III

Marie

Aquelas aulas estão a saturar-me por completo. Por que razão haveria de querer eu saber qual o angulo entre uma recta e um plano que nem existiam?

- A sério Marie, nós devíamos mesmo falar com eles. O Synyster é assim qualquer coisa. – Disse-me Nicky, que não prestava qualquer tipo de atenção às aulas.

- O Synyster? Mas quem é o raio do Synyster?

- Marie, é o rapaz de cabelo preto. O novo aluno? – Respondeu-me, bufando de revolta. Ela se irritava quando eu não prestava atenção ao que ela lhe dizia. – Tu andas realmente a precisar de acordar Marie.

- Não me interessa os novos alunos famosos. Já convivo com famosos que me cheguem o dia inteiro.

Finalmente o toque bateu. Sai dali o mais rápido possível, deixando Nicky para trás que comentou algo de que iria ao bar. Eu sei onde ela ia: procurar o Sysnyter.

Atravessei os corredores cheios da escola, cumprimentado este e aquele. Andei mais rápido, de forma a sair logo dali.

O pátio estava parcialmente vazio, graças a deus. A última coisa que eu queria era ter de fazer conversa com alguém.

- Bons olhos te vejam Marie.- E muito menos encontra-lo.

- Olá Zacky. – Respondi, secamente.

Zacky posou a mão na minha cintura, beijando-me delicadamente o rosto. Afastei-o rapidamente.

- Penso que ficou bem esclarecido que tínhamos acabado tudo. Há um mês Zacky.

Ele sorriu-me. O seu sorriso permanecia perfeito, como fora ao longo dos seis meses que namoramos. Porém, eu não queria ter alguém naquele momento, muito menos alguém pelo qual sentia apenas uma simples amizade.

- Eu sei. – Respondeu-me num tom triste. – Queria apenas que conhecesses uma pessoa. É um amigo meu de infância. E que finalmente veio estudar para a terra onde sempre deveria ter estado. Ei, Matt, chega aqui!

Vi um rapaz levantar-se do banco que estava afastado de nós. Ao aproximar-se, percebi nitidamente de quem se tratava.

- Só podes estar a gozar. – Sussurrei para mim própria.

Matt

A única coisa boa de Londres devia ser puder estar novamente com Zacky e Jimmy. Como eu tinha saudades dos meus irmãos!

Tinha pedido a Zacky para irmos para um local mais isolado. Estava farto das pessoas a olharem para mim e virem-me perguntar se eu era filho do Brian Haner. Sim, eu era filho dele, e sim o Syn era sobrinho dele. Mas era mesmo preciso confirmar?

- Ei, Matt, chega aqui! – Ouvi Zacky a gritar.

Levantei os olhos do meu Iphone, onde me encontrava perdido a ler os mails que me tinha enviado desde que saíra de lá. E vi-a.

Era a mesma rapariga que tinha visto de manhã, a única que não tinha olhado para mim como se eu fosse o Elvis ressuscitado. Aliás, tinha-me virado literalmente a cara assim que me ouviu a cara para ela.

Aproximei-me deles. A cara dela não me era estranha de todo, reconheci-a de algum lado.

- Matt, esta é a Marie. – Disse-me com um sorriso tímido. – Marie Williams.

Sim, a Marie. Era esta a rapariga com que o Zacky andara.

Ela limitou-se a erguer a sobrancelha, como se não se tratasse de nada, e disse-me um olá sem surpresa na voz.

- Zacky, não temos aulas? – Disse, tentado sair dali.

- Ah, sim…

Zacky parecia-me nitidamente pouco interessado nas aulas, porém Marie estava completamente ausente dali, ignorando-nos a ambos. Olhei para ele, indicando que queria mesmo ir me embora.

- Marie, vemos nos por ai?

- Hum, claro. – Disse, num tom baixo. – Prazer Matt.

E finalmente esboçou-me um sorriso. Uau, ela tinha realmente qualquer coisa.

Nicky

Realmente não conseguia perceber a Marie. Parecia ter perdido a vida toda que ela tinha, andava distraída, sem reacção a nada. Como é que ela não estava interessada nos novos alunos? Nós sempre estivemos interessadas nos novos alunos, quando eles se destacavam positivamente. Aliás, mais do que positivamente.

Entrei no bar, e procurei pelo Syn. Já que a Marie não queria saber, eu ia me desenrascar sozinha. E ele estava realmente lá, com algumas raparigas e, esperem. Jimmy?

Quase que corri na direcção deles.

- Jimmy! – Cumprimentei-o docemente. Não eramos amigos íntimos, mas eramos amigos.

- Nicky, como foi o verão? – Disse, no tom divertido que já esperava dele. – Quantos foram?

Bati-lhe no braço, quase sem força, fazendo o Syn ri-se. Deus, ele tinha um riso maravilhoso. Controla-te Nicole.

- Nenhum que seja da tua vida. – Respondi, sorrindo. – E tu já fizeste novas companhias, pelo que vejo.

Não foi preciso Jimmy responder. Syn pegou na minha mão, e beijou-a.

- Brian Elwin Haner, mas estes idiotas tratam-me por Synyster Gates. – Disse, piscando o olho.

Prazer Brian, isto vai ser bastante interessante, pensei.