Imprevistos Do Amor escrita por DebsHellen


Capítulo 21
Capítulo 18.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sumi um tempão. =/
Mas as outras fics já foram concluídas, então tenho mais tempo p/ escrever/revisar/postar aqui na 'Imprevistos...'
Espero que gostem. Boa leitura! ;)



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Capítulo 18.

“HÁ UMA ENORME DIFICULDADE EM ABRIR OS OLHOS DAS PESSOAS. COMOVÊ-LAS E DESTROÇAR-LHES A ALMA, É FÁCIL; DIFÍCIL É FAZER COM QUE A LUZ LHES PENETRE O CÉREBRO.” – John Ruskin

PDV Isabella Swan

Tudo estava correndo bem na medida do possível em minha vida. A faculdade estava sendo ótima, estava aprendendo muitas coisas e estava mais do que empolgada para me formar e exercer minha profissão; Edward estava cada vez mais irritante, mas no bom sentido.

Ele me ligava várias vezes por dia para saber como eu estava, o que comi, se bebi bastante água ou chá, se não estava cansada e com dores nas costas, se meus pés e tornozelos estavam muito inchados, se havia vomitado ou sentido tonturas... Enfim, ligava para fazer um relatório completo do que fiz ou deixei de fazer. Era até engraçado ver o modo como se preocupava comigo.

Além disso, ele também fazia questão de me buscar na faculdade todos os dias e me levava para jantar em algum restaurante da cidade pelo menos uma vez por semana. Dizia que precisávamos aproveitar e sair para passeios de casal já que em breve teríamos que nos dedicar a nossa filha.

Nossa filha.

Sim, teríamos uma linda menininha, mas que ainda não tinha nome. Já havia pensado em algumas opções, mas queria esperar e olhar para ela antes de dar um nome, queria ver seu rosto e ter a certeza de que daria um nome que combinasse com ela. Por ora, nossa menininha era chamada de bebê, filha ou princesa.

Eu estava agora com seis meses e minha barriga já estava bem saliente. A maioria das minhas calças jeans não serviam mais, passei a usar mais vestidos, saias e calças de tecidos mais macios, leves e soltos, tudo que não apertasse minha barriga e não me frustrasse. Era difícil encarar o fato de que seu corpo não era mais o mesmo, eu estava engordando... mas ao pensar na minha filha, toda a frustração dava lugar a um sorriso bobo e lágrimas nos olhos, por ela esse esforço valia a pena.

Edward ainda tinha a cara de pau de dizer que eu estava linda e muito desejável, até mais sexy. Nunca ousei dizer o contrário porque com ele não havia como discutir, mas sou franca ao dizer que sempre sentia certo orgulho ao ouvi-lo dizer essas coisas, toda mulher, especialmente uma grávida, gosta desses mimos de vez em quando.

- Olá. – ele disse ao entrar no apartamento.

Estivera o dia todo ocupado num projeto grande na empresa. Por conta disso, passou boa parte da tarde numa reunião com o pai, o irmão, o cunhado e mais alguns funcionários e clientes. Tive que voltar da faculdade de táxi, mas não me importei por isso.

- Oi, amor. – gritei do quarto da nossa filha onde eu arrumava algumas roupinhas novas que ganhei de Rosalie e eu havia lavado antes de colocá-las no armário.

Em poucos segundos, Edward apareceu e se encostou na lateral da porta do quarto cruzando os braços em seguida. Seu rosto parecia cansado, os cabelos desalinhados como se houvesse mexido neles o dia inteiro; e mesmo cansado, um sorriso torto, aquele que eu tanto amava, estava lá nos lábios dele.

- Oi. – eu disse lentamente.

- Oi.

- Como foi sua reunião?

- Foi cansativa. – suspirou e deu de ombros – Graças a Deus, finalmente acabou e estou em casa.

- Tome um banho e descanse um pouco, vou preparar alguma coisa para nós comermos.

- Ok. – ele entrou no quarto e veio em minha direção, acariciou minha barriga e beijou meus lábios brevemente – Depois conversamos direito, não vou demorar no banho.

- Não se preocupe. Vou terminar de guardar essas roupas e vou adiantando o jantar. Tome um banho bem descansado.

