Imprevistos Do Amor escrita por DebsHellen


Capítulo 33
Capítulo 30.


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo decisivo no rumo da fic, na minha opinião.
Bora ler!



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Capítulo 30.

“ÀS VEZES, A MELHOR AJUDA QUE CONSEGUIMOS OBTER É UM BOM E FIRME EMPURRÃO.” – Joann Thomas

PDV Isabella S. Cullen

Outro ano passou voando e nós nem percebemos. Nessie já está com quatro anos! Quando o tempo passou a se apressar e nos deixar perdidos com essa velocidade toda?!

Bom, pelo menos o ano que passou serviu pra agilizar algumas coisas na minha vida. Terminei a faculdade e agora consegui um estágio numa empresa de móveis planejados, trabalho em parceria com a arquiteta e a ajudo a desenvolver o projeto interno dos seus clientes. Tem sido ótimo fazer isso e estou mesmo adorando meu trabalho.

Claire, minha grande amiga, acabou seu curso de arquitetura e está trabalhando no mesmo local que eu. Como ela trabalha o dia todo, Nessie teria que ir para a escola e Esme fez questão de cuidar dela pela manhã, assim só teria que ir à escola durante a tarde. Claire estava noiva e nesse ano acabou cedendo ao pedido de Paul para se casarem. Fizeram uma cerimônia simples, mas cheia de amor e alegria. Era visível para nós o tanto que eles se amam e eu fiquei mais do que feliz por ver minha amiga tão feliz, afinal ela merecia isso depois de tudo o que já enfrentou na vida.

Rose está deslumbrante, já recuperou o corpo que tinha antes da gravidez de Guilherme e já planeja uma nova gravidez. Emmett tem estado de cabelo em pé, Guilherme é agitado e o faz correr pela casa quando ele chega do trabalho, mas Emmett diz que não se importa. Meu lindo sobrinho está com quase três anos e meio e é meu xodó. Me chama de ‘tia Bell’ e eu simplesmente me derreto por ele.

Nessie está mais esperta do que nunca e tem deixado Edward e eu de cabelo em pé também. Começou a dançar em casa e dizer que quer ser bailarina. Edward, como o pai babão que é, comprou um maiô preto e uma saia de tutu rosa pra ela, arranjou as sapatilhas e já levou ela pra conhecer uma escola de balé. Claro que fui junto, mas ele tomou a frente. Quase chorou quando a professora levou Nessie pela mão até a turma, a apresentou e começou a ensiná-la uns passos básicos.

Neste sábado, Edward e eu assistimos a sexta aula de balé da Nessie. Estava linda e quis ir para a casa dos avós ainda com sua roupa das aulas. Estávamos no carro indo em direção à casa dos meus sogros para almoçar, todos se encontrariam lá.

- O que você mais gostou da aula de hoje, filha? – Edward perguntou olhando-a rapidamente pelo espelho interno do carro.

- Eu gostei daquele salto que a gente apendeu.

- E você saltou bem alto, parabéns!

Ele elogiou e ela sorriu satisfeita. Nessie tinha uma ligação impressionante com Edward, ela fazia de tudo para deixá-lo feliz e, quando conseguia, sua felicidade resplandecia através daqueles adoráveis olhinhos verdes.

- Você estava linda, filha. – eu disse – Só quero que se cuide. Você é pequena e está começando a aprender o balé, não quero que se machuque.

- Tá bom, mamãe. – ela sorriu e bateu palmas – O vovô vai gostá, vou mostrar pa ele o que já sei fazê.

- Ele vai adorar, meu anjo. – sorri pra ela compartilhando seu entusiasmo.

Não era segredo pra ninguém que Carlisle adora os netos. E ele tem o melhor dos dois mundos. Tem Guilherme, a quem pode ensinar coisas de homem e tem Nessie, a quem ele pode mimar e admirar. Está tão apegado com as crianças quanto Esme e eu adoro ver isso.

- Chegamos. – Edward anunciou.

Nessie mal esperou Edward parar o carro e desceu correndo pra ir para dentro da casa. Emmett estava no jardim com Guilherme e aproximou-se para barrá-la.

- Olha que bailarina mais linda que apareceu aqui! – ele disse ao pegá-la e girá-la em seus braços – Oi, gatinha do tio.

- Oi, tio. – ela sorriu, segurou o rosto dele com as duas mãos e beijou seu nariz.

- Aonde vai tão linda com essa roupa de bailarina?

- Eu tava na escola, tio. O papai e a mamãe folam me buscá lá.

- Que legal! E quando vou ver você dançando balé?

- Hoje. Vou dançá pro vovô, você pode também.

