Wills House escrita por BoseBlut


Capítulo 8
Capítulo 8 - Fuga do Hotel


Notas iniciais do capítulo

demorei um pouco a postar pq sou uma preguiçosa assumida hoaehoaehea
nada de especial neste capitulo maaas a fic tá acabando x.x não falta muito agora, apesar de que já ficou bem maior que o original que eu digitei na minha cabeça HUASHSAU mais uns dois ou três capitulos ee fim XD



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Demorou um segundo para que Gustav percebesse que o gosto metálico do sangue ainda estava em sua boca. Ele se curvou sobre a pia, sentindo todo o seu corpo doer. Então se arrastou de volta para o quarto, se apoiando na parede.

Tom estava inconformado olhando para a rua da janela. Teria descido até lá se pudesse, mas seria absurdo fazer algo assim. Devia ter umas cem pessoas lá embaixo e dariam conta facilmente de um só garoto. Por isso ele se contentou em apenas cerrar os pulsos com força.

– Gente... – Gustav gemeu e todos se voltaram para ele. Estava zonzo e se não fosse pela parede, teria caído.

Bill se aproximou preocupado.

– O que diabo é isso na sua testa? – Bill apontou, olhando para a estranha marca que havia surgido.

Gustav levou a mão até a testa e percebeu que ali havia uma espécie de corte que ziguezagueava. Não havia notado antes quando estava no banheiro por que estava mais preocupado com o sangue na pia. Bill gentilmente pegou um espelho de mão e entregou para Gustav.

Ali, onde Will tocara, havia um “W” retorcido, como se houvesse sido feito por uma faca. Não era um corte profundo, mas ardia e formigava. Um filete de sangue continuava fluindo através das bordas. Logo abaixo do W havia também uma cruz invertida e outra série de círculos e símbolos estranhos menores. Bill fez uma careta.

– Você não parece bem. –Falou, ajudando que Gustav se sentasse na cama.

– Eu não estou bem. Acabei de cuspir sangue.

– O que está havendo? – Perguntou.

– Não sei, acho que Will fez alguma coisa comigo, Bill. Não podemos ir embora.

Bill soltou um longo suspiro desanimado.

– Errr gente, venham até aqui. – Georg falou da janela.

Todos foram até lá para ver o que Georg queria mostrar, embora Gustav encontrasse alguma dificuldade em se locomover.

Lá embaixo, viram que a porta já devia ter aberto, pois o recepcionista do hotel estava na calçada, olhando pasmo para toda aquela algazarra.

– Onde estão eles? – Um homem alto se prontificou a falar em meio a todas as vozes.

– Quem? – O recepcionista perguntou sonolento.

– Não seja estúpido. Os garotos forasteiros. – Disse o homem rispidamente, ameaçando o recepcionista com um taco de baseball.

– Ahn, eu não sei, ainda não são nem sete horas. Eles devem estar no quarto...

– Onde eles estão? – Outra voz se elevou na multidão. –Will desceu da colina, imbecil! E a culpa é deles, ele está furioso. Deixe-nos entrar.

– O quê?! – O recepcionista perguntou incrédulo. – O que está acontecendo?

– Ele levou Amanda Forest e o filho caçula da Sra. Lavine. Veio buscar pessoalmente e ninguém conseguiu fazer nada para detê-lo.

– Amanda, a bibliotecária? Mas ela nunca fez nada, nem mesmo é daqui... – O recepcionista argumentou.

– Então ela andou ajudando esses garotos. Deixe de conversa, vamos entregá-los a ele, antes que ele seqüestre mais alguém.

Os garotos recuaram da janela, assustados.

Então pertencia á Amanda o grito agudo que eles ouviram quando Tom voltou ao normal. E Tom só voltou ao normal por que ele fez alguma coisa com Amanda.

...ele vai voltar ao normal quando o outro começar a se transformar no monstro que guarda dentro de si... Gustav recordou.

Isso só poderia significar que Amanda e outro garoto levado havia se transformado em alguma coisa no exato instante em que Tom retornou a forma humana. Teve sua energia de volta por que Will havia arrumado uma nova fonte e passou a usufruir dela imediatamente. E ainda assim, eles não poderiam sair da cidade por que a cidade inteira estava contra eles justamente por causa do que acontecera e Gustav ainda estava “amaldiçoado”.

Era um bom plano Gustav teve que admitir.

– Temos que dar o fora daqui. – Tom disse finalmente.

– Como, Tom? Eles estão cercando a saída. – Bill tremia enquanto falava.

– Vamos pelos fundos. – Disse Georg. – Vamos até algum quarto do outro lado do corredor e de lá pulamos o muro e damos a volta. Temos que ir até a colina de novo. Mesmo que escapássemos dessa gente, não podemos ir com Gustav nessas condições. A casa precisa ser destruída.

Ninguém falou. Trocaram olhares entre si aflitos, mas quando ouviram um barulho de vidro se quebrando foi como se uma voz gritasse em suas cabeças: mexam-se.

Gustav realmente queria se apressar. Já era possível ouvir a balburdia da multidão no andar debaixo. Logo eles estariam subindo as escadas, munidos de cordas e outros materiais que os manteriam submissos até serem jogados na colina e devorados por qualquer criatura que Will tenha posto lá dessa vez. Mas tudo o que ele podia fazer era se arrastar apoiado pelas paredes. Georg passou o braço pela cintura de Gustav e o ajudou a se movimentar.

