Resistance escrita por Jones, isa


Capítulo 14
Resistance




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Quando Rose abriu os olhos, Scorpius estava observando-a, fazendo cachos com os dedos nas pontas de seus cabelos. Rose sorria como ninguém mais e Scorpius observou quando Rose corou devido ao estado dos dois, ali deitados no chão com apenas um cobertor os cobrindo. Tinha sido doce e desengonçado e maravilho e... Inédito. Para ambos.

— Você está linda. – Scorpius disse quando notou que Rose estava envergonhada demais para responder com palavras, preferindo apenas encostar os lábios nos dele em agradecimento pelo elogio.

Um pigarro de garganta muito irritado atrapalhou o que seria o inicio de mais beijos e de repente mais do que tiveram a noite.

— Eu passei a noite inteira procurando por vocês! – James gritou exasperado.

Rose subitamente, tentou se esconder embaixo do cobertor. James olhou em volta, viu as asas de Rose em um canto e a armadura transfigurada em fantasia em outro canto. Scorpius viu a feição perplexa de James se tornar púrpura de desespero.

— O que? Como? POR QUÊ? – James disse ainda muito atordoado para ser coerente. – Minha prima!

— Não é o que parece. – uma voz fina embaixo do cobertor disse, enquanto Scorpius se apressava em se vestir do outro lado.

— AH! Então você não dormiu com a minha prima? – James disse sarcasticamente, ainda se concentrando em Scorpius. – Porque é o que parece para mim.

— James, corta essa! – Rose disse enrolada no cobertor. – E se vire que eu quero me vestir.

— Eu não acredito que você dormiu com a minha prima pelas minhas costas! – James, de costas, continuou berrando para Scorpius e ignorando Rose. – Eu estava te procurando! Estava me sentindo culpado por ter arriscado seu pescoço e você estava aqui violando a minha prima.

Scorpius ainda estava em silêncio, sabia que Rose era como Lily para James, era como uma irmã. Sua melhor amiga. Não era difícil imaginar como James se sentia. Ensaiou desculpas em sua mente, mas não estava arrependido.  Saiu do transe quando sentiu Rose segurar sua mão.

— Nós estamos juntos agora, Jay. – Rose disse e James se virou. – E eu esperava que você ficasse feliz com isso.

— Eu ficaria feliz se as imagens dele fazendo coisas com você não estivessem passando pela minha cabeça nesse momento. – James disse irritado.

— Bom, eu não sou sua propriedade, você sabe, né? - O tom de justificativa que ela havia adotado anteriormente rapidamente se transformou em irritação.

— E eu a amo, James. – Scorpius disse simplesmente, sem conseguir em pensar em outra coisa tão boa o suficiente quanto esse fato.

James ainda estava irritado, mas não podia negar que estava feliz pelos amigos, era bom que finalmente tinham se acertado.

— Que bom. – James disse se virando novamente. – Acho bom voltarem para os dormitórios antes do café e saírem normalmente. Seu pai está em Hogsmeade e deve retornar pela manhã. Mantenha a história que ensaiamos e tudo ficará bem com um pouco de sorte. – James disse, mas prestes a sair da sala precisa virou-se e completou. – E Malfoy, o que me impede de te dar um soco aqui, além da amizade, é que Ronald Weasley o fará mais cedo ou mais tarde.

E saiu da sala batendo o pé. Minutos depois Rose riu da feição tensa que Scorpius assumira.

— Meu pai não vai te bater, Scorpius. – Rose disse tentando tranquiliza-lo. – E James está certo. Até mais tarde.

Ela ficou na ponta dos pés para alcançar a boca do quase-namorado que não precisou de outro convite para beijá-la. Ao se afastarem, Scorpius notou que ela adquiriu um semblante preocupado.

— Vai dar tudo certo. – Scorpius disse tentando confortá-la. – Não se preocupe.

Foram cada um para seus dormitórios e se deitaram por meia hora, sem conseguirem fechar os olhos nem por segundos. No café da manhã, cada um foi para sua mesa, mas nem tiveram tempo de tomar café por dois motivos distintos.  O primeiro foi Phil, que assim que avistou Rose entrando no grande salão correu atrás dela.

— Rose? – O garoto perguntou com cuidado. – Estive te procurando a noite inteira, onde esteve?