- Ótimo, vou adorar.

Ele a beijou e colocou no chão. Ela correu para dar oi pro Guilherme e nós conversamos com Emmett antes de entrar. Fomos todos juntos para dentro e aguardamos até Nessie ser abraçada e beijada pelos avós e por Rosalie.

- Essa minha sobrinha tá mais linda a cada dia que passa. – ela comentou sorridente, simpática e sincera como só ela sabia ser – Oi, Edward.

- Oi, Rose. – ele disse e beijou o rosto dela.

- Oi, Bella. – veio até mim – Que saudade de você. – me abraçou forte.

- Também senti saudade. Essa semana foi uma loucura lá na empresa, mal tive tempo pra respirar.

- Ai, céus! – fingiu esquecimento – Esqueci que minha cunhada é uma decoradora de interiores altamente ocupada.

- Deixa de ser boba. – corei e revirei os olhos – É só meu trabalho.

- Não é ‘só o seu trabalho’. – ela me corrigiu – É quem você é, é o que você lutou pra conseguir. Você merece todo o sucesso do mundo.

- Vai me fazer chorar hoje?!

Perguntei e a puxei para um outro abraço. Rosalie sempre dizia palavras lindas e fazia com que eu me emocionasse. Ela foi uma das que me entenderam antes dos outros, ela sempre me apoiou mesmo quando ainda não me conhecia direito.

- Sabe que eu te amo, né?! – falei no seu ouvido, ainda a mantinha presa num abraço apertado.

- Sei disso. E saiba que eu também te amo, Bella. – disse – Você é um exemplo de que a gente pode tudo quando quer. Você é uma guerreira, é uma vencedora nesse mundo.

- Ok, chega desse abraço antes que eu fique com inveja. – Esme disse e nós nos afastamos rindo.

Esme. Minha sogra. Distante no início. Indispensável hoje. Um porto seguro no meio do caos que minha vida foi um dia. Um exemplo do que minha mãe seria se eu a tivesse comigo hoje. Ao olhar aqueles olhos verdes iguais aos dos meus amados marido e filha, encontrei meu lar. Ela sorriu e eu soube que essa era a deixa para entrar no conforto do seu abraço.

- Assim está melhor. – disse quando me abraçou – Olá, querida. Que bom que chegaram cedo.

- Oi, Esme. Viemos direto da aula da Nessie, por isso chegamos mais cedo.

- Sim, eu vi minha neta de maiô e tutu. – se afastou e riu – Ela está adorável; foi ótimo colocá-la no balé.

- Sim, Edward acertou mais uma vez.

- Venha. Vamos para a cozinha, podemos conversar enquanto preparo a lasanha que o Gui adora.

- Você mima demais esse garoto, Esme. – Rose acusou.

- Eu sou a avó aqui. – respondeu orgulhosa – Avós servem para mimar. É responsabilidade das mães e dos pais fazer o papel de chatos e malvados. Vamos logo, quero as duas na cozinha sentadas e conversando comigo.

Seguimos rindo para a cozinha, parando apenas para que eu cumprimentasse Carlisle que estava com Emmett e Edward olhando um novo quadro que ele comprou e fixou na parede da sala. A hora do almoço chegou tão depressa que nem vimos e quando nos demos por conta, já estávamos na sala conversando enquanto Maria servia uma taça de sorvete para cada um de nós.

A campainha tocou e Maria foi atender. Gelei quando vi Alice entrar acompanhada de Jasper. Eu sabia que ela visitava os pais embora se mantivesse fria até mesmo com eles por estarem próximos a mim. Só não esperava encontrá-la hoje, não me preparei pra isso.

E ela também não estava preparada para isso. Pude notar no seu olhar que de frio passou para congelado e petrificado. Jasper estremeceu ao seu lado, provavelmente prevendo uma cena. Gui e Nessie corriam pela sala e só paravam para uma colherada de sorvete que eu e Rose lhes dávamos.

Quando os tios chegaram, Gui correu até Alice e sorriu pra ela. Alice se ajoelhou e pela primeira vez a vi sorrir.

- Oi, lindinho. – ela disse – Tudo bem?

- Sim.

- Estava brincando?

- Sim, tava voando igual supel-helói.

- Que legal. – ela lhe disse e beijou sua bochecha – Vá brincar então.

Ele voltou até Rosalie para outra colherada de sorvete antes de correr pela sala outra vez. Nessie se aproximou de Alice também, seus olhinhos suplicavam por um pouco de carinho e atenção da tia sempre distante. Alice, porém, se manteve de pé e fingiu não vê-la. Isso me machucou, mas fiquei calada, não queria problemas ali na casa de Carlisle e Esme.

