Koyama havia tido um pesadelo, não conseguira dormir. Sentava-se, abria a janela e observava o céu. O bar era de dois andares, o primeiro era o bar e o segundo era como a casa dos que ali moravam. Ele olhava, depois de algum tempo, alguém batia na porta e entrava. Era Toki. Koya a olhou de jeito bravo, ele não gostou da “invasão”.

Koyama: Garota, por favor... Saia do quarto, eu não estou com paciência.

Toki: O senhor é frio, por acaso é como um luto á tal garota?

Koyama: Não fale na Narumi com esse tom de voz de “quem é ela pra te fazer ser assim?”. Não gosto de pessoas que invadem a minha privacidade como você está fazendo. Não sou frio, sou sincero.

Toki: Mas...!

Koyama: Escute aqui, o que você tem na cabeça? Não ouviu o que eu disse ontem? Eu quero e vou encontrar aquela mulher custe o que custar. Por isso, ela é muito especial para mim, entendeu? Por isso não tente me agradar, não vou com a cara de mulheres.

Toki: Está sendo injusto e...!

Maaya: Toki deixe-o. – entrava no quarto com uma bandeja de comida.   

Koyama: Não estou com fome.

Maaya: Coma, não pode ficar assim.

Koyama: como está a investigação está indo? Já a acharam?

Maaya: Acalmem-se, investigações demoram. E além do mais, depois você me deu a descrição da aparência da garota e como era a espada que ela carrega, não? Assim a investigação ficará rápida.

Koyama: Entendo... Desculpe-me, Maaya. É que fico muito ansioso.

Maaya: ela é sua noiva ou alguma coisa parecida?

Koyama: Não, mas eu prometi que iria protegê-la.

Os dois se olhavam de modo sério, Toki ainda não desistia de ganhar a confiança de Koyama, mas ele era frio com a maior parte das mulheres.

Enquanto eu mal sabia que ele estava á minha procura, passavam-se duas semanas. Koyama? Não, eu não sabia dele, não sabia que ele estava atrás de mim. E eu estava sobrevivendo, mas foram duas semanas sem comida e sem água. Eu já havia emagrecido, estava fraca e minha saúde estava no limite. Andava pela floresta, nem sei mais em qual lugar eu estava. Olhei mais á frente, minha barriga começa a doer, coloquei a mão em minha boca, vomitava. O fato de eu ter vomitado explicava o estado de minha saúde. Eu havia vomitado tanto que agora eu vomitava somente água. Comecei a ter medo que começasse a vomitar sangue... Com as minhas pernas tremendo, olhava para cima, começava a chover. Não agüentei, estava muito fraca, caí no chão totalmente sem forças. Nem me restaram forças para que eu me arrastasse. Ouvi passos, algumas vozes, vi que eram dois homens. Olhei novamente, fiquei apavorada, não conseguia gritar. Um dos homens me virou, verificando se eu estava viva. O outro me deu um tapa no rosto, rindo, falava coisas obscenas, mas eu não conseguia entender. De fato, eles perceberão a minha expressão, eu estava desesperada. Tudo o que eu fazia era tentar juntar forças para gritar, um deles tirava minhas roupas, o outro passava a mão em meu corpo, aquilo me lembrou o que acontecera antes de chegar á Nagoya, Koyama havia me salvado antes que acontecesse uma tragédia. Mas agora ele não estava ali, eu não escaparia desta vez. Um deles me dava tapas no rosto enquanto o outro me violentava, eu chorava desesperadamente. Ouvi mais alguns passos, de repente o que estava em cima de mim parava, e um minuto depois ele já estava vomitando sangue sobre mim, o outro caía para trás, observei que os dois tinham sido atacados, adagas os atingiram. Vi que um rapaz estava sentado em cima de uma árvore, com roupas um pouco estranhas. Ele desceu, jogou um manto sobre mim, se aproximou e colocou a mão em meu pulso.

Kiyo: Ah... Está viva. – tirava o manto de meu rosto, percebia que estava fraca. Consegui juntar forças para falar algo, mas ele colocava a mão em minha boca, impedindo que eu falasse.

Kiyo: Não fale, vai piorar se gastar suas energias deste jeito.

Eu já não compreendia nada, tudo ficava escuro e então apaguei. Mas tive a impressão de ser carregada. Quando o tinha visto, tive a alucinação de ter visto Koyama... Mas a realidade era que ele não estava ali.