Edward parou então, nos olhando. Melhor nos observando e analisando cada movimento que eu fazia principalmente.

Meus olhos voltaram pra Charlie novamente, mas a risada de Edward me assustou e voltei a olhar pra ele de novo que mostrava todos seus dentes brancos pra gente num sorriso perfeito.

Por um segundo eu não sabia o que era respirar, Rose me segurava o tempo todo. Eu tentei sair de seu abraço e ir até o meu pai, mas era em vão.

- Me solte. – falei num murmúrio falhado.

Nada ela me respondeu, eu não ligava se Edward estava ali ou se ele nos mataríamos, eu apenas queria ter a certeza de que Charlie sairia bem dali.

Esse pensamente me fez tremer. O amor de minha vida iria me matar?!

Rose deu um passo pra trás.

- Não adianta, sou mais rápido que você. – Edward se aproximava de nós duas – E ainda carregando a... – olhei pra ele e acabei encontrando seu olhar esperando ele dizer, mas o silencio pairou.

Não só o silencio, mas tudo parou. Eu podia ouvir só o barulho da minha respiração ofegante e sentir meu coração bater tão forte contra meu peito...

- Seu cheiro... é tão bom. – ele respirou fundo.

Então numa velocidade que me deixava desnorteada Rose me colocou em suas costas e ao correr mãos brutas me puxaram pra baixo, minha voz não saiu mas pude ouvir um grito agudo de Rose. Bati com as costas no chão me fazendo contorcer de dor. Apertei os olhos com a dor e ao abrir vi Edward e Rose brigando tão rápido que parecia que eles dançavam algum tipo de danço veloz...

Tentei ficar de pé e era impossível, então fiquei de quatro e tentei engatinhar até Charlie enquanto Rose brigava com Edward.

- Charlie... – minha voz falhou. O continuei a engatinhar. Charlie levantou os olhos, mas estava paralisado, talvez com a dor que sentia.

Tossi, e prossegui, mas novamente uma mão me puxou, mas agora me erguendo. Me puxou pelo casaco e senti mais dor nas costas. Edward me encarou eu era tão frágil em suas mãos. Ele me aproximou mais de seu corpo, e encostou seu nariz gélido em meu pescoço, respirando fundo.

Sem que eu tivesse visto ou tempo pra entender o que tinha acontecido, fui jogada no ar novamente batendo com a cabeça em algum lugar. Agora meus olhos se tornaram embaçados ao ser abertos, meu pai estava mais próximo de mim, eu não me mexia pela dor então com dificuldade estiquei meu braço e segurei a mão de Charlie. Ele me olhou com um pequeno sorriso de desculpas.

Apertei sua mão com dificuldade entrelaçando meus dedos com os dele. Porque eu sabia que minha hora tinha chego.

Um baque surdo me fez olhar em outra direção. Rose estava caída ao pé da escada inconsciente; Aquele era o nosso fim.

Edward me fuzilou com os olhos deixando o corpo de Rose caído ali e veio em minha direção, numa lentidão dramática.

Ele não tocou em mim, apenas puxou Charlie, soltando nossas mãos.

- Charlie, Charlie. – Edward tinha um tom irônico na voz que me fazia tremer.

Tentei me mexer e pegar Charlie, mas não consegui algo doía muito. Meu corpo doía e minha cabeça estava estourando de tanta dor. Mais cheiro de sangue, que me enjoava...

- Bella... Filha eu te... – Charlie choramingava nas mãos de Edward.

Não contive as lagrimas, apenas chorei infeliz.

- Eu te amo. – ele disse fraco.

- A que lindo. Gestos de amor. – ele riu ao me olhar.

- Deixe-o em paz, e me mate. – minha voz falhou enquanto eu soluçava.

- Uma vida por outra? – ele fingiu pensar em algo – os Volturi não trabalham assim.

Aquela frase entrou como uma navalha em meu coração. Eu nunca poderia imaginar Edward assim, pelo menos ele ainda não usava aquele manto preto assustador.

- Então... – a dor me impediu de continuar.

Edward deu um suspiro, talvez com pressa ou ansioso ou até mesmo entediado.

- Tem algo pra dizer antes de vocês morrerem? – ele perguntou.

- Tenho. – fechei os olhos e logo os abri. Olhando rapidamente pra Rose deitada.

Talvez se eu atrasasse um pouco a nossa morte, Rose poderia abrir os olhos e o impedir ou talvez fosse bom que ele nos matasse logo, antes que Alice chegasse.

- então diga logo, porque seu sangue é... convidativo. – ele falou a ultima palavra com ênfase.

Charlie deu um gemido de dor. E Edward o sacudiu levemente.

- Por que esta tão... – apertei os lábios com a dor.

- Tão?... – ele me perguntou furioso – fale! Sabe que não posso ler a sua mente.

Eu não conseguia fazer àquela pergunta a dor era insuportável. Minha cabeça girava.

- chega. – abri os olhos com força.

Edward virou Charlie que tinha o rosto sofredor. Ele sabia que iria morrer e eu não podia impedir... em nada.

- Papai, papai eu te amo. – consegui falar em um fôlego só e ele me olhou com os olhos brilhantes e alegres naquele momento eu pude sentir que ele estava feliz por minhas palavras. E então vi algo que eu nunca, jamais gostaria de ver.

Edward quebrou o pescoço de Charlie que nem deu tempo de gritar em protesto. Minhas lagrimas saíram sem que eu quisesse. Um barulho me incomodava, e  então eu reparei que era eu que fazia o tal ruído em desespero.

- NÃO!! – meu corpo todo protestou, a dor era horrível. Mas foi algo que não consegui evitar. Gritar de dor.

Edward me pegou pelo braço me fazendo calar, parecia que meus ossos quebravam com tanta dor.

Olhei por cima dos ombros de Edward e vi Rose abrir os olhos assustada e então se levantou jogando Edward com tanta força para uma das paredes e me fazendo cair de joelhos no chão.

A dor era intensa, mas agora Rose estava de pé novamente e lutava por nossas vidas. Cai de lado no chão. Vendo o rosto de meu pai virado pra mim.

Os olhos fechados e um leve sorriso no rosto.

- Pai... – minha voz saiu rouca. Eu não podia acreditar que nunca mais ouviria sua voz, ou seus resmungos ou até mesmo entrar em casa e o ver assistindo qualquer coisa na TV.

 Fechei então os olhos com a dor cortante e fiquei em prantos com as imagens que passavam por minha cabeça. Que poderia me traumatizar.

Mas a inconsciência me tomou...