta ao assunto – Deves saber que eu não sou a Claire. Quero saber o que é que tu e a Claire fizeram. Porque é que eu e os outros estão de volta?

Rosette não estava à espera de ver o sorriso que Tyler esboçou.

– Então funcionou, afinal. – disse Tyler, num tom orgulhoso – Quando encontrei a Claire, pensei que era só uma coincidência, mas não podia ser, pois não? Ninguém pode ser assim tão parecido com outra pessoa sem alguma razão aparente.

– O quê…

– Vou explicar. – continuou Tyler – Quando eu era pequeno, o meu pai contou-me a história de uma santa que viveu há muito tempo atrás. O nome dela era Maria de Magdala ou Maria Madalena, se preferires. Tragicamente, a vida dela chegou ao fim por causa de um demónio.

Estava a falar de Chrno, pensou Rosette, franzindo as sobrancelhas.

– Anos depois, a reencarnação dela apareceu. A reencarnação dela… - Tyler reptiu a última parte como se estivesse apaixonado, o que arrepiou Rosette – Ela trabalhava imenso para eliminar os demónios com as próprias mãos. Tinha perdido o seu próprio irmão para um demónio e, quatro anos mais tarde, também ela perdeu a vida para o mesmo demónio.

Tyler viu o sofrimento nos olhos de Rosette e aproximou-se imediatamente. Ela não se mexeu, nem mesmo quando ele pousou as mãos nos seus joelhos.

– És tu, não és? – perguntou Tyler com os olhos a brilhar. Levou uma mão ao bolso e tirou de lá uma fotografia antiga onde Rosette um vestido preto a condizer com o véu. O vestido que usara quando fora possuída por Aion – Rosette Christopher. Apaixonei-me por ti no momento em que vi a tua fotografia. Não houve uma semana em que eu não fosse visitar o teu túmulo…e depois vi a Claire. – a expressão mudou para ódio profundo – Aquela rapariga andava a oferecer-se a qualquer rapaz que lhe aparecesse à frente. A usar o corpo da Santa como se lhe pertencesse. Não tive outra escolha a não ser namorar com ela até a convencer que o destino dela era trazer a Santa de volta.

– Fizeste o ritual. – murmurou Rosette.

– Sim. – confirmou Tyler – Mas um ritual diferente, que trousse não só os poderes mas também a alma. É claro que a Claire não sabia que isso iria acontecer. Sabia exatamente onde é que tinha de fazê-lo, a que hora é que tinha de fazê-lo. Desde pequeno que tenho estudado como trazer-te de volta. Mas não tencionava trazer os outros também.

– Como é que pudeste fazer isso!? – perguntou Rosette, chocada.

– Aquele Chrno… - continuou ele, agora com raiva em cada palavra que proferia – Eu li o nome dele por baixo do teu. “Protetor” era o que dizia, mas não conseguiu proteger-te daquele demónio. E agora volta como se não tivesse acontecido nada. É desprezível!

Era uma obsessão, concluiu Rosette. Como é que podia falar com alguém assim?

– Eu amo-te, Rosette! – proferiu Tyler – E não vou deixar que ele te magoe outra vez.



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Notas finais do capítulo

Para aqueles que estavam preocupados que eu tivesse largado a fic: Chrno Crusade foi o primeiro anime que vi e meu preferido desde então. Já o vi mais de 15 vezes. Não era capaz de deixar o que quer que seja relacionado com o anime a meio. Por isso, não se preocupem. Daijoubu! Ganbarimasu!
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