— Ah, Oi... Phil. – um sentimento de culpa invadiu Rose naquele momento. Não pensara no sonserino nem por um momento naquela noite. – Eu estive cuidando de algumas coisas... – sem perceber seu olhar focalizou Scorpius naquele momento, que olhava com o maxilar tenso para Rose.

— Ah, entendo. – Phil olhou na mesma direção que Rose. – Você gosta dele não gosta? – disse desapontado. – Eu achei que conseguiria tirá-lo de sua mente antes que você percebesse, mas acho que eu estava errado.

— Eu o amo, Phil. – Rose disse, muito séria, porque ele merecia sua sinceridade. – E eu espero que me perdoe por termos que... Terminar aqui.

Ele acenou com a cabeça, concordando. Parecia extremamente desapontado, porém conformado. Não era como se não soubesse que a relação tinha um prazo para terminar.

— Perdoo. – Phil disse simplesmente e a abraçou.

Em menos de três segundos Scorpius se aproximava, tentando manter uma postura neutra. Bem menos preocupado com isso vinha James de braços cruzados.

— Bem, eu acho... Ér... Felicidades para os dois. – Phil disse um tanto irritado olhando para Scorpius.

— Obrigado. – Scorpius respondeu de maneira educada.

— Já vai tarde, pequeno príncipe. – James disse em bom tom, fazendo Phil dar meia volta.

— Acho que me lembro agora de onde o conheço, James Potter. – Phil disse em tom desafiador e James engasgou. – E bem, de qualquer maneira, tome cuidado nos corredores Potter, se não pode arrumar uma detenção.

Perplexo pela a ameaça, James saiu boquiaberto de perto de Rose e Scorpius e se sentou ao lado de Abbie.

— Pronto, eu devia a Phil pelo menos um esclarecimento. – Rose comentou sorrindo para Scorpius que relaxou a feição do rosto à medida que Phil se afastava. – O que foi?

— Não sei se ele merecia um abraço, mas... – Scorpius disse contrariado e Rose só precisou fitá-lo por um segundo para que ele levantasse as mãos, rendido. - Me desculpe, eu sei. Foi uma fala infeliz.

Mas antes que Rose pudesse responder, os dois se distraíram, assustando-se com o semblante severo de Mcgonagall se aproximando.

— Sr. Malfoy, queira me acompanhar até minha sala, por favor. Os seus pais estão aqui e insistiram para vê-lo. – a diretora pediu, num tom de voz que não admitia respostas além de sim, senhora. Ela tinha o rosto cansado e parecia não estar de bom humor.

— Claro. Rose, me espere aqui, está bem? – Scorpius beijou a testa da garota que segurou firme seu braço.

— Não, eu vou com você. – A menina disse num impulso que só alguém de dezesseis anos poderia ter. 

— Me desculpe, srta. Weasley, mas não acho que o assunto te diga respeito. – Minerva retorceu uma careta de desgosto. Não estava acostumada com aquele comportamento de uma de suas alunas mais exemplares e não se sentia com energia para incutir algum senso em adolescentes naquela manhã.

— Vai ficar tudo bem, pode ficar aqui. – Scorpius tentou tranquiliza-la.

— Eu sei que vai, mas eu gostaria de acompanhá-lo. – Rose disse olhando nos olhos de Mcgonagall. – Eu vou com vocês.

— Não seja boba, menina. – a diretora disse irritada. – Não precisamos de mais problemas por hoje.

— Me desculpe professora McGonagall, mas se o motivo para que Scorpius tenha que ir à sua sala seja o que imagino, então vou me valer do meu direito de ser inconveniente uma única vez e insistir para acompanhá-lo. – Rose disse determinada.

— Pois bem. - Minerva assentiu apenas porque estava mais irritada com Draco Malfoy do que com o comportamento inédito de Rose Weasley. - Vamos todos, o seu pai já não está muito feliz. - muito a contragosto, Mcgonagall seguiu para a sua sala com Scorpius e Rose em sua cola.

Quando entraram no escritório, viram um extremamente furioso Sr. Malfoy e, ao seu lado, com uma expressão indecifrável, a Sra. Malfoy.

