Wintertime escrita por ImaginaryInside


Capítulo 13
Capítulo 13: Reconciliations.




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Mannoela desceu do táxi e caminhou até o hotel lentamente, nem ligou para os carros passando na rua e por sorte não fora atropelada umas três vezes. Quando abriu a porta de seu quarto viu Bolt correr até ela e arranhar suas pernas, e a garota sorriu, pegando-o e sentando-se na cama, acariciando a cabeça do cachorro. Ela estava se odiando por sofrer por um idiota como o Pedro, sempre soube que havia uma voz em seu coração que lhe dizia “não faça isso, ele não merece”, mais ela continuou, e quebrou a cara, como sempre.

– Sua idiota – murmurou e Bolt a olhou.

Mannu sorriu ao ver o cãozinho lamber seu queixo, como se fosse um “vai ficar tudo bem” em sua língua. Mannoela queria muito acreditar nisso, deixou Bolt no chão e foi tomar um banho.

(...)

– Isabella, pelo amor de Deus me diga que você viu o que aconteceu! – disse Pedro alterado.

– Quantas vezes vou ter que dizer que vi? – disse Isa no mesmo tom do irmão – torça para a Mannu não ter visto.

Pedro sentiu seu coração doer e soltou o pulso da irmã, sentando derrotado na cadeira e olhando para o chão.

– Ela viu – ele falou baixo e Isabella sentou ao seu lado.

– E você está fazendo o que aqui? – ela disse.

– Ela não quer nem olhar na minha cara Isabella – disse ele triste – por isso pedi se você tinha visto.

– Pedro eu até posso contar á ela o que vi, mais ela perdeu a confiança em você – ela disse e o menino suspirou – agora vai recupera-la, antes que seja tarde demais.

– Vamos! – disse Pedro Lucas puxando Isabella e a abraçando pela cintura, esperando Pedro vir junto.

Pedro de fato não sabia o que fazer, mais sabia que precisava falar com Mannoela, precisava lhe dizer tudo. Levantou num pulo e os três foram até o ponto de táxi.

(...)

Mannu ficava se remexendo na cama á cada 2 minutos, não conseguira dormir e faziam quase duas horas que estava ali. Não tirava a imagem de Pedro com a tal francesa de sua cabeça por nada e isso corroia seu coração aos poucos. A menina bufou e colocou suas pantufas, pegou o cachorrinho e saiu do quarto. Desceu até o hall e caminhou pelos locais do hotel, não havia ninguém acordado, somente o recepcionista que ao ver os olhos vermelhos da garota lhe lançou um olhar piedoso, e um sorriso.

– Está tudo bem senhorita Jackson? – disse ele lembrando-se da dona do cachorrinho mais fofo que já havia visto.

– Tudo – ela murmurou – só umas decepções, mais quem não passa por isso não é mesmo? – Mannu tentou sorrir.

– Se não for muito intrometimento de minha parte, posso pedir o que aconteceu?

Mannu sorriu fraco ao ver o interesse do recepcionista, mais decidiu não comentar muito, ela sabia que se dissesse uma única vez o nome “dele” as lágrimas cairiam.

– Não se preocupe – ela disse olhando para Bolt em seu colo brincando com um botão de seu casaco – mais se não se importa, não queria falar sobre o assunto.

O recepcionista assentiu e voltou seus olhos para o computador. Ele era um senhor, deveria ter uns 50 anos, mais parecia ser boa pessoa. Mannu viu um táxi parar em frente ao hotel e Isabella, Pedro Lucas e Pedro descerem do mesmo. Ela continuou andando calmamente até a piscina, saberia que seus amigos á veriam mais não se importou. Ouviu as vozes e, como imaginado, ouviu Pedro Lucas dizendo “ali ela!” e passos apressados até ela.

– Mannu, me escuta ok? – dizia Isabella, com Pedro Lucas ao seu lado, com cara de sono – eu vi o que aconteceu, e a culpa não é do Pedro ta? Por favor, se eu não tivesse visto eu estaria espancando ele agora!

Isa falou tudo correndo e Mannoela apenas assentiu, acariciando seu cachorrinho e andando até um banco em frente a piscina. Isa suspirou e murmurou algo para Pedro Lucas sobre eles subirem e ela se sentou. Uma leve brisa gélida estava passando ali e isso fez os cabelos de Mannu se esvoaçarem, e em seguida ela ouviu um suspiro, e passos se aproximando.