Ele beijou-me outra vez antes de sair do quarto de bebê e ir para o nosso quarto. Terminei de organizar as roupinhas minúsculas e mais uma vez admirei o quarto já pronto de nossa garotinha antes de sair dali e ir em direção à cozinha.

Arrumei a mesa enquanto colocava um arroz para cozinhar e uma carne para assar no forno com batatas, cebolinha verde e orégano. O cheiro enchia meus pulmões e me fez salivar imaginando como seria comer aquilo.

- O cheiro está ótimo, dá pra sentir lá do quarto. – Edward disse ao entrar na cozinha vestindo apenas uma calça de moletom e um chinelo nos pés.

- Nem sempre cheirar bem significa que está gostoso.

- Pode ser. – aproximou-se e me abraçou – Mas no caso das suas comidas, cheiro bom é sempre sinônimo de gosto bom.

- Você é muito bajulador, Edward. – eu disse rindo.

- Eu não sou bajulador, só sou realista. – beijou meu pescoço e suas mãos foram para minha barriga outra vez – E nossa menininha, como se comportou hoje?

- Muito bem, não deu trabalho algum. Está bem quietinha hoje.

- Que bom. – ele abaixou-se para ‘conversar’ com ela – Não pode cansar a mamãe, ela precisa descansar.

- Ok, vai começar mais cedo a sessão de conversa com ela? – perguntei rindo.

- Só aquecendo.

Edward sempre, sem exceção alguma, conversava com ela todas as noites. Era um momento só deles, extremamente adorável. Eu já tinha uma conexão incrível com ela, algo mágico e amoroso, extremamente fora da compreensão de qualquer pessoa que não tenha sido mãe. Edward tinha um modo diferente de ter essa conexão com ela, ele conversava. E embora possam dizer que isso não existe, eu sei que ela entende e do jeito dela também conversa com ele porque sempre que ele fala algo ela responde com chutes e movimentações dentro da minha barriga. É nessas ocasiões que eu percebo como Edward está apaixonado pela ideia de ser pai, seus olhos se enchem de lágrimas enquanto fala com ela.

- Você já tomou seu banho? – perguntou.

- Ainda não.

- Quer ir enquanto eu cuido do arroz e da carne?

- Pode ser, assim não fica muito tarde.

- Ótimo. Eu vou fazer um suco pra nós e uma salada bem do jeitinho que você gosta.

- Tão atencioso. – eu disse fazendo um beicinho, depois beijei seus lábios rapidamente – Obrigada, amor. Volto logo.

- Ok.

...

PDV Edward Cullen

Seis meses... Bella já estava de seis meses, nossa pequena garotinha estava crescendo dentro dela e em breve estaria em nossos braços. Nossa menininha não tinha um nome ainda. Bella disse que tinha algumas opções, mas que não sabia se essas combinariam com nossa filha. Então, o jeito seria esperar ela nascer e Bella olhá-la para decidir. O mais engraçado disso é que nem pra mim ela falou quais nomes estava pensando, disse que seria surpresa. Eu respeitei sua decisão simplesmente porque queria deixá-la feliz e confiava na capacidade dela de escolher o nome.

E era só lembrar delas que meu coração batia ansioso por querer estar ao lado delas, desfrutando do cheiro de morangos, da companhia agradável, dos sorrisos e até das movimentações da minha filha dentro do ventre de Bella. Fiquei irritado com todo mundo por ter que ficar preso na empresa o dia todo, não era meu melhor dia por causa disso e eu estava mais grosso do que nunca.

Se toda a frustração por não poder buscar Bella na faculdade e descansar com ela em nosso apartamento já não fosse suficiente, havia inúmeros detalhes de uns projetos que precisávamos decidir sem falta ainda hoje. E como minha vida é uma loucura, ainda recebi a ilustre visita de Alice e minha mãe assim que as reuniões finalizaram no final da tarde.

- Grace, que horas é meu primeiro compromisso amanhã? – perguntei para minha secretária que já estava arrumando sua mesa e desligando o computador.

- Não há nenhum compromisso ou reunião agendada amanhã, senhor Edward. Apenas o senhor James pediu um horário para tratar de um possível novo projeto que ele gostaria que a empresa fizesse.

- E que horas ele quer ver isso?