— Senhores – a diretora apontou com a mão para uma saleta anexada a sua – Queiram me acompanhar. – Minerva tinha um dia especialmente atarefado. Precisava assinar um monte de papelada, conferir se a ordem estava de volta a escola e, por Deus, ainda aguentar os alunos que misteriosamente tinham passado mal e ainda estavam na enfermaria.

Tudo o que não precisava era presenciar uma pequena discussão familiar. Ainda assim, ali estava ela. Talvez fosse a hora de considerar a aposentadoria, pensou.

— Sr. Malfoy, eu peço apenas que não tome muito tempo. A primeira aula começa em quarenta e cinco minutos. – visivelmente contrariada com o contratempo, ela acenou com a cabeça e saiu de volta à sala central de seu escritório, no intuito de conferir privacidade aos Malfoy e Weasley.

— Você pode me explicar o que é isso, Hyperion? – A voz de Draco era baixa, grossa e ameaçadora. Rose apertou ainda mais a mão do menino, mais por medo do que por qualquer outra coisa.

Essa é Rose. Minha namorada, pai. – Rose conhecia a cara que viu em seguida, porque era igualzinha a de Scorpius quando James escondia seus deveres. Ou quando eles brigavam.

E aquilo não podia significar boa coisa.

O peito do senhor Malfoy começou a inflar perigosamente, mas antes que ele explodisse no que ela imaginava que poderia ser uma série de desaforos, Astoria lhe segurou o braço com delicadeza. Foi como espetar um alfinete em um balão. Ele desarmou a pose rapidamente.

A mãe de Scorpius abriu um sorriso curto e enquanto Rose tentava a muito custo não parecer surpresa, lhe estendeu a mão, gentilmente.

— É um prazer, Rose...

— Weasley. – a menina completou, apertando a mão estendida. Todo o sangue que circulava no rosto de Draco pareceu ser drenado.

— Rose Weasley – Astoria repetiu, sorrindo. – Nós sentimos muito pela apresentação inapropriada, não é verdade, querido?

O Sr. Malfoy fez um esforço tremendo para assentir com a cabeça, o rosto ainda impassível.

— Sim. - Draco respondeu. - Scorpius nos deixou preocupados. – ele continuou, encarando o filho de forma séria, esperando explicações.

— Eu fiquei tão surpreso quanto o senhor, pai. – começou, encarando o homem a sua frente sem titubear. Ele sabia mentir bem, de forma fria. De repente Rose ponderou que ele vinha fazendo aquilo há muitos anos, muito antes de conhecer James, como uma espécie de auto proteção. Ele mal conseguia olhar para Astoria enquanto falava.

— Foi o que eu disse a ele. – Astoria retomou a palavra – Draco pediu para que lhe procurassem pelo salão e quando a pesquisa se mostrou infrutífera, McGonagall pediu para que um monitor fosse pessoalmente verificar no dormitório da Sonserina.

Scorpius assentiu com a cabeça, como se tudo na história batesse com a realidade.

— O Sr. Phillips nos garantiu que você estava dormindo. – Ela continuou e Scorpius sentiu como se acabasse de receber um soco bem dado no estomago. Sentiu-se culpado pelo ciúmes que havia sentido do colega sonserino, e, ao mesmo tempo, muito agradecido.

— Receio não ter nada a acrescentar – o menino disse, erguendo as costas, desafiando Draco.

— A srta. Weasley estava presente no baile ontem a noite? - Malfoy perguntou com falsa calma.

— Estive por um curto período de tempo, senhor.

— Entendo. - Ele assentiu e então voltou-se ao filho.

— Sua mãe não quer que você seja transferido para Durmstrang. Nós concordamos em mantê-lo na escola – Draco disse a ultima frase como se estivesse mascando algo podre na boca – Por hora – ameaçou. – No entanto, você só poderá ficar se concordar em cursar mais algumas matérias para o próximo semestre e próximo ano letivo.

— Pai, eu... – w então notou que aquilo que ele iria se queixar era o que Draco queria que acontecesse. Sem tempo para ser capitão do time. Sem tempo para namorar. Sem tempo. – Concordo. – disse entre dentes.

— Ótimo – agora ele realmente parecia satisfeito. – Acertaremos tudo com McGonagall.

Ele concordou em silêncio, sem saber se ficava alegre ou deprimido.

