- Não adianta Isabella, eu já estou quase chegando ai e você vai sim me contar o que aconteceu noite passada – disse gargalhando.

- Caralho, eu já disse que não lembro – ela berrou no telefone.

- Aham – disse rindo e ela bufou – estou chegando ai, beijo.

Domingo, 11:26 da manhã. Meu irmão está de ressaca em casa, Isabella com uma puta dor de cabeça e provavelmente vai me matar quando descobrir que realmente estou chegando em sua casa. Eu? Eu não sei explicar, é uma mistura de vários sentimentos e coisas se passando em minha mente. E por incrível que pareça, elas se focam em uma só: Eu. Ele. Ontem. Chuva. Beijo.

Flashback on.

- Parece certo para você? – desta vez ele chegou mais perto ainda, me segurando forte pela cintura – se não estiver, eu faço parecer – ele disse e sorriu.

Pedro mordeu meu lábio inferior e me beijou. Meu corpo não respondia aos meus comandos, e sim aos dele, meu corpo parecia ter necessidade de apenas uma coisa: Ele. Sua língua pediu passagem que logo foi concedida, e ambas pareciam que já se conheciam em um passado muito tardio. Eu arranhava sua nuca e sentia ele estremecer á cada arranhão. Ele parou beijo quando ambos pareciam sem fôlego, e sorriu para mim.

- Pareceu certo? – ele disse eu ri.

- Sim e não – ele me olhou confuso, ainda com as mãos em minha cintura – eu... eu não sei explicar.

- Não explique nada agora, estraga o momento – ele disse e eu entrei em mais uma crise de risos – o que foi?

- Isso está tão novela mexicana – disse e ele gargalhou – mais ok, – disse suspirando alto – pode me explicar as suas mudanças de humor, e isso que acabou de acontecer?

- Provavelmente não – ele riu – não ainda, quando eu tiver certeza de alguma coisa eu explico – ele sorriu – aliás, eu tenho certeza de uma coisa somente.

- E seria? – disse e ele me soltou, mais pegou minha mão.

- Isabella não vai lembrar de nada que aconteceu hoje entre ela e Pedro Lucas – ele disse e gargalhamos – quer café ainda?

- Não, vou para casa, eu acho – disse e ele assentiu, sorrindo e olhando para as gotas de chuva que caíam na rua.

(...)

Cheguei em casa e entrei na ponta dos pés, fui até o quarto e fechei a porta, peguei qualquer pijama e fui para o banheiro. Liguei o chuveiro e assim que a água quente bateu em minhas costas eu senti todo o cansaço de andar 14 quarteirões. E sorri idiotamente ao lembrar quem veio comigo. Céus o que estava acontecendo comigo? Será que... não não, estou completamente enganada. Só de pensar em tal palavra estremeci, mais o sorriso idiota permanecia em meu rosto. Eu nunca saberia explicar a mistura de sentimentos que ocorreu dentro de mim antes. Quer dizer, ele me odeia certo? Ou odiava. E pior, eu o odeio, ou odiava. Arg, eu odeio a situação em que me meti agora, eu, estou, é, ferrada.

Flashback off.

Toquei a campainha com certa ansiedade, pensando em quem atenderia. Minha ansiedade fora por água abaixo quando Isa abriu a porta de pijamas compridos e remédios para dor de cabeça na mão.

- Você realmente veio Mannoela? – ela disse eu gargalhei – ok, pelo menos alguém vai me explicar o que aconteceu, porque Pedro é um inútil até para isso – ela bufou e eu estremeci só de ouvir seu nome – vem, vamos subir.

Assenti e ela fez um sinal como se fosse pegar água e que eu subisse e o fiz. Entrei em seu quarto e vi as roupas dela jogadas nos cantos e a cama desarrumada. Ri lembrando da cena que havia presenciado.

- Rindo do que? – pediu uma voz masculina bastante conhecida na porta que me fez pular.

- Caralho Pedro, que susto! – disse e ele riu

- Não respondeu minha pergunta – ele disse entrando no quarto da irmã e pegando uns DVDs que me pareceram ser do Harry Potter.

- Lembrei do que eu vi ontem, naquele quarto - disse e ele me olhou, sorrindo.

- Eu vou demorar á me acostumar com a idéia de eles dois estarem juntos – ele riu e ouvimos Isabella se aproximando – quero falar com você depois ok?

- Ok – disse e ele saiu do quarto sorrindo.

Isa viu ele saindo e me olhou confusa.

- Ué, sem gritos, nem “Pedro saindo bufando do quarto”? – ela pediu e eu ri – ok, já passou da hora de me contar o que aconteceu ontem.