- Às nove e meia, senhor.

- Certo. Então virei para a empresa pouco antes disso, vou estar em meu apartamento. Pode ligar para lá ou no celular caso surja alguma emergência.

- Ok.

- Se já terminou seu trabalho, pode ir descansar, Grace. Foi um longo dia.

- Obrigada, senhor. Sairei em dez minutos.

Terminei de assinar uns papéis pra adiantar o trabalho de amanhã. Já que só teria a reunião com James na metade da manhã, iria aproveitar e dormir um pouco mais com Bella. Antes de desligar o computador, olhei a foto que coloquei como proteção de tela, era uma foto minha com Bella e sua barriga de cinco meses, fizemos a foto num passeio no parque perto de casa no mês passado; ficou tão linda que agora era a primeira coisa que eu via ao ligar o computador da minha sala.

- Podemos entrar?

Olhei na direção da porta e vi minha mãe e Alice ali. As duas estavam tentando sorrir, mas também vi um resquício de raiva e ódio nelas. Fiquei paralisado, sem saber como agir, o que dizer ou fazer. Fazia um tempo que eu não as via ou falava com elas. Se estavam aqui, provavelmente boa coisa não era.

- Oi. Claro que podem entrar. – a educação e o amor por minha família ditou minhas palavras.

- Como foi seu dia? – minha mãe pediu educadamente, mas vi um certo ar de indiferença na minha direção, talvez fosse por suas últimas palavras em nossa briga quando disse que eu não era mais seu filho – Seu pai disse que teriam uma reunião extremamente importante hoje.

- Sim, tivemos essa reunião. Durou boa parte do dia, mas foi tudo bem. Obrigado por perguntar.

Alice começou a andar pela minha sala observando os enfeites que ela mesma havia me ajudado a escolher quando mobiliei a sala para trabalhar. Seus dedos curiosos passaram por cada um deles e seu corpo foi se movendo até chegar perto de minha mesa.

- Também soube que estão com alguns japoneses querendo fazer negócios com vocês. – minha mãe voltou a chamar minha atenção – Já se reuniram com eles?

- Ainda não. – respondi e fui até um armário que eu tinha guardar alguns arquivos – O caso dos japoneses ficou para ser resolvido semana que vem. Amanhã é sexta e ninguém quer uma reunião estressante com japoneses para uma sexta-feira.

- Certo. É bom descansar.

- Sabe quem ligou? – Alice perguntou interrompendo o assunto.

Olhei para ela e agora já estava sentada em minha cadeira e mexia descaradamente em meus papéis sobre a mesa e no computador.

- Bonita foto. – disse debochada – Pena que seja tão idiota para acreditar nessa palhaçada.

- Alice, por favor... – comecei, mas ela não permitiu que eu continuasse.

- Esquece. – disse irritada – Sabe quem ligou?

- Sou vidente por acaso?

- Tanya Denalli. – disse.

- E o que eu tenho a ver com isso?

- Queríamos fazer um jantar, um reencontro. – minha mãe falou.

- Mamãe está com saudades dela e já faz uns cinco meses ou mais que ela viajou. O jantar será amanhã a noite; todos os Cullen irão.

- Emmett concordou com isso? – perguntei surpreso.

- Não. – minha mãe deu de ombros – Mas ele não vai negar se eu pedir, ele é meu filho.

- E você também vai, não é, Edward? – Alice questionou.

- Bella pode ir junto?

Talvez eu estivesse sendo grosseiro e sem sentimentos para com minha irmã, Bella não tinha culpa por John trair Alice, mas Alice precisava aceitar isso para ser feliz. Vi os músculos de minha mãe ficarem tensos, mas se manteve calada. Alice, no entanto, ficou tensa e bufou indignada diante de minha pergunta.

- É óbvio que ela não pode ir. Não quero esse tipo de gente perto do meu marido.

- Eu já disse pra você medir suas palavras. – avisei.

- Edward, - minha mãe interrompeu uma possível briga – você vai no jantar?

- A pergunta permanece a mesma: Bella pode ir junto? – insisti.

- Não. – disseram juntas.

- Então minha resposta também é não.

- Mas Tanya estará lá.

