- Lumar Narrando-

Deixei Hugo sozinho na rua e fui andar por Londres, o que havia dado nele? Proteger aquela vagabunda. Se ele se rebelasse contra mim, eu o mataria da mesma forma que matarei todos.  Continuei andando até encontrar um bar, por fora tinha luzes vermelhas, uma decoração muito legal. Dei ombros e entrei lá mesmo, não era um bar de stripper mas tinha umas dançarinas. Fui pro bar e pedi um shot de vodca.

_ não acha que a srta é muito nova para esse tipo de bebida? -  o barmen perguntou,  eu olhei em seus olhos o hipnotizando.

_ Tenho 200 anos, acha que ainda sou nova?

_ m-me perdoe sra, já venho com seu shot – sorri ironica e me virei para olhar a boate.  De longe, vi  a menina que eu havia pego a roupa na noite em que encontramos Pietro. Que coincidencia não? Quando o tal barmen voltou com a minha bebida eu virei tudo de uma vez e pedi mais. Estava distraida olhando a conteudo do copo, quando alguem se sentou do meu lado, e novamente virei a vodca, se não me engano era meu quinto copo.

_ vai com calma garota – olhei com a sobrancelha arqueada e era a tal dançarina

_ acho que quero tudo, menos calma – fui fria, ela riu fraco

_ Eu te conheço de algum lugar?

_ talvez – respondi e virei mais um shot

_ de onde?

_ dos seus maiores pesadelos.  – ela me olhou assustada e eu gargalhei – foi legal conversar contigo garota, se cuida – coloquei o dinheiro das bebidas em cima do balcao e saí andando de volta pra rua. Lá fora, encontrei um grupinho de moleques, quando passei por eles um brincou comigo. Oh, pessima ideia garoto.

Sorri para ele e o chamei para o beco, como trilha sonora os gritinhos animados dos amigos dele, ele me seguiu.  Eu estava encostada na parede esperando por ele,  quando ele se aproximou e ia me beijar, desviei e pus meu rosto perto de seu pescoço. Eu sentia o cheiro do sangue dele, as veias pulsando. Tudo muito delicioso.

_ você alguma vez já ouviu falar em verbena? – perguntei

_ em que?

_ esquece – pus minhas presas para fora e o mordi... Nunca senti tanto prazer matando uma pessoa, eu não iria apenas me alimentar desse idiota, ia drená-lo, quando deixei o corpo dele no chao, sem uma gota de sangue no corpo. Me sentia renovada, me sentia um pouquinho mais alegre que antes. Me virei para ir embora e lá estava a tal dançarina me encarando apavorada. Me movi até ela, e disse sem hipnotiza-la.

_ abre essa boca e você vai desejar não ter nascido.

_ eu não vou contar, e nem tenho medo.  Você é igual a lady Sáfirah?

_ você a conhece?

_ ela me contratou. Mas eu não lembro o motivo e não dancei.

_ você é amiga da Sáfirah?

_ não, eu a odeio... Ela machucou uma amiga minha, e o tal Bruno quase me...

_ estuprou?

_ é – ela disse e estremeceu  - eu tenho vontade matá-la, truicidá-la. – meu sorriso se alargou naquele momento,  meu Caim, estava tudo dando certo.

_ seguinte guria, qual teu nome?

_ Suellen Donato  e você é?

_ Lumar Lefreve. Seguinte, você quer acabar com a Sáfirah não é?

_ claro – ela respondeu sem pestanejar.

_ entao você vai ajudar.

_ mas eu sou humana

_ isso a gente resolve depois. Vem quero que você conheça uma pessoa – sai arrastando ela até minha casa com Hugo.  Quando entrei, ele estava sentado no sofá com uma menina loira, humana. Eu forcei uma tosse e ela me olhou assustada quando viu minhas presas. E saiu correndo.

_ você é maluca?

_ cala a boca – disse rispida. Ele me olhou com raiva e depois olhou pra Suellen

_ trouxe um lanchinho é? – sorriu malicioso. Dei um tapa em sua testa

_ encosta nela e eu te mato.

_  por que? Ela é humana – Suellen me olhava apavorada

_ seguinte garotão, ela vai nos ajudar com a Sáfirah.

_ uma humana? Ajudar com a Sáfirah? – ele gargalhou – nós teriamos que transformá-la Lumar, e um recem-criado hoje em dia vai ser dificil de esconder.

_ nós não vamos transformar ela agora

_ Não? – ela e Hugo perguntaram

_ não, nós não temos tempo pra isso, recem criados levam tempo para se acostumar com as coisas. Hugo você sabe disso

_ ta, e qual seu plano genio?

_ ainda não sei, mas ela pode ser util.

_ só me explica em que?

_ Ei, eu ainda estou aqui – Suellen disse e o Hugo apenas a olhou

_ Lumar, vem pro quarto agora. Quero conversar com você – e saiu nos deixando na sala

_ Olha, senta aí, fica a vontade... só não abre a geladeira, tem coisas que não será muito agradavel pra você – ela assentiu e eu fui para o quarto.

- Hugo Narrando-

O que ela estava pensando? Uma humana? Contra a Sáfirah? Mesmo com a ajuda de dois vampiros era ridiculo.

_ Lumar você tá maluca?

_ porque?

_ trazer uma humana? Pra dentro da casa de dois vampiros? E ainda por cima pensar que ela pode ajudar a gente.

_ Hugo qual o problema? Ela pode ser util

_ ela vai virar comida Lumar!

_ Hugo, e se a gente treinasse ela? A gente não precisa transformá-la, mas só treinar... Ela pode ser boa com espadas e adagas

_ mas ela é ainda humana, se o Pietro ou qualquer outro vampiro tocar nela, ela morre.

_ Eu não morri quando Pietro me jogou longe na noite que você me transformou

_ nós não estavamos em batalha. É dificil para ela, será mais dificil ainda pra nós.

_ ela esta disposta a ajudar Hugo

_ mas e se ela contar o que somos? Teriamos que viver escondidos

_ ela não vai contar...

_ você tem certeza que isso é boa ideia?

_ tenho, confia em mim.

_ tudo bem,  mas eu não vou me meter, não vou interferir e não vou transformá-la se ela se ferir. Ela vai ser sua responsabilidade.

_ Hugo, ela é adulta, não uma criança

_ no nosso mundo ela é uma presa.

_ eu sei, eu vou me virar – Lumar virou as costas e saiu do quarto me deixando sozinho. Aquilo não seria boa ideia, não seria mesmo.

- Lumar Narrando-

Voltei para a sala e a Suellen estava parada no mesmo lugar. Eu estava pensando aonde colocariamos ela. No meu quarto não tinha cama porque eu dormia no armario

_ você se encomoda de dormir no sofá? Nós não temos cama

_ não precisa se encomodar, eu moro por aqui perto. Eu vou pra casa... Nos vemos qualquer dia – e ela simplesmente saiu do apartamento.