Os quatro atravessaram o corredor e foram até o último quarto que havia. Não viram quase nenhum hóspede no hotel durante o tempo que ali ficaram então acharam seguro arrombar a porta sem se preocupar se havia ou não alguém ali para denunciá-los.

Os sons no andar debaixo eram cada vez mais preocupantes. Quando subissem as escadas, eles estariam com o tempo contado.

Rapidamente, Georg foi até a janela no lado oposto do quarto para verificar se era seguro. Puxou as cortinas e deixou que o sol fraco, bloqueado pelas nuvens, entrasse.

Devia ter pelo menos cinco metros de altura até o chão. Seria preciso uma corda para que pudessem se segurar e descer. Lá embaixo não havia ninguém, apenas grama, muito mal aparada, mas que poderia amortecer a queda, se algo desse errado.

– Tom, me ajude aqui a dar nó nestes lençóis. Vamos precisar de uma corda. – Disse Georg, puxando os lençóis que cobriam a cama de casal no centro do quarto enquanto Tom abria o pequeno guarda-roupa em busca de mais lençóis.

Não tinham muito tempo, então os nós ligando um lençol ao outro não eram muito seguros, porém, era o que eles tinham no momento. A ponta foi amarrada em um suporte na parede, onde havia uma televisão de 14 polegadas. Assim que terminaram de amarrar, jogaram a corda improvisada pela janela e começaram a descer.

Tom foi primeiro, descendo o mais rápido que podia. Seu ombro doía no lugar em que recebeu a pancada de Gustav quando estava transformado em lobisomem, mas ele conseguiu se manter firme. Gustav foi logo em seguida, com Tom lá embaixo para dar auxílio. Suas mãos estavam suadas e escorregavam muito. Apesar da dor que sentia na cabeça e por todo o corpo, conseguiu descer desajeitadamente, soltando o lençol pouco antes de chegar ao solo, o que fez com que ele tropeçasse e caísse sentado na grama, gemendo. O impacto fez com que uma dor aguda subisse por sua coluna.

Georg lançou um último olhar para Bill, ainda no quarto, antes de pular da janela e descer. Bill já havia praticado rapel certa vez, de brincadeira. Sabia que a maior dificuldade era dar o passo inicial: saltar em direção ao aparente vazio. Era uma coisa que ia contra os extintos de qualquer um, mesmo com todos os equipamentos de segurança. Ali, com aquela corda improvisada, não havia nenhuma garantia de que tudo ocorreria bem. Sentiu as pernas fraquejarem ao subir na janela, segurando com a mão direita o lençol. Olhou de relance para baixo e viu que todos estavam esperando por ele.

Ouviu o barulho de portas sendo arrombadas e dos passos de várias pessoas ecoando no assoalho do hotel. Já estavam no segundo andar. Provavelmente já haviam vasculhado os quartos em que eles haviam dormido. Ele tinha que descer.

Essa não. Bill soltou um gemido olhando para o lençol amarrado no suporte da parede. Estava se desfazendo. Era agora ou nunca.

Com as mãos tremendo, ele se impulsionou para baixo e começou a descida. Não havia notado como suas mãos suavam até que teve que segurar seu peso com elas. Enrolou as pernas no lençol procurando mais apoio e continuou descendo.

Estou devagar demais.

– Vamos, Bill, qual é o problema? – Tom gritou lá debaixo.

Bill segurou a respiração e acelerou a descida. Já havia passado da metade do muro, mas o lençol começou a se soltar. O nó que o prendia no suporte não foi forte o suficiente e Bill se viu caindo de costas em direção ao chão.

Bateu com as costas na grama e sentiu a dor se espalhando pelo corpo, mas era só isso. Nem um osso quebrado, nem uma concussão na cabeça. Apenas caiu. Seus olhos começaram a lacrimejar por causa da dor.

– Se escondam, rápido. – Georg sussurrou, gesticulando para cima.

Gustav já havia se preparado e se encontrava atrás de uma árvore quando Georg falou. Tom ajudou Bill a se levantar e juntos correram o mais rápido que conseguiram para de trás de uma velha árvore de tronco grosso, onde os dois podiam facilmente se ocultar juntos.

Naquele momento, uma cabeça, seguida de várias outras, surgiu na janela do quarto em que eles haviam acabado de saltar, e cada rosto vasculhou o ambiente, procurando qualquer sinal dos garotos.

Ah, merda, o lençol. Bill pensou, olhando para o tecido branco caído junto á parede do prédio. Se vissem, não demoraria até que descobrissem o que havia acontecido. Era até bom que o lençol tivesse se desprendido do suporte, assim ninguém descobriria por onde eles saíram. Se tivéssemos recolhido o lençol do chão.

Mas os moradores furiosos não olharam para o tecido no chão. O sol nascente estava ali, dificultando a visão de quem olhava pela janela e, assim, eles não se demoraram vasculhando o terreno.

Bill respirou aliviado, mas não por muito tempo, pois logo adiante, Gustav colocava pra fora tudo o que ele havia comido até o momento: absolutamente nada. Mas ainda havia sangue no estômago dele que poderia ser posto pra fora e foi exatamente isso o que aconteceu. Gustav se engasgou e tossiu, limpando o sangue da boca com as costas da mão.

– Vamos. – Tom disse, colocando a mão no ombro de Gustav. – Ainda temos de subir aquela colina novamente sem sermos pegos e por fogo naquela maldita casa.



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