Minha Vida... Com Ele! escrita por Ginevra_C
– Oi, mãe, desculpe chegar tarde hoje, mas...
– Você teve que ficar na escola até tarde para ficar refazendo maquetes que você destruiu junto com o Josh. - ela disse me olhando por cima do livro que ela estava lendo: Orgulho e Preconceito da Jane Austen.
– É... por aí. - eu disse me largando no sofá cansada - E amanhã eu vou ter que ir à casa dele para fazer essas porcarias porque a Vivi não quer que a gente quebre mais nada na escola.
– O que mais vocês quebraram hoje? - ela perguntou distraída.
– Só derrubamos algumas estantes na biblioteca, mas chega de falar de mim - eu me virei para ela - e o seu novo emprego?
Ela me olhou e sorriu. Desde que foi despedida do último emprego de repórter do jornal local da cidade por ter dado um tapa na cara do chefe - ele disse que iria promove-la se ela pagasse um boquete pra ele e ela realmente não gostou nada da proposta -, ela estava procurando um emprego, mas ela não tinha uma boa imagem por causa do motivo da demissão do último emprego, mas parece que agora ela finalmente conseguiu.
– Agora eu sou a nova colunista do jornal local do nosso estado, é bem mais famoso do que o de antes, mas eu ainda ganho menos do que ganhava antes já que agora eu sou só uma colunista e não uma repórter. - ela disse dando de ombros, mas sorrindo - Mas o salário vai dar para manter a casa e nós duas tranquilamente.
– E o seu chefe? Como ele é? - eu perguntei.
– Na verdade é uma chefa a do meu departamento, eu a conheci hoje.
– Mas você fez a entrevista semana passada, como não a conheceu antes? - eu perguntei confusa.
– Eu decobri - disse ela baixando a voz - que a pessoa com quem eu tinha feito a entrevista foi o chefão de tudo lá, de todo o jornal.
– E você chegou em casa comentando que o seu novo chefe era super bonitão e compreensivo... - eu ri.
– E ele é mesmo. Contei a verdade pra ele no dia da entrevista, o que aconteceu com o meu chefe e ele me apoiou completamente e nós nos damos super bem...
– Ta parecendo mais um encontro do que uma entrevista de emprego! - eu exclamei rindo.
– Fiquei decepcionada quando soube que ele não seria o chefe do meu departamento, acho que seria mais fácil trabalhar diretamente com ele do que com aquela mulher enjoada, mas... - ela deu de ombros e me olhou com um sorriso desanimado - nem tudo são flores.
Eu concordei com a cabeça ao mesmo tempo que o meu estômago deu um ronco estrondoso de fome.
– Tem lasanha dentro do forno, eu fiz para comermos juntas e comemorar o meu emprego novo, mas devido a sua detenção... - ela suspirou revirando os olhos.
Eu fui até o forno e peguei a lasanha caseira que havia ali dentro, peguei o prato e comecei a me servir.
– É bom você dar um jeito de ganhar um dinheiro extra para comprar as coisas que você quer, agora que eu troquei de emprego eu não vou mais pagar a sua escola.
– E...? - perguntei com a boca cheia de lasanha.
– Que eu não vou mais pagar nada além da sua alimentação, as contas da casa, sua internet...
– E...?
– E que é o seu pai quem vai pagar a mensalidade da sua escola.
– E...?
– Que ele não vai mais pagar a sua pensão.
Eu me engasguei e comecei a tossir que nem louca.
– QUÊ? - eu perguntei quando me recuperei do meu acesso de tosse.
– Isso mesmo, todo o dinheiro da sua pensão vai direto para a sua escola, então trate de achar um emprego para pagar as suas compras extras.
Eu fiquei a encarando pasma. Ela só podia estar fazendo uma piada muito sem graça.
– Eu não vou mais ter dinheiro?
– Você ainda pode ganhar dinheiro - ela disse pacientemente reabrindo o livro -, mas do jeito que todas as pessoas fazem pra ganhar: trabalhando.
– Mas eu... mas eu... - eu gaguejei - Mas eu não quero trabalhar.
– Ninguém quer - disse minha mãe dando de ombros - Isso não quer dizer que não é preciso.
