Eternamente escrita por Valentina Cullen


Capítulo 11
Campina




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Vou te levar a Forks.

– Forks?- Perguntei incrédula. - Mas essa... essa... é …

– Sim, é la onde tudo começou. E é lá onde tudo vai terminar. - Falou me olhando intensamente.

Suas palavras eram mais que verdadeiras. Ao que me recordava era lá onde nos encontramos pela primeira vez. A cidade onde “nasci”, onde casei com Edward. Tudo isso era muito confuso na minha mente.

– No que sou parecida com a Bella Swan? - Perguntei curiosa.

Ele pareceu pensar por um tempo, antes de falar deu seu lindo sorriso torto.

– vocês são diferentes em muitas coisas. Ela era mais tímida que você, não queria ser o centro das atenções, na realidade odiava isso. No resto acho que são iguais. A teimosia continua a mesma. Quando querem uma coisa, conseguem. E são boas.

– Boas?

– Sim, tem o coração puro, não a mal nenhum em vocês. Diferente de mim.

–Hey, isso não é verdade. Você tem o coração mais puro que conheço. - Falava isso por minhas lembranças.

– Definitivamente, isso também não mudou. Sempre falava isso.

– Como é Forks, pelas minhas memórias sei que é verde. - Um leve arrepio passou por meu corpo imaginando isso. - E só chove.

Edward gargalhou alto.

– Sim Bella, é frio e verde.

Seu sorriso era tão lindo, música para meus ouvidos. Sempre que me olhava ou sorria, parecia que fogos de artifícios eram soltos no ar.

– No que está pensando? -Perguntou a certa altura.

– Em como você me faz perder o foco. É tão estranho sentir isso.

– Te faço perder o foco mesmo? - Perguntou se aproximando de mim.

– S-sim. - Gaguejei, ah como eu odiava quando isso me acontecia.- Edward, a estrada. - Falei com um fio de voz, totalmente enebriada por seu maravilhoso cheiro.

– Não se preocupe nada irá acontecer com você. - Falou roçando seus lábios nos meus. A corrente elétrica que só sentia com ele passou por meu corpo de um jeito fulminante. Meu coração acelerou a um ritmo inacreditável. Quando vi estava enlaçando seu pescoço com minhas mãos e o puxando para mais perto de mim. Mas ele se afastou, se endireitando no banco antes de nos beijarmos com paixão, do jeito que queria.

–Bandido. - Murmurei fazendo bico, ele sabia jogar sujo quando queria.

Ele sorriu torto, meu coração quase pulou de meu peito. Ele tinha que parar com isso, não queria sofrer um AVC tão cedo.

– Em que dia você nasceu Bella? - Perguntou Edward a certa altura.

– 10 de setembro, por quê?

– Você nasceu no dia em que Bella morreu e Nessie nasceu.

– Mesmo? - Pergunte incrédula.

– Sim, estou tão surpreso quanto você. - Suspirei, isso era tão estranho.

No restante do caminho, conversamos coisas banais, superficiais. Edward dirigiu rápido, falei a ele para diminuir, mas ele, claro, se negou. Uma viajem que duraria no mínimo horas, fizemos em 4 horas. Percebi a mudança de clima e de vegetação, as cidades por onde passávamos, as pessoas eram mais brancas que as de New York, estavam mais agasalhadas também, já a vegetação mudada parcialmente, densas florestas era o mais comum de se ver por aqui. Quando chegávamos perto de Forks, comecei a reconhecer alguns lugares, nunca havia passado por esse lugar, mais sabia que conhecia. Meus olhos só viam verde. Um planeta verde. Alienígena.

– Como é tudo verde aqui. - Falei.

–Sim. - Edward se limitou a sorrir maroto. Toda hora que ele sorria para mim, meu coração acelerava. É, minha morte será de AVC, claro, se continuar vendo ele. Não ver mais Edward fez uma dor insuportável se apossar de meu coração. Não pensaria mais nisso.

– Estamos chegando.

– Eu estou recordando de certos pontos, principalmente minha aversão ao verde. Parece um planeta alienígena verde.

– Aonde estamos indo especificamente? - Perguntei.

– Logo saberá.

Como eu odiava isso. Bufei. Ele deu seu sorriso que me faz perder o fôlego.

Ficamos andando pela cidade por um tempo, algumas coisas recordava, outras eram totalmente novas. Claro que mudou muita coisa nos últimos 17 anos. Quando vi, estávamos saindo da cidade. A curiosidade estava me fazendo roer as unhas, costume bobo.