Jasper percebeu o momento constrangedor. Olhou para mim pedindo silenciosamente desculpas por Alice e se ajoelhou para conversa com Nessie.

- Oi, mocinha.

- Oi. – ela sorriu encantada com ele, ela adorava Jasper apesar de ter estado poucas vezes com ele.

- Você está brincando com o Gui?

- Sim. A gente tava blincando e comendo sovete. – ela afastou uma mecha de cabelo que se soltara do coque.

- Está muito bonita com essa roupa. – ele disse e tocou a saia dela – Como está o balé?

- Tá bem legal. Tem apesentação oto dia, você vai me vê dança, tio?

- Claro que eu vou. Vou falar pro seu pai me avisar o dia. – ele piscou pra ela.

- Eba! – ela pulou e ergueu os braços num sinal de pura satisfação com a resposta dele.

Virou-se para Alice que ainda estava rígida e fria. A olhou e esperou que fizesse contato visual, mas não conseguiu.

- Você também vai, tia? – pediu humildemente.

- Não. – foi só o que ela disse antes de se ajoelhar em frente a ela e estreitar o olhar – Não costumo me misturar com gente promíscua.

- Eu quelia que você fosse com o tio Jass.

- Nessie! – Esme a chamou – Venha, querida. Comprei um presente pra você e pro Gui, vamos lá no quarto da vovó buscar.

Nessie sorriu para Esme, mesmo que seus olhos lacrimejassem por causa da negativa de Alice. Com passos lentos e tristes, chegou até Esme que pegou sua mãozinha e também a de Gui e os levou escada acima. Era melhor assim, Nessie e Gui não mereciam e nem precisavam ver Alice ser estúpida.

- Vejo que a família está toda reunida. – ela ironizou.

- Você também é parte da família. – Carlisle disse – Não almoçou aqui porque não quis.

- Vou ter que dizer quantas vezes que não me misturo com gente promíscua? – destilou seu veneno.

É óbvio que era pra mim, mas não iria me cansar respondendo, Alice não ouvia ninguém e jamais me ouviria. Eu era a última pessoa a quem ela escutaria.

- O passado não tem nada a ver com nós, Alice. – Edward disse sério, seu braço em volta da minha cintura.

- Pra você o passado não importa. – disse ela – Você não foi traído por alguém que namorava, você não tem que ver a cara da vagabunda que desgraçou sua vida.

- Alice!!!

O grito sofrido deve ter sido ouvido até por Esme e as crianças no andar superior da casa, mas não fui eu nem Edward quem gritou.

Foi Jasper.

E olhando-o percebi o quanto Alice estava o machucando. Ele era ótimo, era doce, amoroso, educado, compreensivo e estava sofrendo por puro capricho de Alice.

- Chega de humilhar as pessoas! – ele continuava gritando, eu nunca o vi gritar – Peça desculpas a todos e vamos embora.

- Não vou pedir desculpas. – ela revidou – Eu não fiz nada de errado, a vagabunda aqui é ela.

Seu dedo apontou pra mim. Eu me segurei pra não chorar, não daria esse gostinho de vitória pra ela. Ela queria me derrubar, me fazer sofrer... mas eu me manteria forte, eu sei da minha vida e me perdoei por qualquer coisa que possa ter feito de errado no passado. A família de Edward compreendeu os motivos que me levaram a ser o que fui e não mostravam aversão a isso. Por que eu deveria valorizar tanto a opinião dela, que estava agindo por puro capricho e estupidez?

- Cala a boca, Alice! – Jasper disse pra ela e nos encarou – Eu peço desculpas por esse inconveniente. Se soubesse que estariam aqui, não teria vindo estragar o dia de vocês. Bella, me desculpe por isso. Edward, certifique-se de me dizer o dia da apresentação de Nessie, estarei lá com certeza.

- Certo. Eu te aviso. – Edward disse.

- Carlisle, sinto muito pelo incômodo.

- Vocês são sempre bem vindos aqui, Jasper. – Carlisle disse – Bem vindos desde que não seja para humilhar minha família.

- Eu sei. É por isso que vamos embora. Parece que não podemos ter uma convivência pacífica. Digam a Esme que mandei-lhe um beijo. Até logo.

Ele saiu arrastando Alice pelo braço. Ela parecia disposta a mais gritaria e fiascos caso Jasper permitisse...

*** INÉDITO ***

PDV Jasper Whitlock

Meu sangue fervia nas veias. Era possível alguém ser tão cego? Era normal guardar tanta mágoa? Era correto ser tão apaixonado como eu para aguentar isso por tanto tempo?

