Wintertime escrita por ImaginaryInside


Capítulo 4
Capítulo 4: The way I see you.




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Duas semanas se passaram depois do “incidente” com Pedro. Fui a casa de Isabella poucas vezes depois disso e quando ia não olhava na cara de Pedro e vice versa. Hoje por exemplo, é um dia em que teria que ir até lá fazer um trabalho de arte chato, mais decidi que pelo resto do ano tentaria ser uma boa aluna, tentaria. Peguei meu casaco e meu celular e ia saindo de casa quando Pedro Lucas me chamou.

- Vai á casa do Pedro? – disse com um café na mão.

- Vou na casa da Isabella – corrigi e ele riu.

- Eu achei que tinham se dado bem – ele riu – quer carona?

- Achou errado – disse indo com ele até o carro – Pedro, você e a Isa já tiveram alguma coisa? – pedi e ele cuspiu o café.

- Como assim? Não nunca, está louca? Quer dizer, ela é legal, e simpática e bonita, mais não! – ele dizia atropelando as palavras me fazendo rir.

- Ei, não precisa ter um ataque, só pedi – disse dando batidinhas em seu ombro – vamos, quando antes eu for antes eu vejo a cara daquele seu amiguinho ridículo.

(...)

Logo que chegamos Pedro abriu a porta e me olhou com desdém.

- A Isa foi comprar umas coisas no mercado, entra – ele deu espaço para mim passar.

- Prefiro ficar aqui – disse me afastando mais ele limpou a garganta.

- Se minha irmã te ver aqui fora vai falar que eu sou um grosso que nem atendo uma porta.

- Ela não vai estar errada se te chamar de grosso – disse olhando para os lados da rua na esperança que Isa estivesse chegando

Então Pedro me puxou pelo braço para dentro de casa e fechou a porta.

- Eu não quero brigar com a minha irmã por sua causa ok Mannuzinha? – ele sorriu presunçoso e se sentou.

Vi que estava vendo Supernatural e tive que me segurar para não sentar e assistir junto. Subi as escadas e fui até o quarto da Isabella, que em pouco tempo chegou.

- Hey, porque não ficou lá embaixo com o Pedro? – ela pediu colocando as coisas para o trabalho em cima da mesa.

- Seu irmão é muito convencido, não ia suportar respirar o mesmo ar que ele nem fodendo.

- Isso parece aquelas novelas – ela riu – no fim vocês dois vão se amar e ficar juntos para sempre.

- Que iludida você – eu ri – isso é mais você e o Pedro Lucas.

- Cala a boca Mannu! – ela riu, mais olhou para o chão – isso não vai acontecer, mesmo que eu queria.

A olhei boquiaberta, ela tinha assumido que gostava do meu meio irmão, isso não era coisa de se ver todo dia! Mais pelo pouco que conhecia Isabella, eu sabia que ela só falava algumas coisas quando estava no limite.

- Que aconteceu Isa? – pedi e ela se sentou.

- Eu queria ele comigo Mannu – ela suspirou – faz muito tempo que eu gosto dele, mais ele nunca me deu bola, nunca.

Lembrei do Pedro Lucas e seu atropelamento de palavras antes de vir até a casa de Isabella, ele parecia nervoso com a minha pergunta, e para mim, se ele não gostasse dela responderia tranquilamente, mais deixei isso para outra hora.

- Mais enfim – ela ergueu a cabeça e abriu um sorriso – eu não quero falar disso, deixa pra outra hora! Vamos ao trabalho?

Eu sabia que ela diria isso. Apesar do pouco tempo, Isabella era mestre em deixar seus problemas de lado e sorrir mesmo que seja falsamente, mais resolvi não tocar no assunto e ajuda-la com o nosso trabalho.

(...)

- Quase Mannu! – Isa disse rindo e dando pulinhos, estávamos á quase duas horas fazendo aquela maquete e estávamos exaustas, com fome e sono – só falta colar isso ali e... Droga! – ela reclamou – acabou a cola quente!

- Quer que eu vá comprar?

- Não, pode deixar, eu vou comprar algo pra nós comermos também – disse pegando seu celular – já volto!

