Vivos Ou Mortos escrita por Yori Suzuki


Capítulo 1
Fui vivendo


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui vai o primeiro cap *--*
Espeor que gostem *---*



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                Uruha POV’s

                “Não me importo se estejamos vivos ou mortos, vou te encontrar e vamos ser felizes.” As palavras dele pra mim naquele dia nunca me abandonaram, estiveram sempre em meu pensamento, sempre esperando somente que se tornassem realidade.

                Mas enquanto ele não voltava, eu tinha de esperar, tinha de viver, e era isso que eu estava fazendo. Vivendo.

                Começara a trabalhar num restaurante bem tradicional da cidade, não que tivesse muito restaurantes numa cidade tão pequena, mas dos que havia, esse era um dos mais famosos. Tinha alugada um apartamento de um quarto perto do trabalho e até tinha uma moto, sabe, pra mim isso era muita coisa, vendo que na época do colegial minha família era bem pobre... Mas eu fui diferente dos meus irmãos, eu me esforcei, não caí nas drogas, não sucumbi a bebida e nem fui um delinquente na escola, e eu sei graças a quem foi isso. Foi graças a ele, Yuu, meu verdadeiro amor.

                Porém, ele havia partido, para a Inglaterra, foi mandado para a casa do seu pai, que morava lá devido ao trabalho, e como seus pais eram brigados não podiam nem cogitar a hipótese de ligar, passear, querer voltar, ou sei lá, qualquer coisa relacionada com o Japão, pois seu pai via possibilidades de ele querer voltar para a mãe, que devido a extrema pobreza que enfrentavam aqui, havia tido de se prostituir. E como Shiroyama-san não tem família, é órfão, ele não liga para o país onde nasceu, e proíbe o filho de ligar. Isso me deixa louco. Pois Yuu, ou Aoi, como era chamado no colegial, é tudo que me motiva.

                Ele me fez prometer que no tempo em que estivesse longe, jamais desistiria de nada que eu realmente quisesse, que eu nunca fosse como meus dois irmãos mais velhos, que acabaram na cadeia, que eu não seria como meu pai, que praticamente morreu por causa da bebida, e hoje vive internado numa clínica para idosos, pois minha pobre mãe esta velha e fraca demais no hospital pra cuidar dele.

                Mas é claro que não foi só por causa de Yuu que decidi isso, decidi por mim também. Por isso sempre me esforcei, mas tenho que dizer que foi difícil. Principalmente durante o primeiro ano sem Yuu, eu sem ele tive vontade de me matar, pois não foi fácil, na escola onde estudávamos, cheia de brutamontes, viver do meu jeito, ainda mais quando a maioria ria de mim, ou até me batia, pois sabiam que minha relação com Yuu não era só de amizade, e diferente dele, eu não tinha coragem de enfrentar, por isso acabei apanhando muito. Mas tenho que dizer que foi mais fácil na faculdade, até fiz alguns amigos, como Reita, Kai e Ruki, que hoje trabalham comigo no restaurante, cada um responsável por algo na cozinha, ficamos felizes de conseguir esse emprego.

                Eles sabem da minha história, assim como eu seu as deles. Mas ultimamente a saudade tem batido muito forte no meu peito. Outro dia encontrei umas fotos nossas, e alguns bilhetes que trocamos. Isso me fez chorar tanto, que nem consegui terminar de esvaziar as caixas de estava arrumando.

                Ainda me lembro da primeira vez que ele me ligou da Inglaterra, eu quase morri de tanta alegria, ele conseguiu fugir por uns dias da casa do pai dele, foi passar com um amigo na casa de campo. Lembro bem de cada palavra:

                - Moshi Moshi?

                - Uru-chan?

                - Quem é?

                - Nossa, num ano diz que me ama, no outro nem se quer reconhece minha voz?

                 - Yuu?

                - Sou eu!

                - ...

                - Está chorando? Por que? Me odeia tanto assim?

                - Cala... A boca... Você sabe que eu te amo seu besta... To chorando por que ainda não acredito que é você... Estou tão feliz!

                - Gomen Uru-chan... Eu sei que sumi, mas todos os dias, todo, esse ano eu pensei em você, cada segundo, cada instante, eu só pensava em você... Em ver você, em tocar em você, beijar você, amar você acima de qualquer outra coisa.

                - Eu estou morrendo sem você Yuu, estou morrendo... Quando vai poder vir?

                - Meu pai ainda esta me vigiando muito de perto, quase não posso usar o telefone, e quando eu uso, tenho quase certeza que ele grava tudo, também, na escola onde eu estava estudando não tem internet, e nem posso sair de lá, a não ser com meu pai, ou algum empregado autorizado dele. É praticamente uma prisão. E é ainda pior sem você.

                - Ma... Mas... Você realmente não sabe quando vai voltar?

                - Não... Sei que consegui ser aprovado na universidade de música de Londres, e lá meu pai não pode me prender tanto, por isso, prometo de te ligar uma vez por mês, sem falta, a partir do começo do ano que vem. Quando vou me mudar.

                - Eu vou esperar muito pro dia das ligações chegar... Tenho tanto pra te contar... Tanto...

                - Que bom. Por que eu quero saber exatamente como foi a vida do meu koi quando eu estava longe... Mas agora eu tenho que ir, esse telefone não é meu, por isso não tente ligar para ele. Aishiteru...

                - Aishiteru mo...

                O som do telefone desligando me fez chorar ainda mais, coisa que não havia parado de fazer desde que reconheci a voz de Yuu no telefone.

                Isso aconteceu em outubro, e no dia 10 de janeiro, Yuu me ligou outra vez, e como prometido todo mês ele me ligava. E nunca nos faltou assunto, eu contava pra ele de cá, e ele me contava de lá, assim se passaram os últimos 5 anos, Aoi conseguiu comprar um computador, por isso nos correspondemos mais agora, porém os telefonemas sempre acontecem no dia 10 de cada mês. Só que agora, dia ou outro eu mando uma foto minha pra ele, um recadinho por e-mail e vice versa, outro dia ele me mandou uma foto dele com seus amigos num bar em Londres e eu mandei pra ele uma minha com meus amigos. E como chato que ele fingir ser, disse que o Reita é bonitinho, e ficou me provocando, perguntando se eu estava traindo ele, aquele bobo.

                E você deve se perguntar, “e vocês ficaram em abstinência todos esses anos?”. Bom, mais ou menos, nós combinamos de não namorar, mas podemos sair com outras pessoas, sempre explicando a situação toda, claro, assim, meio que “ficamos” com algumas pessoas nesse tempo. Mas nada sério.

                Eu sinto falta do Yuu todo dia, todo instante, é como se sempre estivesse faltando alguma coisa dentro de mim. Contudo, esses dias eu tenho sentido o Yuu tão perto. Tão perto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *--*
Se tudo der certo, sábado da semana que vem eu posto 0 segundo cap *--*



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