Harry POV:

– Harry, eles são filhos de Você-Sabe-Quem. Você precisa tomar cuidado! - Hermione alertou.

– Eu sei, Hermione.

Não tirei meus olhos daquela garota. Ela tinha um rosto meigo, carinhoso e gentil, mas tudo não passava de uma máscara. Ela não era nada meiga, nem carinhosa e muito menos gentil. Ela era como o pai dela. Do mesmo jeito que o Chapéu anunciou.

Dumbledore começou a dizer algumas palavras, e foi somente essa vez que tirei meus olhos dela. Ele explicava algumas regras, dava alguns avisos, e quando terminou, todas as mesas se encheram de uma farta comida. Me alimentei rapidamente. Assim que Rony terminou de comer, nos levantamos e seguimos Percy. Ele era o monitor-chefe de Griffinória. Estava andando ao lado de Rony, quando esbarrei com alguém.

– Olha para onde anda, Potter!

Era a garota. Kathelyn. Ela me encara furiosamente, pois havia derrubado seus livros. Me abaixei para pegá-los, mas ela me empurrou.

– Deixe que eu pego, panaca. - Rosnou.

– Não, eu pego. Fui eu quem derrubei - Falei. Isso parece ter acalmado-a um pouco.

Juntei todos aqueles livros, e entreguei-a. Ela me lançou um último olhar, e continuou andando na direção contrária, ao lado do irmão dela, Thomas.

– Só te digo uma coisa Harry; você é muito doido! - Rony falou.

Fomos para nossos dormitórios em silêncio. Enquanto todos dormiam, eu revirava a cama sem sono.

Kathelyn POV:

Ter esbarrado com Harry Potter tinha sido ótimo. Pela expressão dele, ele tinha se assustado bastante com a minha reação. E era exatamente o que eu queria. Assustá-lo.

Era aproximadamente onze horas da noite. Eu estava completamente sem sono, até que ouvi alguns barulhos vindo da janela. Me levantei da cama silenciosamente, e vi a coruja de Bellatrix. Estava trazendo uma carta para mim. Peguei a carta, e dei um rato para a coruja. Ela ficou esperando a resposta.

" Cara Kathelyn,

Eu e Bellatrix estamos curiosos para saber em que casa você e seu irmão caíram. E quero lhe pedir um favor. Você deve saber que Harry Potter está em Hogwarts também. Preciso que observe ele e se torne amiga dele. Em breve, saberá o motivo desse favor.

Estamos esperando sua resposta.

Voldemort “

Peguei um pergaminho, e comecei a escrever. Contei que eu e Thomas havíamos entrado para Sonserina, e que temos o mesmo horário. Contei também que havia tido a felicidade de esbarrar em Potter uma vez, e que não desapontaria Voldemort. Assim que terminei, entreguei a carta à coruja, e ela desapareceu entre as nuvens pesadas de chuva. Deitei na cama, e tentei dormir. Finalmente, o sono me atingiu em cheio.

* * *

– Kathelyn, acorde. Vamos se atrasar para a primeira aula! - Ouvi a voz de Thomas.

Abri meus olhos relutante. Thomas já estava vestido, e todo arrumado. As vezes eu penso que ele se anima demais com a escola.

– Que horas são? - Perguntei, bocejando em seguida

– São 9:30! E nossa primeira aula de Poções vai começar em 30 minutos.

Arregalei meus olhos assustada. 30 minutos?! Ele acha que eu sou o quê, o Flash?! Peguei meu uniforme, e corri para o banheiro feminino. Tomei um banho de um minuto, e me vesti rapidamente. Descemos para o Salão Principal, dei algumas mordidas numa maçã verde e fomos para aula. Sentamos nos nossos lugares, e um segundo depois, o Professor Snape entrou.

Ele explicou a maravilha das poções, e coisas que ele podia ensinar e bla bla bla.

– Quero que façam um trabalho em dupla para a próxima aula - A classe inteira murmurou um ‘’Ahh’‘. - Silêncio! - Ele ordenou - Prestem atenção nas duplas, que não irei repetir.

Snape fez um aceno com a varinha, e os nomes das duplas apareceram no quadro. Procurei meu nome ansiosa pelo quadro, achando que sairia com meu irmão, mas tomei um susto ao ver que saí, na verdade, com Harry Potter. Assim que a aula acabou, vi Snape colocando alguns frascos nas prateleiras e fui conversar com ele, no intuito de fazê-lo mudar de ideia.

– Ahn... Com licença, Professor

– Sim? - Ele se virou - Ah, olá Senhorita Riddle. Posso ajudá-la em alguma coisa? - Perguntou com um meio sorriso

– Acho que sim, professor. É sobre a minha dupla, com Harry Potter. Não acho uma boa ideia fazer com ele, entende? E... - Ele me interrompeu

– Desculpe, Senhorita Riddle, mas não posso ajudá-la nisso. As duplas já foram escolhidas e você terá de fazer o trabalho com ele. Sinto muito.

– Ah, tudo bem então. Obrigada mesmo assim.

Saí da sala, e fui para a minha próxima aula, que era sobre História da Magia. Aproveitei aquela aula entediante para dormir um pouco, já que estava tão cansada.

* * *

Acordei sentindo algumas cutucadas leves e hesitantes. No começo, achei que era Thomas, mas senti o cheiro de um outro perfume masculino. Abri meus olhos irritada, e encarei a pessoa. Pude ter certeza que meu rosto havia ficado pálido ao vê-lo.

– O que você quer, Potter? - Perguntei, bufando. Ainda estávamos na sala de História da Magia, só que agora sem nenhum aluno, além de nós.

– Resolver sobre o trabalho de Poções - Ele respondeu, se sentando ao meu lado. - Como vamos fazer?

– Depende. Qual é o assunto? - Cruzei os braços

– Escrever, no mínimo, três pergaminhos sobre qualquer poção que conhecemos.

– A próxima aula dele é amanhã, certo? - Potter confirmou com a cabeça - Ótimo! Na hora do jantar, me encontre na porta do Salão Comunal da Sonserina.

Ele se levantou, e cruzou os braços.

– E por que eu te encontraria lá? Não, nós vamos fazer o trabalho no Salão Comunal da Griffinória! - Ele disse irritado

– Eu me recuso entrar naquele salão sujo de traidores de sangue, Potter

– Eu achei que você poderia ser diferente, Kathelyn. Mas vejo que é igual ao seus pais

Ele disse isso, e saiu da sala. Me sentei novamente na carteira, e encostei minha cabeça na mesa. Não deveria ter feito aquilo, não mesmo. Voldemort iria se decepcionar comigo, e eu não posso permitir isso. Deixei minhas coisas no Salão da Sonserina e desci para o Salão Principal. Sentei ao lado de Thomas, e comecei a almoçar. E ele não parecia ter ficado feliz com a nossa conversa.