- Ok, quer que eu faça uma prévia ou seja diret...

- DIRETA MANNOELA!

- Ok – disse rindo – eu fui procurar você no segundo andar da casa do garoto – disse ao lembrar do que acontecera noite passada – ok, entrei em um quarto e estavam você e Pedro Lucas se pegando – disse simplesmente e ela deixou a garrafa de água cair.

- Ok, você deveria ter feito a prévia – ela sentou-se na cama boquiaberta – eu estou me lembrando disso.

- Ótimo, comece a contar – disse rindo.

Isabella narrando, flashback on.

- Deixa aberta! – disse uma voz muito conhecida se aproximando.

- Hã?

- A caixa das bebidas, deixa aberta – Pedro Lucas sorriu e me fez estremecer.

- Ah – sorri e assim que ele pegou sua bebida fechei a caixa – sempre achei que você era forte o suficiente para segurar uma tampa de caixa térmica Pedro – disse sem pensar.

- Eu sou – ele riu – mais ai você iria embora – ele disse e eu gelei – eu sei de tudo ok Isa?

- Tudo o que? – pedi confusa.

- De tudo que você sente – ele disse se aproximando – e antes que diga algo, não foi a Mannu quem me contou, ela nem precisaria – ele sorriu.

- Co-como sabe? – disse olhando para o chão sentindo minhas bochechas arderem.

- Eu conheço você á 5 anos, e de uns anos pra cá, você mudou completamente comigo, eu sinto falta de quando você me ligava as duas da manhã só para ir comprar café com você – ele sorriu.

- Ai do nada eu mudei certo? – disse o olhando e ele assentiu – é difícil você agir normalmente com alguém que não sente o mesmo que você.

Ele deu seu melhor sorriso, me fazendo quase desmontar, em seguida me puxando pela cintura.

- Eu nunca disse que não sentia o mesmo – disse mordendo meu lábio inferior – aliás, eu fui atrás de você se lembra?

Pedro Lucas não me deu tempo de responder, apenas colou sua boca na minha e iniciou o melhor beijo que já senti em toda minha vida. Eu nunca, em anos, saberia explicar como era bom aquilo. Ele descolou nossas bocas sorrindo, e me puxou pelo braço escadaria acima, abriu uma porta de um quarto qualquer e voltou á me beijar, dessa vez indo até a cama. Eu puxava os lençóis enquanto ele beijava e dava pequenas mordiscadas em meu pescoço, subindo até minha boca. Suas mãos que antes estavam em minha cintura agora estavam em minhas coxas e quando percebia estas estavam em outros lugares. Logo vi uma luz muito clara e alguém parado na porta, mais logo tudo voltou a ficar escuro, parecia ser... oh não.

- Pedro – disse sussurrando.

- Oi? – ele me olhou.

- Acho que a Mannu nos viu – ele me olhou confuso – ela provavelmente está com o meu irmão.

- Caralho, ele vai nos matar – ele disse saindo de cima de mim e me puxando – mais hey, isso não acabou – ele sorriu e saímos do quarto.

Flashback off.

Mannoela on.

- BURRA, NÃO DEVIA TER PARADO! – disse entre risos.

- Eu não queria, mais o Pedro Lucas zela a amizade dele com meu irmão – ela bufou.

- Ele já sabe, vocês são uns idiotas – disse gargalhando.

- Sabe como? – ela ficou pálida.

- Ah, as notícias correm – menti. Acho que ela não estava preparada para saber o que tinha acontecido, aliás, ninguém estava – ok, você deve querer dormir, então eu vou indo, amanhã nos vemos?

Ela assentiu desconfiada e eu acenei descendo as escadas saindo. Fiquei feliz por ela e meu irmão, sempre achara que Pedro Lucas tinha algo á esconder sobre o fato deles ficarem juntos algum dia. Ri internamente pensando neles juntos futuramente, quando ouvi alguém pigarrear atrás de mim e sorri ao já saber quem era.

- Eu disse que precisava falar contigo – ele sorriu me acompanhando.

- Fale – disse e ele me puxou.

- Eu prefiro agir – ele riu e eu me afastei, o deixando confuso.

- Não vai ser tão fácil não – disse rindo – desculpa Pedro, mais eu já sofri demais – suspirei – então, se você quer realmente que isso siga adiante, você via precisar lutar muito, colocar esses seus neurônios em prática – disse e ele riu.

Sorri e dei um beijo em sua bochecha, continuando meu caminho.

- Sabe de uma coisa Mannu? Eu topo – ele sorriu – você vai ser minha, pode esperar – ele disse se virando e voltando á sua casa.