– Estamos chegando? - Perguntei impaciente.

– Calma Bella, já vamos chegar.

– Aff.

Andemos mais um pouco em uma estrada nada movimentada, parecia que mais ao longe a estrada terminava, nem queria pensar em caminhar nesse mato com meus saltos. O carro parou e olhei boquiaberta para Edward.

– Você não está querendo que eu caminhe, não é?

– Essa é a ideia. - Falou divertido.

Não estava acreditando que teria que caminhar.

– Ao menos não é nesse mato né? - Perguntei com uma pontinha de esperança.

– É exatamente para onde nós vamos.

Não. Ele só podia estar brincando.

– Edwaaard. - Resmunguei. - Você já viu meus sapatos?

– Sim, pode tirá-los se quiser.

– O quê? Você quer que eu ande descalça? Nessa selava.

– Menos Bella, estava brincando. - Falou, nem se importando com meu drama. - você não era tão fútil assim na primeira vez. Acho que agora os conselhos que Alice lhe deu estão fazendo efeito.

Não sou fútil, mas é que tenho medo de cair, o que já seria bem provável se estaria com meus All Star. Com saltos agulha é quase impossível de andar.

– Então por que vai a escola desse jeito.

– Meggy, ela me obriga. E também porque gosto. Só não gosto de andar neles.

– Você é impossível Bella. - Falou.

– Então vamos ou não? - Falei saindo de meu carro.

– Claro.

Quando saí do carro uma enxurrada de lembranças passou em minha mente.

"Nós vamos fazer uma caminhada?", graças á Deus que eu estava usando tênis.

