Glimpse Of Sky, Way To Heaven escrita por Moyaji, Hayashi Naomi


Capítulo 3
When a Heart Beats


Notas iniciais do capítulo

o segundo encontro, o encontro das confissões.
Música: Adore - Paramore



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"If I let you love me
be the one adore
would you go all the way?
be the one I'm looking for"

 

 

3. When a Heart Beats

 

 

Érico caminhava apressadamente; já estava chegando ao local do encontro. Havia atrasado-se ao sair de casa por interferência da tia adotiva. Esta era sua maior preocupação, mas um outro pensamento martelava sua mente. Ele lembrava-se do turbilhão de sensações que o atingiu quando lera a segunda mensagem que o menino lhe enviou em resposta à sua.

Me encontre em uma hora na praça da cidade e saberá meu nome e todo o resto.”

K.

Talvez seu correspondente não tivesse a intenção, mas a verdade é que em uma única frase conseguiu deixar nele dúvidas cruéis. Porque ele não revelou seu nome? O que seria todo o resto? Há mais a saber do que o nome dele? Eles não estariam indo rápido demais?

As dúvidas que permeavam sua cabeça desapareceram em um simples toque. Ele sentiu uma mão aparentemente desconhecida tocar-lhe o braço e, logo em seguida, seu nome foi pronunciado por alguém próximo.

- Érico.

Pela segunda vez em sua vida, ouviu a voz do menino pelo qual estava entrando em conflito emocional. E era justamente o seu nome que ele pronunciava, com a mesma leveza e doçura com que havia feito o pedido de desculpas no parque. Ele virou-se devagar e já sabia quem iria encontrar logo atrás dele.

- Oi, K. - ele ainda não sabia o nome do menino, apenas uma única letra.

- Klaus. Este é meu nome. Me perdoe por não ter dito isso nos e-mails, mas preferi fazer isso pessoalmente. Vamos sentar?

Érico sentiu em Klaus a mesma delicadeza do primeiro e turbulento encontro. Assentiu positivamente com a cabeça para responder à pergunta. Ele estava sem reação, como da primeira vez. Os olhos de Klaus o hipnotizavam. O garoto fez sinal para que sentassem no banco mais próximo, e então foram eles em direção à sua primeira conversa concreta.

Havia poucas pessoas na praça, afinal, era por volta de oito da noite. Os resquícios transeuntes nem repararam nos dois garotos que iam em direção ao banco. Pudera, eles eram, até agora, apenas dois meninos conversando. Nada em especial.

Klaus sentou-se quase que no meio do banco. E Érico entendeu o que ele queria com isso: uma proximidade maior com ele. De alguma forma, ele conseguiu evitar que seu corpo respondesse à atração momentânea dos olhos de Klaus. Ele sentou-se então, involuntariamente, na beirada oposta do banco.

- E então, que tal você me fazer uma pergunta? - Érico pôde perceber um tom de timidez na voz de Klaus - Eu realmente não sei o que dizer em uma situação dessas. - Klaus esboçou um sorriso por entre os lábios.

Érico compreendeu claramente a vontade que Klaus demonstrava de quebrar o clima tímido entre eles.

- Me desculpe, mas acho que num índice de timidez - Érico começou a sorrir – estou num patamar mais baixo.

- Certo, - Klaus olhou nos olhos de Érico - então o meu desafio do dia é fazer você se soltar. Mais uma vez eu peço desculpas pela forma grotesca com a qual eu te derrubei naquele parque, eu fui um completo desajeitado.

- Digamos que foi um encontro 'fora dos padrões' - Érico entonou com mais afinco as últimas três palavras, e mais uma vez sorriu singelamente.

- Sim, evidentemente. Contudo – ele percebeu que Klaus demonstrava sinceridade em sua colocação - foi graças à ele que conheci você, dentro ou fora dos padrões.

Érico sentiu seu coração pulsar mais forte. Seria um mal sinal? Quanto um coração pulsa, é porque algo está lá, no seu interior, sofrendo transformações. E quando algo sofre transformações, deve-se dar maior atenção à esse algo.

Érico viu que Klaus esperava que ele dissesse alguma coisa, mas ele não conseguia. Seus batimentos o estavam traindo; no silêncio da noite eles claramente poderiam ser ouvidos. Entretanto o uivo do vento não permitiria à Klaus ouvi-los, pensou Érico.

Ele finalmente tomou coragem.

- K, primeiramente, vou lhe chamar assim - disse ele - acho que tem uma boa sonoridade, e gostei do enigma. - Ele mesmo percebeu que, involuntariamente, quebrou o clima que havia se instalado. Pensou então não ser à respeito do seu nome que Klaus queria ouvir ele falar. Tentou então remendar – eu não sei o que aconteceu comigo naquela hora, só sei que seus olhos me prenderam, me trouxeram conforto.

- Não foram seus olhos que me prenderam. Foi tudo em você. Até o jeito com que você caiu, eu confesso, foi encantador. Eu não costumo me encantar por um menino logo na primeira vez que trombo com ele. Mas com você foi diferente. A atração foi forte demais pra ignorar, e eu senti que ela era recíproca.

Érico ficou, outra vez, sem palavras. O olhar sincero de Klaus o fez congelar. Ele nunca esperaria isso, assim tão rápido, Klaus estava declarando seus sentimentos. Ele nunca tinha, também, se interessado por outro menino com tamanha rapidez e furtividade. E agora o seu então objeto de interesse estava ali, à poucos palmos dele, sentado no mesmo banco. Era tudo doido demais para ele. Em menos de três horas seu coração começou a pulsar mais forte. Era difícil realizar isso tudo.

Ele também tomou coragem e confessou.

- Eu não sei o que dizer – Érico admitiu – mas o que importa é que eu realmente fiquei extremamente preso à você. Já me envolvi com outros garotos, mas nunca foi tão forte e recíproco assim. Eu diria arrebatador.

Érico percebeu que Klaus semicerrou os lábios e movimentou o corpo, aproximando-se ainda mais.. Agora, estava com a face à poucos centímetros da dele. Mais uma vez, assim como no primeiro esbarro no parque, ele pôde sentir a respiração de Klaus em sua face. Seu cheiro doce e seus olhos oblíquos e dissimulados novamente estavam à centímetros dele.

- Eu acho que eu te amo.

Érico viu tudo à seu redor sumir. As pessoas, as árvores, os bancos, nada mais importava. Ele se viu de olhos fechados, como que esperando o que sabia que aconteceria em breve. Sua última visão foi o vislumbre dos olhos de Klaus, e estes olhos lhe ficaram tatuados nas órbitas, e mesmo com as pálpebras cerradas ele podia vê-los. Érico só teve tempo de sentir mais uma nesga da respiração de Klaus e então o inevitável aconteceu. Os lábios de ambos se tocaram, demonstrando a vontade ardente deles de dar aquele beijo. Uma das mãos de Klaus tocou levemente o pescoço de Érico e e outra mão foi de encontro à mão do menino. Enquanto mantinham os lábios colados, aquelas duas mãos se seguraram com tamanha vontade que eles nunca mais sairiam dali. Corações entrelaçados, pulsando violentamente. O resto não importava, pela primeira vez eles eram um só, unidos pelo fio delicado e ao mesmo tempo imaculado do verdadeiro amor.

 


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