Assenti rindo e fiquei vendo uma revista que tinha ali perto, logo Pedro entrou no quarto.

- Hey Mannu.

- O que quer Lanza?

- Nossa, ainda está estressada por ter te chamado de infantil aquele dia? – ele riu sarcástico – concorde comigo, você é certo? – ele riu mais e eu suspirei, me levantando e ficando em sua frente.

- Sabe Lanza, eu até posso ser infantil, mais eu posso superar isso – disse rindo – mais você nunca vai poder superar essa sua burrice e sua lerdeza cerebral – disse indo até o som, e deixando-o parado, com cara de nada.

- Cadê a minha irmã? – ele pediu impaciente.

- Ui, alguém ficou irritadinho – disse gargalhando.

Até que algo que eu realmente não esperada aconteceu: Pedro riu baixo, e veio bem perto de mim, me prendendo na parede, deixando o rosto a milímetros do meu.

- Sabe Mannu – ele riu – eu acho que alguém aqui não recebeu a educação adequada em casa não é?

- Não, sabe porque? – disse rindo – porque minha mãe está muito ocupada procurando alguém que bote juízo nessa sua cabeça, lá em cima – disse pegando em seus pulsos e o afastando de mim.

Sentei-me no meu lugar e voltei a folhear a revista, vi pelo canto do olho ele saindo do quarto, e deixei a revista de lado. Senti meus olhos arderem só de lembrar da minha mãe, se não fosse por ela nunca teria conhecido Pedro, nem Isa, tudo seria tão diferente. Logo senti a presença de alguém no quarto, não seria Isa, ela seria mais “barulhenta”. Ele se sentou na minha frente.

- Que foi agora Lanza? – pedi olhando para o chão, nunca o deixaria me ver naquele estado.

- Desculpe, eu não sabia da sua mãe – senti seus olhos sobre mim – quer falar o que aconteceu?

- Não – disse seca. Senti uma lágrima escorrendo e logo a limpei.

- Tem certeza? – ele ergueu meu rosto, e suspirei.

- Minha mãe morreu faz muito tempo Pedro – disse limpando outra lágrima – eu deveria ter uns seis ou sete anos de idade, em um acidente de carro. Pelo que minha tia me contou, ela havia acabado de descobrir que meu pai a traía com a mãe de Pedro Lucas, e estava transtornada ao volante, se descuidou e bateu o carro.

- Sinto muito – ele me olhou com pena – eu não imagino minha vida sem minha mãe.

- O que dói não é isso, é que não tenho lembranças, nada dela, só o que os outros me contam, e isso faz uma falta enorme – disse suspirando.

Ele ficou em silêncio por algum tempo. Não sei se foi racional dizer a ele tudo isso, mais ele foi o causador das minhas lágrimas então merecia saber o motivo para se sentir ainda mais culpado. Quando ele ia se manifestar, ouvimos a porta da sala bater e passos apressados de escada, logo seguei minhas lágrimas e ele foi correndo para seu quarto, mais voltou e disse um breve “falo com você depois” e eu assenti. Isa chegou ao quarto e vendo meus olhos vermelhos me fez duas mil perguntas, inventei uma mentira qualquer e ela pareceu não acreditar, mais deixou, terminamos o trabalho e me despedi dela. Estava andando absorta em pensamentos quando senti alguém me puxar, era Pedro.

- Eu disse que ia falar com você depois – disse rindo – você está melhor?

- Aham – sorri – obrigada... sabe, por, ouvir.

- Por nada – ele sorriu, e pela primeira vez vi como tinha um sorriso lindo – quando você precisar não esquece que eu estou sempre aqui ok?

- Ok, e diz pra Isa que nos falamos depois – disse seguindo meu caminho.

Ele assentiu e correu até sua casa. Se alguma palavra poderia me descrever agora seria dúvida, eu via Pedro diferente agora, ele não parecia mais aquele idiota de antes. Pensando nisso, fui indo até em casa, vendo as últimas folhas das árvores caírem naquele vento de outono.


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Notas finais do capítulo

4º capítulo pra vocês amoouras *u* DHUASIHDAIDAS Talvez poste o 5º hoje ok? :)



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