"Isso é um problema?", parecia que ele esperava que fosse.
"Não", eu tentei fazer a mentira soar confiante. Mas se ele pensava que minha caminhonete era lenta...
"Não se preocupe. São só uns cinco quilômetros, e nós não estamos com pressa".
Cinco quilômetros. Eu não respondi para que ele não ouvisse o pânico na minha voz.
Cinco quilômetros de raízes traiçoeiras e pedras soltas, tentando torcer meu tornozelo ou me incapacitar de alguma forma. Isso ia ser humilhante.
Nós dirigimos em silêncio enquanto eu contemplava o horror que se aproximava.
"O que você está pensando?", ele perguntou impacientemente depois de alguns minutos.
Eu menti de novo. "Só imaginando pra onde estamos indo".
"É um lugar pra onde eu gosto de ir quando o clima está bom". Nós dois olhamos para as nuvens que estavam afinando depois que ele falou.
"Charlie disse que hoje estaria morno"
"E você contou ao Charlie o que ia fazer?", ele perguntou
"Não".
"Mas Jéssica acha que vamos pra Seattle juntos?", ele pareceu animado com a ideia.
"Não, eu disse pra ela que havíamos cancelado- o que é verdade".
"Ninguém sabe que você está comigo?",agora com raiva.
"Isso depende... eu acredito que você tenha contado pra Alice".
"Isso ajuda muito, Bella". Ele disparou.
Eu fingi não ouvir isso.
"Forks te deixa tão deprimida que agora você virou suicída?" ele perguntou quando eu ignorei ele.
"Você disse que podia te causar problemas...nós sendo vistos juntos publicamente". Eu lembrei ele.
"Então você está preocupada com o que pode acontecer comigo- se você não voltar pra casa?" Sua voz ainda estava enraivecida, mas um pouco sarcástica.
Eu afirmei com a cabeça, mantendo meus olhos na estrada.
Ele murmurou alguma coisa tão baixa e tão rápido que eu não consegui entender.
Ficamos em silêncio pelo resto do caminho. Eu podia sentir as ondas furiosas de desaprovação que vinham dele, e não conseguia pensar em nada pra dizer.
E então a estrada acabou, sendo seguida por uma fina trilha , marcada por um pedaço de madeira. Eu parei no acostamento e desci do carro, preocupada porque ele estava com raiva de mim e eu não tinha mais a estrada como desculpa pra não olhar pra ele.
Estava mais quente agora, mais quente do que já esteve em Forks desde o dia que eu cheguei lá, quase mormacento embaixo das nuvens. Eu tirei meu sweater e amarrei na cintura, feliz por ter usado uma camisa leve, sem mangas- especialmente já que eu tinha cinco quilômetros de caminhada á minha frente.
Eu ouvi sua porta bater também, e virei pra ver que ele também tinha tirado o sweater. Ele estava olhando pra longe de mim, para a floresta que estava ao lado da minha caminhonete.
"Por aqui", ele disse, olhando pra mim por cima do ombro, os olhos perturbados.
Ele começou a entrar na floresta escura.
"A trilha?", o pânico começou a tomar conta da minha voz enquanto eu dava a volta na minha caminhonete correndo para acompanhá-lo.
"Eu disse que havia uma trilha no fim do caminho, não que íamos usá-la".
"Sem trilha?" eu perguntei desesperadamente.
"Você não vai se perder". Nessa hora ele se virou pra mim, com um sorriso de zombaria e eu tentei prender um suspiro.
A camisa branca dele era sem mangas, e ele estava usando desabotoada, então a suave pele branca do seu pescoço seguia ininterruptamente até os contornos do seu peito, sua musculatura perfeita não estava mais meramente escondida por roupas.
Ele era perfeito demais, eu me dei conta com uma penetrante sensação de desespero.
Não tinha jeito dessa criatura divina ter sido feita pra ficar comigo.
Ele olhou pra mim, desconcertado com minha expressão de tortura.
"Você que voltar pra casa?" ele perguntou baixinho, uma dor diferente da minha saturando a voz dele.
"Não" eu caminhei até ficar ao lado dele, ansiosa pra não desperdiçar nem um segundo do tempo que tinha com ele.
"Qual é o problema?" ele perguntou, sua voz gentil.
"Eu não sou muito boa em caminhadas", eu disse estupidamente. "Você vai ter que ser
paciente".
"Eu posso ser paciente- se eu fizer um grande esforço". Ele sorriu, prendendo o meu olhar, tentando me tirar do meu abatimento inexplicado, repentino.
Eu tentei sorrir de volta, mas o sorriso não foi convincente. Ele analisou me rosto.
"Eu vou te levar pra casa", ele prometeu. Eu não sabia se a promessa era
incondicional, ou restrita a uma partida imediata. Eu sabia que ele pensava que era o medo que estava me aborrecendo, e eu estava agradecida de novo por ser a única pessoa cuja mente ele não podia ouvir.
"Se você quer que eu ande cinco quilômetros dentro da floresta antes que o sol se ponha, é melhor você começar a mostrar o caminho", eu disse acidamente. Ele fez uma careta pra mim, lutando pra entender meu tom e minha expressão.
Depois de um momento ele desistiu e me guiou para a floresta.
Era tão ruim quanto eu temia. O caminho era quase todo plano e ele segurou as samambaias e trepadeiras pra que eu passasse. Quando o caminho ficou fechado por causa de árvores caídas e pedregulhos, ele me ajudou, me levantando pelo cotovelo, e depois me colocando no chão instantaneamente quando o caminho estava limpo. O toque da pele dele não parava de fazer meu coração bater alucinadamente. Duas
vezes, quando isso aconteceu, eu olhei para o rosto dele e me dei conta que ele estava ouvindo, de alguma forma.
Eu tentei manter os meus olhos da sua perfeição o máximo que pude, mas eu falhava
com frequencia. Todas as vezes, a beleza dele me afundava na depressão.
Na maior parte do caminho, nós caminhamos em silêncio. Ocasionalmente, ele me perguntava algo do cotidiano que ele havia deixado passar durante os dois dias de
questionário. Ele me perguntou sobre os meus aniversários, minha notas, meus animais de estimação na infância- e eu admiti que depois de ter matado três peixinhos, eu tive que desistir da empreitada.
Ele sorriu com isso, mais alto do que o normal- como o dobrar de sinos dentro da floresta vazia.
A caminhada me tomou boa parte da manhã, mas ele não mostrou nenhum sinal de impaciência. A floresta se arrastava ao nosso redor como um labirinto de árvores anciãs, e eu comecei a ficar com medo que ele nunca mais encontrasse o caminho de
volta. Ele estava perfeitamente calmo, confortável no labirinto verde, parecendo nunca ter dúvidas em relação á direção.
Depois de algumas horas, a luz que passava pela copa das árvores se transformou, o tom azeitona se tornou uma cor brilhante de Jade. O dia tinha se tornado ensolarado, exatamente como ele havia dito.
Pela primeira vez desde que entramos na floresta, eu comecei a sentir uma excitação que logo se transformou em impaciência.
"Já chegamos?", eu perguntei, fingindo fazer uma carranca.
"Quase", ele sorriu pelo mudança no meu humor. "Você vê a claridade ali na frente?"
Eu tentei enxergar dentro da vasta floresta. "Umm, eu devia?"
Ele brincou. "Talvez seja cedo demais pra os seus olhos".
"Hora de visitar o oculista", eu murmurei. O sorriso dele cresceu ainda mais.
Mas então, alguns metros mais á frente, eu definitivamente podia ver uma luminosidade atrás das árvores, um brilho que era amarelo e não verde. Eu apertei o passo, minha ansiosidade crescendo a cada passo. Ele me deixou guiar agora,
seguindo silenciosamente.