Ela se levantou e subiu as escadas deixando bem claro que o assunto estava encerrado e eu fiquei ali com a boca cheia de lasanha e ligeiramente aberta, as sobrancelhas franzidas e o cérebro paralisado com o choque.
Eu vou ter que arranjar um emprego.
– MAS COMO EU VOU ENCAIXAR O HORÁRIO DE SERVIÇO COM A ESCOLA E AS DETENÇÕES? - eu gritei para minha mãe ouvir.
– Simples, pare de arranjar detenções e tudo ficará perfeitamente bem.
Eu bufei, ninguém merece.
–-
– A gente não podia ter pego um ônibus? - eu perguntei amarrando um rabo de cavalo bem alto por causa daquele calor infernal.
– Seria ótimo te ver pegando um ônibus com esse monte de isopor e tinta. - disse o verme rindo - Você não é toda dos esportes? Então aguenta.
– Sou a melhor jogadora do time para a sua informação - eu disse irritada - Mas isso não quer dizer que eu goste de andar abaixo desse sol desgraçado com você por companhia.
Ele sorriu e continuou caminhando tranquilamente ao meu lado, enquanto eu bufava irritada com a minha mochila que ficava escorregando no meu ombro.
– Você bem que podia levar a minha bolsa, não? - eu perrguntei indignada.
– Desculpe, mas a bolsa é minha? - ele perguntou cara-de-pau.
– Não.
– Então porque eu carregaria a sua bolsa?
– Por que é o que um cavalheiro faz. - respondi irritada.
– Está vendo algum cavalo por aqui? - ele perguntou realmente confuso.
– Não, to vendo um jegue do meu lado! Pelo amor de Deus! Cavalheiro é o homem educado que ajudam damas que precisam da sua ajuda, ja cavaleiro é o que monta em cavalos!
– Do mesmo jeito ainda não vejo nenhuma dama que precise da minhaa ajuda aqui. - ele retrucou.
Eu lhe dei um soco no braço e bufei irritada.
– Você é um idiota.
– E você é uma fracote.
– Retardado.
– Burro.
– Ah, vai pra puta que pariu - ele disse irritado.
– Estamos indo pra sua casa, então pode ser que eu encontre a sua mãe lá. - eu retruquei com um sorriso triunfante.
De repente ele parou e se virou para mim, eu parei também.
– Minha mãe está morta. - ele disse e continuou a andar, dessa vez mais rápido.
Depois de ficar uns segundos em choque, a minha culpa se espalhou e me fez correr atrás dele.
– Desculpe, eu... eu realmente não quis...
– Falar dela? Claro que quis, mas agora você ta aí cheia de culpa porque descobriu que ela morreu.
Nós andamos em silêncio por um tempo, depois eu perguntei:
– Quando... quando foi?
– Quando eu entrei pra essa escola.
– Como...?
– Câncer.
– Ah, eu... sinto muito. - eu disse de cabeça baixa.
Ele deu de ombros e continuou muito quieto.
– Sério, eu não queria...
– Tanto faz, porra - ele disse bufando - Cara, minha mãe ta morta, foda-se, tu não sabia disso e faz o que qualquer inimigo faz com o outro, xinga a mãe.
Eu não podia acreditar no que eu tinha acabado de ouvir. O meu maior inimigo estava me consolando?
– Você está realmente tentando me fazer sentir melhor? - eu perguntei pasma.
– Não, eu só quero que você pare de pedir desculpas, eu não gosto de ficar falando sobre ela , muito menos com alguém que eu odeio.
– Ora, como se eu quisesse fiicar discutindo dramas familiares, né? - eu retruquei irritada.
– É o que ta parecendo pra mim, e por falar nisso, você não consegue caminhar ao lado de uma pessoa sem parar de falar? - ele perguntou bufando.
– Sou perfeitamente capaz de ficar calada, mas gosto de conversar quando tem um caminho muito longo, o único problema é que eu me esqueci que estou caminhando do seu lado e não de uma pessoa agradável.
– Caralho, cala a boca, pelo amor de Deus. Tu não tem noção do quanto a tua voz é irritante? - ele perguntou revirando os olhos.
– Eu não tenho uma voz irritante, se eu tivesse não saberia cantar perfeitamente bem. - retruquei convencida.
– Então poupa a tua voz e vai cantar em barzinhos pra ganhar dinheiro.
– Eu tenho mais potêncial do que isso! - eu disse irritada.
