- Bom... - respirei mais uma vez, a fim de que a coragem viesse com o vento. - Era natal... minha mãe e eu estávamos esperando meu pai para começarmos a Seia natalina. Confesso que eu estava tão faminta que não queria espera-lo, mas minha mãe insistiu, disse que ele ficaria triste, então eu me rendi. Meu pai ligou e disse que já estava a caminho. Esperamos mais um pouco. Já havia passado de 1 da manhã, quando o telefone tocou. Minha mãe atendeu e ficou nervosa, eu podia ser pequena, mas eu sabia que alguma coisa tinha acontecido com meu pai. Ela desligou o telefone chorando, me abraçou e disse que ele não viria, ai eu perguntei o por que, e ela disse que ele tinha ido passar o natal no céu. O resto você já pode imaginar. - contei a ele, tentando não chorar. 

- Anikka, pode chorar se quiser, não precisa ter medo. - ele me abraçou e eu não pude suportar. Desabei a chorar nos braços de Tom. Eu me sentia segura, mas ao mesmo tempo tinha medo, não sabia exatamente o por que, mas eu tinha medo. 

- E sua mãe? - ele me perguntou enquanto ainda estava em seus braços.

- Ela está trabalhando, e como não queria me deixar sozinha nas férias ela me mandou pra cá.

 - Como ela se chama? - ele perguntava. 

- Ana. - E vocês se dão bem? 

- Sim, extremamente bem. - sorri.

- Ela aceitaria se caso um astro do Rock namorasse a filha dela? 

- Mas nós, não... Espera Tom... - olhei em seus olhos assustada. - Você tá querendo dizer o que com namorar? 

- Isso mesmo que você está pensando. - ele sorria. 

- Mas, Tom... - eu não conseguia dizer mais nada.

- Sabe Anikka... Eu já tive outras, na verdade tive muitas, eu confesso. Mas nenhuma delas fez com que eu me sentisse assim.

 - Assim como? 

- Desse jeito.

 - Que jeito Tom? - elevei o tom de voz.

 - Apaixonado eu acho. - ele sorria envergonhado. Meu coração foi a mais 100 batimentos por milésimos de segundos. Ele me disse apaixonado? foi isso mesmo que eu ouvi? Aquele que por muito tempo eu sonhava em segredo, agora estava ali, tão perto dizendo que estava apaixonado por mim? Aquilo era um sonho? Pois que seja. Desse sonho eu não quero mais acordar.

- Tom, vocês está querendo namorar comigo?  É isso? 

- Sim. - ele abaixou a cabeça. 

- Tom. - gritei voando em seus braços, deslocando seu corpo, fazendo-o cair na água, comigo agarrada em seu pescoço.

Caímos dentro d'agua. Nós riamos mais do que nossas barrigas e maxilares podiam suportar. 

- Tom, eu aceito. Eu aceito. - disse saltitante dentro d'agua. 

- Ah, vem cá meu amor. - ele vinha nadando em minha direção. Antes que ele pudesse chegar até mim, eu mesma pulei em seu peito e o beijei.

O beijei como nunca havia beijado uma pessoa. Milhões de sentimentos eclodiram em meu peito. Sim, eu estava completamente apaixonada por ele. Tudo o que eu mais queria era te-lo para sempre ao meu lado. Naquele instante, os únicos seres humanos no mundo, éramos Tom e eu. E para mim, podia ser assim pela eternidade. Eu o amava, e pelo o que eu entendi ele me amava também.

Como isso é bom, amar e ser amada. Nossos lábios se moviam num ritmo frenético, o qual fazia meu coração bater forte. Aquele piercing dançava dentro de minha boca, fazendo-me sentir arrepios. Depois de nos beijarmos diversas outras vezes, nadamos até a margem do lago. 

- Mas, e o pedalinho? Vamos deixa-lo lá? - Tom perguntava encarando o horizonte. 

- Deixe-o, já está escurecendo e eu estou com frio. - puxei-o em direção a casa de meus avós. 

- Está com frio Megumi? Venha cá então. - Ele me puxou envolvendo-me com seus braços.

Suas roupas estavam frias e molhadas como as minhas, mas seu corpo estava quente, proporcionando-me uma sensação de segurança. Caminhamos até a casa, e antes de entrarmos, ouvimos o som de um celular tocando, vindo do carro de Tom.

 Tom abriu a porta e pude ver que no identificador de chamadas o nome de Bill fazia-se presente.

 - Ah, deixe que toque. Agora eu só quero ficar com a minha namorada.

- Ele beijou minha testa.

 - Não, Tom. Pode ser importante. Atenda. - ordenei-o. 

Tom respirou fundo e atendeu. 

- O que foi Bill? - ele revirava os olhos. - O que é tão importante assim, que não pode ser dito pelo telefone? - eu estava começando a me preocupar. - Droga Bill! Diga logo o que você quer. Você é insuportável. - Tom disparou a ultima frase desligando o celular, provavelmente na cara de seu irmão. 

- O que aconteceu? 

- Eu também não sei. Bill disse que não se pode tratar desse assunto pelo telefone.

- Ele parecia nervoso. - acrescentei. 

- E estava.

- Tom concordou.

 - Então é melhor você ir. 

- Mas eu... - interrompi-o com um beijo. 

- E aquele lance que as revistas publicam sobre você dizer que Bill é a pessoa mais importante da sua vida? É mentira? - semicerrei os olhos. 

- Claro que não, mas por que a pergunta? - Tom olhava-me confuso. 

- Então você devia se preocupar com seu irmão. Pode ir, eu insisto. 

- Mas eu não quero ir. - Tom fez biquinho. 

- Tom Kaulitz, esse é a minha casa, por tanto, estou ordenando que você vá embora imediatamente. - disse batendo o pé. - Além do mais meu amor, nós ainda vamos ter muito tempo para ficarmos juntos.- sorri. 

- Você fica linda quando força essa carinha de brava sabia? - ele envolveu-me num de seus abraços fortes e beijou levemente a minha testa, seguindo em direção ao seu carro. 

- Te vejo amanhã? - perguntou. 

- Claro. - sorri. E alguns segundos depois, ele já havia dobrado a curva, e meus olhos já não podiam vê-lo mais.