– Bella? - Edward me chamava. - Bella, o que houve? - Perguntou com a voz preocupada se aproximando de mim.

– Já estivemos antes aqui não é?

– Sim, o que houve?

– Uma lembrança passou em minha mente, a primeira vez que estivemos aqui juntos, meu pavor de andar por essa mata não é agora, não é? - Perguntei com humor.

– Não, definitivamente não é. Você só não era preocupada com sapatos de salto, estava mais preocupada em cair.

– É a mesma coisa agora, será que não percebe como sou desengonçada andando nisso? - Apontei para meus saltos.

– você não é nem um pouco desengonçada, é linda caminhando neles.

– Claro, claro.

Comecei a entrar na floresta, pela última memória que tive sabia mais ou menos por onde ir. Mas minha capacidade de gravar os lugares na mente não era tão boa assim.

– Bella, é por aqui. - Apontou Edward.

Ótimo, já estava indo errado. Era melhor mesmo engolir meu orgulho e seguí-lo.

Meus pés já estavam começando a doer. Estávamos andando por um bom tempo. Cada vez que escorregava Edward me pegava antes de alcançar o chão. Como a retardada que sou, meu coração disparava a cada vez. Ele parecia perceber e dava meu sorriso preferido, aquele que me faz perder o fôlego.

– Estamos chegando? - Perguntei com dormência nos pés.

– Está vendo lá? - Perguntou Edward apontando para um ponto onde só via árvores e mais árvores.

– Não.

– Não tinha me lembrado que seus olhos são mais fracos que os meus.

– Bom, acho que está na hora de começar a usar óculos. - Brinquei.

Edward gargalhou alto. Era música para meus ouvidos.

Andamos mais um pouco e chegamos em um ponto onde conseguia ver o tal lugar que Edward estava me levando.

Apressei o passo, mesmo com meu pobres pés doendo. Edward ficou para trás.

Eu alcancei a borda da piscina de luz e entrei pelas últimas samambaias no lugar mais adorável que já tinha visto. A clareira era pequena, perfeitamente redonda, e cheia de flores selvagens- violetas, amarelas e de um branco macio. Em algum lugar próximo,eu podia ouvir o som borbulhante de um rio. O sol estava bem à frente, enchendo o círculo com uma incandescente luz amarela. Eu caminhei lentamente, abobalhada,através da grama macia, das flores e do ar morno, convidativo. Eu dei uma meia volta,esperando compartilhar isso com ele, mas ele não estava atrás de mim onde eu achava que ele estaria.

Procurei por Edward e nem sinal dele.

– Edward? - Perguntei.

Vi um pequeno vulto e ele entrou pela clareira. Nunca vi algo mais lindo que Edward no Sol. Ele brilhava. Como milhões de diamantes incrustados em sua pele.

Me aproximei mais dele, mas ele se retesou e deu um passo para trás.

– Acho que você tem uma leve ideia do que eu seja, não é?

– Tenho minhas teorias. - Falei ainda maravilhada com sua beleza sobrenatural.

– E quais são?


CONTINUA



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Notas finais do capítulo

Genteeeeeeeeeeeeeeeeeee
fiquei tão empolgada com taaantos reviews que fiz o capítulo em tempo record, e olha que ele ficou beem grande dessa vez. Aiiii quase chorei quando li os reviews, obrigada, obrigada, obrigada, são lindooooooooos. E espero que continuem comentando porque aí escrevo ainda maais rápido.
Bem, eu queria colocar nesses capítulo as revelações que o Edward faz a Bella, mas quis deixar vocês ainda mais ansiosos. Sou do mal. Espero que tenham gostado.
E comentem muito que irei começar o quanto antes a escrever o próximo capítulo.
Beijinhoooooos e tchau.
:)
Há e quem vai olhar Crepúsculo hoje na Globo?? Mesmo com a dublagem horrível????
\o/\o/\o/\o\/\o/