Mas não deixei minha expressão assustada em meu rosto por muito tempo. Quando percebi, Voldemort e Bellatrix se juntaram à nós, juntos de Narcisa e Lucius. Thomas estava lendo um livro qualquer, mas estava presente.

– Você sabe exatamente o que fazer com Potter, certo Kathelyn? - Voldemort perguntou confiante

– Claro que sei. Meu plano já está na minha mente

Lucius comentou algo sobre Severo Snape, o professor de poções de Hogwarts. Algo sobre ele também ser um comensal da morte, ou algo assim. Não me choquei, eu já sabia. Quem se chocou mesmo, foi Thomas. Eu havia esquecido de contar para ele.

– Perfeito!

Voldemort sussurrou, enquanto bebia alguma coisa com aparência estranha. Resolvi não perguntar o que era, já que provavelmente me arrependeria com a resposta.

– Certo, não sou boa nisso, mas quero te deixar perfeita para se encontrar com o Potterzinho!

Bellatrix disse com sua voz infantil. Ela me puxou para o andar de cima, mais precisamente para seu quarto. Eu nunca havia entrado lá, então analisei o espaço com atenção. Provavelmente seria a última vez que entraria. Ela ordenou que me sentasse em sua grande cama de casal, enquanto procurava alguma coisa em seu guarda-roupa. Depois de alguns minutos, ela me lançou algumas roupas. Eram roupas trouxas, mas bonitas.

– Eram disfarces meus, quando eu era mais nova. Não faz mais o meu gosto, e acredito que nem sirva

– Disfarces? Para quê? - Perguntei, hesitante

– Voldemort me mandava para o meio dos trouxas, procurar bruxos que se escondiam das trevas - Ela respondeu indiferente - Mas chega de falar sobre as coisinhas que eu fazia. Escolha logo, Kathelyn. Não tenho todo o tempo do mundo! - Ela vociferou.

Assenti com a cabeça, fitando as roupas em cima da cama. Eram bonitas, com certeza. Mas somente algumas peças de destacaram. Apontei, e ela sorriu satisfeita. Pegou um par de sapatos escuros, e me entregou.

– Vá se vestir! - Disse, sorrindo fracamente.

Apenas sorri. Peguei as roupas e o sapato, e fui para meu quarto. Tomei um banho rápido, mas relaxante. Vesti a roupa rapidamente, e calcei os sapatos negros em menos de quinze minutos. Olhei no espelho, e admirei o reflexo. Eu tinha apenas onze anos, mas já tinha um corpo bem evoluído. Parecia ter, na realidade, treze anos. Meu corpo estava repleto de curvas, que indicavam a sensualidade feminina. Minhas coxas eram razoavelmente grossas, e meu seios, fartos. Sabia que meu corpo ainda se desenvolveria bastante, até completar minha maioridade. Sequei meu cabelo com um artefato trouxa, o Secador. Passei uma maquiagem simples, mas que destacava meus olhos verdes e meus lábios. Ouvi a porta se abrindo, e olhei pela janela. Lucius estava saindo para buscar Harry. O frio na barriga que sentia, era estranho. Como se houvesse jatos de gelo percorrendo todo o meu estômago. Eu realmente não sabia o que estava acontecendo comigo

* * *

Na Rua dos Alfeneiros nº 4, as coisas pareciam estar piores. Harry fora trancado em seu quarto, assim que seus tios suspeitaram da atividade estranha dele. Como não podia usar magia fora do colégio, se sentiu perdido. Kathelyn se sentiria furiosa ao não vê-lo no Beco Diagonal. Ele estava vestido para sair, mesmo sabendo que não poderia. Restou-lhe brincar com algumas pequeninas aranhas que estavam passeando pela sua escrivaninha. Ouviu a campainha tocar, e olhou pela janela trancada. Havia um enorme carro preto parado.

O Tio Válter abriu a porta rapidamente. Encarou um alto homem branco, de cabelos lisos e platinados e olhos frios e cinzentos. Lucius deu um falso e pequeno sorriso para o trouxa gorducho a sua frente.

– Vim buscar o Sr. Potter - Disse, ríspido

– Posso saber quem é você? - Tio Válter perguntou, o encarando de cima para baixo

– Alguém que você nunca irá querer contrariar. Poderia, por favor, chamar o Sr. Potter? - Pediu novamente, sentindo a pouca paciência que restava, se esvair

– Ele não pode sair! Está de castigo. E você, é como... como ele? - Tio Válter perguntou, hesitante e com desprezo na voz

– Sim, sou. E eu, ao contrário dele, não hesitarei em lhe matar se continuar protestando. Chame o Potter agora! - Gritou, Lucius.

Tio Válter engoliu seco, e mandou seu filho Duda chamar Harry. Enquanto isso, deixou Lucius entrar e o mesmo, se sentou no pequeno sofá, parecendo deslocado. Tia Petúnia, sentava-se de frente à ele, e o observava com o mesmo desprezo de quando observava Lilian.

– Algum problema comigo? - Lucius perguntou, irritado. Aqueles trouxas estavam o deixando mais irritado do que o normal. Tia Petúnia arregalou os olhos de medo, e desviou o olhar.

A sala ficou naquele clima tenso, até ouvir-se passos descendo pela escada. Harry apareceu, surpreso por ver Lucius ali. Cumprimentou-o hesitante.

– Vamos embora daqui logo! - Ordenou Lucius, se levantando num pulo e passando ao lado de Tio Válter como um vulto.

– Espere. Vamos aonde? - Harry perguntou, parado. Ele estava com medo. Não confiava tanto assim em Lucius Malfoy

– Buscar Kathelyn e seguir para o Beco Diagonal. Algum problema? - Perguntou indiferente

– Não, não. - Harry disse, baixinho.

Harry suspirou seguindo Lucius até dentro do carro. Eles entraram no carro, e um motorista apareceu e começou a dirigir. As casas passavam como vultos, e Harry não conseguia identificar aonde estavam. Só identificou, quando o carro parou de frente à uma grande casa com um ‘’M’‘ estampado nos portões. Era a mansão dos Malfoy. Harry sentiu o medo tomando conta de si. Lembrou-se de que Kathelyn disse que ficaria na mansão dos tios, junto com seus pais. O que significava que Voldemort estaria lá. Ele juntou as peças do quebra-cabeça que havia em sua cabeça, e percebeu o verdadeiro motivo de estar lá. Voldemort o mataria, sem ele poder se defender. Mesmo assim, adquiriu uma pose tranquila, como se não tivesse percebido nada. Lucius desceu, puxando Harry consigo. Entraram na mansão em silêncio, e foram para a sala. Harry parou bruscamente, quando o viu sentado numa poltrona, como seu sorriso irônico no rosto.

– Voldemort! - Harry sussurrou, de olhos arregalados. Ele sentia a morte ao seu lado, pronta para carregá-lo naquele momento. Resolveu que não faria nada se Voldemort tentasse matá-lo, ele não podia combatê-lo com tanta facilidade.