- E eu estou preocupado com Tanya, mãe? – aumentei minha voz um pouco – Tanya pode ir pro inferno que eu não estou nem aí! Isabella está comigo agora, eu a amo e ela está grávida. Tem uma criança minha crescendo no ventre dela. Quando vão aceitar que eu e Tanya nunca mais teremos nada? Quando vão perceber que Bella é a mulher que me faz feliz?

- Nunca vou aceitar isso! – minha mãe gritou.

- Ela é uma vadia, Edward! – Alice exclamou; pelas reações de minha mãe, Alice já contara sobre o passado de Bella para ela – Uma maldita vadia que está te enganando e você não enxerga!

- Você vê aquilo que quer ver, Edward. – minha mãe disse – Quando vai escutar sua mãe e aceitar que eu estou certa?

- Agora você é minha mãe de novo?! – debochei – Porque algum tempo atrás você disse que tinha só um filho e uma filha, Alice e Emmett. Disse que eu não era mais seu filho. Agora chega aqui na minha empresa, na minha sala falando mal da minha mulher, da mãe da minha filha e ainda tem a petulância de me chamar para uma merda de um jantar com ‘todos os Cullen’ quando você mesma disse que eu não era mais seu filho! Se não sou seu filho, não sou mais uma Cullen, Esme!

Eu explodia de raiva. Não admitia mais que tentassem controlar minha vida e muito menos que tentassem me afastar de Bella.

- E se já não bastasse ter me negado como filho, agora quer assumir o papel de mãe de novo só com o objetivo de me afastar de Bella?! Você é patética! – gritei – As duas são patéticas!

- Edward, gritar não vai resolver nada. – Alice ponderou.

- Eu sei que gritar não resolve, mas parece que essa é a única forma de fazer vocês entenderem que eu não sou mais um boneco nas mãos de vocês! Me aceitem na família como sou hoje e com Bella e minha filha; caso contrário, nem me procurem. Sinceramente, não sinto falta do que eu supostamente tinha antes porque vejo que nunca tive uma família que realmente me amou como sou no fundo.

- Edward, não diga isso. – minha mãe pediu – Não sabe como me machuca ser tratada desse jeito por você.

- Eu nunca te tratei mal. Sempre fui o filho que mais te deu atenção e mais te mimou, hoje vejo que aí é que estava meu erro. – balancei a cabeça – Sempre me preocupei com suas vontades, seus caprichos, sua opinião perante o que a sociedade falaria dos Cullen e esqueci de viver minha vida, de ser feliz... Agora acabou. Deixei de ser besta.

- Ou se tornou mais besta ainda. – Alice disse enfurecida – Se relacionar com uma prostituta vagabunda não é uma atitude sensata.

- A mesma atitude de John. – foi duro dizer isso, mas eu precisava – Só que John não era homem suficiente pra se contentar com uma mulher só, te fazer feliz como você merecia. Eu não queria nada com Tanya e ela bem sabia que eu não amava ela, não a iludi em momento algum. E quando decidi que estava apaixonado por Bella, Tanya já era passado na minha vida. Bella pode ter vivido por anos como prostituta, mas vale muito mais do que muitas mulheres que conheço, incluindo as amigas tão chiques e da alta sociedade que vocês tanto amam.

- Edward...

- Não, agora ouçam. Vocês gostam de falar, mas não aceitam ouvir. – desliguei meu computador e peguei minha pasta – Bella é mais mulher do que muitas das suas amigas, Alice. Suas amiguinhas, as moças decentes tão amadas por dona Esme Cullen, podem ser refinadas, ter prestígio, ser educadas em público, ser esbeltas e de boa família... mas não passam de vadias oferecidas que estão atrás de homens com dinheiro para sustentar seus caprichos.

- Essa tal Isabella colocou minhocas na sua cabeça. – minha mãe acusou – Essa mulher só quer seu dinheiro, será que não enxerga que essa filha não é sua? É só um modo de tirar dinheiro de você!

- Ela faz faculdade, mãe. – Alice disse – Adivinha quem paga os estudos da vadia?

- Cala essa boca, Alice! – eu disse entredentes – Você não sabe de nada para querer acusar Bella.

- É óbvio que ela está com você pra poder ter quem pague a faculdade. – Alice jogou isso na minha cara.

