∆ Suzannah Simon – Descobertas e declarações.

Haha, que vida boa eu tenho, não é? Agora, além de ser a estranha que fala com gente “invisível”, eu sou filha do deus da morte!

Cinco pontos para Suze Simon!

Depois da reunião todos foram para seus devidos chalés. Eu saí para tomar um ar fresco enquanto Jesse arrumava nosso quarto. Então Nico chegou e me disse, todo sem graça:

– Bem, agora que você foi reclamada vai ser bem-vinda no chalé de Hades, afinal, só eu fico lá. – ele tentou me falar algo, mas as palavras não saiam de sua boca. Eu tentei ajudá-lo, segurando a sua mão e falando:

– Olha Nico, eu sei que é difícil pra você ganhar uma irmã. Eu achava isso. E, olha só, eu ganhei 3 irmãos ano passado, pode ter certeza, você se acostuma a dividir o espaço. Se você quiser falar algo, eu estou aqui pra te ouvir, certo? Acho que você nunca teve uma irmã, não é?– ele assentiu e disse:

– Bianca. Bianca di Angelo era minha irmã de verdade, mãe e pai. Ela virou uma Caçadora de Artemis e morreu em uma missão faz alguns anos e desde então fico solitário. A única pessoa com quem realmente me importei na vida se foi. – sua voz mostrava o quanto aquele assunto o abalava. Parabéns pra mim, além de deixar seu novo irmão sem graça, você também joga sal na ferida!

– Nico me desculpe eu... – comecei a falar, mas ele me interrompeu.

– Não, tudo bem, de verdade, está tudo bem... De qualquer modo, depois que ela morreu, eu fiquei sozinho no mundo e não tive mais nenhum contato afetivo com ninguém. E nem pretendia ter. Até você aparecer. Sabe, vocês são tão parecidas. Queriam que se encontrassem algum dia, poderiam ser grandes amigas.

Eu fiquei sem reação. Meu coração estava apertado e toda aquela vontade de chorar que tinha passado há tempos, começou a voltar subitamente. Ele ficou com um olhar vago [mas não como o da Kristen Stewart, e sim, como quando alguém se lembra de algo] e deu um leve sorriso como se lembrasse dos tempos em que era realmente feliz e não era sozinho.

– Eu tenho que ir, as harpias me engolirão se me virem andando pelo acampamento essa hora. Até amanha. – Ele deu um aceno de cabeça e sumiu nas sombras da escuridão.

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Sentada na cama de meu quarto eu estava tentando entender como é ficar sozinha no mundo, sendo atacada por vários monstros e tendo um pai distante. Meu pai morreu havia muito tempo. Mas eu ainda tenho minha mãe, e há pouco tempo, Andy e toda a família Ackerman.

De certa forma, eu entendia como era ter um pai distante. Quando chamava papai ele nunca aparecia. Só vinha nas horas mais inconvenientes, mas vinha. Nunca fiquei sem ninguém. Sempre tinha uma pessoa do meu lado dizendo que tudo ia dar certo.

Quando papai finalmente atendeu o meu pedido, assim eu consegui salvar Jesse de morrer pela segunda vez, ele foi embora. Foi difícil de acostumar mas Jesse me entendia, sempre esteve do meu lado, sempre me ajudou, como está fazendo agora.

– Hey, Suzannah. Está tudo bem com você? Está triste? – Jesse me perguntou.

– Não, eu só estou um pouco surpresa e com uma sensação diferente. É o Nico, ele não tem ninguém. Talvez eu deva ser e pessoa que vai ajudá-lo. Ou talvez não.

– O quê? – ele brincou fazendo cara de assustado. – Suzannah Simon criando sentimento de proteção? Talvez se passarmos mais tempo aqui você não dê socos ou chutes nas primeiras pessoas que você vê na frente. – ele riu e sentou ao meu lado.

– Sério, não brinque com isso. Eu só estou sensível!

– Me desculpe pela brincadeira, hermosa. Acho que estou andando tempo demais com os meninos daqui. Tem algo que você queira que eu faça pra você? – ele me perguntou.

– Acho que só preciso de um abraço. – nossa! Isso sim foi uma frase de total carência. Eu estava quase chorando com tudo que eu estava sentindo: felicidade e tristeza ao mesmo tempo, pressão... Jesse me puxou para seus braços, que eram fortes e reconfortantes.

Não aguentei. Comecei a chorar como uma criança sem doce. As lagrimas caiam de meu rosto parando em seu ombro. Era se não estou enganada, uma das primeiras vezes que ele me via chorar. Ele afagou meus cabelos, beijou o topo de minha cabeça e disse:

– Por favor, não chore. Odeio ver você assim. É horrível pra mim. Vê-la chorar dessa forma arrasa meu coração. Estamos juntos nessa e em todas as outras que vierem nessa missão.

Elevei meus olhinhos vermelhos e inchados até os seus e disse:

– Você jura? Jura pra mim que vamos ficar juntos pra sempre? Que você não vai me trocar pela primeira loira de biquíni que passar na sua frente?

Ele me olhou surpreso e disse:

– Mas que perguntas sem nexo que você faz, hein? Mas é claro que vamos ficar juntos pra sempre. Eu te amo, quero ficar com você e não existe outra mulher pra mim. Você é única e insubstituível no meu coração. Sei que isso vai soar muito anos 1850, mas pra mim, o amor verdadeiro acontece só uma vez na vida. E comigo já aconteceu.

– Isso é tão lindo. Eu também te amo, hermoso. – ele riu com o apelido. É tão bom saber que sou importante pra ele quanto ele é pra mim. Fiquei de joelhos sobre a cama para me aproximar. Nós nos beijamos e ele disse:

– Vamos dormir que está ficando tarde. Boa noite.

– Boa noite. – eu disse me deitando. Dormi rapidamente.

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