Mannoela sabia que Pedro ainda estava lá e olhou para o cachorrinho que agora estava encolhido em seus braços devido ao frio. Viu pelo canto dos olhos Pedro se sentar ao seu lado. O silêncio prevaleceu por longos minutos, Pedro tinha os olhos fixos na piscina e Mannu em Bolt. Ela e Pedro nunca ficavam desconsertados em silêncios como aquele, parecia que tudo que eles poderiam dizer um ao outro estava ali. Pedro sentia seus olhos arderem seu coração palpitar, e cansado daquele silêncio tomou frente nas palavras.

– Eu sei que você não vai dizer nada, e eu sinceramente prefiro que não diga – disse ele com a voz falha e Mannu sentiu cada parte de seu corpo pedir mais palavras – até porque não agüentaria ouvir sua voz de choro novamente. Eu sei que perdi sua confiança, - ele disse e Mannu riu – mais eu vou recuperá-la, nem que seja a última coisa que eu faça. – Pedro tentou esquentar suas mãos, mais de nada adiantou – Eu só espero que você saiba, Mannoela, que eu amo você. Ok, nem eu sabia disso á duas horas atrás, eu me sinto um gay falando isso – Pedro riu.

– Como sabe? – disse Mannu quase chorando, e Pedro engoliu seco.

– Se eu não te amasse, eu não estaria aqui agora, eu não estaria sentindo uma dor insuportável aqui dentro – ele sorriu – e meu corpo não estaria pedindo pra estar perto do seu tanto como pede agora. Eu não iria sorrir feito um bobo toda vez que eu vejo você se aproximando, não iria ficar pensando 24 horas por dia nas maneiras de tirar um sorriso de você. Se isso não é amor Mannu, eu não sei o que é – Pedro olhou para o chão e Mannoela não conseguia esconder o sorriso – eu até posso ser meio clichê nisso, mais eu nunca senti algo tão forte por alguém como eu sinto por você, em tão pouco tempo, mais eu tinha que te dizer isso, hoje e agora. – Pedro se levantou e beijou a testa da menina, que sentiu um choque percorrer seu corpo – boa noite, amor.

Pedro foi andando até a porta de saída quando ouviu um soluço de Mannoela, e parou. O garoto odiava ver ela naquele estado, e se odiava por ser o motivo daquilo. Antes mesmo que pensasse em seguir rumo ao elevador, viu o cachorrinho rodeando suas pernas com a língua para fora. Pedro sorriu e pegou-o no colo, virando-se e vendo Mannoela ainda sentada, com os olhos vermelhos e bochechas molhadas o olhando, e sorrindo. Mesmo de pijamas ela estava linda aos olhares de Pedro, que agora sorria junto com a menina, a sua menina. Ela desviou o olhar para o chão, e enxugou as lágrimas.

– Pode ficar com ele esta noite – ela disse se levantando e indo até o garoto – ele sente sua falta.

– Ok – ele disse ainda a olhando com atenção.

Mannu ergueu a cabeça e olhou profundamente nos olhos de Pedro. Mesmo ouvindo a história toda de Isabella, ela via nos olhos dele a sinceridade, e sentiu um leve calor percorrer seu corpo. Ela lhe lançou um sorriso fraco e beijou sua bochecha, fazendo Pedro sentir um arrepio em todo seu corpo. Mannu foi até o elevador e logo o mesmo chegou.

– Pedro? – ela disse entrando no elevador – eu também amo você, caso queira saber – disse a garota apertando o botão de seu andar.

Pedro abriu um sorriso de orelha á orelha, não sabia se ainda estavam brigados, ou se já estaria tudo numa boa (que era o que ele realmente esperava que fosse), e foi até seu quarto assim, Pedro Lucas o olhou confuso, mais o menino mal percebeu, ele estava completamente perdido em pensamentos e fashbacks de tudo que eles haviam passado juntos, imaginando que Mannoela poderia estar fazendo o mesmo. De fato, estava.

(...)

Alguns dias haviam passado, vários para falar a verdade, estávamos no dia 31 de dezembro, umas 22h35. Pedro Lucas depois daquela festa, pediu Isabella em namoro (dessa vez sóbrio) e desde então não se desgrudam, o que consequentemente deixa Mannu e Pedro sozinhos no hotel, ou em qualquer lugar que vão com o casal. Se eles haviam se acertado? Bem... não. Quer dizer, eles conversavam, mais poucas palavras, depois daquele dia os assuntos eram somente sobre o cachorrinho, ou as tempestades de neve apenas. Naquela noite haveria uma programação especial para a virada do ano no hotel, e todos decidiram ficar por lá. Isabella estava quase pronta e Mannu ainda de pijamas. Pedro Lucas estava quase jogando Pedro dentro do chuveiro, mais ele sempre fugia.

