Meu coração é como a chuva

Ora sereno e lento

Ora devastador e pleno

Da vontade de devastar

Se então surgir meu clarão de tristezas

Uma forte tempestade de sonhos perdidos,

De intensas dores, de receosas sensações

Deságua no teu céu de puras razões

Se surgirem enchurradas no caminho

Serenamente a culpa invade-me

E condena-me a teus olhos

Por tuas infelizes decepções

Enquanto caminho arrastando coisas

Lembro de quanto sou inutilmente calada,

Gotas da chuva de ontem, vestígios de antigos estragos,

Vítima da legítima falha humana

E quando por fim eu tentar

Novamente evaporar e me renovar

Não provoque a lágrima

Que uma nova chuva pode virar