Os pensamentos de Sarah vagavam pela nova descoberta olhando o grande jardim a sua volta, sentada entre a Rainha e a Condessa, o Príncipe estava sentado ao lado da mãe olhando para a princesa, devorando-a com o olhar, incomodada com a situação ela se remexia desconfortável, por que logo esse homem tão arrogante fora ser o filho de uma Rainha muito boa e generosa. A Condessa conversava alegremente com a senhora a sua frente, a Rainha era como sua mãe, jovem para ser responsável por todos e tudo, cabelos de um loiro claro deixando a mostra os fios brancos, olhos do mesmo tom que o filho, de um azul infinito como o mar, sorriso maternal e carinho acolhedor.

-       Então quando que a jovem Sarah irá se casar? – perguntou o príncipe sorrindo para ela.

-       Na próxima primavera. – respondeu a Condessa olhando-o com afeto – O Conde é uma ótima pessoa, será um prazer Sarah ser sua esposa.

-       Já o conhece? – perguntou a Rainha gentilmente.

-       Ainda não o conheço, mas sei que em breve o conhecerei. – disse a princesa séria – Meu irmão virá para meu aniversário, penso que traga meu futuro esposo.

-       Quando é seu aniversário? – perguntou ela sorridente.

-       Dentro de algumas semanas. – respondeu a tia animada – Será uma grande celebração, estão todos convidados.

-       Com licença. – disse a Princesa se levantando.

Sarah não gostava de falar sobre seu aniversário, sempre planejara as cerimônias com sua falecida mãe, isso lhe causava dor e saudade, além de pensar que seria uma surpresa ruim receber seu noivo. Caminhou pelas arvores cheias de frutos e flores, parecia seu antigo lar, mas na Rússia o frio era predominante, e o ar a sua volta era acolhedor não ameaçador.

-       Sonhei em ver seu corpo em cima daquelas águas escuras. – disse uma voz grave, o príncipe.

-       Não desejava vê-lo novamente. – disse a princesa raivosa.

-       Pensei que sonhaste comigo. – disse o príncipe audacioso – Com meus lábios nos seus.

-       Teria um pesadelo contigo. – disse ela se afastando.

Passando pelas rosas de varias tonalidades a princesa ficava ainda mais aflita, estava entrando em um covil de lobos onde ela seria o jantar, o príncipe a seguia de perto desejando tocá-la a cada instante que se movia, pondo-se ao lado de Sarah a segurou pelos braços fazendo-a encará-lo, selando seus lábios com os dela ele a beijou com ardor, não sendo correspondido. A Princesa com força o empurrou para longe tirando sua adaga do peito empunhando em forma de ataque, realmente enfurecida.

-       Como ousa beijar uma dama comprometida? E a força! – disse ela encarando firmemente.

-       Sei que também me desejas. – disse ele a rodeando.

-       Como ousa?! Irá pagar por isso! – disse Sarah avançando.

-       Calma Bela Dama serei seu próximo marido. – disse ele sorrindo.

-       Nunca! – disse ela pegando-o pelo pescoço.

Apesar de ser mulher Sarah tinha muita força por lutar desde pequena, prendendo o braço do príncipe atrás das costas enquanto seu outro braço se fechava na garganta o impossibilitando de se mexer.

-       Nunca casaria com um príncipeegocêntrico. – disse ela sorrindo em sua orelha.

-       Gosto de atitude vai ser difícil domá-la na cama. – disse ele tentando passar a mão na perna coberta pelo tecido.

-       Quietinho, senão vai perder partes muito preciosas de seu lindo corpinho. – disse ela arrastando o punhal para baixo.

-       Eu amo essa mulher. – disse Claus sorrindo.

-       Sara? – disse Forrs aparecendo dentre as arvores.

-       Não diga nada. – disse ela soltando o príncipe – Vamos.

Dando-lhe o braço, ela foi embora conduzida pelo amigo, deixando o príncipe desolado e enciumado, a jovem era muito bela e desejada, e Claus olhou com inveja o jovem que levou a princesa, com tanto carinho.

Voltando as jovens senhoras, Sara se sentou novamente olhando as duas conversarem, logo após ser atacada pelo príncipe ela voltara a colocar seu pequeno punhal escondido em seu decote, e com a ajuda e conselho do amigo, Forrs, decidiu se juntar ao chá novamente, para que não houvesse suspeita de tentativa de assassinato ao príncipe.

Algum tempo depois o príncipe voltou com cara de poucos amigos, e para seu espanto observou a afinidade imposta com a princesa e sua mãe, a rainha. Aproximou-se para ouvir melhor, sentando-se novamente ao lado da princesa.

-       Bom, diga para Francis o que pensa sobre tudo que está acontecendo. – disse a Condessa.

-       Fui criada por pais muito severos, mas especialmente meu pai, o rei da Rússia era um grande homem, e me ensinou praticamente a cuidar de um reino.

-       Diga-me o que seu pai lhe ensinou. – disse o Rei aparecendo dentre as arvores ao redor.

-       Seu reino era muito civilizado e respeitado, apesar de sofrermos por ser pouco desenvolvidos, conseguimos fazer crescer nosso reino, meu pai sempre foi um homem que prezava a liberdade de todos, os impostos nunca foram altos o suficiente para gerar uma revolta entre eles, com pesquisas e informações conseguimos fazer crescer e explorar outros reinos, com capital fundamental para desenvolvimento.

-       Muito interresante a proposta imposta pelo seu pai, reconheço que rendeu lucros ao reino, seu irmão impôs a mesma proposta? – disse o rei se sentando ao lado da esposa.

-       Não, meu irmão foi mais radical. – disse ela virando o rosto – Muito audacioso ele fez questão de exportar mais e por preço maior, uma coisa extremamente errada pelo fato que com maior valor a mercadoria não renderia muito lucro, uma coisa óbvia, porque os antigos compradores não pagariam o dobro pelo produto oferecido.

-       Isso que pensas? – perguntou o príncipe interessado.

-       Ambição elevada não é o principio certo para um rei que quer governar um povo com leis justas e corretas. – disse virando para encará-lo – Ele está cometendo um grande erro, e por querer mais alianças deseja meu casamento com o Conde François.

-       Isso é errado, meu bem. – disse a rainha comovida.

-       Pelo ponto de vista dele não. – disse levantando – Desculpem-me, mas preciso treinar e já estou atrasada, tia me acompanha?

-       Sim, querida. – disse a Condessa levantando-se junto – Em breve nos veremos, estão convidados para a festa de comemoração de dezoito anos de Sara.

-       Até mais ver, majestade. – disse a princesa se curvando.

Dizendo isso às duas damas se afastaram lentamente acompanhadas pelo servo jovem, Claus observou-a se afastar, apesar de jovem ela era madura em pensamento e lógica, o rei também compartilhava de sua opinião, pois se animou em conhecer ainda mais a jovem princesa com quem sonhara desposar seu filho.