- E essa filha deve ser de um homem qualquer com quem ela dormiu. – minha mãe disse – Ah, céus! Quanta desgraça preciso ver antes de morrer!

- Ah, pelo amor de Deus, não faça drama, Esme! – respondi enojado – Vocês nem merecem explicações, mas acho que isso vai fazê-las engolir o próprio veneno. – fiquei parado na frente da porta e as encarei seriamente – Bella perdeu os pais quando ainda era menor de idade e com dezoito anos começou a se prostituir para juntar dinheiro e poder ter uma profissão decente. Se ela faz uma faculdade hoje, é graças ao dinheiro que ela lutou pra ganhar. Seja vindo de um emprego de faxineira, de um empresário ou de uma prostituta, o dinheiro dela é o que importa para a faculdade e eu tenho muito orgulho da mulher que ela é apesar de tudo o que enfrentou.

- Mas ela é... – Alice ia dizer alguma coisa, mas não deixei.

- Cala a boca, Alice! – gritei furioso, respirei fundo e continuei a falar – Sobre a MINHA filha... sei que é minha. Sinto que aquela garotinha que cresce no ventre dela é minha. Converso com ela todas as noites e ela responde chutando e se remexendo lá dentro. – meus olhos se encheram de lágrimas – Bella queria que nós fizemos um teste de DNA para comprovar que a filha é minha, ela pediu o teste, disse que não se importaria de fazer; eu não quis o maldito teste porque eu sei que a filha é minha. E vou ter o maior prazer de provar isso para vocês. – enxuguei uma lágrima que caiu por meu rosto – Sempre quis que minha filha nascesse idêntica a mãe porque adoro tudo em Bella; mas agora quero que ela nasça parecida comigo. Assim, vocês talvez se convençam que ela é minha, que Bella não mentiu. E talvez, só talvez, engulam toda essa arrogância e cinismo que carregam no peito. Espero que saiam da minha sala o mais rápido possível. Se me derem licença, eu tenho uma mulher e uma filha que me amam e esperam por mim em casa.

Saí dali sem esperar por desculpas, apelos ou até por mais argumentos idiotas. Eu não queria ouvi-las, não queria ter certeza de que agiam como monstros. Como podem ser assim? Como podem dar tanto valor para o status, para a sociedade? Quem paga as contas, os gastos exagerados delas? Com certeza não é a sociedade ou as amigas idiotas do clube! Meu Deus, como pude viver tanto tempo sendo um boneco controlado por minha mãe?! Como Alice pode ser assim?! Se ama tanto Jasper como ela diz amar, por que ainda fica remoendo e se torturando com o que o idiota do John fez?!

Entrei no elevador furioso, as lágrimas caíam de meus olhos. Raiva e pena. Era isso o que eu sentia agora. Raiva e pena de duas entre as três mulheres que mais amei na minha vida. Esme, Alice e Rosalie sempre foram tudo pra mim, sempre fiz de tudo para agradá-las. Como pude me decepcionar desse jeito com minha mãe e Alice? Só Rosalie ainda merecia meu respeito e carinho. Ela era uma boa esposa para Emmett, ótima amiga para Bella, ótima amiga pra mim. Graças a Deus, eu ganhei Bella e minha filha. Por elas, eu suportaria qualquer coisa que minha mãe e Alice pudessem dizer.

Cheguei na garagem e fui em direção ao meu carro, desliguei o alarme, destravei as portas e entrei jogando minha pasta sobre o banco ao lado. Com raiva, dei alguns socos no volante e gritei. Não poderia chegar assim em casa, Bella não podia me ver desse jeito. Eu não contaria nada sobre essa discussão para ela, não faria bem à nossa filha e nem à ela saber sobre tudo isso.

Quando mais calmo, dirigi até nosso apartamento e guardei o carro. Já recuperado e sem sinais de raiva ou choro, entrei no apartamento esperando encontrá-la deitada no sofá com os pés apoiados em uma almofada, mas não a vi.

- Olá. – eu disse esperando pela resposta dela, torcendo para que estivesse em casa, eu precisava vê-la e beijar seus lábios.

- Oi, amor. – ela gritou e sua voz vinha do quarto da nossa princesinha; sorrindo segui até lá e me escorei na lateral da porta para observá-la distraída arrumando algumas roupas nos armários.