Levei Alice até nosso carro segurando firme em seu pulso, com medo de que ela escapasse e voltasse até a casa para fazer uma nova cena mesquinha lá dentro. Destravei o alarme e abri a porta do carona, só então soltando seu pulso.

- Entra nesse carro agora e cala a boca, Alice. – disse firme.

Alice era teimosa, uma fera. Mas mesmo furiosa fez o que eu pedi e eu agradeci a Deus por isso porque eu mesmo não sabia do que seria capaz se ela não entrasse nesse carro.

Fechei a porta com força, praguejando baixo para que não tivesse danificado meu carro. Alice merecia minha indignação, não meu carro. Acomodei-me no banco do motorista e liguei o motor, saí dirigindo rápido dali e segui pela estrada que nos levaria de volta para nossa casa.

Nossa casa.

É estranho como ‘nossa casa’ deixou de ser sinônimo de lar, de aconchego, de amor. Tudo estava uma porcaria desde que Edward começou a namorar Bella. E não posso culpá-lo por isso. Ele merecia ser feliz com alguém que ama, não com alguém fútil como era Tanya. E também não culpo Bella. Ela era uma mulher batalhadora, lutou para ser alguém na vida e alcançou seus sonhos.

Alice era a perturbada. Alice era a maluca. Alice era a errada! E eu tinha certeza de uma coisa: essa Alice não é mais a Alice por quem me apaixonei. Ela mudou e estava destruindo o que eu sentia por ela.

Dirigi em silêncio, não seria capaz de dirigir e conversar, acabaria causando um acidente e isso era a última coisa que eu queria. Ela ficou calada também, o que foi bom. Chegamos em casa e desembarcamos do carro em silêncio. Entramos na sala e ela parecia fingir que nada aconteceu. Tirou os sapatos, suspirou e começou a subir as escadas. Fervi de raiva por notar que ela iria outra vez tentar fingir que não houve nada e que ela era a vítima.

- Aonde você vai? - pedi.

Ela parou no quarto degrau da escada. Não me olhou, só respondeu.

- Vou para o quarto. Estou com dor de cabeça.

- Não. Você não vai para o quarto. Nós vamos conversar. – eu disse firme.

- Não quero conversar. Não tenho motivos para conversar sobre nada nem ninguém.

Continuou subindo a escada e eu tive que deixar. Se a impedisse, acabaria usando força bruta e eu não era o tipo de homem que vencia uma mulher por meio de força física. Fui até o pequeno bar que temos na sala e enchi um copo com uísque puro. Tomei em um gole só.

Pensei e rezei antes de subir para nosso quarto, mas eu resolveria isso hoje. Era a vida de Alice que estava se destruindo e eu estava indo junto para o fundo desse buraco. Se ela queria se afogar em ódio e ciúme, isso era um problema dela... mas eu não iria acompanhá-la. Já aguentei isso por muito tempo.

Subi as escadas, entrando no quarto em silêncio. O sol entrava pelas amplas janelas de vidro e eu pude vislumbrar o lindo corpo que eu amo tanto deitado na nossa imensa cama. Como eu amo essa mulher!

Fui ao closet e guardei meus sapatos e troquei a roupa que usava por algo mais informal. Voltei ao quarto e decidi que era hora de começar a falar.

- Você me ama, Alice? – pedi sem fazer rodeios.

- Claro que amo. – se virou na cama de modo que eu a visse nos olhos – Você sabe disso.

- Não, eu não sei. Você me amou algum dia na sua vida?

- Jasper, eu te amo. Por que essa pergunta agora?

- Porque você não parece me amar. – doeu dizer isso, mas era o certo – Eu achei que você me amava. Mas hoje acho que eu só me iludi, só acreditei nisso porque eu queria que fosse a realidade...

- Eu te amo sim, Jasper. – ela se ajoelhou na cama – Te amei desde quando te conheci. Só namorei com você e me casei porque te amo.

- E John? Você sente o que por ele?

- John?

- É. Você ainda ama aquele desgraçado?

- Claro que não!

- E por que você fica falando nele e no que ele te fez se você não o ama mais?

- Porque ainda dói, Jasper! – ela ameaçou chorar – Você não entende, ninguém me entende! Foi horrível chegar no meu apartamento e ver ele transando com outra mulher. Como você esperava que eu reagisse ao encontra a vagabunda anos depois e ainda ter que saber que ela se casou com o meu irmão?!