Astoria se levantou e lhe deu um abraço apertado antes de beijar o rosto de uma atordoada Rose.

Scorpius não podia reclamar. Sabia que tudo que conseguira fora por conta da interseção da mãe, a única pessoa no mundo capaz de tornar Draco uma pessoa mais tolerante, mesmo que fosse sob pressão.

— Te vejo nas férias – consolou-a quando pressentiu que ela começaria a chorar.

— Cuide-se, querido.

— Pode deixar, mamãe. – Beijando-lhe a testa, saiu da sala do mesmo jeito que entrara: de mãos dadas com Rose.

— Porque essa cara? – Ela não demorou a perguntar, parando-o num corredor mais discreto.

— Bom, ele vai garantir que eu pegue todas as matérias possíveis. – suspirou – Eu provavelmente só terei tempo de respirar e comer. Terei de largar o quadribol e... – Desviou o olhar.

— Sinto muito pelo quadribol – Disse com sinceridade – Mas Scorpius, acho que você não está se lembrando com quem você está namorando há poucas horas. – sorriu, segurando-lhe o rosto. – Nós podemos estudar juntos e minha mãe daria pulinhos de alegria se eu pegasse mais matérias. Alem do mais, era uma pretensão minha de qualquer modo, já que ainda estou indecisa sobre o que fazer.

Ele coçou o cabelo, ainda incomodado.

— Não sei se seria uma boa ideia. – murmurou. Ela se sentiu potencialmente magoada.

— Estudar comigo?

— Não é isso, Rosie, é só que... Vou acabar te dando trabalho. Você é tão inteligente e... e... – respirou fundo – Eu sou tão normal.

— Você está sugerindo que eu terminaria com você por isso? – arqueou a sobrancelha. Ao vê-lo corar, percebeu que as resposta era positiva.

— Eu não sei se rio ou se te bato. – sorriu, pressionando a boca na dele.

— Você pode fazer os dois – ele riu, mordiscando-lhe o lábio e lhe apertando a cintura. – Acha mesmo que pode dar certo?

— Tenho certeza. – tranquilizou. – É claro, James vai ficar muito decepcionado em ver você convertido em nerd.

— Nerd? – piscou confuso, fazendo-a gargalhar.

— É, bro. – Scorpius girou os olhos.

— Um dia eu espero entender metade do que vocês dizem.

— Você terá tempo para se esforçar. – piscou.

Sim, ele teria tempo. Não importava quantos livros teria que devorar para isso, mas estaria na escola, com Rose. Alem do mais, a visão deles dois sozinhos na biblioteca não era ruim de fato.

As coisas ficariam bem.

— Phillips. – depois de deixar Rose na sala de aula e seguir para a sua, tomou coragem e sentou-se ao lado do sonserino.

— Malfoy. – o menino não conteve a surpresa.

— Eu só queria... Te agradecer. Por ontem.

— Sonserina, sonserina. Garotas a parte. – O menino disse, pegando um pergaminho.

Scorpius sorriu.

— Obrigado mesmo assim.

Phil assentiu com a cabeça.

— Eu vou deixar o quadribol na próxima temporada. – acrescentou – Eu estava pensando... Se você não queria fazer o teste para me substituir.

O menino o encarou surpreso.

— Eu?

— É, eu lembro que você tentou na vez em que me elegeram. – Phillips engoliu a seco, tentando não se mostrar muito animado. – Eu poderia fazer ótimas recomendações, se você for bom, é claro.

— Você... Faria isso? – Indeciso sobre confiar ou não em Scorpius, perguntou esperançoso.

— Sonserina, sonserina. – Scorpius repetiu e sorriu lhe dando um tapa leve nas costas. – Pense sobre. Estarei contando com a sua presença.

As coisas ficariam bem.

A neve começara a cair em Dezembro. Dali a poucos dias, os alunos seriam liberados para passarem as festas de fim de ano em casa.

— Estou preocupada. – ela murmurou baixinho, envolta em três casacos e na capa de Hugo. O nariz dela adquirira um tom avermelhado que ele gostava de beijar.

— Não fique. – Hugo segurou a mão de Lily. – A casa estará tão cheia que nem vão reparar em nós dois.

Lily sorriu diante da possibilidade.

— É arriscado, de qualquer forma.