- Oi. – ela disse quando me viu.

- Oi.

- Como foi sua reunião?

- Foi cansativa. – suspirei e dei de ombros – Graças a Deus, finalmente acabou e estou em casa.

- Tome um banho e descanse um pouco, vou preparar alguma coisa para nós comermos.

- Ok. – entrei no quarto e fui até ela, acariciei sua barriga e beijei seus lábios brevemente me tranquilizando por tê-la ali comigo – Depois conversamos direito, não vou demorar no banho.

- Não se preocupe. Vou terminar de guardar essas roupas e vou adiantando o jantar. Tome um banho bem descansado.

Beijei-a de novo antes de ir para o nosso quarto. Fiz o que ela disse, tomei um banho bem descansado e isso foi bom. Ajudou a aliviar a tensão que se instalara em mim por causa da visita de Alice e minha mãe. Vesti uma calça de moletom e calcei um chinelo, estava mais do que revigorado e relaxado.

Quando saí do quarto, o cheiro de comida estava pela casa. Sorri sozinho, Bella cozinhava muito bem e adorava fazer isso.

- O cheiro está ótimo, dá pra sentir lá do quarto. – eu disse ao entrar na cozinha.

- Nem sempre cheirar bem significa que está gostoso.

- Pode ser. – aproximou-se e me abraçou – Mas no caso das suas comidas, cheiro bom é sempre sinônimo de gosto bom.

- Você é muito bajulador, Edward. – disse rindo.

- Eu não, só sou realista. – beijei o pescoço macio dela enquanto minhas mãos se acomodaram em sua barriga – E nossa menininha, como se comportou hoje?

- Muito bem, não deu trabalho algum. Está bem quietinha hoje.

- Que bom. – fiquei na altura de sua barriga – Não pode cansar a mamãe, ela precisa descansar.

- Ok, vai começar mais cedo a sessão de conversa com ela? – perguntou rindo, seu rosto demonstrava felicidade.

- Só aquecendo. -  a encarei e perguntei: - Você já tomou seu banho?

- Ainda não.

- Quer ir enquanto eu cuido do arroz e da carne?

- Pode ser, assim não fica muito tarde.

- Ótimo. Eu vou fazer um suco pra nós e uma salada bem do jeitinho que você gosta.

- Tão atencioso. – ela estreitou os olhos – Obrigada, amor. Volto logo.

- Ok.

Bella estava feliz. Nossa menininha estava bem. Isso era o que importava. Eu prometi a mim mesmo que não contaria nada sobre a visita de minha mãe e Alice hoje no escritório, ela não precisava dessa decepção outra vez. Simplesmente fingiria que nada aconteceu e esqueceria o que houve, eu mesmo não merecia essa decepção de ter minha mãe e irmã contra minha felicidade, mas nunca se consegue tudo o que se quer. Pelo menos eu podia contar com o apoio de James, meu amigo, e com Emmett e Rosalie.

Eu tinha certeza que as dificuldades relacionadas ao meu relacionamento com Bella e o passado dela não seriam deixadas de lado tão cedo. Minha mãe não era mulher de se dar por vencida. Ela ainda insistiria que eu deveria deixar Bella e casar com Tanya... Tanya... Minha mãe era louca por aquela mulher, sempre achou que Tanya e eu iríamos ficar juntos. Claro que tive minha parcela de culpa porque deixei as vontades dela tomarem conta das minhas e estava noivo de Tanya, mas dona Esme precisava entender que isso mudou, agora eu decido o que fazer da minha vida.

E minha vida agora é Bella e minha filha!

Esme poderia aceitar isso ou simplesmente ignorar, só queria que ela deixasse nós vivermos em paz pelo menos.


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Notas finais do capítulo

E aí? Forte a briga de Edward-Esme-Alice, né?! Achei que elas foram muito malvadas. E amei quando Edward chegou em casa e encontrou Bella, acho lindo esse tipo de cumplicidade e carinho entre os casais. *-*
Vejo as lindinhas que ainda não desistiram de mim nos reviews. Vc nunca comentou na fic? Que tal começar hoje? ;)
Bom fim de semana! Beijos e abraços...



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