- Você é um falso mentiroso! – gritei extremamente nervosa.
Estávamos na sala, o cenário preferido das nossas constantes brigas. Acho que até os vizinhos já estavam acostumados com os berros.
- E você é uma louca histérica! – ele berrou de volta, fazendo com que eu me encolhesse – Quantas vezes eu vou ter que dizer que não aconteceu nada?
- Eu liguei para o seu celular e aquela vadia atendeu! – sentia minhas cordas vocais pegarem fogo, eu estava gritando muito.
- Pelo amor de Deus! Larga de ser tão cabeça dura Anneliese! Eu já disse que nós estávamos almoçando, eu fui ao banheiro e esqueci o celular na mesa! Você ligou e quem atendeu foi ela! Caramba!
- E porque diabos vocês foram almoças juntos?
- Eu não fui almoçar só com ela! Havia várias outras pessoas, mas foi ela quem atendeu!
- Ah, então quer dizer que como ela era a mais íntima das pessoas ali da mesa ela resolveu atender a porra do seu celular? Cala a boca Justin, tá ficando cada vez pior!
- Eu estou tentando te explicar que eu e a Audrey..
- Aaaaaaaaah! – berrei, parecendo louca – Não fala o nome dessa vadia aqui! A verdade é que você aproveitou que eu faltei na faculdade para dar em cima daquela garota!
- Minha nossa! – ele exclamou, passando a mão no rosto – Você é maluca. Completamente maluca..
- Para de me chamar de maluca – reclamei baixinho. Estava cansada de brigar e de chorar.
- Mas você é totalmente maluca Anne – ele disse, também baixando a voz – Você quer brigar comigo, e como não tem motivos, você arruma!
- Não é verdade – gritei de novo.
- Claro que é – ele disse, ainda falando baixo.
- Você sabe muito bem que essa garota dá em cima de você, e mesmo assim você não se afasta!
- Caramba Anne – ele voltou a falar alto – Metade da nossa faculdade dá em cima de você também! E eu alguma vez já pedi para você se afastar dos seus amigos? Não né! Porque eu confio em você.
- Não – berrei – É porque você não me ama, seu idiota! Eu odeio você.
- É? Você me odeia? Eu queria poder dizer a mesma coisa sabia? Mas eu não consigo, porque eu amo você – ele disse, fazendo com que minha expressão dura e decidida derretesse – Amo você e esse seu jeito doidinho e estressado. Amo saber que você sente ciúmes de mim e tem medo de me perder. Eu amo você assim do jeitinho que você é. E embora eu reclame, eu não quero que você mude.
Fiquei olhando para ele sem dizer nada. Senti lágrimas chegando, e ele se aproximou de mim.
- Deixa de besteira vai – ele passou os braços pela minha cintura e tentou me beijar.
- Não – resmunguei – É sempre assim! Eu estou brava de verdade agora.. – eu tentava empurrá-lo, sem sucesso.
 - Vem cá Anne, você sabe que não está brava coisa nenhuma!
- Argh, seu idiota!
- Doida!
- Imbecil.
- Retardada.
- Odeio você!
- E eu amo você.
-Eu também te amo – choraminguei, enquanto me entregava completamente.