- Alice, pensa numa coisa, por favor... – pedi com calma – Esqueça a Bella... Pense só no John e no que ele fez. Se você não conhecesse a mulher com quem ele transou, sua raiva seria direcionada à mulher ou só ao John?

- Ao John. Aquele desgraçado não poderia ter feito o que fez comigo!

- Está vendo?! Sua raiva é direcionada a ele e ao quanto ele te fez sofrer. Bella não tem nada a ver com isso. Ela dormiu com ele? Dormiu. Mas ela não foi a única! Por que odiar tanto alguém que não tem culpa dos seus problemas? Por que não tentar enxergar o sofrimento que Bella passou e o quanto ela lutou para ser alguém melhor?

- Porque é humilhante, Jasper! – ela gritou em meio ao choro que não conseguiu mais segurar – Me sinto humilhada só de olhar pra ela!

- Você não tem motivos pra isso, Bella nunca te humilhou. Ela sempre te respeitou, até te defendeu quando sua família te acusou por ser tão estúpida!

- Mentira!

Seu choro era compulsivo. Eu vi sua dor refletida nos olhos que tanto amo, mas ela precisava ouvir a verdade. Ela precisava entender que ela estava se humilhando sozinha.

- Quantas pessoas são traídas, Alice, e seguem suas vidas?! Quantas pessoas amam e são abandonadas e nem por isso deixam de viver?! – me aproximei da cama – Quantas pessoas remam o barco sozinhas e mesmo assim não desistem?! Eu tenho sido paciente, tenho tentado te entender e te apoiar... mas não dá mais, Alice.

- O que você está dizendo, Jasper? – seus olhos se arregalaram.

- Eu estou dizendo que eu cansei de ser humilhado por você, Alice. – disse num sussurro, mas falei de modo firme – Cansei de amar e fazer isso sozinho. Cansei de servir de consolo e refúgio pra quando você não aguenta seguir sozinha. Sempre te amei, Alice. Desde que coloquei meus olhos em você eu te amei. Mas não dá mais, não aguento mais isso. Ficar ouvindo você falar desse maldito John o tempo todo, ver você culpar Bella pelo idiota que ele foi... isso está acabando comigo. Eu vou sofrer longe de você... mas vou sofrer mais se ficar aqui com você.

- O que isso quer dizer, Jasper?

Ela saiu da cama, ficou de pé na minha frente. Suas mãos estavam fechadas, seus olhos jorravam lágrimas, seus lábios tremiam.

- Isso quer dizer que eu vou embora. – expliquei – Não estou dizendo que desisti de você ou de nós. Só estou dizendo que você precisa de um tempo pra avaliar suas decisões e atitudes. Você está agindo feito uma criança birrenta que manda nos pais e tem tudo o que quer. Se ainda me ama, esqueceu de demonstrar isso.

Voltei ao closet e peguei uma mala, a deixei em cima da cama e comecei a buscar calças, meias, camisas, cuecas... tudo o que fosse necessário por um tempo. Alice sentou em silêncio na cama ao lado da minha mala, os olhos fixos no vazio, as lágrimas escorrendo. Senti pena e o amor que sinto quase me fez pedir perdão, puxá-la para meus braços e niná-la até que adormecesse. Mas não era o certo. Já sofri demais, era hora de agir e fazer a coisa certa. Ela precisava disso, eu precisava disso.

Quando a mala estava pronta, a fechei e coloquei no chão. Antes de sair, me ajoelhei em frente à Alice, ergui seu rosto segurando-a delicadamente pelo queixo e a encarei nos olhos.

- Não estou dizendo adeus, Alice. Eu ainda te amo, te amo muito. Mas você precisa pensar no que você quer. Sua insistência em trazer a tona o que John fez está acabando comigo. E sua teimosia e orgulho em não aceitar Bella na família está me machucando e machucando sua família que te ama muito também. Pense bem no que você quer. Nós conversamos em breve; qualquer coisa me liga. Eu te amo.

- Jasper... – disse baixinho, mas não permiti que prosseguisse.

Beijei o canto dos seus lábios e me coloquei de pé pegando a mala e saindo do quarto. Saí chorando, com meu coração destroçado e um pedaço meu ficando naquele quarto... mas saí convencido de que fiz o certo.

Alice precisava desse empurrão... e eu esperava sinceramente de que isso a ajudasse a reavaliar seus sentimentos e suas atitudes...


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Notas finais do capítulo

Alguém esperava essa reação do Jasper? Ele ama Alice demais, por isso suportou por tanto tempo essa palhaçada... mas agora ele se decidiu e vai dar um tempo p/ Alice pensar no que fez.
Quero saber a opinião de vcs sobre o capítulo de hj. ;) Bjs



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