– Vamos cara! Daqui a pouco a Isa vem aqui e ela vai ficar revoltada se te ver desse jeito! – disse Pedro Lucas.

– Não tenho a mínima vontade de ir nisso daí Pedro Lucas... – disse Pedro trocando os canais da TV.

Pedro Lucas balançou a cabeça para os lados e riu baixo, pensando na reação de sua namorada quando visse o irmão naquele estado. Já no outro quarto...

– Você ficou linda Mannu! – disse Isa sorrindo.

– Ah... que bom – ela falou sentando-se no sofá desanimada.

– Vamos amiga, é ano novo! Pode se animar pelo menos na virada? Obrigada – a amiga disse – vamos ver como os meninos estão, venha.

Mannu nem teve tempo de argumentar, Isa a puxou pelo braço e foram até o quarto dos meninos, Isa bateu na porta e Pedro Lucas atendeu, sorrindo e lhe dando um selinho estalado, logo dedurando seu amigo, fazendo Isabella ficar furiosa e o jogar dentro do box. Mannu deu graças á Deus por isso.

– Mannoela... – disse Pedro Lucas á olhando – que roupa é essa?

– Ah eu nem sei, foi a Isa quem escolheu – ela disse dando de ombros – não trouxeram Bolt ainda?

– Não – seu irmão disse – você está bem?

– Aham – ela disse sorrindo fraco, sentando-se no sofá – só, com sono.

– Essa desculpa não me convence ok? – ele sentou-se ao lado da irmã e a abraçou forte – caso queira saber, o Pedro está no mesmo estado.

Há algum tempo Isabella decidira contar ao namorado sobre o lance deles, que no começo ficou furioso com o amigo, mais depois de um tempo passou á aceitar aquilo, que no momento nem existia. Pedro Lucas tentou de tudo para animar Mannu, mais tudo fora em vão. Pedro saiu do banheiro já vestido com a irmã ainda lhe dando broncas, e Mannu e seu irmão riram. Logo ouviram-se batidas na porta, e Mannu atendeu, já sabendo o que era. Bolt entrou correndo pelo quarto, todo cheirosinho e com uma coleira com seu nome em um pingente.

– Oi meu amor! – ela disse pegando o cachorro nos braços – que saudade! – ela abraçou o cachorro e riu.

Pedro Lucas foi falar com o recepcionista sobre a conta do banho e outras coisas, e chamou Isa junto, que foi. Pedro observava atentamente Mannu com o cachorrinho nos braços, e o sorriso dela, principalmente. Havia tempos que Pedro não via um sorriso sincero nos lábios de Mannoela. Ela se sentou no sofá, logo Pedro sentou-se ao seu lado e o silencio se instalou ali. Ainda depois de tudo que acontecera, era no silêncio que os dois “falavam” tudo, mais logo Pedro cortou.

– Você está linda – ele disse fazendo a menina corar.

– Muito obrigada, Lanza – ele riu – você também.

– Er... Hãm... Ah enfim, vou falar logo! – Pedro disse fazendo a menina soltar uma gargalhada gostosa – nós vamos ficar nesse clima para sempre? Porque você não tem a mínima noção do quanto eu sinto sua falta – ele disse rápido e Mannu ficou séria.

– Eu... eu não sei – ela falou olhando para suas mãos em suas coxas – eu também sinto.

Pedro sorriu involuntariamente, e quando ia falar Isabella e Pedro Lucas entraram no quarto.

– Temos notícias – disse ele – nós podemos descer e tudo mais, mais o Bolt não pode ir.

– Porque? – disse Mannu.

– Algo sobre ter muita gente lá embaixo com crianças e tudo mais – Isa disse – enfim, vamos?

– Eu não vou deixar ele aqui – disse Mannu – desçam vocês, eu fico.

– Não vai ver os fogos? – disse Pedro Lucas.

– Vou conseguir ver da sacada né dãr – disse e todos riram – vão, eu fico bem aqui – ela sorriu.

Pedro Lucas e Isabella assentiram e foram até a porta.

