Com Julieta e Lunny presas,não nos restava outra opção:matar Marianne e Adam.Iríamos no dia seguinte,ao amanhecer.Anna dizia que eu precisava relaxar,dormir um pouco para ter forças amanhã.Mas eu não podia.Estava ansiosa demais.Era uma oportunidade rara de ter Marianne tão perto,perto o suficiente para matá-la.

Não dormi direito na noite que antecedia a guerra.Na verdade,nem dormi.Fiquei pensando em Peter.Onde aquele filho da puta havia se metido?Roubei a foto de meus pais do malão de Allynne.Fiquei com ela em mãos a noite inteira.

Estava sentada na janela da sala,sentindo a brisa de verão.A floresta estava tão calma,tão quieta.Eu suplicava mentalmente por um sinal de que Julieta estava bem.Eu nunca me perdoaria por deixar minha irmã sofrer,não por algo que não era de “sua conta”.

Eram 5 da manhã quando comecei a me arrumar.Elizabeth e eu tínhamos um plano.Estávamos bolando ele a meses.Ninguém,mas ninguém mesmo,além de nós,sabia o que tramávamos.Fomos para o jardim,ninguém deveria saber,ou colocaria a “missão” em risco.

- Annie, tem certeza que vai dar certo? - Perguntou Elizabeth, baixinho, quase num sussuro. 

- Espero que dê, Liz... Tem que dar certo. – Respondi, no mesmo tom. Nos entreolhamos e demos as mãos - Pelos deuses. – Falamos em coro, soltando as mãos, guspindo no chão, e pisando em cima.

O tempo passou devagar, os trinta minutos que faltavam para a procura de Julieta e Lunny pareceram horas infinitas, que nunca iam chegar. Ficamos quietas, sentadas na sacada da casa de veraneio dos Williams. O dia não era muito quente, e por sorte, havia parado de chover. Dentro da casa, alguns usavam "casacos", um deles era Delcroxs.

- Mas... E se el... - Falei, até que eu e Elizabeth viraramos o rosto, no mesmo momento. ~

- O que foi isso? - Falamos juntas, de novo. Nos levantamos, e fomos até a floresta, ouvindo algo. 

 - Meus ouvidos de loba estão ouvindo muitos, muitos passos. Estão longe, mas... Chegarão logo... - Falei. Ia correr, para pegar minha espada e minha varinha, mas Elizabeth deu um grito, fazendo todos sairem de dentro da casa.

- Calma... Calma... Ann? - Ela falou, vendo-me ficar com os olhos vidrados. 

 Eu estava assustada, ouvia passos, muitos passos, muitos corriam, alguns voavam, outros riam irônicamente. Eu era animaga, e por algum acaso, os ouvidos de loba, minha forma animaga, ficavam em mim até mesmo quando eu não estava transformada. Eu ouvia muito longe, muito longe mesmo. 

Eu já tido essa visão... Não como agora, diferente... Antes. Cai no chão, sentada. Olhei para todos, que me rodeavam. Tive forças apenas para dizer.

- Corram. Se separem... Já! - Levantei-me e sai correndo, e todos fizeram isso, indo para direções diferentes.