— E você é uma grifinória ou não é? – Perguntou provocando e lhe fazendo cócegas, antes de receber uma imensa bola de neve diretamente no rosto.

— Isso responde a sua pergunta?

— É melhor você correr. – Ameaçou, enquanto tirava neve dos olhos.

A risada gostosa de Lily ecoou em seus ouvidos.

As coisas ficariam bem.

Na sala comunal, James limpava o vidro da janela embaçada com as costas da luva, para assistir a guerra de neve da irmã e do primo lá embaixo.

Abbie se aproximou de forma silenciosa, mas ele reconhecia o perfume dela a metros de distancia.

— Me sinto tão velho, Abbie. – ela teria rido em qualquer outra ocasião, mas havia uma nota de tristeza na maneira como ele falara.

James era naturalmente exagerado, mas a menina conseguia entender o que ele queria dizer com aquilo. Segurando-lhe a mão, repousou a cabeça em seu braço e esperou que James continuasse desabafando.

— Ela é linda, não é? – apontou com um sorriso orgulhoso. – E está tão grande... – suspirou – A gente nunca espera que eles cresçam de verdade, os irmãos mais novos.

— Mas eles crescem. – completou gentilmente.

Ele assentiu com a cabeça, soltando o ar com dificuldade.

— Hugo é um bom garoto. Sei que vai cuidar dela. Também estou feliz por Al. E Scar e Rosie. – sem que percebesse, as lágrimas estavam ali. – Ótimo, agora eu sou um chorão.

Abbie meneou a cabeça, riu baixinho e abraçou o namorado com força.

— Ainda não acabou, Sirius. E quando tivermos que deixar a escola, você terá de se lembrar que eles não poderiam estar em melhor lugar.

Ele a encarou por um instante. Era uma pessoa tão pequena para alguém tão incrível... Era uma sorte tê-la encontrado. Talvez pudessem viajar juntos depois dos estudos. Talvez até conseguissem o mesmo estágio. Diante da perspectiva, sorriu também.

As coisas ficariam bem.

Ultima visita do ano a Hogsmeade. O Três Vassouras— bem como todos os outras estabelecimentos – estava apinhado de gente. Mesmo assim, Alvo não conseguia prestar atenção em ninguém alem dela.

— Bom, então talvez seja aqui que damos adeus ao nosso relacionamento – Izzie brincou, bebericando a cerveja amanteigada – Você não pode estar falando sério ao preferir Sinatra ao invés de Louis Armstrong! – ela tinha uns olhos muito escuros e bonitos que contrastavam com os esverdeados do garoto que ria a sua frente.

— Pois estou muito convicto da minha posição. – rebateu, tomando-lhe a mão – E você também ficará depois de ver minha performance. – brincou.

— Você vai usar o chapéu? – os olhos dela brilharam, enquanto prendia o riso.

ele. – eles gargalharam.

Era fácil para ele se divertir perto dela. Ser Alvo perto dela.

— Nesse caso, acho que vou aceitar o convite para o natal. – E abriu um sorriso tímido, vendo na ocasião uma oportunidade para responder a pergunta que ele lhe fizera a alguns dias.

— De verdade?

— De verdade. – Concordou – Não vou poder ficar por muito tempo, mas de qualquer forma... – Alvo não permitiu que ela dissesse mais nada. Puxando-a pela nuca, a beijou.

As coisas ficariam bem.

Os três se sentaram na cabine. Dali a pouco talvez Abbie ou um dos primos Weasley lhes fizessem companhia, mas por enquanto, era como sempre fora.

James aguardava ansiosamente para começar a soltar Fogos espontâneos Weasley, Rose tinha o nariz enfiado em um livro qualquer e Scorpius recontava suas figurinhas repetidas para trocar ou vender entre os alunos mais novos.

Para cada um, era difícil imaginar aquela rotina acabando.

Mas quando James apanhou o livro da mão dela e o jogou para Scorpius e os dois ficaram fazendo-a de bobinha enquanto ela tentava desesperadamente voltar a leitura, pulando para ficar do tamanho dos dois e tentar agarrar o livro, intimamente, os três perceberam que por mais que algumas coisas mudassem, os laços entre eles eram irrevogáveis.

As coisas estavam bem.


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