– Pedro não vem? – disse Isa.

– Não, eu fico aqui também – ele sorriu para a irmã.

– Hum, sinto clima de reconciliação no ar viu? – ela gargalhou – nós logo voltamos!

Isabella fechou a porta, e Pedro foi até a sacada onde Mannu estava. A garota olhava fixamente para a Torre Eiffel, e de vez em quando alguns fogos estouravam em cantos da cidade, fazendo Bolt latir. Mannu soltou o cachorrinho e ele correu para dentro, pulou em vários lugares depois tomou um rumo que os olhares de Pedro e Mannu não puderam acompanhar. Pedro Gabriel estava mais do que nervoso, ele sabia muito bem que estava aguentando ao máximo estar perto de sua garota e não poder abraça-la, isso estava o matando por dentro. Uma rajada de vento alcançou os dois, e Pedro suspirou ao sentir o perfume de Mannu, e em seguida andou até a garota, e parou ao seu lado.

– Posso pedir uma coisa?

– Diga Pedro. – ela falou com os olhos fixos em um foguete multicolorido que havia acabado de estourar em um canto da cidade.

– Você acreditou nas coisas que a Isa te disse? Sobre aquela noite? – pediu o garoto com receio.

– Não muito – ela suspirou – mas depois quando você veio falar comigo, eu acreditei.

Pedro riu baixinho e encarou a garota.

– Porque?

– Porque você foi sincero – ela falou simplesmente – se você estivesse mentindo, você inventaria qualquer desculpa e provavelmente gaguejaria – ela riu – mas você nem se quer tocou muito no assunto – disse agora encarando Pedro – por isso.

– Uau – ele riu – eu fui convincente então. – disse Pedro gargalhando ao receber um soco no braço da garota.

– Besta. – ela riu.

– Linda. – ele falou se apoiando em seu braço que estava no apoio da sacada, olhando a garota corar e rir baixinho.

Lembra daqueles silêncios incrivelmente confortáveis entre os dois? Ou de como todas as juras de amor podiam ser ditas somente em silêncios como aquele? Isso aconteceu naquele momento. Mannoela observava a Torre Eiffel sorrindo, e Pedro a olhava, também sorrindo.

– Mannu – ele disse retomando a conversa, pegando a mão da garota – eu... eu não quero mais ficar longe de você. – ele disse olhando no fundo dos olhos dela.

– Mas estávamos perto o tempo todo aqui – ela disse rindo.

– Eu sei, boba – ambos riram – você me entendeu.

– Eu senti sua falta esses últimos dias – disse ela com receio, e Pedro abriu um largo sorriso – mesmo sabendo que eu poderia estar contigo quando eu quisesse.

– Opa, como assim quando você quisesse? – disse ele e Mannu riu – você acha que era só dizer “Pedro, eu sinto muito” que eu ia voltar pra você? – disse ele, e quando Mannu ia responder, o relógio apitou meia noite, e dezenas de fogos começaram a estourar pelo céu. Pedro olhou brevemente para os fogos e voltou seus olhos para ela – Achou certo, amor.

Dito isso, ambos sorriram e Pedro puxou a garota para si, dando-lhe um abraço apertado, um abraço cheio de saudade, de carinho, e de amor. Selaram os lábios por longos segundos até perderem o folego, e verem o pequeno cachorrinho dar pulos e latidos para ver os fogos. Mannu se abaixou e pegou Bolt no colo, e Pedro a abraçou por trás.

Pedro poderia descrever seus sentimentos agora com uma única palavra: Confusão. Eram muitos, todos misturados como uma guerra. E Mannoela tinha um único invadindo seu corpo por completo: Felicidade. Ela agora estava pouco se importando se iria quebrar a cara novamente, ela queria é tentar, e aproveitar essa chance que havia ganhado, e se fosse tudo mentira? Paciência, era levantar do tombo e seguir em frente, mas no momento, ela queria somente ficar ali, entre aqueles braços que lhe davam tanta segurança, e sentindo a respiração em seu pescoço do garoto por quem havia se apaixonado, do seu garoto.



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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM! HAHAHA, mesmo, me desculpem girls, tive problemas de computador, de família, problemas emocionais e o caralho a quatro, mas não parei de escrever! Enfim, vou voltar com tudo agora, não prometo postar MUITO frequentemente por causa das aulas e tudo mais, mas vou postar sim, talvez um post por semana, ou mais, ok? Thanks to all ♥



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