Amor Além Da Vida escrita por Na Castro


Capítulo 1
Capítulo 1




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Ele permanecia deitado na cama, um dos lugares onde ele fora feliz com o Frank. Tinha os olhos fechados o que não impedia que as lágrimas caíssem insistentes. Mais não era para evitar as lágrimas e a dor que ele fechara os olhos, e sim pra rever os momentos onde ao lado de seu amor a vida parecia não ter fim.
Gerard procurava não pensar em mais nada, além dos momentos que ainda estavam marcados nele. Aquele silêncio te trazia a impressão falsa de paz. A paz que ele sabia que havia perdido, no instante em que perdeu Frank. Mais logo ele teria que deixar suas recordações para arrumar o velório e o enterro.
Levantou-se devagar, o verde dos seus olhos contrastavam com o vermelho provocado pelo choro. Pegou a chave do carro e foi. Agora os momentos felizes pareciam estar distantes como se tivessem acontecido há séculos. Ele não queria mais pensar, mas sua mente queria respostas. Por mais que ele tentasse lutar contra o desejo de saber o que aconteceu. A mensagem que o bombeiro deixou não foi muito esclarecedora, ele ainda lembrava-se das palavras vazias...
- Sr. Gerard Way, ouve um acidente, com uma vitima fatal: Frank Anthony Iero. E achamos esse numero na carteira dele. Por favor, quando ouvir esta mensagem retorne a ligação para o corpo de bombeiros o corpo será liberado as 17h00min...
Quando ouviu a mensagem, ficou chocado. Retornou a ligação, e eles lhe deram o endereço de uma funerária, pra onde mandariam o corpo. E telefonou pra família de Frank. eu

Eram 15h45min quando ele chegou à funerária. Um senhor o esperava lá. Ele se apresentou e foi conduzido para a sala do homem.
- O que aconteceu a Frank? – As lágrimas recomeçaram a percorrer seu rosto.
- Se acalme Sr. Way. Eu preciso saber você é o que de Frank Iero? - Perguntou penalizado.
- Marido. - disse.
- Entendo. Sinto muito pela sua perda. Eu tenho que presenciar a dor e a tragédia das pessoas todos os dias... Bom, um caminhão se desgovernou e bateu no carro de seu marido. – Disse com naturalidade. A culpa não foi do Sr. Iero. Mas se ele não estivesse em alta velocidade o acidente poderia ter sido evitado. Ele não estava alcoolizado e nem com qualquer droga no organismo.
Gerard levou a mão na boca.
- Foi minha culpa... Eu não devia ter falado daquele jeito com ele... Foi a ultima vez que... Eu fui tão ignorante.  – Gerard pensou.
No velório os familiares de Frank comentavam coisas sobre Frank em conversar paralelas, algo em que todos concordavam era que Frank não era é imprudente no transito.

Gerard estava desolado, o remorso doia. Naquela noite eles tinham tido a pior briga desde quando foram morar juntos, Gerard era ciumento e Frank se sentia sufocado, pois com o passar do tempo, Gerard se apegara de mais a ele e quase se tornara possessivo. Frank disse que tinha ficado ate mais tarde trabalhando. Mas Gerard sabia que não, ele estava em um bar com uma mulher. Gerard por várias vezes achou que Frank se arrependera de ficar com ele, achava que ele tinha se cansado de “brincar” de casinha com outro homem.
Foi o último a sair do cemitério, foi caminhando devagar olhando para o chão com as lágrimas caindo. Parou na floricultura, e decidiu comprar as flores preferidas de Frank, cravos.
Enquanto entregava as flores pra Gerard o homem falou:
- Não se prenda a alguém que já se foi, meu filho. Se ele teve que ir é porque ele precisava dessa experiência para sua evolução espiritual. O amor é uma coisa linda, porém o amor liberta nunca prende. Não prenda o espírito dele á você assim. O apego não é uma coisa boa. – Completou o senhor.

Gerard não acreditava nessas coisas de espírito. Para ele quem morria, morria e pronto. Mais ele não podia negar que foi reconfortante imaginar que Frank vivia em outro lugar. Mas nesse tempo juntos ele se tornara dependente de Frank, dependente de seu sorriso doce, de seu olhar sincero. Não podia deixar de sentir saudades, sentir que não conseguiria viver sem Frank.
Frank era espírita, e Gerard católico. Com o tempo eles aprenderam a aceitar e respeitar a religião do outro.
Quando percebeu estava parado diante do carro, foi despertado de seu devaneio por sua avó, Helena.
- Não se culpe assim querido. Ele não morreu por culpa sua...
- Foi minha culpa sim. Brigamos e ele saiu...
- Eu sei querido. Mas mesmo assim, ele se foi, porque tinha que ser assim. Nada que você fizesse mudaria.
Chegou a casa e foi coberto por uma onda de lembranças, colocou os cravos num vaso e ficou admirando-as até adormecer.
Acordou com um cheiro que fez ele se emocionar, o cheiro de Frank. Abriu os olhos procurando de onde vinha mais ele estava sozinho ali, ou, aparentemente sozinho.
Ele fechou os olhos novamente, como se tentasse se enganar repetindo pra si mesmo que Frank continuava ali com ele.


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