– Podia trabalhar com crianças, botava elas pra dormir rapidinho com essa tua faladeira. - ele riu.
– Isso é ridículo! Não tem nada a ver essa história de eu falar muito com fazer crianças dormirem... - eu comecei a me defender, mas então ele deu um enorme ronco falso.
– Idiota! - eu resmunguei e lhe dei uma mochilada.
Ele empurrou a minha cabeça para o lado com força e impaciência e quase me fez cair.
– Eu quase caí! - reclamei indignada.
– Erro meu. - ele disse e me empurrou com ainda mais força me fazendo realmente cair dessa vez.
Ele riu e saiu correndo.
– Seu... - eu comecei a correr atrás dele, pegando pedras e coisas no caminho pra tocar nele. Acertei uma laranja podre na cabeça dele e o fiz cair.
Ele se levantou e já começou a correr de novo, mas dessa vez eu tinha um vantagem. Pulei nas suas costas e me dependurei ali, dando-lhe tapas e socos.
– Sai... sai... SAAAAAAAAAAAI - berrou ele.
– Idiota-verme-imbecil-retardado-brutamontes... - eu o xingava a cada tapa e soco que lhe dava.
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - ele se desequilibrou e fez nós dois cairmos em cima de um carro que estava saindo da garagem.
– AI! - berrei no chão.
– Sua louca - ele resmungou.
– Josh! Você está bem? - perguntou o homem saindo do carro.
Eu olhei pro cara e fiquei tipo, uau! Era um coroa lindo pra cacete.
– Eae, pai - cumprimentou Joshua.
O pai dele o ajudou a levantar e depois estendeu a mão para mim.
– Você deve ser a Marina. - disse ele sorrindo - Meu filho fala muito de você.
– Só imagino o que ele deve falar de mim - eu disse erguendo a sobrancelha para o idiota.
– Meu nome é James. Bem, eu vou deixar vocês dois cumprindo a detenção de vocês e eu realmente iria agradecer se vocês não quebrassem nada na minha casa. - ele sorriu e entrou no carro dando partida.
– Seu pai é um gato - eu comentei rindo.
– Ta vendo de onde eu puxei a minha beleza? - ele disse dando um sorriso de orelha a orelha.
– Cala a boca - eu disse revirando os olhos e entrando na casa enorme a minha frente.
Olhei a casa admirando-a. Era beeeeeem grande e com cores claras, o pai dele, ou tinha um ótimo gosto ou contratou uma decoradora, pois todos os móveis combinavam um com o outro.
– Bonita casa - eu comentei.
Ele deu de ombros e disse:
– Vamo começar com essa merda de uma vez.
– Não se esqueça que a culpa de estarmos fazendo isso é sua - eu acusei.
Ele me deu mais um empurrão pro lado que me fez cair em cima da mesinha de centro e a quebrar toda.
– Ta na hora de perder uns quilinhos, hein? - ele riu.
Eu me estiquei e puxei seu pé fazendo-o cair.
– Imbecil. - eu resmunguei enquanto estava me levantando, mas ele me puxou pela mão fazendo-me cair de novo, dessa vez ao seu lado.
Com um movimento rápido ele ficou em cima de mim segurando as minhas mãos com força.
– Me solta! - eu disse tentando me livrar do aperto dele.
Mas ele me segurou com mais força contra o chão e me olhou diretamente nos olhos.
Fiquei sem ação alguma.
Ele começou a se aproximar, eu fechei os olhos respirando rápido. Estava entorpecida.
– Por que você ainda nega que é doidinha por mim? - sussurrou ele no meu ouvido me deixando completamente arrepiada.
Senti que ele saiu de cima de mim e abri os olhos.
– Vamos terminar essas maquetes, ou você ta esperando fazer mais alguma coisa?
Vermelha dee raiva, vergonha e frustração eu me levantei peguei a minha mochila e passei rapidamente por ele.
– Vamos acabar logo com isso. - eu resmunguei me sentando na mesa.
Ele sorriu e me acompanhou.
Ana Watson (mãe de Marina):
James Grint:
Oieeeee o//
Fiquei um tempãããããão sem posta , né? Credoooo.
Mas to aqee de voltaa , esperoo que gosteem !
Bejoo, bejoo
Ginevra_C
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