Justin

–Ela acordou? – Perguntei quando Scooter sentou na mesa da cantina.

–Sim. – Scooter parecia aliviado, mas também preocupado.

–E...?

–Ela ta bem, e quer...quer falar com você.

–Eu vou la então – Disse me levantando.

–Ta. – Disse Scooter.

Caminhei...ou melhor, corri para o quarto da Melody. Ela tinha que me explicar tudo. Entrei calmamente. Melody me olhou...envergonhada.

–Oi! – Falei baixinho, ela sorriu um pouco.

–oi. – Ela sussurrou, ainda fraca.

–O que a médica te disse?

–Ela disse que eu tenho um corte fundo na cabeça, um pé quebrado, e uma perna lesionada. – Ela disse frustrada. Suspirei.

–Poderia ser pior. – Olhei pra baixo.

–Você tem noção do que eu passei Melody? Eu passei os 3 dias mais horríveis da minha vida. E daí, você liga e a Selena pega o telefone. Eu quase fiquei louco quando ouvi algo se batendo, achei que ela tinha te machucado. Ninguém respondia no telefone, e Scooter tava me pressionando. Aí, o hospital liga dizendo que você tinha sofrido um acidente. Você entende o que eu senti? Morrendo de desespero achando que você tinha morrido? Ou a preocupação Melody? Você tem? – Gritei, e me sentei novamente pra respirar. Olhei Melody que parecia assustada. Droga, eu tinha exagerado.

–E você? Entende o que eu passei? Eu fui sequestrada, apagada, e acordei num lugar horrível. Daí a Selena vem e pede pra mim mentir. Você acha que foi fácil? Acha que eu queria que ela te ameaçasse Justin? Preferia morrer do que ter que te obrigar a fazer algo. Então eu apaguei ela e fugi, correndo o máximo que pude, desesperada, tentando achar uma saída enquanto dois loucos me seguiam. E pra completar, ainda quase fui esmagada por um carro. Eu tenho que mentir pro meu pai, e ainda temer que Selena venha atrás de mim. Você entende? Eu vou atrair a Selena pra ca, e ela vai te manipular. Porque você é um idiota. – Ela gritou também, mas chorando. Abaixei a cabeça.

–Melody...se acontecesse alguma coisa com você, eu juro que... – Não consegui terminar. Limpei suas lágrimas e beijei o canto dos seus lábios. Ela beijou meu rosto e fez cafuné quando deitei do seu lado.

–Ela vai vim atrás de mim. – Melody sussurrou em meu ouvido. Levantei a cabeça e a olhei angustiado. Aquilo tudo era culpa minha.

–Eu não vou deixar nada te acontecer. NADA!

Melody

–Deixa que eu te pego no colo. – Disse Justin se aproximando e tirando os óculos.

–Pra que? – Perguntei mal-humorada.

–Af, deixa de ser marrentinha. – Justin me pegou e me botou no banco de trás de seu carro.

–Eu podia muito bem caminhar- Cruzei os braços.

–Melody, se lembra do que o médico disse? SEM esforço. Você tem que descansar em casa, ou prefere ficar mais duas semanas no hospital? – Suspirei, Era verdade, eu só saí do hospital hoje porque Justin garantiu que eu ia ficar de repouso por causa do pé e da lesão.

–Pra onde eu vou? – Perguntei emburrada.

–É melhor você melhorar o humor se quiser ir pra minha casa no Canadá. – Ele disse sorrindo. Olhei pro lado.

–Mas eu não quero.

–Então ta. Kenny, a gente vai parar no Scoot pra largar a Melody...

–NÃO...Eu quero ir pra sua casa. – Os dois riram.

–Se decide Mel! – Disse Kenny rindo. Revirei os olhos impaciente. Deitei no colo do Justin e agarrei seu braço.

–Eu to com fome. – Ele riu e mordeu meu lábio.

–Quer matar um humano pra satisfazer sua sede?

–Esse que ta na minha frente ta bom. Qualquer um ta bom pra um vampiro, inclusive você.

–Qual é o problema com meu sangue? – Ele revirou os olhos divertido.

–Com o sangue nada, agora com você... – Eu ri.

–Tirou o dia pra me criticar agora? Você ta fazendo igual uma menina mimada que fica brabinha com tudo.

–Você disse que ia cuidar de mim amorzinho. E eu não vou facilitar. – Sorri.

–Eu devia ter imaginado.

–Chegamos! – Disse Kenny. Justin abriu a porta e me pegou de novo e me levou até a porta.

–ESPERA!- Gritei.

–O que foi? – Justin perguntou preocupado.

–Você entrando comigo no colo dentro da sua casa...nao é legal.

–Qual o problema Melody?

–Casados! – Gemi. – Isso parece noivos, lua de mel... – Justin riu alto. Fiquei olhando pasma.

–Da onde você tirou essa? Achei que você não ligava pra casamento.

