-Chegamos! – Disse Scooter sorridente, todos pegaram suas coisas e saíram do avião. Fiz o mesmo e senti um ar fresco soprando em meu rosto. Andamos até os portões e tinha um tumulto ali dentro. Centenas de meninas gritando. O garoto parecia gostar disso, era como se fosse uma melodia para seus ouvidos.

-Minhas Beliebers! – Disse ele sorrindo e acenando para elas. Uma coisa eu tinha que dizer, ele amava mesmo essas garotas. Passamos com dificuldade por elas até chegarmos no carro. Olhava distraidamente pela janela.

-Vai ter que se acostumar com isso. – O garoto de franjinha falou pela primeira vez desde o avião.

-Nunca – Encarei seus olhos, ele me olhava com um sorriso doce.

-Só to falando, já que você vai passar 3 meses aqui.

-Não precisa me lembrar desse “pequeno” detalhe. – Falei ironicamente e ele riu.

-Quarto 807. – Falou Scooter estendendo-me o cartão do quarto.

-Pelo menos não vou dividir o quarto com ninguém. – Segui rumo ao quarto. Ele era espaçoso, bonito. Larguei minhas coisas próximo a mesinha de cabeceira e me joguei naquela cama. Não demorou muito eu apaguei ali com sapato e tudo.

 Abri os olhos e o sol invadia o quarto, levantei-me calmamente e observei o lugar. Caminhei preguiçosamente até o banheiro, tirei a roupa ainda de ontem e tomei um banho longo pra botar a cabeça no lugar. Estava sendo difícil conviver com o Scooter, e eu estava me sentindo sozinha. Não que eu tivesse amigos, pelo contrario, sempre fui sozinha, nunca tive amigos de verdade, e os amigos que eu tinha, só me levavam pro mal caminho. Mais é que, parecia que ninguém gostava de mim nesse lugar, e isso tava me matando.

Me sequei e botei uma roupa fresquinha. Penteei o cabelo enquanto via um noticiário que eu mal prestava atenção. Fui interrompida por um ronco na barriga, afinal eu só estava a base de um salgadinho a um dia inteiro.

Desliguei a tv e fui até la embaixo comer algo. O lugar estava calmo, talvez porque fosse 8:30 da manhã, olha só, até acordar cedo esse lugar ta me fazendo fazer.

-Sim? – Falou a moça de trás do balcão sorridente.

-Eu queria um pão de queijo e uma coca-cola por favor.

-Okay, já estamos levando. – Disse a moça anotando o pedido, assenti com a cabeça e procurei uma mesa para me sentar.

Enquanto me distraia vendo os movimentos no saguão do hotel algo me acordou de minha distração.

-Caiu da cama é? – Falou o Bieber sentando-se na cadeira a minha frente.

-E se for? – Falei mal-humorada ajeitando-me na cadeira.

-Okay, já vi que não ta afim de falar hoje. – Apenas suspirei e continuei a olhar o saguão.

-Moça? Seu pedido – Falou o garçom entregando-me meu lanche.

-Ah, obrigada! – Abri o pacote e comi como se não visse comida a séculos.

-É, parece que não tão te alimentando direito. – Bieber riu e me observou.

-Ainda bem que você percebeu. – Ele riu novamente e olhou para a janela.

-Você é sempre assim...fria com todo mundo?

-Sou. Não vejo o porque de ser carinhosa com todo mundo, se importar com os outros quando ninguém se importou comigo na hora que eu mais precisava. – Larguei o pão de queijo e o olhei , até parece que ele entendia o que eu passava.

-Você ta se referindo a separação dos seus pais não é? – Ele disse cuidadoso, como se procurasse uma forma de não me machucar.

-É. Ninguém viu meu lado, mais até parece que você sabe o que eu sinto.

-Eu sei...Passei pelo mesmo. – Arregalei meus olhos, Bieber também tinha passado por isso?

-Eu também sofri, e entendo que você não está pronta pra aceitar seu pai de volta. Mais dê essa chance pro Scooter.

-Não, eu prometi a mim mesma que nunca mais o chamaria de pai novamente.

-Não é você que quebra as regras? – Ele sorriu e eu sorri também.

-Eu posso ter te conhecido ontem Melody, mais eu sinto que você é triste e precisa de alguém. Só to querendo dizer que você tem a mim como amigo.

-Valeu Bieber, mais acho que você não vai querer ser amigo de uma selvagem como eu. – Nós rimos e eu terminei de comer meu lanche. Parecia que ele era um garoto legal.

-Nada que preste. – Falei mal-humorada trocando os canais de tv, não tinha nada pra fazer naquele hotel. Todo mundo tinha ido “treinar para o show de amanhã” e eu era obvio que não ia. Troquei mais algumas vezes de canal e achei um que tinha reportagem de um skatista.

-Como eu não pensei nisso antes? – Abri um sorriso e pulei da cama para ir até minha mochila, peguei minha carteira e achei 50 dólares.

-Isso deve ser útil pra algo! – Peguei o dinheiro, vesti meu all star e saí pulando do quarto.