–Ei! Eu sou menina ta? Toda menina sonha com vestido de noiva e casamento.

–Já tava desconfiando disso! – Justin disse divertido. Fuzilei ele com o olhar.

–Eu não me importo, já que pra você eu “não sou uma menina” – Falei usando aspas.

–Bom, não é isso, é que...Você não é o tipo “sonhadora”. Mas tudo bem. Noivos é engraçado, mas a lua de mel me interessou. – Fechei a cara de novo.

–Justin, se você não abrir essa droga de porta agora e entrar, eu juro que vou te castrar, e você não vai ter nenhum filho se quer. – Ele parou de rir e abriu a porta. Entrou e me sentou no sofá. Justin tirou uma mecha do meu rosto e me encarou com seus lindos olhos cor-de-mel-hipnotizantes.

–O que foi Justin? – Corei sem graça.

–Não é nada. – Ele se aproximou devagar, e ficou com seu rosto a centímetros do meu. Não sei o que aconteceu, mas sentir seu hálito soprando em meu rosto. Seu corpo próximo, fez eu ficar tonta e minha mão começar a suar.

–Eu...acho que tem uma coisa no seu dente. – Disse Justin e eu o encarei incrédula. Ele botou a unha no meu dente tentando tirar alguma coisa.

–É sério isso? – Perguntei.

–Isso o que? – Ele se fez de desentendido limpando a mão. – Ah! – Ele riu alto.

–Qual foi a piada que eu perdi? – O olhei incrédula de novo.

–A que você pensou que eu ia te beijar. – Ele riu mais ainda. Corei.

–Eu o que?

–Ah! Não se faz, eu viu quando sua mão suou, e agora, quando você corou, me deu mais provas.

–Você ta muito engraçadinho hoje moleque. – Reclamei.

–Não se preocupe Mel, se você quiser...eu te beijo. – Ele falou se aproximando de novo. Dei um tapa no seu rosto.

–Au! – Ele exclamou botando a mão no rosto.

–Você tem a mão pesada! – Ele sorriu maliciosamente -Tudo bem! Eu gosto de garotas violentas. – Ele mordeu o lábio e rosnou pra mim, mordendo o meu também. Agora ele passou dos limites também.

–Justin, eu tava falando sério na hora de castrar. Acho que vou ter que tirar a causa dos seus hormônios. – Mostrei a língua pra ele. Ele ficou sério.

–Eu...vo-vou, buscar...a-a-as- Ele disse esbarrando em tudo assustado. Eu ri.

Ouvi a porta bater, não deveria ser o Justin, ele não bateria na própria casa. Levantei com dificuldade, e peguei as moletas ao lado do sofá. Só consegui usar o pé lesionado, mas doía muito caminhar com ele. Por isso tinha que dar apenas alguns passos curtos. Abri a porta e fiquei surpresa.

–Chaz? – Disse o abraçando. Ele sorriu e entrou.

–me disseram que você tava no hospital. Fiquei preocupado mas Justin disse que tava tudo bem. O que foi que aconteceu, se atirou do táxi? – Ele riu e eu ri também caminhando com dificuldade até o sofá.

–Dessa vez foi o carro que pulou em mim.

–Sério? – Ele pareceu preocupado. – Deixa eu ajudar você. – Ele me pegou e me sentou no sofá.

–Sim, mas isso nem importa. E você como ta?

–Bem. Cadê o Justin? – Chaz perguntou o procurando.

–Aqui. – Disse Justin tentando disfarçar a irritação.

–E aí dude? – Disse Chaz indo o cumprimentar com um aperto de mão.

–Oi!- Disse Justin desanimado.

Percebi o clima tenso entre os dois e quebrei o gelo.

–To com fome! – Disse animada. Eles continuaram se encarando mas Chaz foi quem falou.

–Acho melhor deixar você comer. – Disse Chaz indo pra porta, franzi a testa.

–Como? Você não vai ficar? – Perguntei desapontada.

–Não... – Ele me olhou – Tenho que resolver umas paradas aí. A gente se vê depois Mel. – Chaz saiu e eu encarei Justin incrédula.

–O que foi que aconteceu com vocês? – Justin não me olhou. Apenas me pegou e me levou pra cozinha.

–Não vai me responder? – Perguntei ficando nervosa.

–Não aconteceu nada. – Justin disse secamente. Revirei os olhos com raiva.

–Jura? – Justin não respondeu. Apenas tirou os ingredientes para fazer os sanduíches. Fiquei irritada e me levantei.

–Não quero mais nada. – Disse indo até a porta com as muletas. E então tropecei no tapete e Justin me pegou por trás. Virei o olhar e seus olhos estavam olhando os meus. E sua boca a centímetros da minha, minha respiração acelerou. Meu coração começou a bater 25725757 vezes mais rápido, esse era o tipo de sensação que só o Justin fazia eu sentir, e eu não sabia o porque.